{"id":669,"date":"2015-07-10T14:04:10","date_gmt":"2015-07-10T14:04:10","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T19:15:50","modified_gmt":"2021-07-10T22:15:50","slug":"bird-watching","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/ecoturismo\/eco-esportes\/bird-watching.html","title":{"rendered":"Bird-Watching"},"content":{"rendered":"\n
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Pr\u00e1tica origin\u00e1ria dos Estados Unidos e Inglaterra, trata da observa\u00e7\u00e3o de p\u00e1ssaros em geral, em seu habitat natural, ou seja, pra\u00e7as, parques e terrenos s\u00e3o pr\u00f3prios para o esporte. Conhecimentos sobre ornitologia, do local e dos ecossistemas s\u00e3o necess\u00e1rios.<\/p>\n\n\n\n

A observa\u00e7\u00e3o amadora de aves n\u00e3o possui documenta\u00e7\u00e3o oficial.<\/p>\n\n\n\n

Atrav\u00e9s de relatos da vida cotidiana dos povos podemos constatar que era parte da educa\u00e7\u00e3o erudita das classes favorecidas. Can\u00e7\u00f5es, rimas, pinturas, esculturas, dan\u00e7as e poesias comprovam a forte emo\u00e7\u00e3o que a admira\u00e7\u00e3o pode inspirar nas pessoas.<\/p>\n\n\n\n

Antes do s\u00e9culo XIV, o interesse por hist\u00f3ria natural, em especial pelas aves, tinha se tornado popular na Inglaterra, chegando mais tarde aos Estados Unidos.<\/p>\n\n\n\n

Conforme publica\u00e7\u00e3o de Lincoln Barnett, da The Wildlife Society<\/strong>, o interesse de Charles Darwin<\/strong> pelas aves era t\u00e3o grande que certa vez ele questionou:<\/p>\n\n\n\n

\u201cPor que todos os cavalheiros ingleses n\u00e3o se dedicam \u00e0 ornitologia<\/em>?\u201d<\/p>\n\n\n\n

Na Inglaterra, o interesse pela ornitologia come\u00e7ou no fim do s\u00e9culo XVIII, mas era uma atividade aristocrata, praticada por propriet\u00e1rios rurais em suas terras. Durante anos, observar aves era uma atividade solit\u00e1ria. Um livro que muito influenciou a atividade foi Natural History of Selborne, escrito e publicado em 1789 por Gilbert White, religioso de Hampshire, Inglaterra.<\/p>\n\n\n\n

A era da observa\u00e7\u00e3o organizada de aves nos Estados Unidos come\u00e7ou em 1873, quando a Nuttall Ornithological Club<\/strong> \u2013 primeira organiza\u00e7\u00e3o norteamericana dedicada \u00e0 observa\u00e7\u00e3o e ao estudo de aves \u2013 foi criada em Boston por dois jovens ornit\u00f3logos: William Brewster e Henry Henshaw.<\/p>\n\n\n\n

Enquanto em 1946 os brasileiros estavam muito ocupados em conhecer e desbravar o pa\u00eds, em ocupar territ\u00f3rios desconhecidos e explorar os recursos naturais, um birdwatcher norte-americano, chamado William Belton, era enviado a Porto Alegre como c\u00f4nsul do seu pa\u00eds.<\/p>\n\n\n\n

Observador de aves amador na sua terra natal, tornou-se amigo \u00edntimo do Dr. Helmuth Sick, tamb\u00e9m um estrangeiro, um dos poucos homens que naquela \u00e9poca estudava as aves brasileiras de forma s\u00e9ria e sistem\u00e1tica, ocupando a posi\u00e7\u00e3o de ornit\u00f3logo no Museu Nacional do Rio de Janeiro.<\/p>\n\n\n\n

Belton trabalhou no consulado norte-americano em Porto Alegre at\u00e9 1948 e nestes tr\u00eas anos se deu conta do enorme potencial que havia para a atividade de observa\u00e7\u00e3o de aves no Brasil.<\/p>\n\n\n\n

Em 1970, j\u00e1 aposentado, escolheu Gramado como seu lugar de resid\u00eancia e de l\u00e1 partiu, em in\u00fameras expedi\u00e7\u00f5es, para os mais diversos rinc\u00f5es do estado do Rio Grande do Sul.<\/p>\n\n\n\n

Em 1972 ministrou o primeiro curso de extens\u00e3o na Unisinos, que foi repetido em 1974 por um de seus disc\u00edpulos, o bi\u00f3logo Fl\u00e1vio Silva. Ao final desse segundo curso, com os participantes acampados \u00e0s margens do Rio Ca\u00ed, na fazenda Chaleira Preta (hoje P\u00f3lo Petroqu\u00edmico de Triunfo), surgiu a ideia de fundar um Clube de Observadores de Aves. Assim, no dia 11 de novembro de 1974, foi fundado o primeiro COA do Brasil. Walter Voss foi um dos presentes naquele momento e um grande entusiasta da atividade nos anos que se seguiram.<\/p>\n\n\n\n

Aos poucos a not\u00edcia se espalhou e outros n\u00facleos de observadores, tamb\u00e9m chamados COA, foram surgindo em diversos estados do Brasil.<\/p>\n\n\n\n

Escrito assim, parece que observar aves \u00e9 uma coisa muito importante ou complicada – tem at\u00e9 nome em ingl\u00eas! Na verdade, n\u00e3o passa de \u201colhar passarinho\u201d, e c\u00e1 para n\u00f3s, passarinho \u00e9 uma das coisas mais interessantes da gente olhar.<\/p>\n\n\n\n

Possuem uma variedade de formas, cores, cantos e comportamentos que invariavelmente prendem nossa aten\u00e7\u00e3o. Podem ser grandes ou pequenos, coloridos ou desbotados, barulhentos ou silenciosos, irrequietos ou calmos, podem andar, pular ou voar, t\u00eam bicos chatos ou finos, grandes ou pequenos, retos ou tortos, p\u00e9s de pato, p\u00e9s de galinha, garras de gavi\u00e3o, e por a\u00ed vai. S\u00e3o t\u00e3o variados que a gente n\u00e3o se cansa nunca de observ\u00e1-los e se divertir com eles.<\/p>\n\n\n\n

A observa\u00e7\u00e3o de aves pode ser feita em qualquer lugar. No quintal de casa, na rua onde moramos, na pra\u00e7a perto do trabalho, nos parques, praticamente em qualquer local existem uma quantidade enorme de aves e uma variedade de esp\u00e9cies surpreendente esperando a nossa aten\u00e7\u00e3o. O Munic\u00edpio de Belo Horizonte, por exemplo, quase totalmente ocupado por pr\u00e9dios, casas e ind\u00fastrias, apresenta uma lista com aproximadamente 350 esp\u00e9cies diferentes. Podemos ver, em pleno centro da cidade, a misteriosa alma-de-gato na Savassi, o colorido fim-fim na Afonso Pena, e at\u00e9 mesmo a majestosa \u00e1guia-chilena ca\u00e7ando pombos entre os altos pr\u00e9dios ali na Rua da Bahia.<\/p>\n\n\n\n

O Brasil \u00e9 um pa\u00eds privilegiado. Com mais de 1.800 esp\u00e9cies ocupa a 2\u00aa posi\u00e7\u00e3o na lista dos pa\u00edses com maior n\u00famero de aves. Este n\u00famero tende a crescer muito pois, com os avan\u00e7os dos estudos filogen\u00e9ticos, a todo momento se elevam subesp\u00e9cies ao status de esp\u00e9cies. O aumento de estudiosos das aves tamb\u00e9m acrescenta anualmente novas esp\u00e9cies descobertas, especialmente na floresta amaz\u00f4nica, local ainda muito pouco conhecido. Com certeza, no prazo de 5 a 10 anos, o Brasil ser\u00e1 reconhecido como o pa\u00eds com maior n\u00famero de esp\u00e9cies aladas. O Estado de Minas Gerais, sozinho, tem registradas em torno de 770 esp\u00e9cies, enquanto todo o continente europeu apresenta aproximadamente 860.<\/p>\n\n\n\n

Como podemos ver, as oportunidades para nos divertirmos com a observa\u00e7\u00e3o de aves s\u00e3o infind\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n

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Dicas para quem quer come\u00e7ar a observa\u00e7\u00e3o de aves:<\/p>\n

1 – Comece pelas aves que est\u00e3o \u00e0 sua volta<\/strong><\/p>\n

<\/strong>\u201cAves est\u00e3o em todos os lugares, basta ter tempo para observ\u00e1-las\u201d. Para saber se voc\u00ea tem um interesse na atividade observe as aves que passam por voc\u00ea durante o seu dia. Bentevi, urubu e jo\u00e3o-de-barro s\u00e3o aves muito comuns em cidades, mas se voc\u00ea observar bem vai achar beija-flores, periquitos e at\u00e9 gavi\u00f5es.<\/p>\n

2 – Respeite a dist\u00e2ncia de conforto do animal<\/strong><\/p>\n

<\/strong>\u201cA ave tem que aprender que voc\u00ea n\u00e3o representa uma amea\u00e7a\u201d. \u00c9 preciso construir uma rela\u00e7\u00e3o de confian\u00e7a com o animal para poder se aproximar. Quando uma ave percebe que voc\u00ea est\u00e1 por perto ela para o que est\u00e1 fazendo e come\u00e7a a observ\u00e1-lo. Nesse momento o animal est\u00e1 julgando se voc\u00ea representa um perigo ou n\u00e3o. Voc\u00ea deve ficar parado, im\u00f3vel e em sil\u00eancio para que ela passe a confiar em voc\u00ea. Se ela voltar a fazer o que estava fazendo antes significa que ela se sente confort\u00e1vel com a sua presen\u00e7a e voc\u00ea pode chegar mais perto. Se ela parar para observ\u00e1-lo novamente voc\u00ea repete o mesmo procedimento. \u00c9 preciso construir uma rela\u00e7\u00e3o de confian\u00e7a com o animal para poder se aproximar. Algumas aves s\u00e3o mais ariscas que outras e com o tempo voc\u00ea vai prender a dist\u00e2ncia de conforto de cada esp\u00e9cie.<\/p>\n

3 – Use roupas com cores discretas<\/strong><\/p>\n

<\/strong>Cores chamativas, como vermelho ou amarelo, destoam do ambiente e denuncia a sua presen\u00e7a. Prefira cores discretas, que se camuflem com o lugar onde voc\u00ea se encontra. Isso deixar\u00e1 o animal mais confort\u00e1vel e diminui a dist\u00e2ncia de conforto.<\/p>\n

4- O bin\u00f3culo deixa o passeio mais interessante<\/strong><\/p>\n

<\/strong>Com o bin\u00f3culo \u00e9 poss\u00edvel ver detalhes que seriam imposs\u00edveis de observar a olho nu. Bin\u00f3culos pequenos s\u00e3o leves e pr\u00e1ticos, bin\u00f3culos maiores permitem a observa\u00e7\u00e3o em ambientes com pouca luz. Segundo Vitinho, Bushnell, Nikkon e Swift s\u00e3o marcas com bom custo benef\u00edcio. No Brasil \u00e9 um pouco dif\u00edcil de compr\u00e1-los. A melhor sa\u00edda \u00e9 pedir para algu\u00e9m que est\u00e1 indo para o exterior trazer um pra voc\u00ea.<\/p>\n

5 – Guias de aves ajudam na identifica\u00e7\u00e3o<\/strong><\/p>\n

<\/strong>Quando olhamos uma ave pela primeira vez percebemos a caracter\u00edstica mais marcante. Como o peito amarelo por exemplo. Mas existem v\u00e1rias esp\u00e9cies que possuem o mesmo peito amarelo. Para identificar a esp\u00e9cie \u00e9 necess\u00e1rio ficar atento para outras caracter\u00edsticas que n\u00e3o s\u00e3o t\u00e3o \u00f3bvias, e um guia de identifica\u00e7\u00e3o de aves pode ajudar muito no passeio. \u201c\u00c9 muito gostoso quando voc\u00ea identifica seu primeiro passarinho\u201d.<\/p>\n

6 – Ande devagar e em sil\u00eancio<\/strong><\/p>\n

<\/strong>Aves n\u00e3o gostam de barulho. \u00c9 preciso andar devagar, com cuidado para n\u00e3o quebrar galhos. Se precisar se comunicar, fale baixo porque a conversa pode espantar os animais.<\/p>\n

7 – Cuidado onde pisa<\/strong><\/p>\n

<\/strong>Quando procuramos por aves olhamos constantemente para cima. Lembre-se de que existem buracos e voc\u00ea pode torcer o p\u00e9 se cair em um deles. Vitinho recomenda o uso de perneiras para evitar acidentes com cobras.<\/p>\n

Equipamentos:<\/strong><\/p>\n

– Roupas e chap\u00e9us de cores discretas e neutras (verde, oliva, caqui); <\/p>\n

– Bin\u00f3culo;<\/p>\n

– Cadernetas para anota\u00e7\u00e3o;<\/p>\n

– M\u00e1quina fotogr\u00e1fica; <\/p>\n

– Gravador e filmadora.<\/p>\n

Locais para a pr\u00e1tica:<\/strong><\/p>\n

S\u00e3o Paulo<\/strong><\/p>\n

– Parque Estadual da Cantareira<\/p>\n

– Parque Estadual da Ilha do Cardoso<\/p>\n

– Esta\u00e7\u00e3o Ecol\u00f3gica Jur\u00e9ia-Itatins<\/p>\n

– Horto Florestal de Ubatuba<\/p>\n

Rio de Janeiro<\/strong><\/p>\n

– Parque Nacional de Itatiaia<\/p>\n

– Parque Nacional da Tijuca<\/p>\n<\/div>\n\n\n\n

Fontes: www.ecoavis.org.br;
\nwww.ornithos.com.br;
\nviajeaqui.abril.com.br;
\n<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"