{"id":632,"date":"2009-01-05T14:07:15","date_gmt":"2009-01-05T14:07:15","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T20:35:41","modified_gmt":"2021-07-10T23:35:41","slug":"canion_do_xingo_uma_natureza_radical","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/ecoturismo\/artigos\/canion_do_xingo_uma_natureza_radical.html","title":{"rendered":"C\u00e2nion do Xing\u00f3: uma natureza radical"},"content":{"rendered":"\n
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Pared\u00f5es rochosos com mais de 60 milh\u00f5es de anos brotam das \u00e1guas cristalinas do lago, formado com a constru\u00e7\u00e3o de barragem no Rio S\u00e3o Francisco. Com apenas 21 mil km2, Sergipe, o menor Estado do Pa\u00eds, oferece cen\u00e1rios paradis\u00edacos a um n\u00famero cada vez maior de turistas do Brasil e do exterior.<\/p>\n\n\n\n

O C\u00e2nion de Xing\u00f3, localizado no munic\u00edpio de Canind\u00e9 do S\u00e3o Francisco, a 213 quil\u00f4metros de Aracaju, \u00e9 um dos destinos mais procurados, principalmente por quem gosta de uma pitada de aventura durante as f\u00e9rias. Essa paisagem impressionante, com forma\u00e7\u00f5es rochosas de mais de 60 milh\u00f5es de anos brotando das \u00e1guas do lago, surgiu a partir da constru\u00e7\u00e3o da barragem da hidrel\u00e9trica de Xing\u00f3, no Rio S\u00e3o Francisco.<\/p>\n\n\n\n

Em pleno semi-\u00e1rido nordestino, o Rio Canind\u00e9 era, na maior parte do tempo, um leito seco com escassa vegeta\u00e7\u00e3o. Em 1995, a regi\u00e3o foi alagada para criar o reservat\u00f3rio da hidrel\u00e9trica de Xing\u00f3, dando origem a uma vegeta\u00e7\u00e3o exuberante, que atraiu enorme diversidade de p\u00e1ssaros e outras esp\u00e9cies.<\/p>\n\n\n\n

A regi\u00e3o \u00e9 visitada por turistas interessados em praticar esportes radicais, observar a fauna e navegar por entre as rochas que circundam o lago, que em alguns pontos chega a ter 170 metros de profundidade.<\/p>\n\n\n\n

\u201cSem d\u00favida \u00e9 um dos lugares mais bonitos do Brasil. A natureza caprichou em Xing\u00f3 e vale a pena visitar\u201d, diz Paulo Roberto Fonseca, morador de Bras\u00edlia que vai pelo menos uma vez por ano ao lago.<\/p>\n\n\n\n

Em seus 60 km2 de espelho d\u2019\u00e1gua, o lago de Xing\u00f3 oferece v\u00e1rias surpresas. Os pared\u00f5es de arenito rochoso se precipitam sobre as \u00e1guas verdes. No c\u00e2nion, \u00e9 poss\u00edvel encontrar vest\u00edgios \u2013 como pinturas rupestres e fragmentos de cer\u00e2mica \u2013 dos primeiros habitantes do local, que viveram por l\u00e1 h\u00e1 mais de oito mil anos. O passado atrai muitos turistas brasileiros interessados na hist\u00f3ria do lend\u00e1rio cangaceiro Lampi\u00e3o, morto em 1938. O fora-da-lei e seu bando trilharam o caminho que liga Canind\u00e9 a Angico.<\/p>\n\n\n\n

S\u00e3o Francisco<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Apesar das paisagens de ineg\u00e1vel apelo para os visitantes, a import\u00e2ncia do Rio S\u00e3o Francisco vai bem al\u00e9m do seu potencial tur\u00edstico. A Companhia Hidro El\u00e9trica do S\u00e3o Francisco (CHESF), que pertence ao Grupo Eletrobr\u00e1s, possui 14 usinas ao longo do rio. S\u00f3 a de Xing\u00f3 representa mais de 25% de toda a capacidade instalada da empresa. A usina tem capacidade instalada de 3,1 mil megawatts (MW). J\u00e1 o complexo de Paulo Afonso \u2013 formado pelas usinas de Paulo Afonso I, II, III e IV e Apol\u00f4nio Sales (Moxot\u00f3) \u2013 somam 4,2 mil MW. \u201cO Nordeste se desenvolveu por causa do S\u00e3o Francisco. Sem ele, a popula\u00e7\u00e3o nordestina praticamente n\u00e3o teria condi\u00e7\u00f5es de sobreviver. O rio \u00e9 a alma do Nordeste\u201d, diz Edgar Oliveira, superintendente de Projeto e Constru\u00e7\u00e3o de Gera\u00e7\u00e3o da CHESF.<\/p>\n\n\n\n

Opini\u00e3o semelhante tem o historiador Anderson Oliva, doutorando da Universidade de Bras\u00edlia (UnB). \u201cAl\u00e9m da import\u00e2ncia econ\u00f4mica, o rio tem a fun\u00e7\u00e3o de ligar diversas localidades da regi\u00e3o, contribuindo para a integra\u00e7\u00e3o do Nordeste brasileiro\u201d, diz. Oliva destaca ainda a identifica\u00e7\u00e3o cultural da popula\u00e7\u00e3o com o rio: \u201c\u00c9 incr\u00edvel como o S\u00e3o Francisco faz parte do imagin\u00e1rio popular e da cultura desses habitantes. Grande parte da produ\u00e7\u00e3o cultural nordestina se deve ao Velho Chico\u201d.<\/p>\n\n\n\n

A maioria dos turistas que visitam o local ainda \u00e9 de brasileiros, mas alguns grupos de estrangeiros come\u00e7am a chegar a essa parte do Nordeste brasileiro. \u201cJ\u00e1 fechamos passeios com finlandeses e argentinos\u201d, conta Vera Brasil, dona de um restaurante flutuante e organizadora de passeios no lago de Xing\u00f3. As operadoras de turismo est\u00e3o animadas com o sucesso das excurs\u00f5es para a regi\u00e3o. A Nativa Turismo, por exemplo, organiza passeios que duram um dia inteiro. \u201c\u00c9 uma oportunidade de conhecer rapidamente as belezas da regi\u00e3o. Sa\u00edmos \u00e0s seis da manh\u00e3 e s\u00f3 voltamos no fim do dia\u201d, diz Wagner Rouver, dono da empresa.<\/p>\n\n\n\n

Os passeios de catamar\u00e3 e escuna s\u00e3o os preferidos dos turistas, mas a visita\u00e7\u00e3o ao mirante, ao museu de Xing\u00f3 e \u00e0 usina hidrel\u00e9trica tamb\u00e9m est\u00e3o entre os mais populares.<\/p>\n\n\n\n

Esportes radicais<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Os esportes radicais tamb\u00e9m fazem parte da programa\u00e7\u00e3o dos turistas que visitam a regi\u00e3o das hidrel\u00e9tricas da CHESF. Em Xing\u00f3, por exemplo, o passeio de bote no c\u00e2nion \u00e9 quase obrigat\u00f3rio. J\u00e1 no complexo de Paulo Afonso as atividades s\u00e3o mais variadas. Quem gosta de adrenalina pode fazer escalada, rappel, tirolesa e trekking. \u201cN\u00f3s fornecemos alimenta\u00e7\u00e3o adequada, de acordo com a dura\u00e7\u00e3o da aventura, que varia. O rappel, por exemplo, dura cinco horas e a seguran\u00e7a \u00e9 total\u201d, diz Pasur Cavalcante, instrutor da Kalangos, escola especializada em esportes radicais.<\/p>\n\n\n\n

O rapel \u00e9 uma t\u00e9cnica de descida por meio de cordas na qual o aventureiro busca vencer os obst\u00e1culos, como pared\u00f5es, pr\u00e9dios, penhascos, pontes e declives. J\u00e1 a tirolesa \u00e9 uma travessia de abismos que exige muita per\u00edcia e cuidado. \u201cEsses s\u00e3o alguns exemplos de esportes radicais que praticamos na regi\u00e3o. Nossa principal preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 com a seguran\u00e7a. Os equipamentos s\u00e3o de primeira e qualquer pessoa pode praticar\u201d, explica Pasur Cavalcante.<\/p>\n\n\n\n

\u201cRealmente, esse lugar tem um potencial tur\u00edstico incr\u00edvel que n\u00e3o pode ser desperdi\u00e7ado\u201d, observa Rouver, que na alta temporada leva cerca de mil turistas por m\u00eas para conhecer o S\u00e3o Francisco. \u201cA maioria dos visitantes \u00e9 do Sudeste, mas \u2013 com a divulga\u00e7\u00e3o do roteiro \u2013 gente de todo o Brasil come\u00e7a a vir a Sergipe\u201d, comemora ele.<\/p>\n\n\n\n

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Rapel – T\u00e9cnica de descida utilizada por aventureiros. Por meio de cordas, se desce de forma controlada, vencendo obst\u00e1culos como pr\u00e9dios, pared\u00f5es, pontes e declives. Inicialmente, o rapel era usado apenas por alpinistas para descer montanhas depois de uma escalada ou por equipes de resgate. Hoje, \u00e9 praticado como esporte radical, com o aux\u00edlio de equipamentos como mosquet\u00f5es, freios, cadeirinha, luvas etc.<\/p>\n\n\n\n

Tirolesa – T\u00e9cnica de travessia de abismos em que o aventureiro desliza por uma corda que liga dois pontos posicionados em alturas diferentes. Para fazer esse tipo de travessia com seguran\u00e7a total, \u00e9 preciso algum conhecimento das t\u00e9cnicas e dos equipamentos.<\/p>\n\n\n\n

Escalada esportiva – A modalidade \u00e9 praticada em rochas e se desenvolveu muito nos anos 80. Envolve regras e um vocabul\u00e1rio muito espec\u00edfico. Praticada em pequenas fal\u00e9sias que variam entre 20 e 60 metros de altura.<\/p>\n\n\n\n

Trekking – Nada mais \u00e9 do que uma caminhada em trilhas, em contato permanente com a natureza.<\/p>\n\n\n\n

Por Aurore Bubu Ambientalista
\nFonte: Revista Eco 21, ano XV, N\u00ba 103 junho\/2005.
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