{"id":3102,"date":"2010-09-29T18:07:54","date_gmt":"2010-09-29T18:07:54","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T19:16:25","modified_gmt":"2021-07-10T22:16:25","slug":"arquiteto_cria_cidade_ecologicamente_correta","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/arquitetura\/construcoes_verdes\/arquiteto_cria_cidade_ecologicamente_correta.html","title":{"rendered":"Arquiteto cria cidade ecologicamente correta"},"content":{"rendered":"\n

N\u00e3o \u00e9 necess\u00e1rio ser um futurista para imaginar uma cidade autossuficiente, constru\u00edda com materiais org\u00e2nicos n\u00e3o poluentes, que tenha somente ve\u00edculos inteligentes interligados entre si e mold\u00e1veis aos pequenos espa\u00e7os, e embelezada com jardins flutuantes para reduzir o efeito do aquecimento urbano e depurar as \u00e1guas residuais. O certo \u00e9 que n\u00e3o estamos muito longe de come\u00e7ar a materializar esta utopia. Na atualidade j\u00e1 h\u00e1 v\u00e1rios especialistas, entre arquitetos, engenheiros, cientistas, urbanistas e ecologistas que se re\u00fanem ao redor do mundo para desenhar projetos urban\u00edsticos ecol\u00f3gicos. A ideia dos trabalhos destes progressistas radica em combinar arquitetura, tecnologia e urbanismo com a ecologia, sustentabilidade e autossufici\u00eancia, visando \u00e0 constru\u00e7\u00e3o da cidade do amanh\u00e3.
 A cidade ‘Eco-utopia’ ainda \u00e9 um sonho, mas pode se realizar nos pr\u00f3ximos 150 anos<\/p>\n\n\n\n

Urbanista vision\u00e1rio <\/strong>  
Um destes g\u00eanios que idealiza projetos vision\u00e1rios na \u00e1rea \u00e9 o l\u00edder ecol\u00f3gico do desenho, urbanismo e arquitetura, Mitchell Joachim, catalogado pela revista americana Rolling Stone, em 2009, como um dos cem agentes de mudan\u00e7a dos Estados Unidos e pela publica\u00e7\u00e3o Wired uma das 15 pessoas mais inteligentes do pa\u00eds. Ao catalogar seus trabalhos, principalmente os desenvolvidos com o grupo filantr\u00f3pico Terreform One e Terrefuge, descarta o uso do r\u00f3tulo “sustent\u00e1vel”. Para ele, o termo “tem uma acep\u00e7\u00e3o muito fr\u00e1gil” e ao mesmo tempo “gen\u00e9rica”, pois n\u00e3o passa ideia de “evolu\u00e7\u00e3o, intelig\u00eancia e crescimento”. Por essa raz\u00e3o, prefere consider\u00e1-los como “parceiro-ecol\u00f3gico”, pois \u00e9 “a condi\u00e7\u00e3o que define com precis\u00e3o o cen\u00e1rio, combinando a parte cultural e social \u00e0 cient\u00edfica. \u00c9 uma mistura de tudo isso”.<\/p>\n\n\n\n

Cidade futurista<\/strong>   
Joachim procura construir uma cidade autossuficiente: transporte inteligente, uso eficiente de recursos, gera\u00e7\u00e3o energ\u00e9tica, produ\u00e7\u00e3o de alimentos e tratamento de res\u00edduos, o que poderia “levar entre 100 e 150 anos”. As telecomunica\u00e7\u00f5es tamb\u00e9m ajudar\u00e3o a redesenhar as metr\u00f3poles e, segundo Joachim, “n\u00e3o vai demorar muito para que essas tecnologias se tornem de uso p\u00fablico di\u00e1rio”. Com rela\u00e7\u00e3o \u00e0s mudan\u00e7as no modelo de transporte, ele defende que ser\u00e3o necess\u00e1rios 15 anos at\u00e9 ve\u00edculos el\u00e9tricos serem vistos nas ruas. Mas para as modifica\u00e7\u00f5es de fato ocorrerem nas cidades, o especialista imagina que essa mudan\u00e7a demore mais tempo, ao menos 30 ou 40 anos para que uma mudan\u00e7a no paradigma do modelo de constru\u00e7\u00e3o das edifica\u00e7\u00f5es.
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A cidade “Eco-utopia” ainda \u00e9 um sonho, mas pode se realizar nos pr\u00f3ximos 150 anos.
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Mobilidade do futuro <\/strong>  
O conceito do autom\u00f3vel urbano, selecionado pela revista americana Time como uma das melhores inven\u00e7\u00f5es de 2007, consiste em construir um ve\u00edculo em fun\u00e7\u00e3o da cidade e n\u00e3o pensar a cidade em torno dos ve\u00edculos, como atualmente ocorre.<\/p>\n\n\n\n

– Os habitantes da cidade futurista dever\u00e3o compartilhar os ve\u00edculos, o que significar\u00e1 uma redu\u00e7\u00e3o do tr\u00e2nsito, da polui\u00e7\u00e3o e da depend\u00eancia das energias n\u00e3o renov\u00e1veis, como detalha Zipcar, companhia pioneira em oferecer este tipo de servi\u00e7os.
– Terreform One prop\u00f5e a fabrica\u00e7\u00e3o de ve\u00edculos com materiais leves, como o neoprene, com a finalidade de que possam ser dobrados e carregados como carrinhos de compra e, al\u00e9m disso, ser\u00e3o menos perigosos ao terem contato com as pessoas nas ruas.
– Os ve\u00edculos, equipados com software que interliga os motoristas por meio de uma esp\u00e9cie de rede social, permitir\u00e3o enviar mensagens em tempo real sobre dire\u00e7\u00f5es, estacionamentos gratuitos, advert\u00eancias de acidentes e imperfei\u00e7\u00f5es nas vias.
– Outro projeto deste grupo consiste em construir um \u00f4nibus dirig\u00edvel, a partir do qual os passageiros poder\u00e3o subir e descer facilmente, j\u00e1 que alcan\u00e7aria uma velocidade m\u00e1xima de 24 km\/h e os assentos seriam a poucos cent\u00edmetros do ch\u00e3o”.<\/p>\n\n\n\n

Urbanismo autossuficiente  <\/strong> 
O desenho de paisagens urbanas visualmente atraentes est\u00e1 inclu\u00eddo nos sonhos de Joachim. No seu Terreform One elabora a constru\u00e7\u00e3o de parques p\u00fablicos, espa\u00e7os verdes com lagos artificiais para tratar res\u00edduos, limpar o ar e a \u00e1gua, produzir energia e controlar o bioclima estacional. Aposta tamb\u00e9m no desenho de cidades constru\u00eddas a partir de res\u00edduos (pl\u00e1stico para a fenestra\u00e7\u00e3o, compostos org\u00e2nicos para os andaimes tempor\u00e1rios, metais para as estruturas principais) e a constru\u00e7\u00e3o de casas usando organismos vivos.<\/p>\n\n\n\n

Esta ideia consiste em construir uma “casa vegetal” usando uma t\u00e9cnica de jardinagem ancestral: erguer paredes a partir de enredadeiras, arbustos e \u00e1rvores. Com alguns andaimes e um sistema de controle vegetal, \u00e9 poss\u00edvel direcionar o crescimento da vegeta\u00e7\u00e3o com geometrias calculadas. Por outra parte, Joachim entrou para o mundo da biotecnologia ao fundar, com o bi\u00f3logo Oliver Medvedik, o instituto Bioworks e iniciar o cultivo org\u00e2nico de c\u00e9lulas, fazendo crescer carne in vitro para depois fabricar produtos de uso humano, como couro.<\/p>\n\n\n\n

Um sonho bastante antigo<\/strong>   
Apesar de todas estas propostas urban\u00edsticas soarem para muitos como uma utopia ou um filme futurista, o certo \u00e9 que algumas de suas bases est\u00e3o alicer\u00e7adas em princ\u00edpios ancestrais baseados em rela\u00e7\u00f5es simbi\u00f3ticas e em ideais ecol\u00f3gicos de Thomas Jefferson. A passagem do tempo ajudou a aumentar a viabilidade destes projetos, pois conta com conhecimentos tecnol\u00f3gicos e cient\u00edficos cada vez mais avan\u00e7ados para tornar poss\u00edvel uma troca biol\u00f3gica mais sadia entre o ambiente e os habitantes, o que contribuiria positivamente \u00e0 qualidade de vida de todos.<\/p>\n\n\n\n

Mitchell Joachim<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"