{"id":379,"date":"2009-03-03T11:35:36","date_gmt":"2009-03-03T11:35:36","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T20:15:37","modified_gmt":"2021-07-10T23:15:37","slug":"origem_das_aguas_minerais_-_aspectos_geologicos","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/agua\/aguas_minerais\/origem_das_aguas_minerais_-_aspectos_geologicos.html","title":{"rendered":"Origem das \u00c1guas Minerais – aspectos geol\u00f3gicos"},"content":{"rendered":"\n

Duas teorias cl\u00e1ssicas sobre a origem das \u00e1guas minerais se confrontam durante muito tempo: a teoria da origem mete\u00f3rica, que admite ser a \u00e1gua mineral proveniente da pr\u00f3rpia \u00e1gua das chuvas infiltrada a grandes profundidades; e a teoria da origem magm\u00e1tica, que explica essas \u00e1guas a partir de fen\u00f4menos magm\u00e1ticos como vulcanismo. Hoje, com os conhecimentos sobre a distribui\u00e7\u00e3o da \u00e1gua no planeta, a primeira teoria \u00e9 a mais aceita, uma vez que admite-se que as \u00e1guas de origem magm\u00e1tica, tamb\u00e9m denominadas juvenis, constituem uma fra\u00e7\u00e3o irrelevante do volume total.<\/p>\n\n\n\n

A teoria da origem mete\u00f3rica considera a \u00e1gua mineral um tipo particular de \u00e1gua subterr\u00e2nea cuja forma\u00e7\u00e3o resulta da ressurg\u00eancia das \u00e1guas das chuvas infiltradas a grandes profundidades, atrav\u00e9s de fraturas e falhas tect\u00f4nicas, em velocidade muito lenta. Ao defrontar-se com descontinuidades de estruturas geol\u00f3gicas (falhas, diques, etc.), impulsionadas pelo peso da coluna de \u00e1gua superposta e, em certos casos, por gases e vapores nelas presentes, essas \u00e1guas emergem \u00e0 superf\u00edcie sob a forma de fontes.<\/p>\n\n\n\n

A forma\u00e7\u00e3o da \u00e1gua mineral come\u00e7a na atmosfera onde, sob a forma de chuva, absorve alguns elementos do ar. Ao penetrar no solo recebe a influ\u00eancia da zona n\u00e3o saturada at\u00e9 atingir as rochas onde sofrer\u00e1 a \u00faltima etapa de sua mineraliza\u00e7\u00e3o. O tempo entre a infiltra\u00e7\u00e3o e a descarga depende da extens\u00e3o percorrida, podendo variar de dezenas a milhares de anos. A composi\u00e7\u00e3o qu\u00edmica reflete a percola\u00e7\u00e3o em camadas geol\u00f3gicas, isto \u00e9, em seu percurso descendente, a \u00e1gua fica submetida a temperaturas e press\u00f5es elevadas, solubilizando rochas e minerais, por\u00e9m resfriando-se no caminho da emerg\u00eancia. Esta teoria tem base no gradiente geot\u00e9rmico, que prev\u00ea um aumento de 1oC para cada 30 metros de profundidade.<\/p>\n\n\n\n

A teoria de origem magm\u00e1tica tem como argumento as fontes termais e as \u00e1guas ricas em elementos pouco encontrados nas camadas superiores da Terra. Embora esta teoria esteja hoje ultrapassada, \u00e9 admiss\u00edvel uma origem mista, em que as \u00e1guas mete\u00f3ricas, infiltradas a grandes profundidades, receberiam em seu percurso a contribui\u00e7\u00e3o de \u00e1gua juvenil proveniente de um veio hidrotermal ou outro evento magm\u00e1tico, como vulcanismo ou plutonismo.<\/p>\n\n\n\n

Ocorr\u00eancia<\/strong> – as fontes s\u00e3o a forma mais comum de ocorr\u00eancia das \u00e1guas minerais. Pode-se definir uma fonte como o resultado da interse\u00e7\u00e3o da superf\u00edcie fre\u00e1tica com a superf\u00edcie topogr\u00e1fica. Em outras palavras, a emerg\u00eancia do len\u00e7ol fre\u00e1tico \u00e0 superf\u00edcie \u00e9 ocasionada por um evento geol\u00f3gico (falhas, fraturas, a intercepta\u00e7\u00e3o de um dique, um dobramento, etc.). Uma outra forma de ocorr\u00eancia \u00e9 quando a \u00e1gua mineral \u00e9 encontrada em capta\u00e7\u00f5es artificiais, como po\u00e7os ou galerias, podendo a descoberta ser ocasional ou o resultado de trabalhos de pesquisa.<\/p>\n\n\n\n

No Brasil<\/strong> – Andrade J\u00fanior (1937), um dos primeiros pesquisadores sobre a origem das \u00e1guas minerais brasileiras, partindo da distribui\u00e7\u00e3o geogr\u00e1fica das nossas principais fontes verificou que elas se encontram ao longo de faixas de dire\u00e7\u00e3o geral NE\/SW, cobrindo de Norte a Sul o pa\u00eds, coincidindo essas faixas com as das nossas grandes cadeias de montanhas. A interpreta\u00e7\u00e3ogeol\u00f3gica deste fato levou-o a concluir que as nossas fontes hidrominerais est\u00e3o relacionadas com o magma alcalino e a um sistema de fraturas geol\u00f3gicas profundas, que cortam o pa\u00eds de Norte a Sul, na dire\u00e7\u00e3o geral NE\/SW. Essa opini\u00e3o \u00e9 compartilhada por Frangipani (1995), que, sem entrar no m\u00e9rito das rela\u00e7\u00f5es com o magma alcalino, relaciona essas fontes com as faixas de dobramentos e falhamentos, nas bordas das \u00e1reas crat\u00f4nicas e das bacias sedimentares e, tamb\u00e9m, nas \u00e1reas onde o embasamento foi afetado por tectonismo. Essas regi\u00f5es apresentam estruturas que permitem a circula\u00e7\u00e3o de \u00e1guas a grande profundidade e seu retorno \u00e0 superf\u00edcie, em forma de fontes.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: “\u00c1guas Minerais do Estado do Rio de Janeiro”
\nV\u00e1rios autores
\nGoverno do Estado do Rio de Janeiro
\nDepartamento de Recursos Minerais do Governo do Estado do Rio de Janeiro, 2002
\nInforma\u00e7\u00f5es: Departamento de Recursos Minerais – DRM – RJ
\nRua Marechal D<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

No Brasil, partindo da distribui\u00e7\u00e3o geogr\u00e1fica das nossas principais fontes verificou que elas se encontram ao longo de faixas de dire\u00e7\u00e3o geral NE\/SW, cobrindo de Norte a Sul o pa\u00eds, coincidindo essas faixas com as das nossas grandes cadeias de montanhas. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":2,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[1381],"tags":[1095,737],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/379"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=379"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/379\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":4762,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/379\/revisions\/4762"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=379"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=379"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=379"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}