Fatores de Competitividade das Águas Subterrâneas

Fatores de Competitividade das Águas Subterrâneas 

  • Volumes estocados muito grandes (192.000 km no Brasil) e suas velocidades de fluxo muito baixas (cm/dia) resultam em que o manancial é pouco afetado pelas variações sazonais de pluviometria, podendo propiciar um abastecimento regular durante os períodos de seca ou estiagem prolongadas.
  • Pelo fato de ocorrerem no subsolo sob uma zona de material rochoso não-saturado ou camadas rochosas pouco permeáveis, as águas subterrâneas encontram-se relativamente melhor protegidas contra agentes potenciais ou efetivos de poluição.
  • Quando captadas de forma adequada, na sua utilização, geralmente, não se tem custos de clarificação, tratamento ou purificação, os processos de filtração e biogeoquímicos de depuração do subsolo proporcionam um alto nível de purificação e potabilidade das águas subterrâneas.
  • A forma de ocorrência extensiva possibilita sua captação nos locais onde são geradas as demandas.
  • Os prazos de execução das obras de captação são relativamente curtos, da ordem de dias até alguns meses.
  • Os investimentos em geral são relativamente pequenos, variando entre dezenas a centenas de milhares de reais.
  • Os aqüíferos não sofrem processos de assoreamento, nem perdem grandes volumes de água por evaporação.

Não obstante o volume de água doce estocado no subsolo representar mais de 95% desses recursos disponíveis para os homens através dos meios tecnológicos atuais, os níveis de utilização de águas subterrâneas no mundo em geral e no Brasil em particular, são ainda relativamente modestos e desigualmente distribuídos, apesar do forte crescimento do consumo nos países desenvolvidos, nas últimas décadas. A Primeira Conferência Mundial da Água, realizada em Mar del Plata em 1977, considerou que cerca de 70% das cidades carentes de água potável no Terceiro Mundo poderiam ser abastecidas ou reforçadas de forma mais barata e rápida, utilizando-se águas subterrâneas, como também a maioria das comunidades rurais.

A falta de instrumentos legais, de normas técnicas e de uma estrutura técnico-administrativa que garanta a eficácia na explotação e controle desse recurso vem colocando em risco nossos principais aqüíferos, pois não há limitações para uso, nem normas de proteção. 

Fatores de Risco para Utilização das Águas Subterrâneas:

  • grande número de poços mal locados, construídos e operados sem manutenção. Nestas condições, o resultado do poço é incerto ou sua vida útil é tão curta que a alternativa do uso da água subterrânea apresenta, com freqüência, um grande risco político, administrativo, financeiro para os tomadores de decisão.
  • falta de controle governamental. Qualquer indivíduo, condomínio, indústria, agricultor, empresa privada ou estatal pode construir um poço, freqüentemente, pelo menor preço e sem a tecnologia adequada.
  • falta de estudos hidrogeológicos básicos, rede de monitoramento e de bancos de dados consistentes e acessíveis ao público.

Mister se faz, portanto, a conscientização para o problema, de modo a se equacionar corretamente a atividade e de se promover definitivamente as condições de preservação desse recurso estratégio para a utilização das gerações futuras.

Fonte:
“Poços Tubulares e outras Captações de Águas Subterrâneas – Orientação aos Usuários”
SEMADS – Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
SEINPE – Secretaria de Estado de Energia da Indústria Naval e do Petróleo
Departament