{"id":599,"date":"2008-12-17T17:00:04","date_gmt":"2008-12-17T17:00:04","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T20:35:53","modified_gmt":"2021-07-10T23:35:53","slug":"onde_esta_a_prova_de_que_os_alimentos_transgenicos_sao_por_natureza_inseguros_pergunta_a_royal_society","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/biotecnologia\/artigos_de_biotecnologia\/onde_esta_a_prova_de_que_os_alimentos_transgenicos_sao_por_natureza_inseguros_pergunta_a_royal_society.html","title":{"rendered":"Onde est\u00e1 a prova de que os alimentos transg\u00eanicos s\u00e3o, por natureza, inseguros?, pergunta a Royal Society"},"content":{"rendered":"\n

Alega\u00e7\u00f5es de que alimentos que cont\u00eam ingredientes de plantas geneticamente modificadas s\u00e3o, por natureza, menos seguros do que suas contrapartes convencionais permanecem sem prova, segundo uma declara\u00e7\u00e3o p\u00fablica da Royal Society, publicada no dia 8 de maio de 2003.<\/p>\n\n\n\n

Em duas apresenta\u00e7\u00f5es \u00e0 GM Science Review, f\u00f3rum de debates sobre OGMs patrocinado pelo governo brit\u00e2nico, a Royal Society salienta que o potencial de os ingredientes transg\u00eanicos reduzirem o valor nutricional dos alimentos ou de causarem rea\u00e7\u00f5es al\u00e9rgicas, em princ\u00edpio, \u00e9 igual ao dos ingredientes convencionais. Al\u00e9m disso, n\u00e3o existem provas concretas de que a sa\u00fade humana possa ser prejudicada pela ingest\u00e3o de seq\u00fc\u00eancias de DNA criadas pela modifica\u00e7\u00e3o gen\u00e9tica dos ingredientes dos alimentos.<\/p>\n\n\n\n

O Professor Patrick Bateson, Vice-Presidente e Secret\u00e1rio para Assuntos de Biologia da Royal Society, disse: \u201cAno passado, realizamos uma importante an\u00e1lise das provas referentes \u00e0s plantas geneticamente modificadas e da sa\u00fade humana e n\u00e3o tivemos nenhum ind\u00edcio desde ent\u00e3o que alterasse nossas conclus\u00f5es originais. Se realmente existem provas confi\u00e1veis de que os alimentos transg\u00eanicos s\u00e3o mais prejudiciais \u00e0s pessoas do que os alimentos n\u00e3o-transg\u00eanicos, gostar\u00edamos de saber o motivo pelo qual isso n\u00e3o foi publicado.\u201d<\/p>\n\n\n\n

E acrescentou: \u201cPor muitos anos, foi dito ao p\u00fablico que a ingest\u00e3o de alimentos transg\u00eanicos \u00e9, por natureza, insegura. A maioria das pessoas gostaria de saber quais provas existem para sustentar tais alega\u00e7\u00f5es. Examinamos os resultados da pesquisa publicada e n\u00e3o encontramos nenhum indicativo de que os alimentos transg\u00eanicos s\u00e3o, por natureza, inseguros. Se algu\u00e9m tem provas conclusivas, tragam-nas \u00e0 tona para que possam ser avaliadas.\u201d<\/p>\n\n\n\n

\u201cO p\u00fablico tem o direito de decidir se quer comprar alimentos transg\u00eanicos e de ter acesso \u00e0s informa\u00e7\u00f5es confidenciais e \u00e0quelas que foram publicadas, com base em resultados cient\u00edficos consistentes. \u00c9 decepcionante ver um grupo como o Greenpeace declarar em seu website que \u2018os riscos s\u00e3o enormes e as conseq\u00fc\u00eancias potencialmente catastr\u00f3ficas\u2019, sem que apresentem nenhuma raz\u00e3o convincente que sustente tal alega\u00e7\u00e3o\u201d, disse.<\/p>\n\n\n\n

De acordo com o Professor Bateson, \u201calgumas quest\u00f5es importantes precisam ser solucionadas a respeito do potencial impacto, positivo ou negativo, de culturas transg\u00eanicas no meio ambiente. Mas isso deve ser abordado sem uma cortina de fuma\u00e7a de alega\u00e7\u00f5es infundadas sobre sua amea\u00e7a \u00e0 sa\u00fade humana.\u201d<\/p>\n\n\n\n

E acrescenta: \u201cuma pesquisa p\u00fablica recente mostrou que a maioria das pessoas \u00e9 contra alimentos geneticamente modificados. Muitos consumidores ficaram apreensivos com alega\u00e7\u00f5es n\u00e3o comprovadas a respeito da seguran\u00e7a dos alimentos transg\u00eanicos. Os respons\u00e1veis pela cria\u00e7\u00e3o dos produtos geneticamente modificados tamb\u00e9m n\u00e3o demonstraram de forma satisfat\u00f3ria aos consumidores quais benef\u00edcios s\u00e3o oferecidos em rela\u00e7\u00e3o aos alimentos convencionais.\u201d<\/p>\n\n\n\n

As declara\u00e7\u00f5es da Royal Society tamb\u00e9m chamam a aten\u00e7\u00e3o para alguns pontos da regulamenta\u00e7\u00e3o de alimentos que devem ser abordados para garantir que todos os alimentos, inclusive os que cont\u00eam ingredientes transg\u00eanicos, sejam avaliados adequadamente. Segundo o Professor Bateson, \u201co p\u00fablico espera que as regulamenta\u00e7\u00f5es acompanhem os progressos dos novos desenvolvimentos na forma como os alimentos s\u00e3o produzidos, e que sejam t\u00e3o eficientes para alimentos transg\u00eanicos quanto para alimentos convencionais. Entendemos que a Food Standards Agency (ag\u00eancia oficial brit\u00e2nica de regulamenta\u00e7\u00e3o de alimentos) acolheu as recomenda\u00e7\u00f5es feitas por n\u00f3s em nosso relat\u00f3rio no ano passado e est\u00e1 tomando medidas para abordar as quest\u00f5es que destacamos.\u201d<\/p>\n\n\n\n

\"ab\"\/<\/figure>\n\n\n\n

<\/span><\/div>\n\n\n\n

A Sociedade Real Apresenta seu Parecer \u00e0 Comiss\u00e3o de Revis\u00e3o Cient\u00edfica de OGMs do Governo Brit\u00e2nico<\/p>\n\n\n\n

Plantas geneticamente modificadas para uso alimentar e sa\u00fade humana<\/p>\n\n\n\n

A modifica\u00e7\u00e3o gen\u00e9tica das plantas suscita quest\u00f5es relevantes para a ci\u00eancia e para o p\u00fablico e a Royal Society incentiva o debate, devidamente fundamentado em bases cient\u00edficas id\u00f4neas, sobre os poss\u00edveis benef\u00edcios e riscos da biotecnologia. Ao longo de todo o curso de desenvolvimento desse ramo da ci\u00eancia, temos fornecido pareceres para a formula\u00e7\u00e3o de pol\u00edticas sobre plantas geneticamente modificadas e, nos \u00faltimos cinco anos, emitimos diversos relat\u00f3rios sobre o assunto. Maiores detalhes e as \u00faltimas informa\u00e7\u00f5es do trabalho da Royal Society podem ser encontrados no endere\u00e7o http:\/\/www.royalsoc.ac.uk\/gmplants\/.<\/p>\n\n\n\n

O uso de plantas geneticamente modificadas (GM) pode gerar enormes benef\u00edcios para as pr\u00e1ticas agr\u00edcolas, para a qualidade dos alimentos e para a nutri\u00e7\u00e3o e sa\u00fade humanas. No relat\u00f3rio da Royal Society, intitulado “Plantas geneticamente modificadas para uso alimentar e sa\u00fade humana \u2013 uma atualiza\u00e7\u00e3o”, publicado em fevereiro de 2002, afirmamos n\u00e3o haver motivos que nos fa\u00e7am duvidar da seguran\u00e7a de alimentos contendo ingredientes GM hoje dispon\u00edveis, nem para acreditar que a modifica\u00e7\u00e3o gen\u00e9tica torne o alimento inerentemente menos seguro do que seu correspondente convencional.<\/p>\n\n\n\n

Mais especificamente, analisamos nesse relat\u00f3rio os poss\u00edveis efeitos dos alimentos GM sobre a nutri\u00e7\u00e3o humana, as poss\u00edveis respostas al\u00e9rgicas aos alimentos GM, as poss\u00edveis conseq\u00fc\u00eancias que o uso de DNA viral em plantas poderia acarretar para a sa\u00fade humana e o destino do DNA da planta GM no sistema digestivo. Depois de reavaliar os dados cient\u00edficos, conclu\u00edmos:<\/p>\n\n\n\n

\u2022 que embora uma aplica\u00e7\u00e3o em potencial da tecnologia GM consista em melhorar a qualidade nutricional das culturas agr\u00edcolas, \u00e9 poss\u00edvel que essa tecnologia acabe provocando altera\u00e7\u00f5es mal\u00e9ficas imprevis\u00edveis no status nutricional dos alimentos. Tais altera\u00e7\u00f5es, contudo, tamb\u00e9m podem ocorrer nos processos convencionais de melhoramento.<\/p>\n\n\n\n

\u2022 n\u00e3o existem, at\u00e9 o momento, provas de que os alimentos GM causem rea\u00e7\u00f5es al\u00e9rgicas. A princ\u00edpio, os riscos alerg\u00eanicos representados pelas plantas GM n\u00e3o s\u00e3o maiores do que os impostos por culturas agr\u00edcolas derivadas de t\u00e9cnicas convencionais nem por plantas origin\u00e1rias de outras regi\u00f5es do mundo.<\/p>\n\n\n\n

\u2022 que os riscos para a sa\u00fade humana associados ao uso em plantas GM de seq\u00fc\u00eancias espec\u00edficas de DNA viral (caso, por exemplo, do promotor derivado do v\u00edrus vegetal do mosaico da couve-flor) s\u00e3o desprez\u00edveis.<\/p>\n\n\n\n

\u2022 que a longu\u00edssima hist\u00f3ria de consumo de DNA de ampla variedade de fontes n\u00e3o aponta risco significativo algum para a sa\u00fade humana e que a ingest\u00e3o adicional do DNA geneticamente modificado \u00e9 absolutamente in\u00f3cua.<\/p>\n\n\n\n

A Comiss\u00e3o de Revis\u00e3o Cient\u00edfica destacou ainda uma s\u00e9rie de quest\u00f5es importantes para os colaboradores responderem, entre elas:<\/p>\n\n\n\n

“Est\u00e3o surgindo novas t\u00e9cnicas (a prote\u00f4mica, por exemplo) capazes de detectar diferen\u00e7as extremamente sutis entre as plantas transg\u00eanicas e as plantas parentais ou receptoras, que podem vir a assumir importante papel na detec\u00e7\u00e3o de intera\u00e7\u00f5es nocivas n\u00e3o-intencionais. Resta, por\u00e9m, a d\u00favida quanto ao modo como esses dados seriam usados numa avalia\u00e7\u00e3o de seguran\u00e7a.”<\/p>\n\n\n\n

Abordamos essa quest\u00e3o em nosso estudo de 2002 e conclu\u00edmos que, no futuro, as avalia\u00e7\u00f5es de seguran\u00e7a poder\u00e3o valer-se das novas t\u00e9cnicas de determina\u00e7\u00e3o de perfil \u2013 como a tecnologia dos micro-arranjos, aplic\u00e1vel ao estudo detalhado da express\u00e3o do mRNA, a eletroforese quantitativa bidimensional em gel e a espectrometria de massa, para an\u00e1lise de prote\u00ednas, e as an\u00e1lises metabol\u00f4micas, permitem detectar altera\u00e7\u00f5es em todos os metab\u00f3litos e intermedi\u00e1rios metab\u00f3licos. A aplica\u00e7\u00e3o dessas t\u00e9cnicas para caracterizar diferen\u00e7as entre a cultura geneticamente modificadas e o devido elemento de compara\u00e7\u00e3o certamente contribuir\u00e3o para proporcionar uma base cient\u00edfica rigorosa para a identifica\u00e7\u00e3o de riscos.<\/p>\n\n\n\n

Entretanto, ainda precisa ser empreendido um intenso trabalho de desenvolvimento que vise, principalmente, determinar a utilidade dessa linha de a\u00e7\u00e3o em face da enorme varia\u00e7\u00e3o natural, em termos de composi\u00e7\u00e3o, das culturas agr\u00edcolas cultivadas nos diferentes meios ambientes. S\u00e3o necess\u00e1rias pesquisas de longo prazo para que essas t\u00e9cnicas possam ser aplicadas a avalia\u00e7\u00f5es de seguran\u00e7a de alimentos geneticamente modificados e convencionais, motivo pelo qual recomendamos a realiza\u00e7\u00e3o de pesquisas voltadas para o desenvolvimento dessa tecnologia, que levem a uma defini\u00e7\u00e3o da composi\u00e7\u00e3o “normal” das plantas convencionais. Aplaudimos as iniciativas de custeio j\u00e1 colocadas em pr\u00e1tica pelo programa “Quadro V” (Framework V) da Uni\u00e3o Europ\u00e9ia e da Ag\u00eancia de Padr\u00f5es Alimentares (FSA), do Reino Unido e, al\u00e9m disso, recomendamos que o setor de biotecnologia em geral colabore com a academia e com os \u00f3rg\u00e3os reguladores no sentido de desenvolver t\u00e9cnicas e divulgar dados de refer\u00eancia, de modo a garantir a melhor aplica\u00e7\u00e3o poss\u00edvel para as novas t\u00e9cnicas e a favorecer um consenso na interpreta\u00e7\u00e3o de seus resultados.<\/p>\n\n\n\n

Refer\u00eancia:
A Royal Society apresentou provas \u00e0 GM Science Review:Plantas geneticamente modificadas para uso alimentar e sa\u00fade humana. O processo regulat\u00f3rio e a sa\u00fade humana.<\/p>\n\n\n\n

Plantas geneticamente modificadas para uso alimentar e para a sa\u00fade humana \u2013 uma atualiza\u00e7\u00e3o, Sociedade Real, fevereiro de 2002
Site: http:\/\/www.royalsoc.ac.uk\/templates\/statements\/StatementDetails.cfm?statementid=165<\/p>\n\n\n\n

Para mais informa\u00e7\u00f5es, entre em contato com:
Bob Ward ou Rebecca Wynn, Rela\u00e7\u00f5es P\u00fablicas e Imprensa, The Royal Society, Londres.
Tel.: 020 7451 2516\/2514 ou 07811-320346<\/p>\n\n\n\n

E-mail: press@royalsoc.ac.uk<\/p>\n\n\n\n

Professor Patrick Bateson FRS
\nBi\u00f3logo, Secret\u00e1rio e Vice-Presidente da Sociedade Real<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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