A Zona Econ\u00f4mica Ecol\u00f3gica (ZEE) do Brasil ocupa cerca de 3,5 milh\u00f5es de quil\u00f4metros quadrados. A ZEE corresponde a 41% de \u00e1rea emersa do pa\u00eds, com seus 8.500 km de litoral, abrangendo diferentes ecossistemas e abrigando 70% da popula\u00e7\u00e3o brasileira.<\/p>\n\n\n\n
Nossa costa \u00e9 banhada por \u00e1guas quentes que ocupam grande parte das bordas tropicais e subtropicais do Atl\u00e2ntico Sul Ocidental, onde a varia\u00e7\u00e3o espacial e temporal dos fatores ambientais s\u00e3o distintos. Entre o Cabo Orange na Foz do Rio Oiapoque e o Arroio Chu\u00ed, ocorrem diversos tipos de h\u00e1bitats, sistemas lagunares margeados por manguezais e marismas, cost\u00f5es e fundos rochosos, recifes de coral, bancos de algas calc\u00e1reas, plataformas arenosas, recifes de arenito paralelos \u00e0 linha de praias e fal\u00e9sias, dunas e cord\u00f5es arenosos, ilhas. Al\u00e9m das praias arenosas amplamente utilizadas pelo turismo costeiro, destacam-se in\u00fameros estu\u00e1rios e lagoas costeiras, praias lodosas, praias e fal\u00e9sias, dunas e cord\u00f5es arenosos, ilhas costeiras e ilhas oce\u00e2nicas.<\/p>\n\n\n\n
A Regi\u00e3o Norte \u00e9 dominada pela Corrente Norte do Brasil e pela pluma estuarina do Rio Amazonas. A elevada carga de material particulado em suspens\u00e3o, oriundo da Bacia Amaz\u00f4nica e dos sistemas estuarinos do Maranh\u00e3o para o mar adjacente, origina fundos ricos em mat\u00e9ria org\u00e2nica. Esse tipo de h\u00e1bitat oferece boas condi\u00e7\u00f5es de alimento para peixes de fundo e camar\u00f5es explorados pela pesca industrial e artesanal.<\/p>\n\n\n\n
As caracter\u00edsticas f\u00edsico-qu\u00edmicas e geomorfol\u00f3gicas da costa do Amap\u00e1 e o setor ocidental da costa do Par\u00e1 s\u00e3o determinadas pelo Delta do Amazonas. Esta regi\u00e3o \u00e9 denominada Golf\u00e3o Marajoara. Ali se encontram centenas de ilhas margeadas por manguezais exuberantes e marismas ainda bem preservados, oferecendo recursos vivos inestim\u00e1veis e pouco explorados pela pesca artesanal. Mais da metade dos manguezais brasileiros concentram-se nesta regi\u00e3o. A baixa densidade demogr\u00e1fica desta regi\u00e3o restringe a ocupa\u00e7\u00e3o da linha da costa que sofre apenas um impacto localizado da explora\u00e7\u00e3o pesqueira e do impacto urbano e industrial nas \u00e1reas metropolitanas.<\/p>\n\n\n\n
Os h\u00e1bitats marinhos da regi\u00e3o Nordeste s\u00e3o t\u00edpicos de \u00e1reas tropicais e caracterizam-se pela grande diversidade biol\u00f3gica. Na \u00e1rea existe abund\u00e2ncia de recifes de coral e de algas calc\u00e1reas, e na costa predominam praias arenosas interrompidas por fal\u00e9sias, arrecifes de arenito e pequenos sistemas estuarino-lagunares margeados por manguezais. O maior impacto ambiental \u00e9 causado pela ocupa\u00e7\u00e3o urbana, pelo turismo, sobrepesca, obras portu\u00e1rias, minera\u00e7\u00e3o e ocupa\u00e7\u00e3o de \u00e1reas de manguezais para a carcinocultura.<\/p>\n\n\n\n
A Regi\u00e3o Costeira Central assemelha-se \u00e0 Regi\u00e3o Costeira do Nordeste, por\u00e9m com maiores flutua\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas. Na parte sul desta regi\u00e3o, ocorre a ressurg\u00eancia das \u00e1guas mais profundas (ressurg\u00eancia de Cabo Frio) e a temperatura na parte pr\u00f3xima \u00e0 costa pode baixar at\u00e9 16\u00baC. Este evento natural torna esta regi\u00e3o extremamente produtiva, sendo \u00e1rea de concentra\u00e7\u00e3o de ind\u00fastrias pesqueiras. <\/p>\n\n\n\n
A Plataforma Continental estende-se desde 10 km pr\u00f3ximo a Salvador, at\u00e9 cerca de 190 km ao sul da Bahia, devido \u00e0 ocorr\u00eancia dos Bancos de Abrolhos onde predominam fundos de algas calc\u00e1reas e de recifes de coral. Na \u00e1rea mais pr\u00f3xima da costa, predominam praias arenosas, estu\u00e1rios e ba\u00edas margeadas por manguezais. Nesta regi\u00e3o a pesca artesanal e o turismo s\u00e3o as atividades econ\u00f4micas mais importantes.<\/p>\n\n\n\n
A Regi\u00e3o Sul, na faixa subtropical da costa brasileira, localiza-se entre o litoral norte do Rio de Janeiro e o litoral do Rio Grande do Sul. A diversidade de h\u00e1bitats marinhos que ocorrem nesta regi\u00e3o est\u00e3o sujeitos a uma grande variabilidade sazonal das condi\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas e da hidrografia da plataforma. Esta fra\u00e7\u00e3o do litoral brasileiro \u00e9 influenciada pela conflu\u00eancia da Corrente do Brasil com a Corrente das Malvinas e pela drenagem continental do Rio da Prata, da Lagoa dos Patos e do Complexo Estuarino Paranagu\u00e1-Canan\u00e9ia. O assoalho marinho da plataforma continental \u00e9 predominantemente arenoso, com focos areno-lodosos e algumas forma\u00e7\u00f5es rochosas.<\/p>\n\n\n\n
Cost\u00f5es rochosos, praias arenosas, restingas, manguezais, ba\u00edas e lagoas costeiras s\u00e3o ambientes comuns junto \u00e0 linha de costa. A maior praia do mundo (Praia do Cassino) tem cerca de 200 km de extens\u00e3o entre a sa\u00edda da Lagoa dos Patos e o Chu\u00ed. Todos estes ecossistemas s\u00e3o importantes do ponto de vista ecol\u00f3gico e s\u00f3cio-econ\u00f4mico (pesca, turismo e transporte). V\u00e1rias unidades de conserva\u00e7\u00e3o foram estabelecidas neste litoral e ajudam na preserva\u00e7\u00e3o da biodiversidade marinha.<\/p>\n\n\n\n
H\u00e1 tr\u00eas tipos de ilhas na costa brasileira. A maioria delas resulta do afogamento da costa, sendo, portanto, prolongamentos dos tipos de relevos litor\u00e2neos, de suas geologias e demais condicionantes tect\u00f4nicas que determinam os ecossistemas.<\/p>\n\n\n\n
a) Ilhas que apresentam-se como cristas emersas das por\u00e7\u00f5es afogadas da serra do mar: as centenas que se encontram ao longo do litoral.<\/p>\n\n\n\n
b) Ilhas sedimentares de baixa altitude: encontra-se no litoral paulista, por exemplo, a ilha Comprida que \u00e9, na realidade, um longo segmento de restinga isolado pelo mar.<\/p>\n\n\n\n
c) Um terceiro tipo \u00e9 constitu\u00eddo pelas ilhas oce\u00e2nicas, resultantes de fen\u00f4menos de vulcanismo que soergueram do fundo atl\u00e2ntico, como Fernando de Noronha e o Atol das Rocas, que s\u00e3o, por isso mesmo, completamente desvinculadas do relevo continental brasileiro.<\/p>\n\n\n\n
Ecossistemas<\/strong> <\/p>\n\n\n\n Nas ilhas ocorrem ecossistemas, como restingas, mangues, cost\u00f5es rochosos, dunas, lagunas, brejos, Floresta Atl\u00e2ntica, muito embora com certas particularidades nos componentes bi\u00f3ticos motivadas pelo isolamento que pode funcionar como barreira geogr\u00e1fica no mecanismo da especifica\u00e7\u00e3o e na distribui\u00e7\u00e3o das esp\u00e9cies.<\/p>\n\n\n\n Neste aspecto de isolamento, s\u00e3o as ilhas oce\u00e2nicas onde podemos encontrar endemismo. Na ilha de Trindade, por exemplo, ocorrem a samambaia-gigante \u2013 Cyathea copeland e algumas aves, como a pardela – Pterodroma arminjonina e o tesour\u00e3o -Fregata ariel trindatis.<\/p>\n\n\n\n Entre a regi\u00e3o de Laguna, em Santa Catarina, e o Arroio Chu\u00ed, no Rio Grande do Sul, esse trecho \u00e9 constitu\u00eddo por plan\u00edcies arenosas que isolam grandes brejos e lagunas intercomunicantes com a denomina\u00e7\u00e3o de banhados.<\/p>\n\n\n\n H\u00e1 grandes lagunas como a dos Patos e a Mirim e outras de pequeno tamanho, muitas das quais se comunicam com o mar por canais estreitos e rasos. Uma caracter\u00edstica marcante \u00e9 a aus\u00eancia de manguezais, que tem seu \u00faltimo local de ocorr\u00eancia na foz do rio Ararangu\u00e1, em Laguna, Santa Catarina. Esse trecho \u00e9 caracterizado pela ocorr\u00eancia de banhados, importantes \u00e1reas \u00famidas litor\u00e2neas que abrigam uma rica avifauna, com v\u00e1rias esp\u00e9cies end\u00eamicas.<\/p>\n\n\n\n Reda\u00e7\u00e3o Ambiente Brasil<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Nossa costa \u00e9 banhada por \u00e1guas quentes que ocupam grande parte das bordas tropicais e subtropicais do Atl\u00e2ntico Sul Ocidental, onde a varia\u00e7\u00e3o espacial e temporal dos fatores ambientais s\u00e3o distintos. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":2,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[1400],"tags":[785,1113],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/416"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=416"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/416\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":4743,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/416\/revisions\/4743"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=416"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=416"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=416"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}