{"id":361,"date":"2009-03-02T14:47:31","date_gmt":"2009-03-02T14:47:31","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T20:15:40","modified_gmt":"2021-07-10T23:15:40","slug":"aguas_subterraneas","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/agua\/recursos_hidricos\/aguas_subterraneas.html","title":{"rendered":"\u00c1guas Subterr\u00e2neas"},"content":{"rendered":"\n
A utiliza\u00e7\u00e3o das \u00e1guas subterr\u00e2neas tem crescido de forma significativa nos \u00faltimos tempos, inclusive no Brasil. H\u00e1 um acr\u00e9scimo cont\u00ednuo do n\u00famero de empresas privadas e \u00f3rg\u00e3os p\u00fablicos com atua\u00e7\u00e3o na pesquisa e capta\u00e7\u00e3o de recursos h\u00eddricos subterr\u00e2neos. Mais que uma reserva de \u00e1gua, as \u00e1guas subterr\u00e2neas devem ser consideradas como um meio de acelerar o desenvolvimento econ\u00f4mico e social de regi\u00f5es extremamente carentes, e de todo o Brasil.<\/p>\n\n\n\n
No Brasil, as secas s\u00e3o fen\u00f4menos freq\u00fcentes que acarretam graves problemas sociais e econ\u00f4micos, como no Pol\u00edgono das Secas, e tamb\u00e9m nas regi\u00f5es Centro-oeste, Sul e Sudeste. Desta forma, a explora\u00e7\u00e3o de \u00e1guas subterr\u00e2neas tem aumentado significativamente. V\u00e1rios n\u00facleos urbanos abastecem-se de \u00e1gua subterr\u00e2nea de forma exclusiva ou complementar. Ind\u00fastrias, propriedades rurais, escolas, hospitais e outros estabelecimentos utilizam \u00e1gua de po\u00e7os rasos e artesianos.<\/p>\n\n\n\n
A explora\u00e7\u00e3o da \u00e1gua subterr\u00e2nea est\u00e1 condicionada a tr\u00eas fatores: quantidade (condutividade hidr\u00e1ulica, coeficiente de armazenamento de terrenos); qualidade (composi\u00e7\u00e3o de rochas, condi\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas e renova\u00e7\u00e3o das \u00e1guas); econ\u00f4mico (depende da profundidade do aq\u00fc\u00edfero e das condi\u00e7\u00f5es de bombeamento).<\/p>\n\n\n\n
Reservas de \u00e1guas subterr\u00e2neas do Brasil:<\/strong><\/p>\n\n\n\n No Brasil, estima-se que existam mais de 200.000 po\u00e7os tubulares em atividade (irriga\u00e7\u00e3o, pecu\u00e1ria, abastecimento de ind\u00fastrias, condom\u00ednios, etc.), mas o maior volume de \u00e1gua ainda \u00e9 destinado ao abastecimento p\u00fablico. Os estados com maior n\u00famero de po\u00e7os s\u00e3o: S\u00e3o Paulo, Bahia, Rio Grande do Sul, Cear\u00e1 e Piau\u00ed. Em algumas \u00e1reas, as \u00e1guas subterr\u00e2neas s\u00e3o intensamente aproveitadas e constituem o recurso mais importante de \u00e1gua doce.<\/p>\n\n\n\n \u00c1guas subterr\u00e2neas na Regi\u00e3o Sul<\/strong><\/p>\n\n\n\n Compreende os Estados do Paran\u00e1, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A combina\u00e7\u00e3o de fatores geol\u00f3gicos e clim\u00e1ticos favoreceu uma estrutura favor\u00e1vel ao armazenamento de \u00e1gua subterr\u00e2nea, sendo a Bacia do Paran\u00e1 um dos maiores reservat\u00f3rios de \u00e1gua subterr\u00e2nea do mundo.<\/p>\n\n\n\n Embora esta regi\u00e3o possua tal potencial, o aproveitamento de \u00e1gua subterr\u00e2nea \u00e9 feito visando o abastecimento p\u00fablico de pequenas comunidades do meio rural e no suporte do abastecimento de cidades de porte m\u00e9dio.<\/p>\n\n\n\n Paran\u00e1<\/strong>: 80% das cidades pequenas (20% da popula\u00e7\u00e3o do estado) s\u00e3o atendidas com \u00e1gua do subsolo.<\/p>\n\n\n\n Santa Catarina<\/strong>: 95% da popula\u00e7\u00e3o \u00e9 abastecida com \u00e1gua de superf\u00edcie; a \u00e1gua subterr\u00e2nea \u00e9 utilizada apenas no meio rural. <\/p>\n\n\n\n Rio Grande do Sul<\/strong>: 55% de mais de 300 locais com sistema de abastecimento s\u00e3o atendidos total ou parcialmente com \u00e1gua subterr\u00e2nea.<\/p>\n\n\n\n \u00c1guas subterr\u00e2neas na Regi\u00e3o Sudeste<\/strong><\/p>\n\n\n\n Os Estados de S\u00e3o Paulo, Rio de Janeiro, Esp\u00edrito Santo e Minas Gerais fazem parte desta regi\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n Da conforma\u00e7\u00e3o geol\u00f3gica da regi\u00e3o e da diversidade das condi\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas e fisiogr\u00e1ficas resultaram sistemas aq\u00fc\u00edferos dos tipo poroso, fissural e c\u00e1rstico, com caracter\u00edsticas hidrogeol\u00f3gicas muito distintas.<\/p>\n\n\n\n O emprego das \u00e1guas subterr\u00e2neas na irriga\u00e7\u00e3o e na ind\u00fastria ainda \u00e9 muito pequeno se comparado ao abastecimento p\u00fablico. Ainda s\u00e3o largamente utilizadas no abastecimento de hot\u00e9is, condom\u00ednios, col\u00e9gios e postos de gasolina.<\/p>\n\n\n\n Os volumes de \u00e1gua subterr\u00e2nea disponibilizados atrav\u00e9s dos po\u00e7os tubulares distribuem-se irregularmente pela regi\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n S\u00e3o Paulo<\/strong>: cerca de 70% dos locais \u00e9 abastecido a partir de manancial subterr\u00e2neo. Hoje a disponibilidade de po\u00e7os tubulares \u00e9 cerca de 40.000<\/p>\n\n\n\n Rio de Janeiro<\/strong>: conta com 2.000 po\u00e7os tubulares; em algumas regi\u00f5es do Estado do Rio, como a Baixada Fluminense, a utiliza\u00e7\u00e3o industrial das \u00e1guas subterr\u00e2neas \u00e9 significativa<\/p>\n\n\n\n Esp\u00edrito Santo<\/strong>: possui cerca de 600 po\u00e7os tubulares para a capta\u00e7\u00e3o da \u00e1gua subterr\u00e2nea, sen- do esta pouco utilizada no abastecimento p\u00fablico e em outras atividades sociais e econ\u00f4micas<\/p>\n\n\n\n Minas Gerais<\/strong>: cerca de 7.900 po\u00e7os. H\u00e1 a participa\u00e7\u00e3o das \u00e1guas subterr\u00e2neas nas sedes mu- nicipais e distritos e tamb\u00e9m no meio rural. Como exemplo, h\u00e1 o Projeto de Irriga\u00e7\u00e3o do Ja\u00edba, no Vale do Rio Verde Grande (MG).<\/p>\n\n\n\n \u00c1guas subterr\u00e2neas na Regi\u00e3o Nordeste<\/strong><\/p>\n\n\n\n O \u201cPol\u00edgono das Secas\u201d, denomina\u00e7\u00e3o de parte desta \u00e1rea, caracteriza-se por uma escassez de recursos h\u00eddricos de superf\u00edcie, devido \u00e0s baixas precipita\u00e7\u00f5es pluviom\u00e9tricas e \u00e0 alta evapotranspira\u00e7\u00e3o (aproximadamente 90%). O dom\u00ednio das rochas cristalinas e crisalofilianas, predominantes do clima semi-\u00e1rido, est\u00e1 sujeito a diversidades clim\u00e1ticas caracterizadas por irregularidades na distribui\u00e7\u00e3o das chuvas.<\/p>\n\n\n\n Existem, atualmente, cerca de 60.000 po\u00e7os tubulares em funcionamento no Nordeste. Tamb\u00e9m \u00e9 comum, na zona rural, o atendimento de pequenas comunidades atrav\u00e9s de chafarizes abastecidos por po\u00e7os.<\/p>\n\n\n\n Pode-se afirmar que prevalece o abastecimento p\u00fablico, inclusive nas grandes cidades como Macei\u00f3 e Natal, inteiramente abastecidas por \u00e1gua subterr\u00e2nea, e Recife, com 20% de sua demanda. Nos Estados do Piau\u00ed e Maranh\u00e3o, o percentual de aproveitamento de \u00e1gua subterr\u00e2nea ultrapassa os 80%. O uso da \u00e1gua subterr\u00e2nea na irriga\u00e7\u00e3o vem tomando for\u00e7a em v\u00e1rios pontos do Nordeste, como Mossor\u00f3 (RN), Piau\u00ed, Pernambuco e Bahia.<\/p>\n\n\n\n \u00c1guas subterr\u00e2neas na Regi\u00e3o Centro-Oeste<\/strong><\/p>\n\n\n\n Abrange o Distrito Federal e os Estados de Goi\u00e1s, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Na maior parte da prov\u00edncia do Centro-Oeste e em \u00e1reas do escudo Central, os sistemas aq\u00fc\u00edferos fissurados encontram-se recobertos por sedimentos cenoz\u00f3icos e paleoz\u00f3icos que constituem, muitas vezes, importantes aq\u00fc\u00edferos.<\/p>\n\n\n\n As \u00e1guas subterr\u00e2neas t\u00eam sido utilizadas significativamente, principalmente nas \u00e1reas de influ\u00eancia dos grandes centros urbanos, como Bras\u00edlia, Campo Grande e Dourados.<\/p>\n\n\n\n Distrito Federal<\/strong>: possui uma grande quantidade de po\u00e7os tubulares. A \u00e1gua subterr\u00e2nea \u00e9 utili- zada tamb\u00e9m no abastecimento dom\u00e9stico e de pequenas comunidades<\/p>\n\n\n\n Goi\u00e1s<\/strong>: cerca de 30% dos locais s\u00e3o atendidos com \u00e1gua subterr\u00e2nea. A maior parte das ind\u00fas- trias est\u00e1 localizada na Bacia do Rio Parana\u00edba, sendo estas, abastecidas principalmente por \u00e1- gua de superf\u00edcie. Destacam-se nesta regi\u00e3o as \u00e1guas termais e minerais, intensamente aproveitadas pelo turismo.<\/p>\n\n\n\n Mato Grosso<\/strong>: cerca de 60% dos locais s\u00e3o abastecidos por \u00e1gua subterr\u00e2nea.<\/p>\n\n\n\n Mato Grosso do Sul<\/strong>:encontram-se melhores condi\u00e7\u00f5es hidrogeol\u00f3gicas, que conta com a ocor- r\u00eancia dos principais aqu\u00edferos da Bacia do Paran\u00e1. A principal destina\u00e7\u00e3o da \u00e1gua subterr\u00e2nea \u00e9 para o abastecimento p\u00fablico, atrav\u00e9s de 500 po\u00e7os tubulares.<\/p>\n\n\n\n \u00c1guas subterr\u00e2neas na Regi\u00e3o Norte<\/strong><\/p>\n\n\n\n Caracterizadas por uma situa\u00e7\u00e3o hidrogeol\u00f3gica favor\u00e1vel, devido a presen\u00e7a na maior parte de seu territ\u00f3rio, de dep\u00f3sitos sedimentares de litologia vari\u00e1vel, com ocorr\u00eancia de horizontes de elevada permeabilidade e com frequentes condi\u00e7\u00f5es de artesianismo.<\/p>\n\n\n\n A \u00e1gua subterr\u00e2nea \u00e9 quase totalmente utilizada para o abastecimento humano nesta regi\u00e3o. Para a irriga\u00e7\u00e3o, \u00e9 de aproximadamente 10% do total; quanto ao uso industrial, \u00e9 concentrado nas maiores cidades (Bel\u00e9m e Manaus).<\/p>\n\n\n\n Amazonas<\/strong>: \u00e9 o que utiliza o maior volume de \u00e1gua subterr\u00e2nea; cerca de 25% do total. <\/p>\n\n\n\n Acre<\/strong>: 18,7% dos locais utilizam \u00e1guas subterr\u00e2neas.<\/p>\n\n\n\n Rond\u00f4nia<\/strong>: 25% dos locais utilizam \u00e1guas subterr\u00e2neas.<\/p>\n\n\n\n Tocantins:<\/strong> 20% dos locais utilizam \u00e1guas subterr\u00e2neas.<\/p>\n\n\n\n Par\u00e1:<\/strong> cerca de 79,4% dos locais (abastecimento p\u00fablico) s\u00e3o abastecidos com \u00e1gua subterr\u00e2- neas<\/p>\n\n\n\n Amap\u00e1<\/strong>: 64% utilizados no abastecimento p\u00fablico.<\/p>\n\n\n\n Fonte: ANEEL, 1999.<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" No Brasil, as secas s\u00e3o fen\u00f4menos freq\u00fcentes que acarretam graves problemas sociais e econ\u00f4micos, como no Pol\u00edgono das Secas, e tamb\u00e9m nas regi\u00f5es Centro-oeste, Sul e Sudeste. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":2,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[1392],"tags":[1087],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/361"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=361"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/361\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":4771,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/361\/revisions\/4771"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=361"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=361"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=361"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}Dom\u00ednios Aquiferos<\/strong><\/td> \u00c1reas (Km)<\/strong><\/td> Sistemas Aqu\u00edferos Principais<\/strong><\/td> Volumes Estocados (Km3)<\/strong><\/td><\/tr> Embasamento Aflorante<\/td> <\/span>600.000<\/td> <\/span>Zonas Fraturadas<\/td> 80<\/td><\/tr> Embasamento alterado<\/td> <\/span>4.000.000 <\/span><\/td> Manto de intemperismo e\/ou fraturas<\/td> <\/span>10.000<\/td><\/tr> Bacia Sedimentar Amazonas<\/td> <\/span>1.300.000<\/td> Dep\u00f3sitos Cl\u00e1sticos<\/td> <\/span>32.500<\/td><\/tr> Bacia Sedimentar do Maranh\u00e3o<\/td> 700.000<\/td> Corda-Graja\u00fa, Motuca, Poti-Piau\u00ed, Cabe\u00e7as e Serra grande<\/td> <\/span>17.500<\/td><\/tr> Bacia Sedimentar Potiguar-Recife<\/td> <\/span>23.000<\/td> Grupo Barreiras, Janda\u00edra, A\u00e7u e Beberibe <\/span><\/td> <\/span>230<\/td><\/tr> Bacia Sedimentar Alagoas-Sergipe<\/td> 10.000<\/td> Grupo Barreiras; Murieba<\/td> <\/span> <\/span>100<\/td><\/tr> Bacia Sedimentar Jatob\u00e1-Tucano-Rec\u00f4ncavo<\/td> 56.000<\/td> Marizal, S\u00e3o Sebasti\u00e3o, Tacaratu<\/td> <\/span>840<\/td><\/tr> Bacia Sedimentar Paran\u00e1 (Brasil) <\/span><\/td> 1.000.000 <\/span><\/td> Bauru-Caiu\u00e1, Serra Geral, Botucatu-Piramb\u00f3ia-Rio do Rastro, Aquidauana<\/td> <\/span>50.400<\/td><\/tr> Dep\u00f3sitos diversos<\/td> 823.000<\/td> Aluvi\u00f5es, dunas<\/td> <\/span>411<\/td><\/tr> Total<\/td> <\/span>8.512.000<\/td> —<\/td> 112.000<\/td><\/tr><\/tbody><\/table><\/figure>\n\n\n\n