A Universidade Federal Fluminense, através do seu Instituto de Arte e Comunicação Social, vem há cerca de três anos desenvolvendo um projeto de extensão no ecossistema do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, em Teresópolis.
Intitulado “Imagens Naturais”, o projeto, que tem coordenação do Professor Miguel Freire, tem como objetivo registrar e difundir aspectos do meio ambiente e de ações nele inseridas, através da documentação em filmes, vídeos e fotografias.
Sua principal meta é a de criar um banco de imagens de referência à flora e à fauna da Mata Atlântica, particularmente no que diz respeito ao Parque, disponibilizando esse arquivo ao público em geral, inclusive pela Internet; sendo que a criação dessa memória se juntará, ainda, ao esforço de implantação da iniciativa de educação ambiental que já vem sendo implementada pelo Parque Nacional da Serra dos Órgãos.
Reunindo alunos e professores do curso de Comunicação Social, esse trabalho universitário de extensão é uma excelente oportunidade de aproximação da universidade pública com a comunidade e de promoção da prática didática no campo do audiovisual, permitindo aos alunos um contato direto com a realidade e um espaço de reflexão sobre ela.
Ao longo de três anos já foram produzidos, pelos alunos, dois roteiros de curta-metragem que tratam sobre o aprisionamento de pássaros e sobre a relação Homem-Meio Ambiente. Os roteiros, centralizados na cidade de Teresópolis, estão em fase de produção. Foi também uma responsabilidade dos alunos a realização de peças publicitárias (baners, posters, potros, adesivos, camisas, folder, etc.) resultantes da campanha “Pássaro Legal é Pássaro Solto”. Eles também desenvolvem o levantamento fotográfico sobre o rio que corta a cidade: o Rio Paquequer que foi intitulado “Rio Paquequer: Nascimento, Vida e Morte”.
Este levantamento, liderado por Miguel Freire está em fase de finalização. Em 2001 foi realizada em Teresópolis a exposição “Rio Paquequer Fotografias”, que ganhou o reconhecimento público e da Câmera de Vereadores dessa cidade. Miguel Freire é formado em jornalismo e fotografia e trabalhou durante muitos anos na Universidade de Brasília e na Funarte.
Por se originar numa área não impactada e ao longo de seu curso sofrer degradações de várias ordens, o Rio Paquequer se apresenta como um exemplo vivo da falta de planejamento urbano e ambiental.
Entretanto, devido às suas características físicas como, por exemplo, sua pequena extensão de cerca de 16 Km, ele concentra toda a gama de impactos produzidos pela poluição humana, podendo ser usado como modelo de gestão e preservação ambiental.
O Rio Paquequer nasce no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, e sua bacia cobre uma área aproximada de 290 Km2, percorrendo a área urbana do Município de Teresópolis. Neste contexto, a Bacia do Paquequer se faz presente tanto em uma área protegida, quanto em uma área urbana, com os conseqüentes efeitos de impactos de diversas ordens e origens.
O “Projeto Imagens Naturais – PIN” é uma parceria da Universidade Federal Fluminense – UFF com o Parque Nacional da Serra dos Órgãos / IBAMA e conta com o apoio de diversas organizações públicas e privadas, como a Fundação Biblioteca Nacional – FBN/MinC, Instituto Moreira Salles, Fundação Getúlio Vargas – FGV, Ocean Sat e Peixinho Dourado, entre outros.
Ana Huara – Ambientalista
Fonte: Revista Eco 21, Ano XIII, Edição 79, Junho 2003. (www.eco21.com.br)