Fases do Empreendimento

Planejamento

A fase de planejamento envolve o conhecimento dos recursos florestais sob os aspectos auto-ecológicos e sinecológicos, ou seja, o estudo individual das espécies ocorrentes e o estudo da comunidade florestal como um todo. Nessa etapa, desenvolvem-se os estudos para a caracterização geral da cobertura vegetal, regional e local, o inventário florestal e a análise estrutural da floresta, visando a planificação da exploração racional, embasada nas condições silviculturais e tendências de desenvolvimento futuro. Com base nesses estudos, também se efetiva, nessa fase, a planificação das operações de manejo e dos tratos silviculturais.

Cobertura vegetal da área em estudo – identificação e mapeamento da cobertura vegetal da área do empreendimento, considerando as delimitações das diferentes tipologias vegetais existentes (campos, matas, capoeiras, outras), áreas de preservação permanente e outras áreas destinadas à preservação e proteção.

Inventário florestal – o inventário florestal visa o levantamento das informações qualitativas e quantitativas dos recursos florestais do empreendimento. É realizado dentro de parâmetros estatísticos predefinidos, objetivando o conhecimento da precisão e o nível de probabilidade dos resultados. A seleção da metodologia de trabalho para o desenvolvimento do inventário florestal, previamente estabelecida, deverá abranger:

1. Processo de amostragem: discorrer e justificar o processo de amostragem selecionado. Normalmente, em inventários de florestas nativas, são utilizados os processos de amostragem aleatória restrita (estratificada), processo sistemático e misto.

2. Métodos de amostragem: descrever o método de amostragem selecionado, ou seja, as metodologias utilizadas na abordagem referentes às unidades amostradas.

3. Intensidade de amostragem: o número de amostras a serem instaladas está intimamente interligado à precisão estatística preestabelecida. Normalmente é realizado o “inventário piloto” que determinará a intensidade amostral necessária para satisfazer a precisão desejada.

4. Mapeamento da amostragem: deverá ser feito o “layout” das amostras. Em campo, as unidades amostrais devem ser bem marcadas, para permitir fácil visualização.

5. Dados coletados em campo: informar quais os dados coletados em campo, como DAP (diâmetro à altura do peito), altura total e comercial, informações relativas à qualidade das árvores e outras de interesse. Informar quais instrumentos de medição foram utilizados.

6. Amostragem da regeneração natural: descrever e justificar a metodologia utilizada para a abordagem dos indivíduos de regeneração natural.

7. Processos de cálculos: informar quais os processos de cálculos utilizados (relações dendométricas, equações de volumes, etc).

8. Análise estatística: informar qual a precisão e o nível de probabilidade utilizado e os resultados da análise estatística.

9. Relatório dos resultados: listagem das espécies ocorrentes (nome regional e científico); número de árvores por espécie e classe de diâmetro por hectare e para área total; área basal e volume por espécie e classe de diâmetro, por hectare e total; quantificar, por espécie e por hectare, o volume e o número de indivíduos considerados como estoque em crescimento e adultos.

10. O relatório da amostragem de regeneração deverá conter: lista das espécies (nome regional e científico); abundância e a freqüência dos indivíduos de regeneração por hectare e total.

Análise estrutural

Há uma grande variação de métodos a serem empregados para a análise estrutural da floresta, considerando requisitos básicos estabelecidos internacionalmente. Dentre os métodos utilizados, distinguem-se os processos clássicos de investigação científica para obtenção de informações quali-quantitativas, definidos pelos parâmetros da estrutura horizontal e vertical da floresta.

1. Estrutura Horizontal: a estrutura horizontal é analisada pelos índices de abundância, dominância e freqüência das espécies florestais, nos termos absoluto e relativo de ocorrências. A combinação desses parâmetros fornece o Índice de Valor de Importância – IVI. O estudo permite quantificar a participação de cada espécie em relação às outras e a verificação da forma de sua distribuição espacial.

2. Estrutura Vertical: a finalidade da análise estrutural vertical é a indicação do estágio sucessional das espécies dentro da floresta. O estudo dos estratos superior, médio e inferior permite o conhecimento de dois índices de interesse: posição sociológica e regeneração natural das espécies existentes. Os dados de regeneração natural e posição sociológica de cada espécie, combinados com os índices de abundância, dominância e freqüência, determinados pela análise horizontal, fornecerá o Índice de Valor Ampliado (IVIA) de cada espécie, caracterizando sua importância fitossociológica dentro da floresta estudada.

O Relatório de Análise Fitossociológica deverá citar a metodologia utilizada para o desenvolvimento da análise estrutural, os resultados obtidos e a conclusão deles. Poderá ser acompanhado do perfil esquemático da floresta.

Planificação das operações de manejo – a planificação das operações de manejo considera:

1. Instalação das parcelas permanentes: as parcelas permanentes têm como objetivo a avaliação contínua dos parâmetros indicativos do comportamento e desenvolvimento da floresta, nas condições naturais e sob condições de manejo florestal. Os parâmetros de avaliação da evolução do crescimento e do comportamento da regeneração natural das espécies deverão ser estudados em período de tempo preestabelecido, visando ao acompanhamento dessas variáveis ao longo do tempo.

2. Seleção das espécies a serem exploradas: as espécies serão selecionadas para a exploração segundo suas potencialidades econômicas e suas características fitossociológicas dentro da floresta. A intensidade e os ciclos de corte deverão ser planejados e executados de forma compatível com a capacidade da floresta em assegurar a permanente geração de produtos e serviços, conservar a biodiversidade e garantir a capacidade de regeneração.

3. Equipamentos a serem utilizados: seleção dos equipamentos a serem utilizados na exploração, arraste e transporte dos toros, considerando as condições do meio e o mínimo possível de impacto negativo no ambiente.

4. Planificação da rede viária e estaleiros: os caminhos florestais na área do empreendimento, visando ao acesso e condições de transporte do material lenhoso explotado, deverão ser planejados e construídos considerando-se as condições de acessibilidade e curvas de nível do terreno, com a otimização da rede viária já existente.

5. Planificação das etapas da exploração: as etapas de exploração, que envolverão a marcação visual nos indivíduos a serem explorados, derrubada, desgalhamento, traçamento, arraste, estaleiramento e transporte de material lenhoso, deverão ser planejadas considerando as condições do ambiente e de forma a causar o menor impacto ambiental possível.

Planificação dos tratos silviculturais – a exploração deverá considerar as características silviculturais, volume e distribuição das espécies. Poderão ser aplicados métodos que promovam melhores condições de desenvolvimento da regeneração natural e que melhorem a qualidade do perfil da floresta

Fase da Instalação

A fase de instalação do empreendimento envolverá as etapas de alocação das parcelas permanentes e a construção da rede viária, de estaleiros, da infra-estrutura e sede do empreendimento.

Fase da Execução da Exploração

Nessa fase, ocorrem a exploração dos indivíduos das espécies previamente selecionadas e demarcadas e a aplicação dos tratos silviculturais planejados.

Redação Ambiente Brasil