{"id":51,"date":"2009-02-06T10:39:42","date_gmt":"2009-02-06T10:39:42","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T20:32:37","modified_gmt":"2021-07-10T23:32:37","slug":"o_caso_do_pantanal","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/agua\/artigos_agua_doce\/o_caso_do_pantanal.html","title":{"rendered":"O Caso do Pantanal"},"content":{"rendered":"\n
O objetivo b\u00e1sico de defini\u00e7\u00e3o de per\u00edodos de defeso de reprodu\u00e7\u00e3o \u00e9 possibilitar que os peixes possam se reproduzir e repor\/renovar os estoques pesc\u00e1veis para os anos seguintes. Nesse sentido \u00e9 necess\u00e1rio entender a biologia e ecologia das esp\u00e9cies consideradas, para que se tenha um uso sustent\u00e1vel, conciliando os interesses econ\u00f4micos, sociais e ambientais.<\/p>\n\n\n\n
O defeso de reprodu\u00e7\u00e3o no Pantanal \u00e9 definido em fun\u00e7\u00e3o das esp\u00e9cies de valor econ\u00f4mico, geralmente esp\u00e9cies migradoras que, todo ano, realizam migra\u00e7\u00f5es rio acima, onde se reproduzem, ao encontrarem condi\u00e7\u00f5es adequadas, principalmente para ovos e larvas. A este grupo pertencem o pacu, a piraputanga, o dourado, o pintado, o ximbor\u00e9, a cachara e a jiripoca, dentre outras. A desova geralmente ocorre nas cabeceiras, ap\u00f3s grandes chuvas, quando o n\u00edvel dos rios sobe, as \u00e1guas est\u00e3o turvas e oxigenadas, atendendo \u00e0s necessidades de oxigena\u00e7\u00e3o mais elevada nessa fase inicial de desenvolvimento, bem como de prote\u00e7\u00e3o contra a preda\u00e7\u00e3o nas \u00e1guas turvas que impedem a visualiza\u00e7\u00e3o dos ovos e larvas pelos predadores.<\/p>\n\n\n\n
Os peixes migradores possuem alta fecundidade e, dependendo da esp\u00e9cie e do tamanho alcan\u00e7ado, uma f\u00eamea pode apresentar em seus ov\u00e1rios mais de um milh\u00e3o de ovos. A cada ano, machos e f\u00eameas alimentam-se no baixo Pantanal onde a alimenta\u00e7\u00e3o \u00e9 abundante no per\u00edodo da enchente\/cheia e quando alcan\u00e7am ac\u00famulo de reservas suficientes para o desenvolvimento das g\u00f4nadas e para a longa migra\u00e7\u00e3o at\u00e9 as cabeceiras, iniciam essa longa viagem, que \u00e9 conhecida popularmente como piracema. Quando n\u00e3o conseguem acumular reservas suficientes, principalmente por insufici\u00eancia de inunda\u00e7\u00e3o (o ideal \u00e9 que a inunda\u00e7\u00e3o alcance pelo menos 5 metros na r\u00e9gua de Lad\u00e1rio, pr\u00f3ximo a Corumb\u00e1) n\u00e3o migram, ou mesmo quando iniciam a migra\u00e7\u00e3o, n\u00e3o chegam a complet\u00e1-la. Em alguns anos \u00e9 poss\u00edvel observar f\u00eameas ovadas no baixo Pantanal, como nas proximidades de Corumb\u00e1 e Ba\u00eda do Castelo, que se apresentam nessas condi\u00e7\u00f5es. Quando n\u00e3o conseguem completar a migra\u00e7\u00e3o ascendente, os ov\u00e1rios entram em regress\u00e3o e os ov\u00f3citos s\u00e3o reabsorvidos. Este fato \u00e9 particularmente verdadeiro para os exemplares de grande porte, cuja necessidade energ\u00e9tica \u00e9 muito maior.<\/p>\n\n\n\n
\u00c9 preciso ainda considerar que, se um dado estoque de peixes est\u00e1 sendo utilizado, o manejo deve contemplar a prote\u00e7\u00e3o do pico da reprodu\u00e7\u00e3o que, para a maior parte dos peixes de valor econ\u00f4mico, ocorre entre novembro e fevereiro, na cabeceira dos rios, come\u00e7ando com os peixes de escama (curimbat\u00e1, pacu, piraputanga, dourado, etc.) e terminando com os peixes de couro (pintado, cachara, jurupens\u00e9m, jiripoca, etc). Essa seq\u00fc\u00eancia tem l\u00f3gica, na medida em que as larvas de peixes de couro s\u00e3o predadoras e necessitam encontrar larvas de outros peixes para se alimentarem assim que esgotam os recursos energ\u00e9ticos do vitelo, abrem a boca e iniciam a alimenta\u00e7\u00e3o externa.<\/p>\n\n\n\n
Por: Emiko Kawakami de Resende Os peixes migradores possuem alta fecundidade e, dependendo da esp\u00e9cie e do tamanho alcan\u00e7ado, uma f\u00eamea pode apresentar em seus ov\u00e1rios mais de um milh\u00e3o de ovos. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":2,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[1384],"tags":[925,641,924],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/51"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=51"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/51\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":5296,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/51\/revisions\/5296"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=51"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=51"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=51"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}
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