Canyoning \u00e9 a descida ou explora\u00e7\u00e3o desportiva de c\u00e2nions, rios em garganta ou desfiladeiros. O esporte tem como precursor, o franc\u00eas Alfred Martel que acabou “inventando” suas t\u00e9cnicas b\u00e1sicas enquanto pesquisava a hidrologia e geologia de canyons de dif\u00edcil acesso na cadeia montanhosa dos Pirineus, fronteira da Fran\u00e7a com a Espanha, no final do s\u00e9culo passado. Para vencer rios acidentados, desfiladeiros e vales profundos, esse cientista- aventureiro teve que combinar recursos utilizados no montanhismo e no que seria batizado, futuramente, de espeleologia.<\/p>\n\n\n\n
Foi introduzido no Brasil em 1989 por um grupo de espele\u00f3logos paulistas. Utiliza-se t\u00e9cnicas de alpinismo em cachoeiras, canyons, desfiladeiros e rios em forma de garganta aliando-se tamb\u00e9m t\u00e9cnicas do montanhismo, rafting e espeleologia. <\/p>\n\n\n\n
Em fun\u00e7\u00e3o das condi\u00e7\u00f5es geogr\u00e1ficas e clim\u00e1ticas bastante prop\u00edcias – relevo variad\u00edssimo e temperaturas amenas o ano todo – atualmente o Brasil est\u00e1 entre os 10 maiores praticantes de canyoning do mundo. Por\u00e9m, aqui o canyoning n\u00e3o \u00e9 reconhecido como atividade esportiva e sim recreativa. Nos \u00faltimos tr\u00eas anos, com a importa\u00e7\u00e3o e venda regular de equipamentos espec\u00edficos, o canyoning deixou de ser ex\u00f3tico para figurar como uma das atividades mais procuradas para divers\u00e3o e lazer, o que nos coloca entre os maiores consumidores mundiais dos produtos destinados \u00e0 pr\u00e1tica.<\/p>\n\n\n\n
A pr\u00e1tica do canyoning \u00e9 recomendado a pessoas que sabem nadar e que, de prefer\u00eancia, j\u00e1 fizeram rapel em rocha. Para os iniciantes, \u00e9 recomend\u00e1vel realizar v\u00e1rias simula\u00e7\u00f5es em local controlado (casa, terreno baldio, s\u00edtio), participar de v\u00e1rias descidas em condi\u00e7\u00f5es diferentes com equipe experiente, at\u00e9 adquirir confian\u00e7a.<\/p>\n\n\n\n
Manobras<\/strong><\/p>\n\n\n\n Rapel Positivo – Descida em contato com as pedras, em cachoeiras com inclina\u00e7\u00e3o positiva. O equil\u00edbrio \u00e9 mantido pelos p\u00e9s, mas \u00e9 a pessoa, ao “dar corda”, que determina a velocidade da descida. <\/p>\n\n\n\n Rapel Negativo – Descida pendurado numa corda, em cachoeiras com inclina\u00e7\u00e3o negativa, sem contato com as pedras. A corda passa pelo centro de gravidade do corpo, o que impede que a pessoa vire de cabe\u00e7a para baixo. A velocidade da descida \u00e9 controlada pela m\u00e3o posicionada na parte traseira do quadril.<\/p>\n\n\n\n Tirolesa – Travessia por uma corda presa em duas extremidades. As transposi\u00e7\u00f5es podem ser feitas usando um mosquet\u00e3o preso \u00e0 um “cabo-solteira” e conectado \u00e0 cadeirinha, ou ainda, preso \u00e0 uma roldana que dar\u00e1 mais velocidade a travessia.<\/p>\n\n\n\n Water trek – Caminhada pelo leito do rio, normalmente em sentido da corrente e onda haja pouca profundidade.<\/p>\n\n\n\n Saltos – Pular de pedra em pedra ou, ent\u00e3o, de uma pedra para dentro de um po\u00e7o d’\u00e1gua. A t\u00e9cnica varia de acordo com a altura do salto e da profundidade do po\u00e7o receptor. Verifica-se sempre, mesmo em locais j\u00e1 conhecidos, se n\u00e3o h\u00e1 novos obst\u00e1culos (\u00e1rvores ou rochas) no po\u00e7o.<\/p>\n\n\n\n Tobog\u00e3 – Nos escorregadores naturais, s\u00f3 as n\u00e1degas deslizam em contato com a pedra. Os p\u00e9s devem ficar levantados e os bra\u00e7os, cruzados sobre o peito.<\/p>\n\n\n\n Nata\u00e7\u00e3o – Nos trechos mais fundos, usando sempre colete salva-vidas ou mochila de flutua\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n Flutua\u00e7\u00e3o – Usado em corredeiras. Na posi\u00e7\u00e3o de crucifixo, com os bra\u00e7os abertos e os p\u00e9s voltados no sentido da corrente, a pessoa deixa-se levar pela corrente. Os p\u00e9s devem absorver o impacto das pedras do caminho.<\/p>\n\n\n\n As competi\u00e7\u00f5es s\u00e3o recentes e as regras se baseiam em crit\u00e9rios de regularidade e n\u00e3o velocidade. O trabalho em equipe e a desenvoltura dos participantes tamb\u00e9m s\u00e3o pontuados.<\/p>\n\n\n\n Seguran\u00e7a<\/strong><\/p>\n\n\n\n O sistema de fixa\u00e7\u00e3o e ancoragem \u00e9 o respons\u00e1vel pela seguran\u00e7a da descida, por isso tem de ser feito com muito crit\u00e9rio e conhecimento. Existem muitas varia\u00e7\u00f5es, equipamentos (cordas, grampos, mosquet\u00f5es, ferramentas), dependendo do lugar, tipo de rocha, vegeta\u00e7\u00e3o. No Brasil a vegeta\u00e7\u00e3o \u00e9 mais abundante, portanto n\u00e3o h\u00e1 necessidade de grampear, usa-se mais as cordas. O local determina os equipamentos adequados.<\/p>\n\n\n\n Apesar de originar-se de outras atividades, o Canyoning requer um material espec\u00edfico para as descidas: capacete, cordas especiais para uso na \u00e1gua, descensores, cinto-cadeirinha, roupas isot\u00e9rmicas para encarar as baixas temperaturas, sapatilha de borracha, luvas e mochilas \u00e0 prova d’\u00e1gua.<\/p>\n\n\n\n Equipamentos b\u00e1sicos:<\/strong><\/p>\n\n\n\n – Cintur\u00e3o ou cinto-cadeirinha;<\/p>\n\n\n\n – Mosquet\u00f5es (com e sem trava);<\/p>\n\n\n\n – Freio oito (para descer) de alum\u00ednio ultra resistente;<\/p>\n\n\n\n – Corda est\u00e1tica de 9,5 a 11 mm;<\/p>\n\n\n\n – Solteira (pe\u00e7a de corda para fazer auto-seguran\u00e7a);<\/p>\n\n\n\n – Capacete;<\/p>\n\n\n\n – Roupa de neoprene;<\/p>\n\n\n\n – Cal\u00e7ado especial;<\/p>\n\n\n\n – Mochila estanque ou vazada;<\/p>\n\n\n\n – Luvas de neoprene;<\/p>\n\n\n\n – Outros: roldanas, prote\u00e7\u00f5es de corda, cordeletes 6mm, malhas r\u00e1pidas P15, head lamp, mosquet\u00f5es de a\u00e7o com trava, manta de sobreviv\u00eancia, kit de primeiros socorros, apito FOX 40; canivete, prote\u00e7\u00e3o para mapas.<\/p>\n\n\n\n Locais para a pr\u00e1tica:<\/strong><\/p>\n\n\n\n S\u00e3o Paulo<\/strong><\/p>\n\n\n\n – Canyon do rio Jacar\u00e9-Pepira (Brotas)<\/p>\n\n\n\n – Cachoeira do Astor (Brotas)<\/p>\n\n\n\n – Cachoeira da Cassarova (Brotas)<\/p>\n\n\n\n – Canyon do rio Pardo (Caconde)<\/p>\n\n\n\n Rio de Janeiro<\/strong><\/p>\n\n\n\n – Canyon do rio Macacu (Cachoeira de Macacu)<\/p>\n\n\n\n – Parque Nacional da Serra do \u00d3rg\u00e3os (Teres\u00f3polis)<\/p>\n\n\n\n Minas Gerais<\/strong><\/p>\n\n\n\n – Cachoeira da Capivara (Serra do Cip\u00f3)<\/p>\n\n\n\n – Cachoeira dos Martins (Gon\u00e7alves)<\/p>\n\n\n\n Paran\u00e1, Santa Catarina e Rio Grande do Sul<\/strong><\/p>\n\n\n\n – Canyon Guartel\u00e1 (Castro-PR)<\/p>\n\n\n\n – Canyon do rio S\u00e3o Jo\u00e3o (Parque Estadual Marumbi-PR)<\/p>\n\n\n\n – Canyon do rio Igua\u00e7\u00fa (Parque Nacional do rio Igua\u00e7u-PR)<\/p>\n\n\n\n – Cachoeira da On\u00e7a (Presidente Get\u00falio-SC)<\/p>\n\n\n\n – Canyon da Encosta (Presidente Get\u00falio)<\/p>\n\n\n\n – Canyon do Sabi\u00e1 (Presidente Get\u00falio)<\/p>\n\n\n\n – Canyon do Palmito (Presidente Get\u00falio)<\/p>\n\n\n\n – Canyon dos \u00cdndios (Presidente Get\u00falio)<\/p>\n\n\n\n – Canyon do rio do Rastro (Parque Nacional S\u00e3o Joaquim)<\/p>\n\n\n\n – Canyon do Itaimbezinho (Parque Nacional Aparados da Serra SC\/RS)<\/p>\n\n\n\n Outras Localidades<\/strong><\/p>\n\n\n\n – Canyon S\u00e3o Miguel (Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros-GO)<\/p>\n\n\n\n – Canyon do rio Guai\u00faba (Pacatuba-CE)<\/p>\n\n\n\n – Canyon do Murimbeca (Parque Nacional Ubajara-CE)<\/p>\n\n\n\n – Canyon do rio Urubu (Presidente Figueiredo-AM)<\/p>\n\n\n\n – Canyon da Pedra Ca\u00edda (Carolina-MA)<\/p>\n\n\n\n – Cachoeira da Fuma\u00e7a (Parque Nacional Chapada Diamantina-BA)<\/p>\n\n\n\n – Cachoeira do Ferro Doido (Parque Nacional Chapada Diamantina<\/p>\n\n\n\n – Cachoeira Po\u00e7o do Diabo (Parque Nacional Chapada Diamantina)<\/p>\n\n\n\n Ambiente Brasil<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"