{"id":892,"date":"2009-03-24T09:41:32","date_gmt":"2009-03-24T09:41:32","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T20:13:51","modified_gmt":"2021-07-10T23:13:51","slug":"a_universidade_do_seculo_xxi_rumo_ao_desenvolvimento_sustentavel","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/educacao\/artigos\/a_universidade_do_seculo_xxi_rumo_ao_desenvolvimento_sustentavel.html","title":{"rendered":"A Universidade do S\u00e9culo XXI Rumo ao Desenvolvimento Sustent\u00e1vel"},"content":{"rendered":"\n
1 \u2013 Introdu\u00e7\u00e3o <\/strong><\/p>\n\n\n\n O r\u00e1pido crescimento demogr\u00e1fico, o esbanjamento dos recursos naturais e a degrada\u00e7\u00e3o do meio ambiente, a pobreza persistente de grande parte da humanidade, a opress\u00e3o, a injusti\u00e7a e a viol\u00eancia de que padecem ainda milh\u00f5es de pessoas exigem a\u00e7\u00f5es corretivas de grande envergadura. <\/p>\n\n\n\n Segundo Mayor (1998, p. 46), a educa\u00e7\u00e3o \u00e9 a chave do desenvolvimento sustent\u00e1vel, auto-suficiente \u2013 uma educa\u00e7\u00e3o fornecida a todos os membros da sociedade, segundo modalidades novas e com a ajuda de tecnologias novas, de tal maneira que cada um se beneficie de chances reais de se instruir ao longo da vida. Devemos estar preparados, em todos os pa\u00edses, para remodelar o ensino, de forma a promover atitudes e comportamentos que sejam portadores de uma cultura da sustentabilidade. <\/p>\n\n\n\n \u00c9 a\u00ed que entram em jogo as universidades, assim como todos os estabelecimentos de ensino superior, que assumem uma responsabilidade essencial na prepara\u00e7\u00e3o das novas gera\u00e7\u00f5es para um futuro vi\u00e1vel. Pela reflex\u00e3o e por seus trabalhos de pesquisa b\u00e1sica, esses estabelecimentos devem n\u00e3o somente advertir, ou mesmo dar o alarme, mas tamb\u00e9m conceber solu\u00e7\u00f5es racionais. Devem tomar a iniciativa e indicar poss\u00edveis alternativas, elaborando esquemas coerentes para o futuro. Devem, enfim, fazer com que se tome consci\u00eancia maior dos problemas e das solu\u00e7\u00f5es atrav\u00e9s de seus programas educativos e dar, eles mesmos, o exemplo. <\/p>\n\n\n\n Esta tarefa se materializa na promo\u00e7\u00e3o de programas de ensino novos e\/ou reorientados, de acesso mais abrangente e cont\u00ednuo, na cria\u00e7\u00e3o de pain\u00e9is de peritos que aconselham os governos e fazem um acompanhamento cr\u00edtico da atua\u00e7\u00e3o destes e de outros agentes da sociedade. <\/p>\n\n\n\n Neste sentido, os trabalhos desenvolvidos dentro das institui\u00e7\u00f5es de ensino de n\u00edvel superior t\u00eam um efeito multiplicador, pois cada estudante, convencido das boas id\u00e9ias da sustentabilidade, influencia o conjunto, a sociedade, nas mais variadas \u00e1reas de atua\u00e7\u00e3o. <\/p>\n\n\n\n A educa\u00e7\u00e3o est\u00e1 sendo, nos dias de hoje, repensada como uma prepara\u00e7\u00e3o para a vida: trata-se de garantir a seguran\u00e7a do emprego e a aptid\u00e3o para o trabalho, de permitir a cada um satisfazer \u00e0s demandas de uma sociedade em r\u00e1pida evolu\u00e7\u00e3o, assim como as mudan\u00e7as tecnol\u00f3gicas que condicionam hoje, direta ou indiretamente, cada aspecto da exist\u00eancia e, finalmente, de conseguir responder \u00e0 busca da felicidade, do bem-estar e da qualidade de vida. <\/p>\n\n\n\n 2 \u2013 Meio ambiente<\/strong> <\/p>\n\n\n\n A concep\u00e7\u00e3o ecol\u00f3gica concebe o universo como um todo interligado e interconectado entre si. Reconhece a interdepend\u00eancia fundamental de todos os seres vivos, n\u00e3o como uma cole\u00e7\u00e3o de partes dissociadas, mas como uma rede de fen\u00f4menos articulados e fortemente imbricados, dentro da qual seres humanos e sociedades participam de forma c\u00edclica dos processos da natureza. <\/p>\n\n\n\n Neste sentido, Bertalanffy (1977, p. 35), com sua Teoria Geral dos Sistemas, enfatiza que tudo est\u00e1 unido a tudo e que cada organismo n\u00e3o \u00e9 um sistema est\u00e1tico fechado ao mundo exterior, mas sim um processo de interc\u00e2mbio com o meio circunvizinho, ou seja, um sistema aberto num estado quase estacion\u00e1rio, onde materiais ingressam continuamente, vindos do meio ambiente exterior, e neste s\u00e3o deixados materiais provenientes do organismo. <\/p>\n\n\n\n Para Bateson (1987, p. 17), um sistema vivo n\u00e3o se sustenta somente com a energia que recebe de fora, mas fundamentalmente pela organiza\u00e7\u00e3o da informa\u00e7\u00e3o que o sistema processar. <\/p>\n\n\n\n Esse processo de interliga\u00e7\u00e3o foi sabiamente descrito no s\u00e9culo passado por um chefe \u00edndio, numa carta enviada ao Presidente dos Estados Unidos que, de acordo com Dias (1993, p. 47), em sua obra A carta do Chefe Ind\u00edgena Seattle , dizia: \u201c [ … ] ensinem \u00e0s suas crian\u00e7as o que ensinamos \u00e0s nossas, que \u00e0 Terra \u00e9 nossa m\u00e3e. Tudo o que acontecer a Terra, acontecer\u00e1 aos filhos da Terra. Se os homens cospem no solo, est\u00e3o cuspindo em si mesmos [ … ] \u00e0 Terra n\u00e3o pertence ao homem; o homem pertence a Terra [ … ] todas as coisas est\u00e3o ligadas como o sangue que une uma fam\u00edlia. H\u00e1 uma liga\u00e7\u00e3o em tudo. Os rios s\u00e3o nossos irm\u00e3os, saciam nossa sede\u201d. <\/p>\n\n\n\n Foi com a Revolu\u00e7\u00e3o Industrial que o homem come\u00e7ou realmente a transformar a face do planeta, a natureza de sua atmosfera e a qualidade de sua \u00e1gua. O meio ambiente est\u00e1 sendo agredido, devido ao r\u00e1pido crescimento da popula\u00e7\u00e3o humana, que provoca decl\u00ednio cada vez mais acelerado de sua qualidade e de sua capacidade para sustentar a vida. <\/p>\n\n\n\n O impacto da esp\u00e9cie humana sobre o meio ambiente tem sido comparado, por alguns cientistas, \u00e0s grandes cat\u00e1strofes do passado geol\u00f3gico da Terra. A humanidade deve reconhecer que agredir o meio ambiente p\u00f5e em perigo a sobreviv\u00eancia de sua pr\u00f3pria esp\u00e9cie e pensar que o que est\u00e1 em jogo n\u00e3o \u00e9 uma causa nacional ou regional, mas sim a exist\u00eancia da humanidade como um todo. \u00c9 a vida que est\u00e1 em jogo. N\u00e3o podemos conceber um ecossistema sem o homem, n\u00e3o podemos encontrar o homem sem algum ecossistema. <\/p>\n\n\n\n Com todos os desastres que t\u00eam acontecido com o meio ambiente, percebemos que o ser humano tem sido capaz de modificar seu meio ambiente para adapt\u00e1-lo \u00e0s suas necessidades. <\/p>\n\n\n\n Com o r\u00e1pido crescimento da popula\u00e7\u00e3o, criou-se uma demanda sem precedentes, que o desenvolvimento tecnol\u00f3gico pretende satisfazer, submetendo o meio ambiente a uma agress\u00e3o que est\u00e1 provocando o decl\u00ednio cada vez mais acelerado de sua qualidade e de sua capacidade para sustentar a vida. <\/p>\n\n\n\n Um dos impactos que o uso de combust\u00edveis f\u00f3sseis tem produzido sobre o meio ambiente terrestre \u00e9 o aumento da concentra\u00e7\u00e3o de di\u00f3xido de carbono (CO2) na atmosfera, dando lugar a um aumento da temperatura global da Terra. <\/p>\n\n\n\n Outros males importantes causados pelo ser humano ao meio ambiente s\u00e3o o uso de pesticidas que contaminam regi\u00f5es agr\u00edcolas e interferem no metabolismo do c\u00e1lcio das aves; a eros\u00e3o do solo, que est\u00e1 degradando de 20 a 35% das terras de cultivo de todo o mundo; a perda das terras virgens; o crescente problema mundial do abastecimento de \u00e1gua, como conseq\u00fc\u00eancia do esgotamento dos aq\u00fc\u00edferos subterr\u00e2neos, assim como pela queda na qualidade e disponibilidade da \u00e1gua e a destrui\u00e7\u00e3o da camada de oz\u00f4nio. <\/p>\n\n\n\n Percebe-se, portanto, que hoje os problemas vividos no mundo s\u00e3o realmente em decorr\u00eancia da interven\u00e7\u00e3o humana no planeta e nos ecossistemas. A t\u00edtulo de exemplo, podemos citar: destrui\u00e7\u00e3o da biodiversidade ou a extin\u00e7\u00e3o de esp\u00e9cies; destrui\u00e7\u00e3o progressiva da camada de oz\u00f4nio por gases; efeito estufa ou aquecimento global; crescimento da popula\u00e7\u00e3o mundial; polui\u00e7\u00e3o e indisponibilidade de \u00e1gua pot\u00e1vel. <\/p>\n\n\n\n Desde a d\u00e9cada de 50, a deteriora\u00e7\u00e3o ambiental e sua rela\u00e7\u00e3o com o estilo de crescimento econ\u00f4mico j\u00e1 eram objeto de estudo e preocupa\u00e7\u00e3o internacional. Cita-se o te\u00f3logo luterano Albert Shweitzer, fil\u00f3sofo, organista int\u00e9rprete de Bach e m\u00e9dico mission\u00e1rio que em 1952 recebeu o Pr\u00eamio Nobel da Paz por popularizar a \u00e9tica ambiental e pelos seus esfor\u00e7os em defesa da \u201cIrmandade das Na\u00e7\u00f5es\u201d. Durante confer\u00eancia proferida em 20 de outubro de 1952 na Academia Francesa de Ci\u00eancias (Paris), sobre o tema \u201cO problema da \u00e9tica na evolu\u00e7\u00e3o do pensamento\u201d, ele declarou: \u201cquando o homem aprender a respeitar at\u00e9 o menor ser da cria\u00e7\u00e3o, seja animal ou vegetal, ningu\u00e9m precisar\u00e1 ensin\u00e1-lo a amar seu semelhante\u201d. <\/p>\n\n\n\n Nos anos 60, nos Estados Unidos, houve uma profunda mudan\u00e7a na atitude do povo americano com rela\u00e7\u00e3o \u00e0 necessidade de normas ambientais federais, suscitada pela obra \u201cSilent Spring \u201d (Primavera Silenciosa), de Rachel Carson, uma bi\u00f3loga marinha norte-americana que provocou os pol\u00edticos \u00e0 a\u00e7\u00e3o. O livro, publicado em 1962, presidiu o rito de passagem para o momento novo na hist\u00f3ria humana: o da preocupa\u00e7\u00e3o com os rumos do desenvolvimento pr\u00f3prio da sociedade industrial. <\/p>\n\n\n\n \u201cPrimavera Silenciosa\u201d relata os efeitos da m\u00e1 utiliza\u00e7\u00e3o dos pesticidas e inseticidas qu\u00edmico-sint\u00e9ticas, alertando sobre as conseq\u00fc\u00eancias danosas de in\u00fameras a\u00e7\u00f5es humanas sobre o ambiente. <\/p>\n\n\n\n Carson iniciou o debate sobre o custo ambiental dessa contamina\u00e7\u00e3o para o homem. J\u00e1 nessa \u00e9poca, apontava para os preju\u00edzos do uso de produtos qu\u00edmicos no controle de pragas e doen\u00e7as, advertindo que estavam interferindo nas defesas naturais do pr\u00f3prio ambiente e, segundo Dias (1993, p. 54), a autora dizia que \u201cn\u00f3s permitimos que esses produtos qu\u00edmicos fossem utilizados com pouca ou nenhuma pesquisa pr\u00e9via sobre seu efeito no solo, na \u00e1gua, animais selvagens e sobre o pr\u00f3prio homem\u201d. O livro teve os direitos comprados por uma multinacional de agroqu\u00edmica e, diz-se, isto impede sua republica\u00e7\u00e3o. <\/p>\n\n\n\n Nos \u00faltimos anos, a preocupa\u00e7\u00e3o em defender a natureza passou a ser mundial, devido a afirma\u00e7\u00f5es aterradoras como: <\/p>\n\n\n\n Portanto, fica clara a import\u00e2ncia da quest\u00e3o ambiental em qualquer discuss\u00e3o e tamb\u00e9m dentro dos debates da sociedade, no sentido de enfatizar a consci\u00eancia de preserva\u00e7\u00e3o do meio e a evolu\u00e7\u00e3o para a gest\u00e3o da sustentabilidade, porque, a cada dia, ficam evidentes as conseq\u00fc\u00eancias das agress\u00f5es que o homem comete contra a natureza. <\/p>\n\n\n\n 3 – A express\u00e3o \u201cDesenvolvimento Sustent\u00e1vel\u201d entra em cena <\/strong><\/p>\n\n\n\n O modelo de crescimento econ\u00f4mico gerou enormes desequil\u00edbrios. Se, por um lado, nunca houve tanta riqueza e fartura no mundo, por outro lado, a mis\u00e9ria, a degrada\u00e7\u00e3o ambiental e a polui\u00e7\u00e3o aumentam dia a dia. Diante dessa constata\u00e7\u00e3o, surge a id\u00e9ia do desenvolvimento sustent\u00e1vel, buscando conciliar o desenvolvimento econ\u00f4mico \u00e0 preserva\u00e7\u00e3o ambiental e, ainda, ao fim da pobreza no mundo. Fortalece-se a percep\u00e7\u00e3o de que \u00e9 imperativo desenvolver, sim, mas sempre em harmonia com as limita\u00e7\u00f5es ecol\u00f3gicas do planeta, ou seja, sem destruir o ambiente, para que as gera\u00e7\u00f5es futuras tenham chance de existir e viver bem, de acordo com as suas necessidades (melhoria da qualidade de vida e das condi\u00e7\u00f5es de sobreviv\u00eancia). <\/p>\n\n\n\n As metas do desenvolvimento sustent\u00e1vel s\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n A educa\u00e7\u00e3o ambiental \u00e9 parte vital e indispens\u00e1vel na tentativa de se chegar ao desenvolvimento sustent\u00e1vel, pois \u00e9 a maneira mais direta e funcional de se atingir pelo menos uma de suas metas: a participa\u00e7\u00e3o da popula\u00e7\u00e3o. <\/p>\n\n\n\n Educa\u00e7\u00e3o para a Vida Sustent\u00e1vel envolve uma pedagogia que coloca a compreens\u00e3o da vida como seu ponto central. O educando experimenta um aprendizado no mundo real que supera nossa aliena\u00e7\u00e3o da natureza, o que reacende um sentido de pertin\u00eancia e desenvolve um curr\u00edculo que ensina \u00e0s nossas crian\u00e7as os princ\u00edpios b\u00e1sicos da ecologia, tais como: <\/p>\n\n\n\n Essa pedagogia sugere o planejamento de um curr\u00edculo integrado, enfatizando o conhecimento contextual, no qual os v\u00e1rios assuntos s\u00e3o entendidos como recursos a servi\u00e7o de um foco central. Uma maneira ideal de alcan\u00e7ar a integra\u00e7\u00e3o \u00e9 aproximar-se da chamada \u2018aprendizagem por projetos\u201d, que consiste em facilitar as experi\u00eancias de aprendizagem ao envolver alunos em projetos complexos e contempor\u00e2neos, atrav\u00e9s dos quais eles desenvolvam e apliquem habilidades e conhecimentos. <\/p>\n\n\n\n Uma das formas de levar a educa\u00e7\u00e3o ambiental \u00e0 comunidade \u00e9 pela a\u00e7\u00e3o direta do professor na sala de aula e em atividades extracurriculares. Por meio de atividades como leitura, trabalhos escolares, pesquisas e debates, os alunos poder\u00e3o entender os problemas que afetam a comunidade onde vivem, a refletir e criticar as a\u00e7\u00f5es que desrespeitem e, muitas vezes, destroem um patrim\u00f4nio que \u00e9 de todos. <\/p>\n\n\n\n Os professores s\u00e3o a pe\u00e7a fundamental no processo de conscientiza\u00e7\u00e3o da sociedade dos problemas ambientais, pois buscar\u00e3o desenvolver, em seus alunos, h\u00e1bitos e atitudes sadios de conserva\u00e7\u00e3o ambiental e respeito \u00e0 natureza, transformando-os em cidad\u00e3os conscientes e comprometidos com o futuro do pa\u00eds. <\/p>\n\n\n\n Al\u00e9m disso, desenvolvimento sustent\u00e1vel introduz uma dimens\u00e3o \u00e9tica e pol\u00edtica que considera o desenvolvimento como um processo de mudan\u00e7a social, com conseq\u00fcente democratiza\u00e7\u00e3o do acesso aos recursos naturais e distribui\u00e7\u00e3o eq\u00fcitativa dos custos e benef\u00edcios do desenvolvimento. <\/p>\n\n\n\n O grande desafio do s\u00e9culo 21 \u00e9, ent\u00e3o, o de mudar o sistema de valores que est\u00e1 por tr\u00e1s da economia global, de modo a torn\u00e1-lo compat\u00edvel com as exig\u00eancias da dignidade humana e da sustentabilidade ecol\u00f3gica. <\/p>\n\n\n\n 4 \u2013 A nova miss\u00e3o do ensino superior: educar para o desenvolvimento sustent\u00e1vel <\/strong><\/p>\n\n\n\n Segundo Morin (2003), os saberes necess\u00e1rios \u00e0 educa\u00e7\u00e3o do futuro n\u00e3o t\u00eam nenhum programa educativo, escolar ou universit\u00e1rio. Para ele, n\u00e3o est\u00e3o concentrados no ensino fundamental, no m\u00e9dio, nem no ensino universit\u00e1rio, mas abordam problemas espec\u00edficos para cada um desses n\u00edveis. Eles dizem respeito aos buracos negros da educa\u00e7\u00e3o, completamente ignorados, subestimados ou fragmentados nos programas educativos. Programas esses que, na opini\u00e3o do autor, devem ser colocados no centro das preocupa\u00e7\u00f5es sobre a forma\u00e7\u00e3o dos jovens, futuros cidad\u00e3os. <\/p>\n\n\n\n Um dos saberes necess\u00e1rios \u00e0 educa\u00e7\u00e3o, para Morin (2003), \u00e9 a condi\u00e7\u00e3o planet\u00e1ria, sobretudo na era da globaliza\u00e7\u00e3o. Esse fen\u00f4meno que estamos vivendo hoje, em que tudo est\u00e1 conectado, \u00e9 um outro aspecto que o ensino ainda n\u00e3o tocou, assim como o planeta e seus problemas, a acelera\u00e7\u00e3o hist\u00f3rica, a quantidade de informa\u00e7\u00e3o que n\u00e3o conseguimos processar e organizar. Existe neste momento um destino comum a todos os seres humanos. <\/p>\n\n\n\n Compreender a no\u00e7\u00e3o de desenvolvimento sustent\u00e1vel na pr\u00e1tica educativa \u00e9 uma no\u00e7\u00e3o que continua a ter um sentido muito vago. O mundo desenvolvido n\u00e3o mostra grande entusiasmo perante tal obriga\u00e7\u00e3o. Ao contr\u00e1rio, os pa\u00edses em desenvolvimento reconhecem a seriedade da quest\u00e3o, dizendo \u2013 e o argumento tem perfeita justifica\u00e7\u00e3o \u2013 que vivem h\u00e1 muitos anos consumindo apenas o estritamente necess\u00e1rio e que t\u00eam, pois, o direito de dispor no futuro de uma fatia maior dos recursos. <\/p>\n\n\n\n Para ter acesso a uma melhor qualidade de vida, devemos melhorar os nossos conhecimentos. Maturana (1998, p. 18) diz que o verdadeiro conhecimento n\u00e3o leva ao controle ou \u00e0 tentativa de controle, mas leva ao entendimento, \u00e0 compreens\u00e3o, a uma harm\u00f4nica e ajustada aos outros e ao meio. Para ele, conhecer \u00e9 viver, viver \u00e9 conhecer. Diz ainda que todo conhecer \u00e9 uma a\u00e7\u00e3o efetiva que permite a um ser vivo continuar sua exist\u00eancia no mundo que ele mesmo traz \u00e0 tona ao conhec\u00ea-lo. <\/p>\n\n\n\n \u00c9 preciso progredir no campo da ci\u00eancia e da tecnologia, das ci\u00eancias sociais e humanas. Para garantir a qualidade a n\u00edvel humano, \u00e9 preciso melhorar tamb\u00e9m o sistema de valores. A sabedoria consiste, exatamente, na \u00edntima alian\u00e7a entre conhecimentos e valores. <\/p>\n\n\n\n \u00c9 a\u00ed que entram em jogo as universidades, assim como todos os estabelecimentos de ensino superior, que assumem uma responsabilidade essencial na prepara\u00e7\u00e3o das novas gera\u00e7\u00f5es para um futuro vi\u00e1vel. Pela reflex\u00e3o e por seus trabalhos de pesquisa b\u00e1sica, esses estabelecimentos devem n\u00e3o somente advertir, ou mesmo dar o alarme, mas tamb\u00e9m conceber solu\u00e7\u00f5es racionais. Devem tomar a iniciativa e indicar poss\u00edveis alternativas, elaborando esquemas coerentes para o futuro. Devem, enfim, fazer com que se tome consci\u00eancia maior dos problemas e das solu\u00e7\u00f5es atrav\u00e9s de seus programas educativos e dar, eles mesmos, o exemplo. <\/p>\n\n\n\n Os trabalhos desenvolvidos dentro das institui\u00e7\u00f5es de ensino de n\u00edvel superior t\u00eam um efeito multiplicador, pois cada estudante, convencido das boas id\u00e9ias da sustentabilidade, influencie o conjunto, a sociedade, nas mais variadas \u00e1reas de atua\u00e7\u00e3o. <\/p>\n\n\n\n Todos os estabelecimentos de ensino superior est\u00e3o bastante conscientes do papel que devem cumprir na prepara\u00e7\u00e3o das novas gera\u00e7\u00f5es para um futuro vi\u00e1vel. As universidades envolvidas partilham a convic\u00e7\u00e3o de que o progresso econ\u00f4mico e a prote\u00e7\u00e3o ambiental est\u00e3o indissoluvelmente ligados. Um n\u00e3o tem futuro sem o outro como demonstra a figura 1 <\/p>\n\n\n\n Para Kornhauser (2001, p. 236), a educa\u00e7\u00e3o \u00e9 o cimento da constru\u00e7\u00e3o do desenvolvimento humano sustent\u00e1vel. \u00c9 preciso elaborar estrat\u00e9gias e programas de educa\u00e7\u00e3o relacionados com o ambiente, que abranjam tanto o ensino escolar como a educa\u00e7\u00e3o informal, que adotem a perspectiva da educa\u00e7\u00e3o permanente a ser desenvolvida pelos poderes p\u00fablicos, o setor produtivo, o com\u00e9rcio e as comunidades locais. <\/p>\n\n\n\n 5 \u2013 A universidade do s\u00e9culo XXI rumo ao desenvolvimento sustent\u00e1vel <\/strong><\/p>\n\n\n\n O desafio do desenvolvimento sustent\u00e1vel procura, na universidade, um agente especialmente equipado para liderar o caminho, porque a sua miss\u00e3o \u00e9 o ensino e a forma\u00e7\u00e3o dos decisores do futuro ou dos cidad\u00e3os mais capacitados para a tomada de decis\u00e3o, porque \u00e9 rica e extensiva a sua experi\u00eancia em investiga\u00e7\u00e3o interdisciplinar e porque a sua natureza fundamental de motor do conhecimento lhe imprime um papel essencial num mundo cujas fronteiras se dissolvem a cada dia. <\/p>\n\n\n\n A Organiza\u00e7\u00e3o das Na\u00e7\u00f5es Unidas (ONU) deu os primeiros sinais \u00e0s universidades quanto ao seu papel no caminho global para o desenvolvimento sustent\u00e1vel. Os documentos associados \u00e0s Confer\u00eancias em Desenvolvimento Humano em 1972 e em Ambiente e Desenvolvimento \u2013 UNCED em 1999 explicitam objetivos e medidas dirigidas \u00e0s institui\u00e7\u00f5es de ensino superior (quadro 1). <\/p>\n\n\n\n UNCHD (1972)<\/span><\/p>\n Declara\u00e7\u00e3o de Estocolmo (Princ\u00edpios 9 e 24)<\/span><\/p>\n<\/td> UNCED (1991)<\/span><\/p>\n Relat\u00f3rio do Comit\u00ea Preparat\u00f3rio<\/span><\/p>\n<\/td> UNCED (1992)<\/span><\/p>\n Declara\u00e7\u00e3o do Rio (Princ\u00edpio 9)<\/span><\/p>\n<\/td> UNCED (1992)<\/span><\/p>\n Agenda 21 (Cap\u00edtulos 31, 34, 35 e 36)<\/span><\/p>\n<\/td> Quadro I \u2013 A ONU e as universidades no \u00e2mbito do Desenvolvimento Sustent\u00e1vel (1972-1992)<\/p>\n\n\n\n Fonte:http:www.campus.unl.pt \u2013 Acesso em 26.09.2003 <\/p>\n\n\n\n As universidades est\u00e3o cada vez mais conscientes do papel que t\u00eam a desempenhar para preparar as novas gera\u00e7\u00f5es para um futuro vi\u00e1vel. Nos anos 80, com a publica\u00e7\u00e3o do Relat\u00f3rio Brandtland e tamb\u00e9m da c\u00fapula \u201cPlaneta Terra\u201d do Rio, as universidades se esfor\u00e7aram para definir e ao mesmo tempo assumir seu papel no que se refere ao ensino para um futuro vi\u00e1vel. Com essa finalidade, em diferentes per\u00edodos e lugares, as universidades propuseram e adotaram declara\u00e7\u00f5es ambiciosas, onde apareciam os grandes princ\u00edpios e objetivos do processo de reforma que estavam prontos a adotar. Neste sentido, pode-se citar os seguintes documentos como declara\u00e7\u00f5es para o desenvolvimento sustent\u00e1vel: a resposta das universidades: <\/p>\n\n\n\n 5.1 \u2013 Declara\u00e7\u00e3o de Talloires<\/strong> \u2013 em outubro de 1990, vinte presidentes de universidades, os reitores e pr\u00f3-reitores das universidades de todas as regi\u00f5es do mundo mostraram seus interesses sobre a velocidade crescente da polui\u00e7\u00e3o e da degrada\u00e7\u00e3o ambientais e a deple\u00e7\u00e3o de recursos naturais. Esta declara\u00e7\u00e3o foi assinada no Centro Europeu da Universidade de Tufts, Talloires, Fran\u00e7a. <\/p>\n\n\n\n Consta na declara\u00e7\u00e3o que as universidades t\u00eam um papel crucial na educa\u00e7\u00e3o, investiga\u00e7\u00e3o, forma\u00e7\u00e3o de pol\u00edticas e troca de informa\u00e7\u00e3o necess\u00e1rias \u00e0 concretiza\u00e7\u00e3o destes objetivos e que os l\u00edderes universit\u00e1rios t\u00eam que garantir a lideran\u00e7a e apoio na mobiliza\u00e7\u00e3o dos recursos internos e externos, de forma a que as suas institui\u00e7\u00f5es respondam a este desafio urgente. Para isto tem as seguintes a\u00e7\u00f5es: <\/p>\n\n\n\n Os signat\u00e1rios da Declara\u00e7\u00e3o de Talloires comprometem-se a criar uma cultura institucional da sustentabilidade, encorajando todas as universidades a envolverem-se na educa\u00e7\u00e3o, investiga\u00e7\u00e3o, forma\u00e7\u00e3o de pol\u00edticas e interc\u00e2mbio de informa\u00e7\u00e3o em ambiente e desenvolvimento. <\/p>\n\n\n\n 5.2 \u2013 Declara\u00e7\u00e3o de Halifax <\/strong>\u2013 um ano mais tarde, em dezembro de 1991, em Halifax \u2013 Canad\u00e1, os representantes s\u00eaniores da IAU \u2013 Associa\u00e7\u00e3o Internacional das Universidades, da Universidade Unida das Na\u00e7\u00f5es e da Associa\u00e7\u00e3o das Universidades e Faculdades do Canad\u00e1, juntaram-se com 20 presidentes das universidades das v\u00e1rias partes do mundo para discutir as seguintes a\u00e7\u00f5es a todas as universidades: <\/p>\n\n\n\n A Declara\u00e7\u00e3o de Halifax foi liberada na conclus\u00e3o da confer\u00eancia. <\/p>\n\n\n\n 5.3 \u2013 Declara\u00e7\u00e3o de Swansea<\/strong> \u2013 em agosto de 1993, na conclus\u00e3o da confer\u00eancia quinquenial das Universidades da Comunidade (ACU), os participantes expressaram a opini\u00e3o de que as solu\u00e7\u00f5es aos problemas ambientais seriam eficazes se tivessem a participa\u00e7\u00e3o de toda a sociedade na busca da sustentabilidade. Para isto desencadeou a\u00e7\u00f5es para: <\/p>\n\n\n\n Esta declara\u00e7\u00e3o foi feita na Universidade do Wales, Swansea, no dia 20 de agosto de 1993, e j\u00e1 foi liberada na conclus\u00e3o da Associa\u00e7\u00e3o da Confer\u00eancia das Universidades. <\/p>\n\n\n\n 5.4 \u2013 Acordos da Confer\u00eancia da Terra <\/strong>\u2013 At\u00e9 a Confer\u00eancia do Rio (UNCED), as universidades praticamente estiveram fora do palco da discuss\u00e3o sobre o desenvolvimento sustent\u00e1vel. A experi\u00eancia trouxe uma li\u00e7\u00e3o clara: as universidades n\u00e3o se devem esquivar ao desafio, pois de acordo com Associa\u00e7\u00e3o Internacional das Universidades – IAU, 1993, se n\u00e3o nos envolvermos, se n\u00e3o usarmos as nossas for\u00e7as combinadas para ajudar a resolver os problemas emergentes da nossa sociedade global, ent\u00e3o seremos ignorados no despertar de um outro motor de mudan\u00e7a, uma outra ag\u00eancia ou estrutura que ser\u00e1 convidada a promover a lideran\u00e7a. Agenda 21 local \u2013 cap\u00edtulo 36 – promover a educa\u00e7\u00e3o, a consci\u00eancia p\u00fablica e a forma\u00e7\u00e3o . \u00c1rea program\u00e1tica \u2013 reorientar a educa\u00e7\u00e3o para o desenvolvimento sustent\u00e1vel – ONU, 1992 . Bases para a a\u00e7\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n 5.5 \u2013 Declara\u00e7\u00e3o de Kyoto<\/strong> \u2013 promovida pela Associa\u00e7\u00e3o Internacional das Universidades (IAU), sublinha a dimens\u00e3o \u00e9tica da educa\u00e7\u00e3o para o desenvolvimento sustent\u00e1vel que, al\u00e9m de ensinar princ\u00edpios, deve promover pr\u00e1ticas igualmente sustent\u00e1veis. Na 9\u00aa Mesa Redonda da IAU, que ocorreu em Kyoto (Jap\u00e3o) a 19 de novembro de 1993, cerca de 90 l\u00edderes universit\u00e1rios reuniram-se para discutir e adotar uma declara\u00e7\u00e3o de princ\u00edpios, baseada nas declara\u00e7\u00f5es emanadas das confer\u00eancias de Talloires (1990), Halifax (1991) e Swansea (1993). As a\u00e7\u00f5es foram as seguintes: <\/p>\n\n\n\n 5.6 \u2013 Carta Copernicus <\/strong>– A Carta Copernicus, chamada de Carta Patente da Universidade para o Desenvolvimento Sustent\u00e1vel, define os princ\u00edpios de a\u00e7\u00e3o a serem adotados pelas universidades rumo ao desenvolvimento sustent\u00e1vel. O Programa Copernicus (Cooperation Program for Environmental Research in Nature and Industry through Coordinated University Studies) \u00e9 um programa de coopera\u00e7\u00e3o europ\u00e9ia para a pesquisa sobre a natureza e a ind\u00fastria com os estudos coordenados da universidade e foi lan\u00e7ado pela Confer\u00eancia dos Reitores da Europa (CRE) em 1988. <\/p>\n\n\n\n Este programa \u00e9 o principal agente regional em di\u00e1logo nesta mat\u00e9ria a n\u00edvel internacional e trabalha em parceria com a Associa\u00e7\u00e3o das Universidades Europ\u00e9ias (EUA), o Instituto de Investiga\u00e7\u00e3o para a Europa Sustent\u00e1vel (SERI), a Associa\u00e7\u00e3o Ambiental das Universidades e Faculdades do Reino Unido (EAUC) e algumas universidades singularmente proativas em desenvolvimento sustent\u00e1vel no espa\u00e7o europeu. <\/p>\n\n\n\n Tendo como vis\u00e3o tornar a sustentabilidade uma marca registrada tanto do espa\u00e7o europeu da investiga\u00e7\u00e3o como do espa\u00e7o europeu da educa\u00e7\u00e3o, o programa Copernicus desenvolve a sua pr\u00f3pria estrat\u00e9gia de a\u00e7\u00e3o consubstanciada nos princ\u00edpios de sua carta, conforme quadro 2.<\/p>\n\n\n\n <\/p>\n -ci\u00eancia e investiga\u00e7\u00e3o;<\/span><\/p>\n -defini\u00e7\u00e3o de pol\u00edticas; desenvolvimento de capacidades;<\/span><\/p>\n -transfer\u00eancia tecnol\u00f3gica<\/span> <\/span><\/span><\/p>\n<\/td> Quadro 2 \u2013 Estrat\u00e9gia do Programa Copernicus para o Desenvolvimento Sustent\u00e1vel<\/p>\n\n\n\n <\/span>Fonte: http:\/\/www.copernicus-campus.org Acesso em 27.09.2003. <\/span><\/p>\n\n\n\n A carta patente foi introduzida e apresentada \u00e0 Confer\u00eancia Bianual de CRE em Barcelona em outubro de 1993 e assinada em Genebra em abril de 1994 por um conjunto de 196 universidades europ\u00e9ias. <\/p>\n\n\n\n 5.6.1 – Pre\u00e2mbulo<\/strong> – A explora\u00e7\u00e3o da biosfera pelo homem amea\u00e7a hoje a sua pr\u00f3pria exist\u00eancia. Ao longo das \u00faltimas d\u00e9cadas, as press\u00f5es sobre o ambiente global tornaram-se auto-evidentes, fazendo erguer uma voz comum pelo desenvolvimento sustent\u00e1vel. Nas palavras do Relat\u00f3rio Bruntland, n\u00f3s temos que aprender a cuidar das necessidades presentes sem comprometer a capacidade das gera\u00e7\u00f5es futuras de em qualquer parte satisfazerem as suas pr\u00f3prias necessidades. <\/p>\n\n\n\n A consci\u00eancia est\u00e1 a\u00ed. O que falta \u00e9 uma estrat\u00e9gia compreens\u00edvel para construir um futuro sustent\u00e1vel eq\u00fcitativo para todos os seres humanos, como foi sublinhado pela Confer\u00eancia do Rio (UNCED) e pela Confer\u00eancia das Na\u00e7\u00f5es Unidas sobre o Desenvolvimento Ambiental, em 1992. Essa estrat\u00e9gia requer um novo enquadramento mental e novo conjunto de valores. <\/p>\n\n\n\n A educa\u00e7\u00e3o \u00e9 essencial \u00e0 promo\u00e7\u00e3o de tais valores e para aumentar as capacidades das pessoas de enfrentar as quest\u00f5es ambientais e de desenvolvimento. A educa\u00e7\u00e3o em todos os n\u00edveis, especialmente a educa\u00e7\u00e3o universit\u00e1ria para a forma\u00e7\u00e3o de decisores e professores, deve ser orientada para o desenvolvimento sustent\u00e1vel e para forjar atitudes, padr\u00f5es de capacidade e comportamentos ambientalmente conscientes, tal como um sentido de responsabilidade \u00e9tica. A educa\u00e7\u00e3o tem que se tornar educa\u00e7\u00e3o ambiental no sentido mais lato do termo. <\/p>\n\n\n\n 5.6.2 – O papel das universidades<\/strong> – As universidades e equivalentes institui\u00e7\u00f5es de ensino superior formam as futuras gera\u00e7\u00f5es de cidad\u00e3os e possuem conhecimentos de especialidade em todos os campos da investiga\u00e7\u00e3o, tanto em tecnologia como nas ci\u00eancias naturais, humanas e sociais. <\/p>\n\n\n\n \u00c9 conseq\u00fcentemente seu dever propagar a literatura ambiental e promover a pr\u00e1tica de uma \u00e9tica ambiental na sociedade, em concord\u00e2ncia com os princ\u00edpios definidos na Magna Carta das Universidades Europ\u00e9ias e subseq\u00fcentes declara\u00e7\u00f5es universit\u00e1rias e com as recomenda\u00e7\u00f5es da UNCED para o ambiente e o desenvolvimento. <\/p>\n\n\n\n Na verdade, as universidades s\u00e3o cada vez mais chamadas a desempenhar um papel preponderante no desenvolvimento de uma forma de educa\u00e7\u00e3o multidisciplinar e eticamente orientada, de forma a encontrar solu\u00e7\u00f5es para os problemas ligados ao desenvolvimento sustent\u00e1vel. Elas devem, portanto, assumir um compromisso para com um processo cont\u00ednuo de informa\u00e7\u00e3o, educa\u00e7\u00e3o e mobiliza\u00e7\u00e3o de todas as partes relevantes da sociedade com rela\u00e7\u00e3o \u00e0s conseq\u00fc\u00eancias da degrada\u00e7\u00e3o ecol\u00f3gica, incluindo o seu impacto sobre o ambiente global e as condi\u00e7\u00f5es que garantem um mundo sustent\u00e1vel e justo. <\/p>\n\n\n\n Para alcan\u00e7ar estes objetivos e cumprir a sua miss\u00e3o b\u00e1sica, as universidades s\u00e3o pressionadas a desencadear todos os esfor\u00e7os para subscrever e implementar os dez princ\u00edpios de a\u00e7\u00e3o abaixo definidos. <\/p>\n\n\n\n 5.7 \u2013 Declara\u00e7\u00e3o dos estudantes para um futuro sustent\u00e1vel <\/strong>\u2013 organizado pelo CEED \u2013 Comunidade Ambiental de Desenvolvimento Educacional, esta Declara\u00e7\u00e3o ganhou respaldo no Reino Unido, na Universidade de Sunderland, com 80 pessoas de 34 universidades e faculdades brit\u00e2nicas nos dias 2 a 5 de julho de 1995. Foi discutida a responsabilidade ambiental dos estudantes na tentativa particular de moldar uma declara\u00e7\u00e3o abrangendo a\u00e7\u00f5es mais adicionais. Nessa \u00e9poca, os participantes da confer\u00eancia desenvolveram guias para a a\u00e7\u00e3o, tendo como o come\u00e7o de um acoplamento entre estudantes e as agendas ambientais institucionais e internacionais. <\/p>\n\n\n\n 5.8 \u2013 Parceria Global do Ensino Superior para o Desenvolvimento Sustent\u00e1vel<\/strong> \u2013 GHESP \u2013 esta parceria foi formada em 2000 pela ULSE \u2013 University Leaders for a Sustainable Future – Universidade L\u00edder para um Futuro Sustent\u00e1vel, Copernicus-campus, IAU – Associa\u00e7\u00e3o Internacional das Universidades e UNESCO \u2013 Organiza\u00e7\u00e3o das Na\u00e7\u00f5es Unidas para a Educa\u00e7\u00e3o, a Ci\u00eancia e a Cultura, em resultado do programa de trabalho da Comiss\u00e3o para o Desenvolvimento Sustent\u00e1vel das Na\u00e7\u00f5es Unidas (CSD-UM) e antecipando a Confer\u00eancia Mundial sobre Desenvolvimento Sustent\u00e1vel (WSSD). Essa parceria teve como primeiro produto a Declara\u00e7\u00e3o de Luneburg em 10 de outubro de 2001. Esta Declara\u00e7\u00e3o \u00e9 a instru\u00e7\u00e3o mais elevada para o desenvolvimento sustent\u00e1vel. \n<\/strong><\/p>\n\n\n\n Fonte: Maria Elisabeth Pereira Kraemer <\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" O r\u00e1pido crescimento demogr\u00e1fico, o esbanjamento dos recursos naturais e a degrada\u00e7\u00e3o do meio ambiente, a pobreza persistente de grande parte da humanidade, a opress\u00e3o, a injusti\u00e7a e a viol\u00eancia de que padecem ainda milh\u00f5es de pessoas exigem a\u00e7\u00f5es corretivas de grande envergadura. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":2,"featured_media":893,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[1425],"tags":[23,96,98,97,95],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/892"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=892"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/892\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":4438,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/892\/revisions\/4438"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/893"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=892"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=892"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=892"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}
Figura 1 – Interpreta\u00e7\u00e3o do Desenvolvimento Sustent\u00e1vel <\/span><\/div>\n\n\n\nDocumento<\/strong><\/span><\/td> Objetivos <\/strong><\/span><\/td> Medidas Recomendadas<\/strong><\/span><\/td><\/tr> \n Prever e\/ou minorar aspectos contr\u00e1rios ao desenvolvimento sustent\u00e1vel.<\/span><\/td> Formula\u00e7\u00e3o de acordos multi- ou bilaterais ou de outras formas de coopera\u00e7\u00e3o (nomeadamente em transfer\u00eancia tecnol\u00f3gica).<\/span><\/td><\/tr> \n Envolver todos na educa\u00e7\u00e3o para o desenvolvimento sustent\u00e1vel.<\/span><\/td> Envolvimento de decisores no governo, de especialistas que os aconselhem nas universidades, institutos de investiga\u00e7\u00e3o, etc.<\/span><\/td><\/tr> \n Fortalecer o desenvolvimento de capacidades para o desenvolvimento sustent\u00e1vel.<\/span><\/td> Interc\u00e2mbio de conhecimento cient\u00edfico e tecnol\u00f3gico. Desenvolvimento, adapta\u00e7\u00e3o, difus\u00e3o e transfer\u00eancia de tecnologias, incluindo as novas e inovativas.<\/span><\/td><\/tr> \n Clarificar o papel da ci\u00eancia e tecnologia no desenvolvimento sustent\u00e1vel.<\/span><\/td> (Re)desenho dos programas nacionais em Ci\u00eancia e Tecnologia por forma a clarificar contribui\u00e7\u00f5es do setor para o desenvolvimento sustent\u00e1vel e identificar fun\u00e7\u00f5es\/ responsabilidades do sector no desenvolvimento humano.<\/span><\/td><\/tr> Gerar e disseminar conhecimento e informa\u00e7\u00e3o em desenvolvimento sustent\u00e1vel.<\/span><\/td> <\/span><\/span>Produ\u00e7\u00e3o de avalia\u00e7\u00f5es cient\u00edficas de longo prazo sobre deple\u00e7\u00e3o dos recursos, uso da energia, impactos na sa\u00fade e tend\u00eancias demogr\u00e1ficas, e tornar p\u00fablicas em formas amplamente compreendidas.<\/span><\/td><\/tr> Educar todos para o desenvolvimento sustent\u00e1vel.<\/span><\/td> Desenvolvimento de programas de educa\u00e7\u00e3o em ambiente e desenvolvimento (acess\u00edvel a pessoas de todas as idades). Incentivos dos pa\u00edses \u00e0s universidades e a redes de trabalho neste \u00e2mbito.<\/span><\/td><\/tr><\/tbody><\/table><\/figure>\n\n\n\n Objetivos gerais<\/span><\/strong><\/td> Prioridades<\/span><\/strong><\/td> \u00c1reas-chave<\/span><\/strong><\/td> A\u00e7\u00f5es Copernicus<\/span><\/strong><\/td><\/tr> Identificar formas de as universidades ajudarem a sociedade a responder ao desafio do desenvolvimento sustent\u00e1vel<\/span><\/td> Gerar conhecimento em desenvolvimento sustent\u00e1vel<\/span><\/td> Investiga\u00e7\u00e3o multidisciplinar Redes de peritos<\/span><\/td> Semin\u00e1rio virtual em expans\u00e3o e desenvolvimento sustent\u00e1vel<\/span><\/td><\/tr> Disseminar conhecimento em desenvolvimento sustent\u00e1vel aos alunos<\/span><\/td> Forma\u00e7\u00e3o de professores Curr\u00edculos universit\u00e1rios em desenvolvimento sustent\u00e1vel<\/span> <\/span><\/span><\/td> <\/span><\/td><\/tr> Disseminar conhecimento em desenvolvimento sustent\u00e1vel \u00e0 sociedade<\/span><\/td> Parcerias e redes de trabalho a n\u00edvel local Servi\u00e7o \u00e0 sociedade em: <\/span> Confer\u00eancias anuais, desde 1998: Sustainable Universities: inter-, multi-and trans-disciplinary issues and options, (Barcelona, 1999)<\/span><\/td><\/tr> Alcan\u00e7ar a sustentabilidade nas universidades<\/span><\/td> Implementar pr\u00e1ticas ambientalmente respons\u00e1veis pelas e nas universidades<\/span><\/td> Promover a gest\u00e3o ambiental das universidades Promover padr\u00f5es sustent\u00e1veis de produ\u00e7\u00e3o e consumo nas universidades<\/span><\/td> Projetos:-Universidade de baixa energia;-Campus-solar europeu-Qu\u00edmica sustent\u00e1vel<\/span><\/td><\/tr><\/tbody><\/table><\/figure>\n\n\n\n
\nContadora, CRC\/SC n\u00ba 11.170, Professora e Integrante da Equipe de Ensino e Avalia\u00e7\u00e3o na Pr\u00f3-Reitoria de Ensino da UNIVALI \u2013 Universidade do Vale do Itaja\u00ed. Mestre em Rela\u00e7\u00f5es Econ\u00f4micas Sociais e Internacionais pela<\/em><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n<\/strong>\n\n\n\n