Silvicultura da Erva-Mate II – Pragas e Doenças

Pragas e Doenças

Pragas

Pragas

Características Controle

 Formiga cortadeiras

 Gênero:

  • Atta (saúvas)
  • Acromyrmex (quenquéns)
  • Atacam as plantas no viveiro e no campo.
  • Iniciam o ataque no fim do tarde e prosseguem noite adentro.
  • Cortam as folhas e a própria muda.
  • Seu controle deve começar antes do plantio.
  • Durante todo ano, deve-se fazer o controle.
  • As iscas granuladas tem apresentado bons resultados, e se constituem na forma mais prática.

Ceropplastes grandis

(cochonilha-de-era)

  • Caracteriza-se pela formação de aglomeração nos ramos.
  • Elas tem cor vermelha com o corpo preto.
  • Sugam a seiva da erva-mate causando-lhe sérios prejuízos.
  • Retirada manual com algodão umedecido.
  • Retirada dos galhos atacados.

 Gyropsyll spegazziana

 (ampola da erva-mate) 

  • É reconhecida pela formação de galhas ou bolsas nas folhas novas.
  • A maior incidência ocorre nos meses de setembro e novembro.
  • Como sugam continuamente a seiva dos ramos, prejudicam o desenvolvimento da planta.
  • Calda sulfocálcica.
  • Folhidol óleo.

 

 Sibine nezea, sibine bárbara

 (lagarta tanque)

  • São conhecidas pelo formato do corpo, robusto, achatado e revestido de pelos urticantes curtos.
  • Tem coloração verde e vermelha.
  • Os danos destas lagartas são bastante expressivos.
  • Elas destroem tanto as brotações novas como as folhas mais velhas.
  • Catação manual.
  • Pulverização com calda de fumo.

Thelosia camina

(lagarta da erva mate)

  • É uma lagarta de coloração verde-escura, com uma faixa branca no dorso, margeada por duas faixas escuras.
  • Tem corpo recoberto de pêlos escuros.
  • As lagartas são extrememente vorazes e destroem tanto brotação como as folhas mais velhas.
  • Diminuem grandemente a produção, pois a planta é desfolhada, e a produção seguinte é afetada.
  • Catação manual.
  • Pulverização com calda de fumo.


Hedypates betulinus

(broca da erva mate)

  • Este besouro apresenta uma coloração levemente acinzentada, com manchas pretas.
  • A larva é robusta e destrói total ou parcialmente as plantas, devido às galerias que abre nas árvores, chegando algumas vezes até as raízes.
  • No final, produz uma galeria anelar, provocando a morte do galho.
  • Devem ser tomadas medidas através de um Manejo Integrado de Pragas (MIP). Coleta manual e destruição dos insetos adultos.
  • Catações semanais devem ser realizadas no período de outubro a maio, com maiores cuidados  de fevereiro a março.
  • Regulação da população através de agentes de mortalidade biótica (parasitos, parasitóides, predadores, patógenos).
  • Os fungos apresentam um alto potencial de controle populacional.

Principais Doenças em Viveiros

Doença/ fungos associados Características Sintomas Condições favoráveis  Controle

 Tombamento (damping off) Fungos:

  • Cylindrocladium spathulatum
  • Rhizoctoniasp.
  • Fusariumsp.
  • Pythiumsp.
  • É o principal problema fitossanitário das sementeiras, podendo ocorrer nas fases de pré ou pós emergência.
  • Na pré-emergência das plântulas, a semente não germina ou inicia a germinação mas não chega a emergir.
  • Na pós-emergência ocorre um   estrangulamento na região do colo da muda provocando seu tombamento.
  • Sementes contaminadas.
  • Alta densidade de semeadura.
  • Excesso de umidade.
  • Excesso de sombreamento
  • Excesso de nitrogênio.
  • Desinfestação  correta do substrato por métodos químicos ou físicos.
  • Melhoria das condições de semeadura, irrigação, drenagem, insolação e adubação.
  • Após o aparecimento da doença  deve-se erradicar as mudas mortas e as sadias que se encontram nas bordas da reboleira

 Podridão de Raiz

 Fungos:

  • Fusariumsp.
  • Rhizzoctoniasp.
  • Pythiumsp.
  • Ocorre tanto em sementeiras como em mudas repicadas.
  • Interferem diretamente no processo de absorção.
  • Manchas foliares.
  • Amarelecimento.
  • Queda de folhas.
  • Redução no crescimento. 
  • Murcha, seca e morte das mudas.
  •  Umidade.
  •  Composição física do substrato.
  • Contaminação de recipientes do substrato.
  • Desinfestação do substrato.
  • Manejo correto da água.
  • Plantas contaminadas devem ser eliminadas

 Mancha da Folhas

 Fungo: Cylindrocladium  pathulatum

  • Também conhecida como pinta preta.
  • É uma doença que ocorre com frequência em viveiros de mudas de erva-mate.
  • Lesões foliares escuras, circulares no interior ou nos bordos dos limbos.
  • Apresentam abundante frutificação esbranquiçada na face ventral da folha.
  • Queda prematura de folhas adultas.
  • Substrato e instalações contaminadas. Plantações próximas e produção contínua de mudas.
  • Excesso de umidade e sombreamento.
  • Coleta de folhas caídas.
  • Descarte de plantas atacadas.
  • Desinfestar substrato e recipientes.
  • Melhoria da luminosidade e umidade

 Antracnose

 Fungo:Colletotrichum sp.


  • É uma doença que incide principalmente em brotações novas, ápices, folhas e ramos jovens.
  • Nas sementeiras ocorre a queima do ápice das mudas.
  • Manchas escuras, irregulares, deformação de folhas jovens.
  • Sombreamento  e umidade excessiva.
  • Insetos e geadas favorecem a instalação do patógeno.
  • Aplicação de fungicidas.
  • Adubação nitrogenada adequada.
  • Desinfestação do substrato e recipientes

 Cercosporiose

 Fungo: Cercospora sp.

  • É considerada uma doença secundária por sua baixa incidência, por ter disseminção bastante lenta e por causar poucos danos à cultura.
  • Manchas circulares pequenas, bem delimitadas, acinzentadas com halo escuro, apresentando pequenas pontuações.
  • Estresse das mudas. Mudas que passaram do ponto de plantio.


  • Descarte de mudas afetadas.
  • Manejo adequado do viveiro.
  • Dispensa o uso de fungicidas.


 Podridão de Estacas

 Fungos: Genêros

 Fusarium e

 Colletotrichum

  • No processo de estaquia, a ausência de enraizamento pode ocorrer devido à podridão de estacas.
  • Queda de folhas.
  • Escurecimento da base da estaca. Contaminação das estacas, substrato ou recipientes.
  • Excesso de água de nebulização.
  • Produção contínua de mudas sem desinfestação do local.
  • Medidas sanitárias durante o processo de produção de estacas.
  • Desinfestação de substrato e recipientes.
  • Aplicação de fungicidas nas estacas.
  • Melhorar o sistema de nebulização

 Nematóides

 gênero:Meloidogyne

  • Geralmente ocorre em viveiros de erva-mate, onde não é utilizada a prática de desinfestação do substratodas folhas.
  • Murcha e seca a partir do ápice.
  • Galhas velhas e nematóides. Substrato contaminado.
  • Mudas estressadas.
  • Mudas que passaram do ponto de plantio.
  • Desinfestação do substrato.
  • Eliminação de mudas atacadas.

Principais Doenças no Campo

Logo após o plantio no campo, as mudas de erva-mate estão em processo de adaptação. Nesse período, dois fatores podem predispô-las à doenças: um deles é a proximidade da planta ao solo recebendo diretamente a ação da umidade, e outro é o estresse provocado pelo plantio da muda no local definitivo. Este último pode provocar a morte pela falta de água, em períodos de estiagem e/ou insolação excessiva.

Nos ervais de produção, além da mancha de folha, da antracnose e da cercoporiose, ocorrem duas outras doenças foliares: fulmagina e a fuligem. Ambas aparecem quando o erval é muito sombreado e úmido, e em plantios muito densos.

Doença/Fungo associado Características Sintomas Condições Controle

 Fumagina

Fungo: Meliola yerbae

 

  • É uma doença que não se apresenta como grande problema econômico na cultura da erva-mate.
  • Crosta espessa e negra cobrindo total ou parcialmente a folha e os ramos.
  • Formigas, cochonilhas e pulgões estão associados aos sintomas.
  • Ambiente de extrema umidade.
  • Ervais muito densos e sombreados.
  • Presença de cochonilhas, pulgões e formigas favorecem a doença.
  • Melhoria na aeração e ventilação do erval.
  • Espaçamento e poda adequados.
  • Limpeza da área.

 Fuligem

 Asterina mate

  • É uma doença sem grandes problemas econômicos.
  • Manchas superficiais escuras de forma circular na face ventral da folha que podem se justapor, cobrindo totalmente a folha.
  • Mesmas condições descritas para a fumagina.
  • O mesmo para fumagina.

 Mal – da – Teia

 gênero Corticium 

  • A denominação provém do aspecto micélio do fungo se apresentar, dando a aparência de uma teia de aranha.
  • Cobertura micelar de cor castanha que reveste folhas e ramos.
  • Folhas e ramos secos que se desprendem e ficam aderidos pelo micélio
  • Extrema umidade e sombreamento.
  • Redução do sombreamento por meio da  poda, espaçamento de plantio mais amplos.
  • Limpeza da área.

 Morte do Ponteriros

 Fungo:genêro Fusarium 

  • Danos provocados por insetos ou geadas favorecem o aparecimento dessa doença.
  • Na extremidade de ramos jovens ocorre seca, seguida de escurecimento, secando completamente o ramo, alastrando-se para ramos sadios.
  • Morte de mudas no campo.
  • Geadas e ataques de insetos.
  • Excesso de umidade.
  • Poda dos ramos do ano, logo abaixo da área atacada.

 Quedas das Folhas

  • As causas da queda anormal de folhas de erva-mate ainda não estão totalmente esclarecidas.
  • Análises fitopatológicas revelaram que esta doença, na região de Passo Fundo/RS estava associada aos fungos Cylindrocladium spp.,Asterina matte.
  • Amarelecimento e posterior queda de folhas.
  • Queda das folhas totalmente verdes.
  • Queda das folhas verdes manchadas.
  • Compactação do solo, estiagens prolongadas e longos períodos de preciptação favorecem a ocorrência desta anomalia.
  • Esta anomalia pode ocorrer sem que se conheçam as causas, ou seja, sem que haja associação com os fatores citados.
  • Devido à falta de esclarecimento das causas desta anomalia, não se dispõem de medidas eficientes de controle.

 Roseliniose

 Fungo: Rosellinia sp.

  • Ocorrem em ervais novos plantados em solos ácidos, em áreas recém desmatadas, onde há raízes e tocos em decomposição.
  • Amarelecimento de folhas basais.
  • Redução no crescimento da planta.
  • Morte das ramificações vindas da base do tronco.
  • Morte da planta.
  • Ervais novos plantados.
  • Solos ácidos.
  • Áreas recém desmatadas.
  • Preventivo: após o desmatamento ou antes do plantio, recomenda-se a destoca, remoção e queima das raízes, correção da acidez do solo.
  • Após o aparecimento da doença, recomenda-se a erradicação das plantas doentes e suas vizinhas, o isolamento da área por meio de valas e a aplicação de cal virgem ou calcário nas covas.

Redação Ambiente Brasil