{"id":396,"date":"2009-03-03T14:39:59","date_gmt":"2009-03-03T14:39:59","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T20:15:34","modified_gmt":"2021-07-10T23:15:34","slug":"praia_local_-_lixo_global","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/agua\/artigos_agua_salgada\/praia_local_-_lixo_global.html","title":{"rendered":"Praia Local – Lixo Global"},"content":{"rendered":"\n

Meu nome \u00e9 Fabiano Prado Barretto, tenho 32 anos, sou fot\u00f3grafo da cidade de Salvador da Bahia, Brasil. Durante o Carnaval 2001 fiz algumas caminhadas pelas praias da Linha Verde, Litoral Norte da Bahia (Costa dos Coqueiros). Caminhei aproximadamente 86 quil\u00f4metros em quatro dias. Andei pela praia os trechos entre Praia do Forte e Porto Sau\u00edpe (27 km), Porto Sau\u00edpe e Suba\u00fama (12 km), Suba\u00fama e Baixios (22 km) e Barra do Itariri e S\u00edtio do Conde (25 km).<\/p>\n\n\n\n

Para minha surpresa, havia uma grande quantidade de lixo nas praias, inclusive nos trechos entre uma praia e outra, entre as vilas, aonde a freq\u00fc\u00eancia de p\u00fablico \u00e9 quase zero. S\u00e3o trechos de praia praticamente intoc\u00e1veis, semi-desertas. Caminhei as vezes 4, 5, 6 … 8 quil\u00f4metros sem ver ningu\u00e9m, considerando que era um per\u00edodo de feriado prolongado, e a freq\u00fc\u00eancia de banhistas nas praias cresce bastante.<\/p>\n\n\n\n

No trecho entre as Piscinas Naturais do Papa Gente na Praia do Forte e a boca da barra do Rio Barroso na Praia de Imbassa\u00ed, coletei uma grande quantidade de embalagens, nomeadamente 81. No trecho entre as praias de Suba\u00fama e Baixios recolhi outras 13. Todas as embalagens s\u00e3o de produtos estrangeiros.<\/p>\n\n\n\n

Fiz a identifica\u00e7\u00e3o e cataloga\u00e7\u00e3o do lixo e constatei que as embalagens s\u00e3o de 26 diferentes pa\u00edses, sendo os Estados Unidos (10), \u00c1frica do Sul (9) e Alemanha (8) os mais representados nas praias baianas. H\u00e1 lixo das mais variadas proced\u00eancias, dos quatro cantos do planeta, como por exemplo:  Indon\u00e9sia, Argentina, Canad\u00e1, Espanha, \u00cdndia, Finl\u00e2ndia, Tail\u00e2ndia, Cor\u00e9ia do Sul (Cheju Island, ilha localizada no Mar da China Oriental, entre o Estreito da Cor\u00e9ia e o Mar Amarelo) e Chipre. Das 94 embalagens coletadas, eu consegui identificar a origem de 88 delas. N\u00e3o foi poss\u00edvel determinar a origem das demais, porque o r\u00f3tulo estava ileg\u00edvel, ou ausente de c\u00f3digo de barras, ou ainda, por n\u00e3o entender o idioma.<\/p>\n\n\n\n

As embalagens de produtos encontrados com maior frequ\u00eancia foram \u00e1gua mineral (21) e leite (13). Tamb\u00e9m havia inseticidas, sucos, produtos de beleza e limpeza, material de escrit\u00f3rio, refrigerantes e alimentos diversos. O tipo de embalagem mais comum foram as pl\u00e1sticas (46) e os sprays em latas (21). Embalagens Tetra Pak tamb\u00e9m havia muitas (17).<\/p>\n\n\n\n

Conclui-se que este lixo est\u00e1 sendo jogado no mar pelas embarca\u00e7\u00f5es estrangeiras, podendo ser desde veleiros particulares, at\u00e9 cargueiros e cruzeiros de turismo, chegando a costa trazido pelas correntes mar\u00edtimas. Pela diversidade da origem das embalagens, aus\u00eancia de indica\u00e7\u00e3o de importadores brasileiros nos r\u00f3tulos e pelo local da coleta, fica comprovado que o lixo n\u00e3o foi jogado diretamente na praia por turistas estrangeiros. \u00c9 invi\u00e1vel que turistas venham ao Brasil trazendo l\u00e2mpadas, leite, inseticida, entre outros produtos encontrados na praia.<\/p>\n\n\n\n

Uma corrente mar\u00edtima trouxe a maior parte (72 das 94 embalagens) do lixo para quatro quil\u00f4metros de praias, no meio da maior ba\u00eda, entre a Praia do Forte e Imbassa\u00ed. Este trecho que totaliza dez quil\u00f4metros de praias, n\u00e3o possui nenhuma casa. O terreno pertence a Funda\u00e7\u00e3o Garcia D\u00b4\u00c1vila, presidida pelo alem\u00e3o Klaus Peter, propriet\u00e1rio do Eco Resort Praia do Forte.<\/p>\n\n\n\n

Praia Local, Lixo Global 2002 O “G-7 do Lixo Global”  representa 56,5% do total das embalagens<\/strong><\/p>\n\n\n\n

<\/div>\n\n\n\n
\"q\"\/<\/figure>\n\n\n\n

www.globalgarbage.org globalgarbage@globalgarbage.org<\/p>\n\n\n\n

Ningu\u00e9m sabe precisamente como o lixo globalizado resolveu se acomodar naquele pequeno trecho de praias. Para o meteorologista Ricardo de Camargo, especialista em correntes e ventos na costa brasileira, \u00e9 um mist\u00e9rio, pois h\u00e1 navios que t\u00eam o mau h\u00e1bito de lan\u00e7ar lixo no mar, mas em sacos pl\u00e1sticos que n\u00e3o deveriam se romper nem chegar \u00e0 costa. “A explica\u00e7\u00e3o pode ser a incid\u00eancia de ventos de leste, muito comuns naquela \u00e1rea”. diz o pesquisador da USP. O Giro Tropical, um conjunto de correntes, poderia estar trazendo os objetos lan\u00e7ados de qualquer navio que passasse pelo Atl\u00e2ntico, entre \u00c1frica e Brasil. Isto explica porque os detritos v\u00eam para esses lados, mas n\u00e3o porque escolhem a prainha baiana.<\/p>\n\n\n\n

Tamb\u00e9m foram encontrados 1.647 sinalizadores, para os quais n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel a identifica\u00e7\u00e3o da origem, pois nada t\u00eam escrito. Quarenta e tr\u00eas l\u00e2mpadas, incandescentes e fluorescentes, que pelo modelo (tipo de bocal e filamentos) s\u00e3o de fabrica\u00e7\u00e3o estrangeira, e cinq\u00fcenta e quatro garrafas de vidro de bebidas alc\u00f3olicas.<\/p>\n\n\n\n

Nos tr\u00eas primeiros meses deste ano, 343 navios estrangeiros cruzaram as \u00e1guas baianas em dire\u00e7\u00e3o aos portos de Salvador, Ilh\u00e9us e Porto Seguro, trazendo turistas e cargas, informou a Capitania dos Portos de Salvador. Alguns como o transatl\u00e2ntico italiano Rhapsody, com capacidade para 800 passageiros, atracaram em \u00e1guas baianas, pelo menos uma vez por semana, durante o ver\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

\u00c9 proibido a qualquer embarca\u00e7\u00e3o jogar lixo no mar, mas a fiscaliza\u00e7\u00e3o dos navios, a cargo da Capitania dos Portos e da Ag\u00eancia Nacional de Vigil\u00e2ncia Sanit\u00e1ria (Anvisa) \u00e9 complicada. Segundo Manuel Argolo da Cruz, chefe do departamento de seguran\u00e7a de tr\u00e1fico aquavi\u00e1rio da Capitania dos Portos da Bahia, cerca de 35% das embarca\u00e7\u00f5es s\u00e3o abordadas por fiscais que verificam desde o estado do barco at\u00e9 o destino do lixo. “A maioria dos barcos n\u00e3o joga lixo no mar, mas muitos apresentam ind\u00edcios de terem jogado”, diz, admitindo n\u00e3o conhecer nenhuma multa aplicada por isso. “\u00c9 dif\u00edcil provar”.<\/p>\n\n\n\n

De acordo com a Marinha, o descarte de lixo na faixa de 200 milhas, que corresponde ao mar territorial brasileiro, \u00e9 considerado crime pass\u00edvel de multa, que varia de R$ 7 mil a R$ 50 milh\u00f5es. “Apesar do rigor da puni\u00e7\u00e3o, um flagrante, nesses casos, \u00e9 praticamente imposs\u00edvel”, justifica o capit\u00e3o-de-fragata e comandante interino da Capitania dos Portos de Salvador, S\u00e9rgio Silveira. Para fiscalizar todos os 950 quil\u00f4metros do litoral da Bahia, a Marinha disp\u00f5e apenas de nove embarca\u00e7\u00f5es e um efetivo de 50 homens. “O descarte de lixo em alto mar \u00e9 um crime comum no litoral do Brasil”, diz a ambientalista do Greenpeace, Viviane Silva.<\/p>\n\n\n\n

Segundo a ocean\u00f3grafa Ceci Moreira de Souza, do Instituto Oceanogr\u00e1fico da USP – Universidade de S\u00e3o Paulo (Brasil), essas embalagens prov\u00eaem certamente de embarca\u00e7\u00f5es que passam pr\u00f3ximas a costa. “A possibilidade do material ter sido trazido de locais distantes como a Europa, por correntes mar\u00edtimas, \u00e9 praticamente nula”, afirma ela.<\/p>\n\n\n\n

Com um litoral gigantesco, o descarte de lixo em \u00e1guas brasileiras, tanto por parte dos passageiros quanto por parte da tripula\u00e7\u00e3o, pode ser consumado a qualquer hora do dia ou da noite, sem testemunhas. Por lei, toda embarca\u00e7\u00e3o deve manter, sempre \u00e0 vista, recipientes para coletar o res\u00edduo produzido a bordo. As normas s\u00e3o regidas por The International Convention for Preservation of Pollution from Ships, uma esp\u00e9cie de b\u00edblia da navega\u00e7\u00e3o internacional na \u00e1rea ecol\u00f3gica, em vigor desde 1973, e conhecida no pa\u00eds como Marpol. “Este tipo de crime s\u00f3 acontece porque o pa\u00eds n\u00e3o tem o respeito da comunidade internacional”, acredita o ambientalista Juca Ferreira, vice-presidente da Funda\u00e7\u00e3o Onda Azul e vereador de Salvador pelo PV – Partido Verde. Segundo ele, o Brasil precisa modernizar o conceito p\u00fablico de gest\u00e3o econ\u00f4mica do seu territ\u00f3rio marinho, que se estende numa faixa de 200 milhas n\u00e1uticas ao longo do litoral.<\/p>\n\n\n\n

“At\u00e9 agora o pa\u00eds s\u00f3 discutiu a quest\u00e3o do ponto de vista financeiro. Enquanto isso, nos tornamos quintal das grandes pot\u00eancias”, afirma Juca Ferreira. Nos Estados Unidos, a guarda costeira pune at\u00e9 com cadeia os comandantes dos navios que sujam a costa americana. Em todos os portos do pa\u00eds, principalmente onde o fluxo tur\u00edstico \u00e9 maior, s\u00e3o distribu\u00eddos folhetos e material educativo sobre a import\u00e2ncia de se preservar os mares. As campanhas contam com o apoio de volunt\u00e1rios e da sociedade organizada.<\/p>\n\n\n\n

Esse lixo pode representar uma amea\u00e7a \u00e0 fauna local. “Os pl\u00e1sticos e vidros s\u00e3o perigosos sobretudo para os mam\u00edferos marinhos e tartarugas”, explica o bi\u00f3logo Gustavo Lopez, coordenador t\u00e9cnico na Bahia do Projeto Tamar, para reprodu\u00e7\u00e3o das tartarugas marinhas. Lopez, lembra um v\u00eddeo que mostra uma tartaruga com dificuldades para desovar porque sua cloaca estava obstru\u00edda por um saco pl\u00e1stico, “que s\u00e3o engolidos com frequ\u00eancia pelos animais porque os confundem com algas”.<\/p>\n\n\n\n

Pelos dados do Projeto MAMA – Mam\u00edferos Marinhos, somente no ano de 2000, quatro golfinhos apareceram mortos em praias do litoral de Salvador, v\u00edtimas da ingest\u00e3o de pl\u00e1sticos. Os animais, que t\u00eam a vis\u00e3o pouco apurada, costumam confundir este tipo de lixo com sua presa predileta, a lula. No caso mais grave, registrado na praia do Canta Galo (Cidade Baixa de Salvador), em 1998, um golfinho adulto foi achado morto, sem sinais de ferimentos. Na aut\u00f3psia, os veterin\u00e1rios encontraram no est\u00f4mago do bicho um pacote de arroz parbolizado da marca Uncle Bens, de fabrica\u00e7\u00e3o norte americana. Ainda no ano 2000, mais um animal foi v\u00edtima da polui\u00e7\u00e3o marinha, dessa vez um filhote de baleia, da esp\u00e9cie Jubarte. O cet\u00e1ceo, de aproximadamente um ano de vida, havia ingerido tr\u00eas tampinhas de garrafa pet, que ficaram presas na garganta retendo a passagem do leite. “O animal acabou morrendo de inani\u00e7\u00e3o”, diz Luciano Wagner, coordenador do projeto. Desta vez contudo, a sujeira era de origem brasileira.<\/p>\n\n\n\n

Na qualidade de amante profundo do mar e freq\u00fcentador ass\u00edduo das praias do litoral baiano, do Brasil e do mundo, pois meus hobbys preferidos s\u00e3o o surf, o mergulho, a remada (travessia) com pranch\u00f5es entre 9 e 15 p\u00e9s e as caminhadas em praia desertas, e fazendo uso quase que integral do meu tempo de lazer na inf\u00e2ncia, adolesc\u00eancia e juventude nas praias, e nos \u00faltimos 12 anos trabalhando profissionalmente em eventos de surf (Uniclubes e ABRASP), achei neste fato lament\u00e1vel, a oportunidade de retribuir ao oceano, tudo de maravilhoso que ele me deu, e continua dando. Firmei um compromisso pessoal de divulgar este fato, al\u00e9m do Brasil \u00e9 claro, pelo menos nos tr\u00eas pa\u00edses com embalagens mais representadas nas areias das praias baianas, Estados Unidos, \u00c1frica do Sul e Alemanha, e em outros pelos quais eu passar ou tiver a oportunidade de divulgar. Como fot\u00f3grafo escolhi fazer isto atrav\u00e9s de exposi\u00e7\u00f5es fotogr\u00e1ficas e publica\u00e7\u00f5es na m\u00eddia. Batizei o fato de “Praia  Local, Lixo Global”.<\/p>\n\n\n\n

“Este estudo, \u00e9 o primeiro que se tem conhecimento na Bahia relacionado \u00e0 origem do lixo que chega \u00e0s praias, trazidos atrav\u00e9s dos movimentos das mar\u00e9s” (Revista Travessia, abril de 2001).<\/p>\n\n\n\n

Primeiramente divulguei no meu estado (Mar\u00e7o de 2001), na revista Travessia e nos jornais A Tarde e Correio da Bahia. Logo em seguida fui para S\u00e3o Paulo, aonde a mat\u00e9ria foi publicada no jornal Estado de S\u00e3o Paulo, nas revistas de circula\u00e7\u00e3o nacional Trip, Terra, Galileu, N\u00e1utica, Horizonte Geogr\u00e1fico e Eco Turismo Especial e nos Websites Waves, Fam\u00edlia Aventura, Remada e Intersurf. De volta a Bahia foi produzida uma mat\u00e9ria com a TV Bahia, no local em que o lixo foi recolhido. A mat\u00e9ria foi exibida no Jornal Nacional da Rede Globo (Abril de 2001). Em setembro de 2001, foi publicada no informativo do Instituto Ecol\u00f3gico Aqualung, na edi\u00e7\u00e3o sobre o Dia Mundial de Limpeza do Litoral e em outubro na revista Mergulho. Em outubro (2001) na revista Fluir e no site Recicl\u00e1veis. Em mar\u00e7o de 2002 no site iBahia.com.<\/p>\n\n\n\n

Em mar\u00e7o de 2002 foi produzido com a TV Educativa\/IRDEB – Instituto de R\u00e1dio Difus\u00e3o da Bahia, uma mat\u00e9ria que vai integrar o document\u00e1rio sobre a APA-\u00c1rea de Prote\u00e7\u00e3o Ambiental Litoral Norte, de uma s\u00e9rie de todas as APA’s do Estado da Bahia. Est\u00e1 iniciativa \u00e9 do CRA-Centro de Recursos Ambientais da Bahia.<\/p>\n\n\n\n

De passagem em Portugal (Abril de 2001), a caminho da Alemanha, consegui as publica\u00e7\u00f5es na revista semanal Vis\u00e3o e no jornal Di\u00e1rio de Not\u00edcias, ambos de circula\u00e7\u00e3o nacional. Em mar\u00e7o de 2002 foi publicada na revista Surf Portugal.<\/p>\n\n\n\n

Na Alemanha, aonde estou morando atualmente, nos jornais Der Tagesspiegel (Berlin) e Hamburger Abendblatt (Hamburgo), na revista cient\u00edfica do ZMK (Centro para Pesquisas do Mar e do Clima) da Universidade de Hamburgo, na Greenpeace Magazin e na revista Mare. Em fevereiro de 2002 na revista Do Brasil.<\/p>\n\n\n\n

Tamb\u00e9m na Alemanha aconteceu a primeira exposi\u00e7\u00e3o fotogr\u00e1fica (2.7.01 a 20.7.01), na Humboldt-Universit\u00e4t zu Berlin. Em seguida (4.10.01 a 26.10.01) na Universidade de Hamburgo, (1.11.01 a 14.12.01) no Umweltbundesamt (Minist\u00e9rio do Meio Ambiente) em Berlin e (24.4.02 a 17.05.02) no Lateinamerika-Institut da Universidade Livre de Berlin. Para as exposi\u00e7\u00f5es o t\u00edtulo adotado \u00e9 “Praia Local, Lixo Global… e isto \u00e9 apenas o que flutua”. O t\u00edtulo foi sugerido por Kerry Paul, patrocinador das amplia\u00e7\u00f5es das fotografias. Este t\u00edtulo foi escolhido porque nem tudo que \u00e9 jogado no mar pelos navios chega nas praias, a exemplo das garrafas de vidro, que muitas vezes enchem-se de \u00e1gua salgada e afundam. T\u00eam ainda os l\u00edquidos qu\u00edmicos e as embalagens que s\u00e3o engolidas pelos animais. Para as exposi\u00e7\u00f5es na Alemanha estou contando com o apoio da Embaixada do Brasil na Alemanha, do ICBRA – Instituto de Cultura Brasileira na Alemanha e do Fachlabor Jacobs+Schulz.<\/p>\n\n\n\n

Estou viabilizando recursos para a impress\u00e3o de cartazes para serem distribu\u00eddos mundialmente em portos, cruzeiros de turismo, companhias de transporte mar\u00edtimo, navios cargueiros e de marinha, embarca\u00e7\u00f5es particulares, marinas e iates clubes. Ser\u00e3o impressos dois cartazes, cada um com 7 idiomas. Um ser\u00e1 destinado a Europa Ocidental, \u00c1frica do Sul, Oce\u00e2nia, Am\u00e9rica do Sul, Central e do Norte. Este ser\u00e1 nos idiomas ingl\u00eas, portugu\u00eas, alem\u00e3o, espanhol, franc\u00eas, italiano e grego. O outro cartaz ser\u00e1 destinado a Europa Oriental, norte da \u00c1frica e \u00c1sia. Ingl\u00eas, Russo, Chin\u00eas, Japon\u00eas, \u00c1rabe, Coreano e Turco ser\u00e3o os idomas. Inicialmente ser\u00e3o impressos 5 mil cartazes para cada destino. As tradu\u00e7\u00f5es dos idiomas foram feitas pelos interpretes da aiic- Associa\u00e7\u00e3o Internacional dos Interpretes de Confer\u00eancia.<\/p>\n\n\n\n

Leonardo Villanova, publicit\u00e1rio, diretor do Clube de Cria\u00e7\u00e3o da Bahia e Gerente de Cria\u00e7\u00e3o da Ilimit (empresa de Internet da Rede Bahia de Comunica\u00e7\u00e3o), que desenvolveu o layout dos cartazes, tamb\u00e9m criou um logotipo de sinaliza\u00e7\u00e3o de combate a polui\u00e7\u00e3o marinha. Estou viabilizando recursos para a impress\u00e3o de 50 mil adesivos deste logotipo para serem distribu\u00eddos mundialmente junto com os cartazes.<\/p>\n\n\n\n

Al\u00e9m do cartaz e do logo, Leonardo Villanova criou o site do lixo global. O site est\u00e1 dispon\u00edvel em portugu\u00eas, ingl\u00eas e alem\u00e3o no endere\u00e7o www.globalgarbage.org<\/p>\n\n\n\n

Em 2004 a a\u00e7\u00e3o Praia Local, Lixo Global chegar\u00e1 nas escolas privadas e p\u00fablicas de Salvador, Lauro de Freitas e Cama\u00e7ari. Praia Local, Lixo Global ficar\u00e1 de segunda a sexta-feira em cada escola, com fotografias, publica\u00e7\u00f5es, lixo global, televis\u00e3o com exibi\u00e7\u00e3o das mat\u00e9rias (Jornal Nacional e TV E) e computador para os estudantes navegarem no website do lixo global. Na quinta-feira ser\u00e1 ministrada uma palestra e no s\u00e1bado os estudantes v\u00e3o as praias da Costa dos Coqueiros para fazer a coleta do lixo global. A equipe de coleta ser\u00e1 formada por 40 estudantes, 2 professores de educa\u00e7\u00e3o f\u00edsica, 2 guarda-vidas e 2 representantes da Praia Local, Lixo Global.<\/p>\n\n\n\n

O objetivo \u00e9 que a chegada do lixo na costa seja monitorada pelos estudantes, e os dados repassados a Capit\u00e2nia dos Portos da Bahia. Foram escolhidos 4 trechos com maior ocorr\u00eancia da chegada do lixo. Praia do Forte-Imbassa\u00ed, Imbassa\u00ed-Porto Sau\u00edpe, Porto Sau\u00edpe-Suba\u00fama e Suba\u00fama-Baixio. Desta forma cada trecho ser\u00e1 monitorado mensalmente. Outros trechos da Costa dos Coqueiros ser\u00e3o monitorados trimestralmente.<\/p>\n\n\n\n

Em fevereiro de 2002 andei com Davi Neves 68 km entre a Praia do Forte e a vila praiana de Baixio. Foram recolhidas 730 embalagens de 47 diferentes pa\u00edses. USA, It\u00e1lia, Taiwan, \u00c1frica do Sul e Alemanha foram os cinco pa\u00edses mais representados com embalagenas nas praias da Costa dos Coqueiros. Embalagens pl\u00e1sticas de \u00e1gua mineral representou 38% das embalagens.<\/p>\n\n\n\n

Foi encontrada uma carta dentro de uma garrafa de \u00e1gua mineral. A carta de um navegador italiano, que continha as coordenadas, foi jogada a 3.200 km da costa, em um ponto pr\u00f3ximo a Ilha Santa Helena. Tanto a garrafa de \u00e1gua mineral, como o navegador brasileiro Amyr Klink, fizeram praticamente o mesmo percurso deste ponto at\u00e9 a Costa dos Coqueiros, quando Klink da sua travessia a remo da \u00c1frica para o Brasil, retratada no livro Cem dias entre c\u00e9u e mar, que o navegador chegou na Praia da Espera, em Itacimirim, a 5 km sul da Praia do Forte. Amyr veio sempre beneficiado pelas correntes, assim como a garrafa.<\/p>\n\n\n\n

Foi feita uma triste constata\u00e7\u00e3o. O lixo que fica na areia \u00e9 soterrado pelo movimento da praia, tornando as paradisiacas praias do litoral norte baiano em um cemit\u00e9rio de embalagens industriais.<\/p>\n\n\n\n

Espero que em breve os oceanos estejam livres do lixo.<\/p>\n\n\n\n

A natureza agradece !<\/p>\n\n\n\n

Os seres marinhos agradecem !<\/p>\n\n\n\n

O oceano agradece !<\/p>\n\n\n\n

A praia agradece !<\/p>\n\n\n\n

Yemanj\u00e1 agradece !<\/p>\n\n\n\n

Nossos filhos agradecem !<\/p>\n\n\n\n

www.globalgarbage.org<\/em>\n<\/em><\/p>\n\n\n\n

globalgarbage@globalgarbage.org<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Uma corrente mar\u00edtima trouxe a maior parte (72 das 94 embalagens) do lixo para quatro quil\u00f4metros de praias, no meio da maior ba\u00eda, entre a Praia do Forte e Imbassa\u00ed. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":2,"featured_media":397,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[1398],"tags":[36,7],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/396"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=396"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/396\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":4752,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/396\/revisions\/4752"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/397"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=396"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=396"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=396"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}