{"id":516,"date":"2009-03-06T10:35:24","date_gmt":"2009-03-06T10:35:24","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T20:15:15","modified_gmt":"2021-07-10T23:15:15","slug":"pesquisa_antartica","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/agua\/programa_antartico_brasileiro\/pesquisa_antartica.html","title":{"rendered":"Pesquisa Ant\u00e1rtica"},"content":{"rendered":"\n

Projetos de Pesquisa<\/strong><\/p>\n\n\n\n

 Nome<\/strong><\/td> Tema<\/strong><\/td> T\u00edtulo\/Grupos de Pesquisa<\/strong><\/td> Institui\u00e7\u00e3o<\/strong><\/td><\/tr>
 Rudolph J. Trouw<\/td> Geologia<\/td> Mapa Geol\u00f3gico da Ilha do Elefante<\/td> UFRJ<\/td><\/tr>
 Ana L\u00facia Ponte Freitas<\/td> Macroalgas<\/td> Estudo Bioqu\u00edmico da Flora Ant\u00e1rtica<\/td> UFC<\/td><\/tr>
 Maria Helena Matt\u00e9<\/td> Bact\u00e9rias<\/td> Estudo da Diversidade de Organismos Pertencentes ao G\u00eanero Aeromonas<\/td> USP<\/td><\/tr>
 Metry Bacila<\/td> Peixes<\/td> Estrutura e Organiza\u00e7\u00e3o do Genoma Mitocondrial de Peixes<\/td> PUCPR<\/td><\/tr>
 Edith S. E. Fanta<\/td> Peixes<\/td> Biologia Integrativa de Peixes no Ecossistema Ant\u00e1rtico<\/td> UFPR<\/td><\/tr>
 Edson Rodrigues<\/td> Peixes<\/td> Metabolismo Nitrogenado em Peixes Ant\u00e1rticos<\/td> UNITAU<\/td><\/tr>
 Theresinha M. Absher<\/td> Invertebrados Marinhos<\/td> Intera\u00e7\u00e3o Pl\u00e2ncton-Bentos<\/td> CEM-UFPR<\/td><\/tr>
 Theresinha M. Absher<\/td> Invertebrados Marinhos<\/td> Reprodu\u00e7\u00e3o de invertebrados marinhos b\u00eanticos<\/td> CEM-UFPR<\/td><\/tr>
 Heitor Evangelista<\/td> Atmosfera-gelo<\/td> Interrela\u00e7\u00e3o Criosfera-Troposfera – Rela\u00e7\u00e3o atmosfera-gelo<\/td> UERJ<\/td><\/tr>
 Alberto Setzer<\/td> Gelo-Clima<\/td> Interrela\u00e7\u00e3o Criosfera-Troposfera – Gelo e Clima<\/td> INPE<\/td><\/tr>
 Liliana Rizzo Piazza<\/td> Meio geoespacial<\/td> Meio Espacial e Impacto Ambiental – Anomalias no meio geoespacial e seus efeitos na atmosfera terrestre polar, regional  e global<\/td> Mackenzie<\/td><\/tr>
 Hisao Takahashi<\/td> Mesosfera<\/td> Meio Espacial e Impacto Ambiental – Temperatura da mesosfera<\/td> INPE<\/td><\/tr>
 Volker W.J.H.Kirchhoff<\/td> Oz\u00f4nio<\/td> Meio Espacial e Impacto Ambiental – Oz\u00f4nio, do NO2 e radia\u00e7\u00e3o ultravioleta<\/td> INPE<\/td><\/tr>
 Paulo R. Dos Santos<\/td> Geologia<\/td> Geologia e Sedimenta\u00e7\u00e3o Glacial<\/td> USP<\/td><\/tr>
 Carlos A E. Garcia<\/td> Oceanografia F\u00edsica<\/td> Oceanografia de Altas Latitudes – Processos hidrodin\u00e2micos<\/td> FURG<\/td><\/tr>
 Maria Cord\u00e9lia S.  Machado<\/td> Fitopl\u00e2ncton<\/td> Oceanografia de Altas Latitudes – Fitopl\u00e2ncton<\/td> USU<\/td><\/tr>
 Paul Gerhard Kinas<\/td> Baleias<\/td> Oceanografia de Altas Latitudes – Baleias<\/td> FURG<\/td><\/tr>
 Rosane Gon\u00e7alves Ito<\/td> Oceanografia Qu\u00edmica<\/td> Gases dissolvidos<\/td> IO\/USP<\/td><\/tr>
 M\u00e1rcia B\u00edcego<\/td> Oceanografia Qu\u00edmica<\/td> Hidrocarbonetos<\/td> IO\/USP<\/td><\/tr>
 Rosalinda Montone<\/td> Oceanografia Qu\u00edmica<\/td> Qu\u00edmica org\u00e2nica marinha<\/td> IO\/USP<\/td><\/tr>
 Elizabeth Braga<\/td> Oceanografia Qu\u00edmica<\/td> Nutrientes\/metais pesados<\/td> IO\/USP<\/td><\/tr>
 Michel M. de Mahiques<\/td> Oceanografia Geol\u00f3gica<\/td> Oceanografia Geol\u00f3gica<\/td> IO\/USP<\/td><\/tr>
 Norberto Dani<\/td> SIG<\/td> Sensoriamento Remoto e Sistema de Informa\u00e7\u00f5es Geogr\u00e1ficas<\/td> UFRGS<\/td><\/tr>
 Carlos Schaefer<\/td> Criossolos<\/td> Criossolos<\/td> UFV<\/td><\/tr>
 Antonio Batista Pereira<\/td> Comunidades Vegetais  Terrestres<\/td> Comunidades vegetais de \u00e1reas de degelo<\/td> ULBRA<\/td><\/tr>
 Martin Sander<\/td> Aves\/Pinip\u00e9dios<\/td> Abund\u00e2ncia e distribui\u00e7\u00e3o de Aves e Pinip\u00e9dios<\/td> UNISINOS<\/td><\/tr>
 Phan Van Ngan<\/td> Crust\u00e1ceos\/Peixes<\/td> Biomarcadores<\/td> IO\/USP<\/td><\/tr>
 L\u00facia Campos-Creasey<\/td> Comunidade Bent\u00f4nica<\/td> Geamb<\/td> UFRJ<\/td><\/tr>
 Cristina Engel Alvarez<\/td> Arquitetura<\/td> Arquitetura e Engenharia<\/td> UFES<\/td><\/tr><\/tbody><\/table><\/figure>\n\n\n\n

De acordo com o Protocolo ao Tratado da Ant\u00e1rtica, o par\u00e2metro para a an\u00e1lise de impactos ambientais no continente ant\u00e1rtico \u00e9 o de impacto menor ou transit\u00f3rio. Com a finalidade de subsidiar o parecer, transcrevemos o conceito adotado pelo PROANTAR:<\/p>\n\n\n\n

IMT –<\/strong> ser\u00e1 considerado impacto menor ou transit\u00f3rio, aquele que for observ\u00e1vel durante apenas um curto de per\u00edodo de tempo, que n\u00e3o ultrapasse a capacidade assimiladora natural local de seus efeitos, e que, em particular, n\u00e3o introduza esp\u00e9cies ex\u00f3ticas na regi\u00e3o, modifique de forma claramente vis\u00edvel os habitats naturais e tur\u00edsticos, a fisiografia local, os valores est\u00e9ticos, hist\u00f3ricos, naturais e tur\u00edsticos, introduza contaminantes em n\u00edveis superiores aos padr\u00f5es internacionais, gere ru\u00eddos e odores que possam perturbar o comportamento normal das esp\u00e9cies da regi\u00e3o, perturbe outras atividades e a seguran\u00e7a humana e que, conseq\u00fcentemente, ainda que possa requerer algumas medidas de mitiga\u00e7\u00e3o, n\u00e3o exige medidas de recupera\u00e7\u00e3o, nem de avalia\u00e7\u00e3o de alternativas locacionais e tecnol\u00f3gicas.<\/p>\n\n\n\n

SIMT<\/strong> – ser\u00e1 considerado impacto superior a um impacto menor ou transit\u00f3rio, todo aquele cujos efeitos sejam de curta ou longa dura\u00e7\u00e3o, que ultrapasse a capacidade assimiladora natural local de seus efeitos, que viole acordos internacionais sobre a prote\u00e7\u00e3o dos ecossistemas ant\u00e1rticos e de seus recursos naturais, bem como provoque riscos \u00e0 seguran\u00e7a humana, e que, em particular, reduza a diversidade espec\u00edfica, e que, conseq\u00fcentemente, requeira medidas efetivas de mitiga\u00e7\u00e3o\/elimina\u00e7\u00e3o, atrav\u00e9s inclusive, da avalia\u00e7\u00e3o de alternativas locacionais e tecnol\u00f3gicas, bem como, de recupera\u00e7\u00e3o de ambientes atingidos. Atividades indutoras de deste n\u00edvel de impacto s\u00e3o, entre outras, a constru\u00e7\u00e3o de edif\u00edcios, o abandono de esta\u00e7\u00f5es de pesquisas, perfura\u00e7\u00f5es no gelo usando flu\u00eddos para essa atividade, constru\u00e7\u00e3o opera\u00e7\u00e3o de novas esta\u00e7\u00f5es de pesquisas, a constru\u00e7\u00e3o de aeroportos e as opera\u00e7\u00f5es de navios de passageiros ou de transporte (…, reparos, disposi\u00e7\u00e3o de res\u00edduos, vazamentos diversos, navega\u00e7\u00e3o fora das rotas permitidas, desembarque de passageiros em \u00e1reas n\u00e3o permitidas, etc.).<\/p>\n\n\n\n

IIMT <\/strong>– ser\u00e1 considerado inferior a um impacto menor ou transit\u00f3rio, aquele que seja de muito curta dura\u00e7\u00e3o, que n\u00e3o induza qualquer efeito mencionado no primeiro item, em qualquer grau, n\u00edvel e extens\u00e3o, intensidade etc., que n\u00e3o requeira qualquer medida de mitiga\u00e7\u00e3o e, em especial, que possa ser repetido sem atingir o limite da capacidade assimiladora de seus efeitos, e que, estritamente, se caracterize como uma pequena atividade resultante ou necess\u00e1ria a uma pesquisa cient\u00edfica\/tecnol\u00f3gica, bem como, as que forem ser realizadas em esta\u00e7\u00f5es permanentes ou estacionais de pesquisa. Ser\u00e3o tamb\u00e9m considerados deste n\u00edvel, opera\u00e7\u00f5es com avi\u00f5es utilizando \u00e1reas n\u00e3o previamente preparadas para a sua aterrissagem, pequenas embarca\u00e7\u00f5es, a renova\u00e7\u00e3o de res\u00edduos de esta\u00e7\u00f5es de pesquisa abandonadas e atividades necess\u00e1rias \u00e0 conserva\u00e7\u00e3o de locais hist\u00f3ricos.<\/p>\n\n\n\n

Projeto Ambiental Induzido<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Iniciativas Ambientais Brasileiras<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Ao ratificar o Tratado da Ant\u00e1rtica, o Brasil assumiu compromissos internacionais que implicam no dever de realizar pesquisa cient\u00edfica e de preservar o meio ambiente ant\u00e1rtico. Por ser o \u00f3rg\u00e3o respons\u00e1vel pelas pol\u00edticas e diretrizes de conserva\u00e7\u00e3o ambiental, coube ao Minist\u00e9rio do Meio Ambiente a atribui\u00e7\u00e3o de coordenar o Grupo de Avalia\u00e7\u00e3o Ambiental do Proantar (GAAm), encarregado de avaliar o impacto das atividades brasileiras no ambiente ant\u00e1rtico, garantindo ao Pa\u00eds o cumprimento das diretrizes estabelecidas no Protocolo ao Tratado da Ant\u00e1rtica sobre Prote\u00e7\u00e3o do Meio Ambiente – Protocolo de Madri.<\/p>\n\n\n\n

Para cumprir com esse compromisso internacional, foi induzida uma proposta de trabalho integrada, mediante a conjuga\u00e7\u00e3o de esfor\u00e7os do MMA, MCT e SeCIRM, que visa a avalia\u00e7\u00e3o de mudan\u00e7as ambientais na ant\u00e1rtica, seus impactos global e local. Esse projeto tem duas linhas de a\u00e7\u00e3o, na forma de duas redes de pesquisa: mudan\u00e7a ambiental global e seu impacto no territ\u00f3rio brasileiro e monitoramento dos indicadores ambientais b\u00e1sicos para avalia\u00e7\u00e3o do impacto local causado pelas atividades do PROANTAR na Ant\u00e1rtica. Essas iniciativas ambientais t\u00eam sido o principal foco do Programa este ano. <\/p>\n\n\n\n

Mudan\u00e7as Ambientais Globais<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Impactos ambientais globais na Ant\u00e1rtica Rede formada por doze grupos de pesquisadores investigar\u00e1 os reflexos das mudan\u00e7as ambientais na Ant\u00e1rtica e as conseq\u00fc\u00eancias que as mudan\u00e7as no Continente Gelado podem provocar no restante do planeta<\/p>\n\n\n\n

Pela primeira vez em sua hist\u00f3ria, o Programa Ant\u00e1rtico Brasileiro realiza pesquisas induzidas. Em uma iniciativa do Minist\u00e9rio do Meio Ambiente – e execu\u00e7\u00e3o cient\u00edfica do CNPq\/MCT e log\u00edstica da Marinha do Brasil – foram criadas duas redes de pesquisa para avaliar o impacto global e local das mudan\u00e7as ambientais na Ant\u00e1rtica.<\/p>\n\n\n\n

A Rede 1, formada por doze grupos de pesquisadores, reunidos em sete grupos tem\u00e1ticos, ir\u00e1 estudar aspectos relacionados \u00e0s mudan\u00e7as ambientais globais. Ou seja, ir\u00e1 investigar os reflexos dessas altera\u00e7\u00f5es percebidas na Ant\u00e1rtica. Est\u00e3o envolvidas no trabalho 16 institui\u00e7\u00f5es brasileiras, v\u00e1rias delas que realizam projetos conjuntos com 17 grupos de pesquisa de outras na\u00e7\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n

Para isso, realizar\u00e1 estudos integrados da atmosfera, do gelo, do solo e do oceano. Os resultados dessas pesquisas melhorar\u00e3o o conhecimento sobre o papel da Ant\u00e1rtica como um dos controladores do meio-ambiente terrestre e, em especial, do meio-ambiente da Am\u00e9rica do Sul.<\/p>\n\n\n\n

Al\u00e9m do estudo da variabilidade clim\u00e1tica passada (\u00faltimos 300 anos), a Rede 1 ir\u00e1 monitorar par\u00e2metros f\u00edsicos, qu\u00edmicos e biol\u00f3gicos e tentar identificar as causas para a r\u00e1pida altera\u00e7\u00e3o ambiental que tem sido verificada nos \u00faltimos 20 anos.<\/p>\n\n\n\n

A Ant\u00e1rtica \u00e9 o mais perfeito laborat\u00f3rio natural do Planeta para estudos de mudan\u00e7as ambientais, entre outras peculiaridades, pelo fato de o gelo registrar, em sua composi\u00e7\u00e3o, a composi\u00e7\u00e3o atmosf\u00e9rica. Em camadas que se sobrep\u00f5em ano a ano, fica parte da atmosfera, que pode ser reconhecida e datada milhares de anos depois. Isso possibilita o estudo da varia\u00e7\u00e3o da composi\u00e7\u00e3o atmosf\u00e9rica ao longo dos s\u00e9culos e, conseq\u00fcentemente, da mudan\u00e7a clim\u00e1tica.<\/p>\n\n\n\n

Al\u00e9m de registrar as mudan\u00e7as ambientais, por ser o ecossistema mais fr\u00e1gil do Planeta, o Continente Gelado reage imediatamente \u00e0s mudan\u00e7as globais. O continente perdeu mais de 15.000 quil\u00f4metros quadrados de gelo ao longo dos \u00faltimos 15 anos. Na regi\u00e3o da Pen\u00ednsula Ant\u00e1rtica foi registrado aquecimento atmosf\u00e9rico de mais de 2\u00ba C nos \u00faltimos 50 anos.<\/p>\n\n\n\n

Mas o Continente Gelado n\u00e3o apenas recebe os impactos das altera\u00e7\u00f5es. A Ant\u00e1rtica \u00e9 um dos principais controladores do sistema clim\u00e1tico terrestre e do n\u00edvel dos mares – seu volume de gelo, 25 milh\u00f5es de quil\u00f4metros c\u00fabicos, se totalmente derretido, equivaleria a um aumento de 70 metros no n\u00edvel m\u00e9dio dos mares. \u00c9 na Ant\u00e1rtica tamb\u00e9m que s\u00e3o formadas as \u00e1guas profundas de todos os oceanos do Planeta. De que forma as mudan\u00e7as provocadas ali podem se refletir no restante do planeta \u00e9 uma das principais quest\u00f5es que os cientistas brasileiros ligados \u00e0 Rede 1 do Proantar ir\u00e3o buscar responder.<\/p>\n\n\n\n

Um grupo de pesquisa centrar\u00e1 o seu estudo na Criosfera e na Troposfera (intera\u00e7\u00e3o gelo-atmosfera), visando a identifica\u00e7\u00e3o da variabilidade clim\u00e1tica na regi\u00e3o, ao longo dos \u00faltimos 300 anos, e o monitoramento da resposta da calota de gelo local ao aquecimento atmosf\u00e9rico. Uma perspectiva de longo prazo ser\u00e1 fornecida por estudos sedimentol\u00f3gicos e geol\u00f3gicos realizados nas Ilhas Shetlands do Sul. Uma das a\u00e7\u00f5es imediatas do grupo ser\u00e1 a an\u00e1lise e a interpreta\u00e7\u00e3o ambiental de um testemunho de gelo de 117 m coletado na ilha James Ross em 1998 (um esfor\u00e7o conjunto argentino-franco-brasileiro), que proporcionar\u00e1 um importante elo entre os registros ambientais da Pen\u00ednsula Ant\u00e1rtica e os da Am\u00e9rica do Sul. Espera-se que a coleta de amostras de aerossol e neve, em locais distintos, forne\u00e7am informa\u00e7\u00f5es sobre a rela\u00e7\u00e3o entre a composi\u00e7\u00e3o do gelo e da atmosfera. Este grupo visa, tamb\u00e9m, a utiliza\u00e7\u00e3o de modelos de circula\u00e7\u00e3o geral da atmosfera que venham a incrementar o conhecimento sobre a influ\u00eancia exercida pela Ant\u00e1rtica sobre as condi\u00e7\u00f5es meteorol\u00f3gicas e climatol\u00f3gicas da Am\u00e9rica do Sul.<\/p>\n\n\n\n

Uma pesquisa oceanogr\u00e1fica multidisciplinar se dedicar\u00e1 ao monitoramento de par\u00e2metros ambientais bi\u00f3ticos e abi\u00f3ticos do Oceano Austral e seus reflexos no Atl\u00e2ntico Sul. Ser\u00e3o investigadas a taxa de forma\u00e7\u00e3o das \u00e1guas profundas, geradas no mar de Weddell, e sua exporta\u00e7\u00e3o para o Atl\u00e2ntico Sul, bem como a circula\u00e7\u00e3o superficial no Oceano Austral. O papel dos oceanos no ciclo global do carbono e a resposta do ecossistema \u00e0s mudan\u00e7as ambientais globais poder\u00e3o ser esclarecidos por meio do conhecimento do fitopl\u00e2ncton e da estrutura tr\u00f3fica do ecossistema pel\u00e1gico ant\u00e1rtico. Complementarmente, a caracteriza\u00e7\u00e3o dos padr\u00f5es de distribui\u00e7\u00e3o e a obten\u00e7\u00e3o de dados de abund\u00e2ncia de mam\u00edferos marinhos e sua correla\u00e7\u00e3o com par\u00e2metros bi\u00f3ticos e abi\u00f3ticos possivelmente permitir\u00e3o, a m\u00e9dio ou longo prazo, obter par\u00e2metros referenciais para o monitoramento das tend\u00eancias e das oscila\u00e7\u00f5es na abund\u00e2ncia e nos padr\u00f5es de distribui\u00e7\u00e3o tanto dos predadores como das presas e das suas rea\u00e7\u00f5es a mudan\u00e7as ambientais.<\/p>\n\n\n\n

O Instituto Brasileiro de Pesquisas Espaciais (INPE) dar\u00e1 continuidade ao seu monitoramento de longo prazo do oz\u00f4nio estratosf\u00e9rico e radia\u00e7\u00f5es UV-B na Ant\u00e1rtica, e extremo sul da Am\u00e9rica do Sul (Punta Arenas), associado a estudos similares no Brasil. Atualmente, esse mesmo grupo executa medi\u00e7\u00f5es de concentra\u00e7\u00f5es de NO2. Um novo projeto de pesquisa, a ser executado pelo INPE, ser\u00e1 o monitoramento de longo prazo da temperatura da mesosfera, voltado para o desenvolvimento de um \u00edndice de aquecimento global atmosf\u00e9rico. Finalmente, os cientistas do INPE ir\u00e3o pesquisar o Tempo Espacial, baseados em observa\u00e7\u00f5es feitas na Ant\u00e1rtica, e focados em quest\u00f5es como a fun\u00e7\u00e3o das varia\u00e7\u00f5es da radia\u00e7\u00e3o solar em v\u00e1rios comprimentos de onda, como por exemplo, a radia\u00e7\u00e3o Infravermelha e UV na atmosfera, assim como nas intera\u00e7\u00f5es dos raios c\u00f3smicos com a cobertura de nuvens da regi\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Monitoramento Ambiental Local <\/strong><\/p>\n\n\n\n

Monitoramento da Ba\u00eda do Almirantado<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Foi criada uma rede de pesquisa, formada por quinze grupos, para estudar diferentes aspectos do impacto ambiental provocado pela a\u00e7\u00e3o humana na \u00e1rea onde est\u00e1 instalada a Esta\u00e7\u00e3o Ant\u00e1rtica Comandante Ferraz<\/p>\n\n\n\n

Ao ratificar o Tratado da Ant\u00e1rtica, o Brasil assumiu compromissos internacionais que implicam no dever de realizar pesquisa cient\u00edfica e de preservar o meio ambiente ant\u00e1rtico. O Brasil \u00e9 membro consultivo do Tratado da Ant\u00e1rtica, tendo direito a voto nas decis\u00f5es sobre o futuro do Continente. Essa condi\u00e7\u00e3o foi conquistada gra\u00e7as \u00e0 qualidade da pesquisa realizada por cientistas brasileiros na Ant\u00e1rtica.<\/p>\n\n\n\n

O Protocolo ao Tratado da Ant\u00e1rtica sobre prote\u00e7\u00e3o do Meio Ambiente – Protocolo de Madri – estabeleceu diversos procedimentos a serem seguidos na execu\u00e7\u00e3o de pesquisas cient\u00edficas e no apoio log\u00edstico \u00e0s esta\u00e7\u00f5es ant\u00e1rticas, visando a prote\u00e7\u00e3o da flora e da fauna da regi\u00e3o. Imp\u00f5e, tamb\u00e9m, rigorosas regras e limita\u00e7\u00f5es \u00e0 elimina\u00e7\u00e3o de res\u00edduos, bem como recomenda medidas preventivas contra a polui\u00e7\u00e3o marinha. Outra recomenda\u00e7\u00e3o do Protocolo de Madri \u00e9 que seja avaliado o impacto ambiental das atividades desenvolvidas na regi\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

A Esta\u00e7\u00e3o Ferraz est\u00e1 instalada pr\u00f3xima \u00e0 Pen\u00ednsula Ant\u00e1rtica, na Ilha Rei George, a maior ilha do Arquip\u00e9lago das Shetlands do Sul, mais exatamente na Ba\u00eda do Almirantado, que possui tr\u00eas enseadas, Martel, Mackelar e Ezcurra. Ferraz fica na entrada esquerda da Enseada Martel.<\/p>\n\n\n\n

Toda a regi\u00e3o da Ba\u00eda do Almirantado – incluindo terra e mar – foi classificada como \u00c1rea Ant\u00e1rtica Especialmente Gerenciada. Isso significa que os pa\u00edses instalados na Ba\u00eda, al\u00e9m do Brasil, Peru, Pol\u00f4nia, Estados Unidos e Equador devem administrar a regi\u00e3o, por meio de um plano de manejo apropriado, a fim de evitar impactos cumulativos.<\/p>\n\n\n\n

Monitorar o impacto da presen\u00e7a humana na regi\u00e3o \u00e9 o objetivo da Rede 2, criada por iniciativa do Minist\u00e9rio do Meio Ambiente: realizar um estudo abrangente das condi\u00e7\u00f5es ambientais dessa regi\u00e3o que permita avaliar o impacto de atividades humanas provocado pelos cientistas, turistas e pessoal de apoio das esta\u00e7\u00f5es, al\u00e9m dos impactos decorrentes de opera\u00e7\u00f5es log\u00edsticas atuais e passadas.<\/p>\n\n\n\n

Para a realiza\u00e7\u00e3o desse estudo, v\u00e1rios grupos est\u00e3o trabalhando, simultaneamente, nos mesmos locais, utilizando as mesmas coletas para avaliar diferentes aspectos. “\u00c9 um projeto tem\u00e1tico e integrado”, destaca o coordenador da Rede 2, doutor Rolf Weber, professor e pesquisador do Instituto Oceanogr\u00e1fico da USP.<\/p>\n\n\n\n

Ao longo dos 20 anos de exist\u00eancia do Programa Ant\u00e1rtico Brasileiro (Proantar), foram realizadas v\u00e1rias pesquisas na \u00e1rea da Ba\u00eda do Almirantado. Esses dados pret\u00e9ritos est\u00e3o, agora, sendo reunidos, avaliados e padronizados para que se possa compar\u00e1-los aos dados que ser\u00e3o gerados pelas pesquisas realizadas pelos grupos da Rede 2.<\/p>\n\n\n\n

Nas pesquisas iniciadas neste ano ser\u00e3o estudados aspectos f\u00edsicos (correntes marinhas); qu\u00edmicos (absor\u00e7\u00e3o de carbono pelo oceano, presen\u00e7a de hidrocarbonetos, indicadores qu\u00edmicos de esgoto, metais pesados); microbiol\u00f3gicos (indicadores microbiol\u00f3gicos de origem fecal, microorganismos degradadores); biol\u00f3gicos (comunidades bent\u00f4nicas, biomarcadores, aves, comunidades vegetais) e geol\u00f3gicos (sedimento, criossolos). H\u00e1 ainda um projeto de pesquisa na \u00e1rea de tecnologia de edifica\u00e7\u00f5es que diagnosticar\u00e1 as condi\u00e7\u00f5es da Esta\u00e7\u00e3o Ant\u00e1rtica Brasileira Comandante Ferraz e de tr\u00eas ref\u00fagios.<\/p>\n\n\n\n

Um dos quinze grupos \u00e9 respons\u00e1vel pela elabora\u00e7\u00e3o de um banco de dados que ser\u00e1 disponibilizado na internet. Trata-se do Sistema de Informa\u00e7\u00f5es Geogr\u00e1ficas (SIG) respons\u00e1vel, tamb\u00e9m, pela padroniza\u00e7\u00e3o dos dados j\u00e1 existentes e pela elabora\u00e7\u00e3o de mapas tem\u00e1ticos da Ba\u00eda do Almirantado, bem como de sua varia\u00e7\u00e3o no tempo. Por exemplo, a um clique, ser\u00e1 poss\u00edvel comparar a situa\u00e7\u00e3o das col\u00f4nias de ping\u00fcins de alguns anos atr\u00e1s com a situa\u00e7\u00e3o atual das col\u00f4nias.<\/p>\n\n\n\n

Com a compila\u00e7\u00e3o de todos esses dados, ser\u00e1 poss\u00edvel avaliar os impactos causados pela presen\u00e7a humana na Ba\u00eda do Almirantado, realizar o gerenciamento da \u00e1rea e at\u00e9 mesmo desenvolver a\u00e7\u00f5es mitigadoras de poss\u00edveis impactos ambientais na regi\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Rede 2 <\/p>\n\n\n\n

Coordenador: Rolf Weber – Instituto Oceanogr\u00e1fico – USP <\/p>\n\n\n\n

Fone: 11 3091 6614 <\/p>\n\n\n\n

Fax: 11 3091 6610 <\/p>\n\n\n\n

e-mail: rorweber@usp.br<\/p>\n\n\n\n

Fonte: MMA (Minist\u00e9rio do Meio Ambiente)<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"