{"id":93,"date":"2009-02-09T12:11:55","date_gmt":"2009-02-09T12:11:55","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T20:32:31","modified_gmt":"2021-07-10T23:32:31","slug":"agua_e_desastres","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/agua\/artigos_agua_doce\/agua_e_desastres.html","title":{"rendered":"\u00c1gua e Desastres"},"content":{"rendered":"\n

O clima e os recursos h\u00eddricos podem ter um impacto devastador no desenvolvimento s\u00f3cio-econ\u00f4mico e no bem-estar da Humanidade. Cientes desta realidade, os principais \u00f3rg\u00e3os ambientais da ONU, cientistas e pesquisadores dos problemas gerados pelas mudan\u00e7as clim\u00e1ticas, coincidiram em centralizar o foco das aten\u00e7\u00f5es do Dia Mundial da \u00c1gua de 2004 na tem\u00e1tica dos desastres. De acordo com a Organiza\u00e7\u00e3o Meteorol\u00f3gica Mundial \u2013 OMM, os eventos clim\u00e1ticos extremos, tais como furac\u00f5es, tempestades, inunda\u00e7\u00f5es e secas, provocam 75% das cat\u00e1strofes, que se traduzem em perdas de milhares de vidas e ingentes danos econ\u00f4micos aos pa\u00edses. A solu\u00e7\u00e3o at\u00e9 agora encontrada, fora monitorar esses eventos e predizer as suas ocorr\u00eancias, \u00e9 a oportuna divulga\u00e7\u00e3o de informa\u00e7\u00f5es com o objetivo de mitigar o impacto dos desastres sobre a vida cotidiana. <\/p>\n\n\n\n

A estrat\u00e9gia escolhida neste ano pela ONU \u00e9 a de tratar o tema \u201c\u00c1gua e Desastres\u201d com uma \u00eanfase particular na a\u00e7\u00e3o antr\u00f3pica e, de forma anal\u00edtica, na a\u00e7\u00e3o da natureza. Este ano, certamente, resultar\u00e1 num ac\u00famulo de informa\u00e7\u00f5es que servir\u00e3o para conhecer melhor como interagem estes dois universos e como podem ser minimizados os efeitos devastadores dos elementos. Mesmo com a universaliza\u00e7\u00e3o das informa\u00e7\u00f5es, internacionalmente pouco se conhece sobre como age a sociedade civil nas crises locais e nos milhares de desastres que devastam comunidades inteiras. <\/p>\n\n\n\n

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A ONU, como antecedente para a minimizar os desastres, lan\u00e7ou no ano passado a Campanha Mundial de Redu\u00e7\u00e3o de Desastres, orientada no sentido de mudar a nossa percep\u00e7\u00e3o e atitudes face aos desastres hidrometeorol\u00f3gicos. Uma das conclus\u00f5es dos debates levantados no Dia Mundial da \u00c1gua de 2004 ser\u00e1, sem nenhuma d\u00favida, a incorpora\u00e7\u00e3o da tem\u00e1tica dos desastres nas Metas do Mil\u00eanio da ONU. A falta de \u00e1gua atinge cerca de 2 bilh\u00f5es de pessoas no mundo e, se n\u00e3o forem adotadas medidas para conter o consumo, dentro de 25 anos cerca de 4 bilh\u00f5es de indiv\u00edduos n\u00e3o ter\u00e3o \u00e1gua suficiente nem para as suas necessidades b\u00e1sicas. <\/p>\n\n\n\n

Quanto \u00e0 participa\u00e7\u00e3o brasileira no Dia Mundial da \u00c1gua, a Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destaca que um pa\u00eds que det\u00e9m 11% da \u00e1gua doce do mundo n\u00e3o pode fracassar na tarefa de proteger e preservar os seus bens naturais. Para comemorar essa data foi planejado o Programa \u00c1gua Doce que pretende levar \u00e1gua para a popula\u00e7\u00e3o do Semi-\u00e1rido. Por sua vez, o Ministro das Cidades, Ol\u00edvio Dutra, anunciou que no pr\u00f3ximo m\u00eas de Abril o Governo enviar\u00e1, finalmente, para o Congresso Nacional o t\u00e3o esperado Projeto de Lei da nova Pol\u00edtica Nacional de Saneamento. <\/p>\n\n\n\n

Jo\u00e3o Bosco Senra, Secret\u00e1rio de Recursos H\u00eddricos do Minist\u00e9rio do Meio Ambiente, afirma que o Brasil pode comemorar o fato de a sociedade estar se envolvendo cada vez mais com as discuss\u00f5es sobre a conserva\u00e7\u00e3o da \u00e1gua. Segundo Senra, a parceria com a Confer\u00eancia Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, que adotou a \u00c1gua como tema da Campanha da Fraternidade deste ano, \u00e9 uma prova do interesse nesse campo e acrescenta que o maior desafio do Brasil \u00e9 acabar com a cultura de desperd\u00edcio. H\u00e1 tr\u00eas gera\u00e7\u00f5es, n\u00e3o se falava em polui\u00e7\u00e3o nem em cobrar pelo uso da \u00e1gua; a sociedade convivia com a cultura da abund\u00e2ncia. Hoje, temos uma situa\u00e7\u00e3o totalmente diferente. Al\u00e9m do esfor\u00e7o a ser realizado para n\u00e3o desperdi\u00e7ar esse bem, a sociedade como um todo precisa trabalhar pela sua preserva\u00e7\u00e3o, para garantir \u00e1gua de qualidade \u00e0s futuras gera\u00e7\u00f5es. <\/p>\n\n\n\n

O Brasil desperdi\u00e7a 40% da \u00e1gua pot\u00e1vel destinada ao consumo humano. A m\u00e9dia considerada ideal pela Organiza\u00e7\u00e3o das Na\u00e7\u00f5es Unidas \u00e9 de 20%; na Am\u00e9rica Latina apenas Argentina e Chile apresentam \u00edndices menores. O nosso pa\u00eds enfrenta s\u00e9rios problemas como a falta de saneamento e de tratamento de \u00e1gua, desperd\u00edcio nos sistemas de distribui\u00e7\u00e3o e mau uso da \u00e1gua pelas pessoas. A \u00e1rea rural demanda esse bem como condi\u00e7\u00e3o fundamental para o crescimento das suas atividades que, por raz\u00f5es estrat\u00e9gicas e de forma muito question\u00e1vel, se transformou no eixo da balan\u00e7a comercial brasileira ao gerar divisas. <\/p>\n\n\n\n

Por Ren\u00e9 Capriles – Editor da ECO\u202221
\nFonte: Eco 21 – www.eco21.com.br
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