{"id":417,"date":"2009-03-04T11:59:16","date_gmt":"2009-03-04T11:59:16","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T20:15:30","modified_gmt":"2021-07-10T23:15:30","slug":"mangue_-_localizacao_e_caracterizacao","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/agua\/ecossitema_costeiro\/mangue_-_localizacao_e_caracterizacao.html","title":{"rendered":"Mangue – Localiza\u00e7\u00e3o e Caracteriza\u00e7\u00e3o"},"content":{"rendered":"\n
O Brasil tem uma das maiores extens\u00f5es de manguezais do mundo. Estes ocorrem ao longo do litoral Sudeste-Sul brasileiro, margeando estu\u00e1rios, lagunas e enseadas, desde o Cabo Orange no Amap\u00e1 at\u00e9 o Munic\u00edpio de Laguna, em Santa Catarina. Os mangues abrangem uma superf\u00edcie total de mais de 10.000 km\u00b2, a grande maioria na Costa Norte. O Estado de S\u00e3o Paulo tem mais de 240 km\u00b2 de manguezal.<\/p>\n\n\n\n
O mangue \u00e9 um ecossistema particular, que se estabelece nas regi\u00f5es tropicais de todo o globo. Origina-se a partir do encontro das \u00e1guas doce e salgada, formando a \u00e1gua salobra. Este ambiente apresenta \u00e1gua com salinidade vari\u00e1vel, sendo exclusivo das regi\u00f5es costeiras.<\/p>\n\n\n\n
No Brasil, os mangues s\u00e3o protegidos por legisla\u00e7\u00e3o federal, devido \u00e0 import\u00e2ncia que representam para o ambiente marinho. S\u00e3o fundamentais para a procria\u00e7\u00e3o e o crescimento dos filhotes de v\u00e1rios animais, como rota migrat\u00f3ria de aves e alimenta\u00e7\u00e3o de peixes. Al\u00e9m disso, colaboram para o enriquecimento das \u00e1guas marinhas com sais nutrientes e mat\u00e9ria org\u00e2nica.<\/p>\n\n\n\n
No passado, a extens\u00e3o dos manguezais brasileiros era muito maior: muitos portos, ind\u00fastrias, loteamentos e rodovias costeiras foram desenvolvidos em \u00e1reas de manguezal, ocorrendo uma degrada\u00e7\u00e3o do seu estado natural.<\/p>\n\n\n\n
\u00c9 uma pena que esse t\u00e3o importante ecossistema sofra intensa explora\u00e7\u00e3o pelo homem, que retira mariscos, ostras e peixes em quantidades elevadas. Derrubam-se \u00e1rvores para a extra\u00e7\u00e3o do ranino, da casca e para fazer carv\u00e3o. O mangue \u00e9 alvo da especula\u00e7\u00e3o imobili\u00e1ria, que aterra suas \u00e1reas para a constru\u00e7\u00e3o de casas, marinas e ind\u00fastrias. Suas \u00e1guas s\u00e3o alvo de esgotos dom\u00e9sticos e industriais.<\/p>\n\n\n\n
Os manguezais fornecem uma rica alimenta\u00e7\u00e3o prot\u00e9ica para a popula\u00e7\u00e3o litor\u00e2nea brasileira: a pesca artesanal de peixes, camar\u00f5es, caranguejos e moluscos, que s\u00e3o para os moradores do litoral a principal fonte de subsist\u00eancia.<\/p>\n\n\n\n
O manguezal foi sempre considerado um ambiente pouco atrativo e menosprezado, embora sua import\u00e2ncia econ\u00f4mica e social seja muito grande. No passado, estas manifesta\u00e7\u00f5es de avers\u00e3o eram justificadas, pois a presen\u00e7a do mangue estava intimamente associada \u00e0 febre amarela e \u00e0 mal\u00e1ria. Embora estas enfermidades j\u00e1 tenham sido controladas, a atitude negativa em rela\u00e7\u00e3o a este ecossistema perdura em express\u00f5es populares em que a palavra mangue, infelizmente, adquiriu o sentido de desordem, sujeira ou local suspeito. A destrui\u00e7\u00e3o gratuita, a polui\u00e7\u00e3o dom\u00e9stica e qu\u00edmica das \u00e1guas, derramamentos de petr\u00f3leo e aterros mal planejados s\u00e3o os grandes inimigos do manguezal.<\/p>\n\n\n\n
Nos manguezais, as condi\u00e7\u00f5es f\u00edsicas e qu\u00edmicas existentes s\u00e3o muito vari\u00e1veis, o que limita os seres vivos que ali habitam e freq\u00fcentam. Os solos s\u00e3o formados a partir do dep\u00f3sito de siltes (mineral encontrado em alguns tipos de solos), areia e material coloidal trazidos pelos rios, ou seja, um material de origem mineral ou org\u00e2nica que se transforma quando encontra a \u00e1gua salgada.<\/p>\n\n\n\n
Estes solos s\u00e3o muito moles e ricos em mat\u00e9ria org\u00e2nica em decomposi\u00e7\u00e3o. Em decorr\u00eancia, s\u00e3o pobres em oxig\u00eanio, que \u00e9 totalmente retirado por bact\u00e9rias que o utilizam para decompor a materia org\u00e2nica. Como o oxig\u00eanio est\u00e1 sempre em falta nos solos do mangue, as bact\u00e9rias se utilizam tamb\u00e9m do enxofre para processar a decomposi\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n
O fator mais importante e limitante na distribui\u00e7\u00e3o dos manguezais \u00e9 a temperatura. Um fato interessante de se observar \u00e9 a altura das \u00e1rvores. Na regi\u00e3o Norte, elas podem alcan\u00e7ar at\u00e9 trinta metros. Na regi\u00e3o Sul, dificilmente ultrapassam um metro. Quanto mais pr\u00f3ximas do Equador, maiores. As plantas se propagam a partir das plantas filhas, chamadas de prop\u00e1gulos, que se desenvolvem ligadas \u00e0 planta m\u00e3e. Esses prop\u00e1gulos soltam-se e se dispersam pela \u00e1gua, at\u00e9 atingirem um local favor\u00e1vel ao seu desenvolvimento. As plantas t\u00edpicas do mangue se originaram na regi\u00e3o do Oceano \u00cdndico e se espalharam a partir da\u00ed para todos os manguezais do mundo. <\/p>\n\n\n\n
Reda\u00e7\u00e3o Ambiente Brasil<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Nos manguezais, as condi\u00e7\u00f5es f\u00edsicas e qu\u00edmicas existentes s\u00e3o muito vari\u00e1veis, o que limita os seres vivos que ali habitam e freq\u00fcentam. Os solos s\u00e3o formados a partir do dep\u00f3sito de siltes (mineral encontrado em alguns tipos de solos). <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":2,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[1400],"tags":[799,726,1114],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/417"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=417"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/417\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":4742,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/417\/revisions\/4742"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=417"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=417"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=417"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}