{"id":552,"date":"2009-03-10T10:43:50","date_gmt":"2009-03-10T10:43:50","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T20:15:06","modified_gmt":"2021-07-10T23:15:06","slug":"a_importancia_da_dbo","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/agua\/impactos_sobre_as_aguas\/a_importancia_da_dbo.html","title":{"rendered":"A Import\u00e2ncia da DBO"},"content":{"rendered":"\n

A DBO representa o potencial ou a capacidade de uma massa org\u00e2nica \u201croubar\u201d o oxig\u00eanio dissolvido nas \u00e1guas. Mas este \u201croubo\u201d n\u00e3o \u00e9 praticado diretamente pelo composto org\u00e2nico, mas sim \u00e9 resultado da atividade de microorganismos que se alimentam da mat\u00e9ria org\u00e2nica.<\/p>\n\n\n\n

Assim, constituem condi\u00e7\u00f5es b\u00e1sicas para a DBO:<\/p>\n\n\n\n

a) A exist\u00eancia de microorganismos: se for colocada certa quantidade de calda de esgotos em um frasco com um tanto de \u00e1gua e em seguida esterilizar a solu\u00e7\u00e3o, n\u00e3o haver\u00e1 consumo de oxig\u00eanio no frasco. Isto \u00e9, a quantidade de oxig\u00eanio dissolvido, inicialmente existente permanecer\u00e1 a mesma nos dias seguintes.<\/p>\n\n\n\n

b) A exist\u00eancia de condi\u00e7\u00f5es aer\u00f3bias: n\u00e3o havendo oxig\u00eanio dissolvido n\u00e3o pode haver seu consumo. Al\u00e9m disso, os microrganismos presentes devem ser aer\u00f3bicos (n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel a respira\u00e7\u00e3o anaer\u00f3bia em presen\u00e7a de oxig\u00eanio). Mas h\u00e1 condi\u00e7\u00f5es que merecem ser compreendidas: se o esgoto lan\u00e7ado em um rio tiver uma parte sol\u00favel e outra s\u00f3lida, insol\u00favel ( e geralmente o tem), esta \u00faltima ir\u00e1 precipitar-se no fundo do rio ou do frasco, formando lodo org\u00e2nico (ou de esgoto). Assim, embora haja oxig\u00eanio na \u00e1gua superficial, o oxig\u00eanio n\u00e3o penetrar\u00e1 no interior do lodo, a n\u00e3o ser que se induza uma mistura constante. Assim mesmo, ser\u00e1 dif\u00edcil a penetra\u00e7\u00e3o do oxig\u00eanio no interior das part\u00edculas s\u00f3lidas. O lodo, ent\u00e3o, ser\u00e1 decomposto anaerobicamente, enquanto que a parte dissolvida, superior, ter\u00e1 decomposi\u00e7\u00e3o aer\u00f3bia. Por conseguinte, s\u00f3 a parte superior gerar\u00e1 demanda bioqu\u00edmica de oxig\u00eanio e n\u00e3o o lodo depositado. Por isso, em todo corpo d\u2019\u00e1gua com pequena velocidade de escoamento, por melhor oxigenado que seja, h\u00e1 sempre um ambiente anaer\u00f3bio no seu leito. Ent\u00e3o, para que n\u00e3o ocorra atividade anaer\u00f3bia, com suas conseq\u00fc\u00eancias nocivas e desprendimento de maus odores, deve-se adicionar oxig\u00eanio suficiente ao meio para fomentar a atividade aer\u00f3bia.<\/p>\n\n\n\n

c) A exist\u00eancia de compostos assimil\u00e1veis: se os elementos org\u00e2nicos do esgoto n\u00e3o forem biodegrad\u00e1veis, n\u00e3o haver\u00e1 decomposi\u00e7\u00e3o biol\u00f3gica aer\u00f3bia ou anaer\u00f3bia. Por conseguinte, n\u00e3o haver\u00e1 condi\u00e7\u00f5es para o desenvolvimento de DBO, uma vez que n\u00e3o existir\u00e3o microorganismos consumindo oxig\u00eanio.<\/p>\n\n\n\n

A decomposi\u00e7\u00e3o biol\u00f3gica tem um papel vital na natureza: degradar a mat\u00e9ria org\u00e2nica restituindo seus elementos ao meio. A decomposi\u00e7\u00e3o aer\u00f3bia \u00e9 mais vantajosa que a anaer\u00f3bica: \u00e9 mais r\u00e1pida e n\u00e3o forma subprodutos org\u00e2nicos, ainda que feita \u00e0 custa do oxig\u00eanio do meio, originando a DBO.<\/p>\n\n\n\n

A DBO, assim, \u00e9 um fator positivo dos ciclos vitais, ainda que seja necess\u00e1rio haver um equil\u00edbrio entre o consumo e a produ\u00e7\u00e3o de oxig\u00eanio no meio. Para que essa rela\u00e7\u00e3o n\u00e3o seja prejudicada, n\u00e3o pode haver consumo excessivo, ou seja, excesso de alimento em rela\u00e7\u00e3o ao volume de \u00e1gua, uma vez que as reservas dispon\u00edveis de oxig\u00eanio na \u00e1gua s\u00e3o limitadas. A manuten\u00e7\u00e3o desse equil\u00edbrio repousa, pois, em dois princ\u00edpios ou provid\u00eancias:<\/p>\n\n\n\n

1. A quantidade de alimento (esgoto e outros despejos org\u00e2nicos assimil\u00e1veis) lan\u00e7ada ao corpo d\u2019\u00e1gua deve ser proporcional \u00e0 vaz\u00e3o ou ao volume de \u00e1gua, isto \u00e9, \u00e0 disponibilidade de oxig\u00eanio dissolvido. Assim sendo, a quantidade de esgotos que produz uma grave polui\u00e7\u00e3o se lan\u00e7ada num pequeno rio, extinguindo seu oxig\u00eanio, poder\u00e1 n\u00e3o causar nenhum dano num grande rio. O conceito de polui\u00e7\u00e3o \u00e9, pois, relativo (ao volume de oxig\u00eanio do corpo receptor) e nunca absoluto.<\/p>\n\n\n\n

2. Caso a proporcionalidade acima referida n\u00e3o seja poss\u00edvel, \u00e9 necess\u00e1rio prover o meio aqu\u00e1tico de fontes adicionais de oxig\u00eanio. Isto se faz:<\/p>\n\n\n\n