{"id":399,"date":"2009-03-03T15:25:39","date_gmt":"2009-03-03T15:25:39","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T20:15:34","modified_gmt":"2021-07-10T23:15:34","slug":"o_brasil_no_aqua_project","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/agua\/artigos_agua_salgada\/o_brasil_no_aqua_project.html","title":{"rendered":"O Brasil no Aqua Project"},"content":{"rendered":"\n

O Brasil entrou pela porta da frente na pesquisa espacial ao participar do Projeto Aqua, realizado conjuntamente com os EUA e o Jap\u00e3o, para coletar dados sobre o ciclo da \u00e1gua e monitorar a sua influ\u00eancia no equil\u00edbrio dos ecossistemas terrestres.<\/p>\n\n\n\n

O Sat\u00e9lite Aqua da NASA, levando a bordo o sensor HSB (Humidity Sounder for Brazil), de responsabilidade brasileira, foi lan\u00e7ado, no \u00faltimo dia 4 de Maio, por um foguete Delta II, da Base Vandenberg da For\u00e7a A\u00e9rea Estadunidense, localizada na Calif\u00f3rnia, EUA.<\/p>\n\n\n\n

O sat\u00e9lite Aqua integra o Sistema de Observa\u00e7\u00e3o da Terra (EOS-Earth Observing System), um programa da NASA que tem como principal preocupa\u00e7\u00e3o entender os processos de mudan\u00e7a global no clima, muitos deles provocados sob a interfer\u00eancia do homem.<\/p>\n\n\n\n

Tr\u00eas sat\u00e9lites foram idealizados para este programa que re\u00fane diversas institui\u00e7\u00f5es de pesquisa e ag\u00eancias espaciais de pa\u00edses da Am\u00e9rica do Sul e do Norte, Europa, \u00c1sia e Austr\u00e1lia. O primeiro deles, o Terra, j\u00e1 se encontra em \u00f3rbita desde Dezembro de 1999. O Aqua \u00e9 o segundo sat\u00e9lite a ser lan\u00e7ado e o terceiro ser\u00e1 o Aura que analisar\u00e1 os dados da atmosfera. O Aqua que encontra-se orbitando a 705 km de altitude efetua uma volta em torno da Terra a cada 99 minutos.<\/p>\n\n\n\n

\"q\"\/<\/figure>\n\n\n\n
<\/div>\n\n\n\n

Com um custo que atingiu os 952 milh\u00f5es de d\u00f3lares, o Aqua \u00e9 um projeto conjunto entre os Estados Unidos, o Jap\u00e3o e o Brasil. Os EUA forneceram o foguete e quatro dos principais instrumentos cient\u00edficos. O Brasil, atrav\u00e9s do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), participa com o Sensor de Umidade e o Jap\u00e3o contribuiu com o medidor de microondas para estudar o vapor da \u00e1gua e os n\u00edveis de precipita\u00e7\u00e3o. As an\u00e1lises totais s\u00e3o disponibilizadas em tempo real durante as 24 horas do di<\/p>\n\n\n\n

O Projeto Aqua tem como foco central o estudo multidisciplinar de processos inter-relacionados – atmosfera, oceano e superf\u00edcie terrestre – e suas rela\u00e7\u00f5es com o sistema de mudan\u00e7as globais no clima. Uma grande quantidade de informa\u00e7\u00f5es ser\u00e1 coletada sobre o ciclo da \u00e1gua, incluindo a vaporiza\u00e7\u00e3o dos oceanos, vapor d\u2019\u00e1gua na atmosfera, nuvens, precipita\u00e7\u00f5es, umidade, gelo no oceano e na superf\u00edcie, e cobertura de neve na superf\u00edcie e no gelo.<\/p>\n\n\n\n

Tamb\u00e9m ser\u00e3o medidas vari\u00e1veis como fluxos de energia, aeross\u00f3is, cobertura vegetal, fictopl\u00e2nctons e mat\u00e9ria org\u00e2nica nos oceanos, ar, superf\u00edcie, al\u00e9m da temperatura da \u00e1gua. Seis instrumentos est\u00e3o a bordo do sat\u00e9lite. Um deles, o HSB, de US$ 11 milh\u00f5es, sob a responsabilidade do INPE foi constru\u00eddo conjuntamente pela empresa inglesa Astrium e pela brasileira Equatorial Sistemas. O processo de integra\u00e7\u00e3o e testes do sensor brasileiro ficou sob a responsabilidade do INPE.<\/p>\n\n\n\n

O acordo de coopera\u00e7\u00e3o para desenvolver o HSB foi assinado entre a Ag\u00eancia Espacial Brasileira (AEB) e a NASA em 1996. O interesse brasileiro pelos dados do HSB, com a obten\u00e7\u00e3o de perfis de umidade, tem como perspectiva o aprimoramento das previs\u00f5es do tempo e o acompanhamento de vari\u00e1veis das tend\u00eancias do clima. Os dados dever\u00e3o ajudar ainda a compreender melhor a din\u00e2mica da floresta amaz\u00f4nica, atualmente monitorada pelos pesquisadores do INPE atrav\u00e9s de imagens de sat\u00e9lite.<\/p>\n\n\n\n

O per\u00edodo de vida \u00fatil do Aqua est\u00e1 previsto para seis anos. Durante esse tempo, Aqua observar\u00e1 os oceanos, a atmosfera, as terras, as extens\u00f5es de gelo e os cristais de neve e a vegeta\u00e7\u00e3o do nosso Planeta. Equipado com seis tipos de instrumentos espec\u00edficos, o sat\u00e9lite coletar\u00e1 informa\u00e7\u00f5es sobre as precipita\u00e7\u00f5es pluviom\u00e9tricas, a evapora\u00e7\u00e3o e os ciclos da \u00e1gua. Ele medir\u00e1, simultaneamente, as mudan\u00e7as das correntes mar\u00edtimas e a maneira em que as nuvens e os reservat\u00f3rios de \u00e1gua afetam o clima global.<\/p>\n\n\n\n

Segundo o Diretor dos Programas Cient\u00edficos sobre a Terra da NASA, Ghassem Asrar, o sat\u00e9lite Aqua fornecer\u00e1 informa\u00e7\u00f5es in\u00e9ditas sobre a influ\u00eancia da \u00e1gua – nos seus diversos estados – sobre a Terra, chegando a melhorar sensivelmente as previs\u00f5es meteorol\u00f3gicas, entre outros temas.<\/p>\n\n\n\n

Os cientistas se interessam n\u00e3o somente pelas rela\u00e7\u00f5es entre a \u00e1gua e as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas, eles tamb\u00e9m querem aprofundar, particularmente, a evolu\u00e7\u00e3o dessas rela\u00e7\u00f5es. \u00c9 evidente que, mesmo que as varia\u00e7\u00f5es sejam m\u00ednimas, o Planeta depende numa grande medida delas; e muito mais ainda em raz\u00e3o de que 70% da superf\u00edcie da Terra s\u00e3o constitu\u00eddos por \u00e1gua.<\/p>\n\n\n\n

Os cientistas reconhecem que o ciclo da \u00e1gua \u00e9 muito pouco conhecido ainda e um dos objetivos do Projeto Aqua \u00e9 exatamente esse: descobrir, por exemplo, como os pequenos cristais de gelo que flutuam na atmosfera podem alterar radicalmente o equil\u00edbrio do clima e, com isso, a estabilidade dos ecossistemas e da vida na Terra.<\/p>\n\n\n\n

Participa\u00e7\u00e3o Brasileira<\/strong><\/p>\n\n\n\n

O Sensor de Umidade – HSB, de responsabilidade do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE, ir\u00e1 compor um avan\u00e7ado sistema operacional de sondagem, juntamente com outros cinco instrumentos, quatro estadunidenses e um japon\u00eas.<\/p>\n\n\n\n

\u00c9 um sensor que opera na faixa do microondas, que inclui dois outros instrumentos estadunidenses, tamb\u00e9m a bordo do Aqua: o AIRS (Atmospheric Infrared Sounder ou Sensor Atmosf\u00e9rico no Infravermelho) e o AMSU-A (Advanced Microwave Sounding Unit ou Unidade Avan\u00e7ada de Sondagem em Microondas).<\/p>\n\n\n\n

O HSB ir\u00e1 gerar perfis de umidade atmosf\u00e9rica. Os dados do HSB e do AMSU-A ir\u00e3o tamb\u00e9m gerar dados de calibra\u00e7\u00e3o para o AIRS e ajudar a filtrar os efeitos das nuvens provocados nos dados obtidos por este sensor. A expectativa \u00e9 de que a opera\u00e7\u00e3o conjunta dos sensores obtenha perfis da temperatura e umidade de colunas de ar com grande precis\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Ronaldo Mour\u00e3o – Astr\u00f4nomo e escritor
\nFonte: Revista ECO 21<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Tr\u00eas sat\u00e9lites foram idealizados para este programa que re\u00fane diversas institui\u00e7\u00f5es de pesquisa e ag\u00eancias espaciais de pa\u00edses da Am\u00e9rica do Sul e do Norte, Europa, \u00c1sia e Austr\u00e1lia. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":2,"featured_media":400,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[1398],"tags":[1107,1105,329,1106],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/399"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=399"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/399\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":4750,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/399\/revisions\/4750"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/400"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=399"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=399"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=399"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}