{"id":3099,"date":"2010-08-24T17:32:02","date_gmt":"2010-08-24T17:32:02","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T19:16:25","modified_gmt":"2021-07-10T22:16:25","slug":"o_brasil_ainda_nao_possui_um_metodo_de_avaliacao_do_desempenho_ambiental_de_edificacoes","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/arquitetura\/artigos\/o_brasil_ainda_nao_possui_um_metodo_de_avaliacao_do_desempenho_ambiental_de_edificacoes.html","title":{"rendered":"O Brasil ainda n\u00e3o possui um m\u00e9todo de avalia\u00e7\u00e3o do desempenho ambiental de edifica\u00e7\u00f5es"},"content":{"rendered":"\n

A ind\u00fastria da constru\u00e7\u00e3o civil \u00e9 um setor que tem grande responsabilidade quanto aos impactos ambientais e aos danos ao meio ambiente, em virtude da elevada extra\u00e7\u00e3o de recursos naturais n\u00e3o-renov\u00e1veis e dos descartes dos res\u00edduos, dentre outras atividades. <\/p>\n\n\n\n

Contudo, na \u00faltima d\u00e9cada, essa ind\u00fastria, sobretudo pelos arquitetos, est\u00e1 sendo paulatinamente estimulada a buscar reformula\u00e7\u00f5es em suas atividades de concep\u00e7\u00e3o e desenvolvimento projetual. Essas reformula\u00e7\u00f5es est\u00e3o diretamente relacionadas ao modo de conceber, construir e utilizar as edifica\u00e7\u00f5es de maneira sustent\u00e1vel, fazendo uso do estabelecimento de padr\u00f5es de qualidade ambiental e humana e da introdu\u00e7\u00e3o de novas tecnologias de menor impacto e que possam ser desmontadas para aumentar a vida \u00fatil dos componentes.     <\/p>\n\n\n\n

Nesse contexto, no qual os arquitetos buscam uma maior compatibilidade entre os ambientes natural e artificial, sem comprometer, no entanto, os requisitos funcionais e est\u00e9ticos das edifica\u00e7\u00f5es, bem como a viabilidade econ\u00f4mica dos empreendimentos; surgiu a necessidade de mensurar a sustentabilidade ambiental das edifica\u00e7\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n

\"Resumo
Resumo das Metodologias de Avalia\u00e7\u00e3o Ambiental de Edifica\u00e7\u00f5es .
<\/span><\/div>\n\n\n\n

Com a an\u00e1lise de tais m\u00e9todos, \u00e9 poss\u00edvel constatar que as especificidades regionais importantes nem sempre s\u00e3o levadas em considera\u00e7\u00e3o. Desse modo, os crit\u00e9rios utilizados na classifica\u00e7\u00e3o dos edif\u00edcios n\u00e3o s\u00e3o os mais adequados para avaliar o impacto ambiental de edifica\u00e7\u00f5es residenciais brasileiras e particularmente, recifenses.
A an\u00e1lise dos m\u00e9todos de avalia\u00e7\u00e3o de desempenho ambiental das edifica\u00e7\u00f5es demonstrou que elas s\u00e3o naturalmente diferentes em virtude dos diferentes contextos em que surgiram, caracterizados por diferentes agendas ambientais, t\u00e9cnicas construtivas e caracter\u00edsticas bioclim\u00e1ticas. Ficou claro, portanto, que a simples importa\u00e7\u00e3o e aplicabilidade de tais m\u00e9todos \u00e0 realidade brasileira n\u00e3o \u00e9 a melhor op\u00e7\u00e3o. <\/p>\n\n\n\n

O Brasil ainda n\u00e3o possui um m\u00e9todo pr\u00f3prio, em contraposi\u00e7\u00e3o \u00e0 quase totalidade dos pa\u00edses europeus, al\u00e9m dos Estados Unidos, do Canad\u00e1, da China, do Jap\u00e3o e da Austr\u00e1lia. As circunst\u00e2ncias contextuais que levaram \u00e0 cria\u00e7\u00e3o dos diversos m\u00e9todos variam, assim como as aplica\u00e7\u00f5es pretendidas para estes sistemas, que v\u00e3o desde ferramentas de apoio ao projeto at\u00e9 ferramentas e avalia\u00e7\u00e3o p\u00f3s-ocupa\u00e7\u00e3o. \u00c9 imprescind\u00edvel, portanto, preencher essa lacuna, sob o risco da quest\u00e3o da constru\u00e7\u00e3o sustent\u00e1vel no Brasil n\u00e3o alcan\u00e7ar o bin\u00f4mio essencial: desenvolvimento-sustentabilidade. <\/p>\n\n\n\n

Diante de tantas especificidades, o desenvolvimento de um m\u00e9todo brasileiro tornou-se essencial. Algumas iniciativas foram, e est\u00e3o sendo, desenvolvidas em todo o territ\u00f3rio nacional, por\u00e9m ainda n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel encontrar uma pr\u00e1tica consensual nacional, uma vez que, al\u00e9m de cada m\u00e9todo focar as especificidades dos locais em que est\u00e3o sendo desenvolvidos, n\u00e3o h\u00e1 uma sensibiliza\u00e7\u00e3o aprofundada de todos os setores envolvidos na concep\u00e7\u00e3o e constru\u00e7\u00e3o de edifica\u00e7\u00f5es.     <\/p>\n\n\n\n

As tentativas pontuais que existiram (e existem) para desenvolver um m\u00e9todo brasileiro em geral desconsideram que o Brasil \u00e9 um pa\u00eds de dimens\u00f5es continentais, que apresenta grande diversidade bioclim\u00e1tica, e que, mesmo em n\u00edvel regional, n\u00e3o h\u00e1 uma homogeneidade de caracter\u00edsticas bioclim\u00e1ticas e sociais. Sendo assim, tais m\u00e9todos s\u00e3o voltados para o contexto em que foram desenvolvidos, e n\u00e3o s\u00e3o os mais adequados para o contexto recifense.     <\/p>\n\n\n\n

Portanto, apesar de n\u00e3o ser necess\u00e1rio come\u00e7ar o desenvolvimento de um m\u00e9todo brasileiro, totalmente do zero, faz-se necess\u00e1ria a revis\u00e3o criteriosa dos itens e benchmarks a serem considerados nas avalia\u00e7\u00f5es, para que os resultados obtidos em avalia\u00e7\u00f5es ambientais das resid\u00eancias recifenses sejam aderentes ao contexto local.<\/p>\n\n\n\n

HUMANAE. Revista Eletr\u00f4nica da Faculdade de Ci\u00eancias Humanas ESUDA (ISSN 1517-7606). http:\/\/www.esuda.com.br\/revista_humanae.php. VIEIRA, Luciana Alves; BARROS FILHO, Mauro Normando Mac\u00eado. A emerg\u00eancia do conceito de Arquitetura Sustent\u00e1vel e os m\u00e9todos <\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"