{"id":3023,"date":"2010-04-21T16:43:00","date_gmt":"2010-04-21T16:43:00","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T19:17:32","modified_gmt":"2021-07-10T22:17:32","slug":"condicoes_para_captacao","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/saneamento\/tratamento_da_agua\/condicoes_para_captacao.html","title":{"rendered":"Condi\u00e7\u00f5es para Capta\u00e7\u00e3o"},"content":{"rendered":"\n

As \u00e1guas superficiais empregadas em sistemas de abastecimento geralmente s\u00e3o origin\u00e1rias de um curso de \u00e1gua natural. Op\u00e7\u00f5es mais raras seriam capta\u00e7\u00f5es em lagos naturais ou no mar com dessaliniza\u00e7\u00e3o posterior. As condi\u00e7\u00f5es de escoamento, a varia\u00e7\u00e3o do n\u00edvel d\u2019\u00e1gua, a estabilidade do local de capta\u00e7\u00e3o, etc, \u00e9 que v\u00e3o implicar em que sejam efetuadas obras preliminares a sua capta\u00e7\u00e3o e a dimens\u00e3o destas obras. Basicamente as condi\u00e7\u00f5es a serem analisadas s\u00e3o:<\/span><\/p>\n\n\n\n

     <\/span>* quantidade de \u00e1gua;<\/span><\/p>\n\n\n\n

    <\/span>* qualidade da \u00e1gua;<\/span><\/p>\n\n\n\n

    <\/span>* garantia de funcionamento;<\/span><\/p>\n\n\n\n

    <\/span>* economia das instala\u00e7\u00f5es;<\/span><\/p>\n\n\n\n

    <\/span>* localiza\u00e7\u00e3o.<\/span><\/p>\n\n\n\n

 <\/span>– Quantidade de \u00e1gua<\/span><\/strong><\/p>\n\n\n\n

 S\u00e3o tr\u00eas as situa\u00e7\u00f5es que podemos nos deparar quando vamos analisar a quantidade de \u00e1gua dispon\u00edvel no poss\u00edvel manancial de abastecimento:<\/span><\/p>\n\n\n\n

     <\/span>* a vaz\u00e3o \u00e9 suficiente na estiagem;<\/span><\/p>\n\n\n\n

    <\/span>* \u00e9 insuficiente na estiagem, mas suficiente na m\u00e9dia;<\/span><\/p>\n\n\n\n

    <\/span>* existe vaz\u00e3o, mas inferior ao consumo previsto.<\/span><\/p>\n\n\n\n

 A primeira situa\u00e7\u00e3o \u00e9 a ideal, pois, havendo vaz\u00e3o suficiente continuamente, o problema seguinte \u00e9 criar a forma mais conveniente de capta\u00e7\u00e3o direta da correnteza. Esta \u00e9 a forma mais comum onde os rios s\u00e3o perenes (ou perenizados artificialmente). <\/span><\/p>\n\n\n\n

 A segunda hip\u00f3tese significa que durante determinado per\u00edodo do ano n\u00e3o vamos encontrar vaz\u00e3o suficiente para cobertura do consumo previsto. Como na m\u00e9dia a vaz\u00e3o \u00e9 suficiente, ent\u00e3o durante o per\u00edodo de cheias haver\u00e1 um excesso de vaz\u00e3o que se armazenado adequadamente poder\u00e1 suprir o deficit na estiagem. Este armazenamento normalmente \u00e9 conseguido atrav\u00e9s das barragens de acumula\u00e7\u00e3o que s\u00e3o reservat\u00f3rios constru\u00eddos para acumularem um volume tal que durante a estiagem compensem as demandas com o volume armazenado em sua bacia hidr\u00e1ulica. Esta \u00e9 a forma mais freq\u00fcente para sistemas com vaz\u00f5es de consumo para comunidades superiores a 5000 habitantes, no interior do Nordeste Brasileiro, onde \u00e9 comum o esvaziamento completo dos rios nos per\u00edodos de seca.<\/span><\/p>\n\n\n\n

 A terceira situa\u00e7\u00e3o \u00e9 a mais delicada quanto ao aproveitamento do manancial. Como n\u00e3o temos vaz\u00e3o suficiente, a solu\u00e7\u00e3o mais simplista \u00e9 procurarmos outro manancial para a capta\u00e7\u00e3o. Se regionalmente n\u00e3o podemos contar com outro manancial que supra a demanda total, ent\u00e3o poderemos ser obrigados a utilizarmos mananciais complementares, ou seja, a vaz\u00e3o a ser fornecida pelo primeiro n\u00e3o \u00e9 suficiente, mas reunida com a captada em um manancial complementar (ou em mais de um) viabiliza-se o abastecimento, dentro das condi\u00e7\u00f5es regionais. \u00c9 a situa\u00e7\u00e3o mais comum no abastecimento dos grandes centros urbanos.<\/span><\/p>\n\n\n\n

 – Qualidade da \u00e1gua<\/span><\/strong><\/p>\n\n\n\n

 Na capta\u00e7\u00e3o de \u00e1guas superficiais parte-se do princ\u00edpio sanit\u00e1rio que \u00e9 uma \u00e1gua sempre suspeita, pois est\u00e1 naturalmente sujeita a poss\u00edveis processos de polui\u00e7\u00e3o e contamina\u00e7\u00e3o. \u00c9 b\u00e1sico, sob o ponto de vista operacional do sistema, captar \u00e1guas de melhor qualidade poss\u00edvel, localizando adequadamente a tomada e efetivando-se medidas de prote\u00e7\u00e3o sanit\u00e1ria desta tomada, como por exemplo no caso de tomada em rios, instalar a capta\u00e7\u00e3o \u00e0 montante de descargas poluidoras e da comunidade a abastecer.<\/span><\/p>\n\n\n\n

 Especificamente, as tomadas em reservat\u00f3rios de acumula\u00e7\u00e3o n\u00e3o devem ser t\u00e3o superficiais nem tamb\u00e9m t\u00e3o profundas, para que n\u00e3o ocorram problemas de natureza f\u00edsica, qu\u00edmica ou biol\u00f3gica. Superficialmente a\u00e7\u00f5es f\u00edsicas danosas podem ter origem atrav\u00e9s de ventos, correntezas (principalmente durante os per\u00edodos de enchentes com extravas\u00e3o do reservat\u00f3rio) e impactos de corpos flutuantes. Nas partes mais profundas sempre teremos maior quantidade de sedimentos em suspens\u00e3o, dificultando ou encarecendo a remo\u00e7\u00e3o de turbidez nos processos de tratamento.<\/span><\/p>\n\n\n\n

 Agentes qu\u00edmicos poder\u00e3o est\u00e1 presentes a qualquer profundidade mas h\u00e1 uma tend\u00eancia das \u00e1guas mais pr\u00f3ximas da superf\u00edcie terem maiores teores de gases dissolvidos (CO2 , por exemplo), de dureza e de ferro e mangan\u00eas e seus compostos.<\/span><\/p>\n\n\n\n

 Biologicamente, nas camadas superiores da massa de \u00e1gua, temos maior prolifera\u00e7\u00e3o de algas. Essa ocorr\u00eancia d\u00e1 gosto ruim e odor desagrad\u00e1vel a estas \u00e1guas, dificultando o tratamento, principalmente em regi\u00f5es de clima quente e ensolarado. A profundidade desta l\u00e2mina, a partir da superf\u00edcie livre, depender\u00e1 da espessura da zona f\u00f3tica, que por sua vez vai depender da transpar\u00eancia da \u00e1gua armazenada, visto que o desenvolvimento algol\u00f3gico depende da presen\u00e7a de luz no ambiente aqu\u00e1tico, isto \u00e9, a espessura da camada vai depender de at\u00e9 onde a luz solar ir\u00e1 penetrar na \u00e1gua. Enquanto isso no fundo dos lagos gera-se uma massa biol\u00f3gica, chamada de pl\u00e2nkton, que tamb\u00e9m confere caracter\u00edsticas impr\u00f3prias para utiliza\u00e7\u00e3o da \u00e1gua ali acumulada.<\/span><\/p>\n\n\n\n

 – Garantia de funcionamento<\/span><\/strong><\/p>\n\n\n\n

 Para que n\u00e3o hajam interrup\u00e7\u00f5es imprevistas no sistema decorrentes de problemas na capta\u00e7\u00e3o, devemos identificar com precis\u00e3o, antes da elabora\u00e7\u00e3o do projeto da capta\u00e7\u00e3o, as posi\u00e7\u00f5es do n\u00edvel m\u00ednimo para que a entrada de suc\u00e7\u00e3o permane\u00e7a sempre afogada e do n\u00edvel m\u00e1ximo para que n\u00e3o haja inunda\u00e7\u00f5es danosas \u00e0s instala\u00e7\u00f5es de capta\u00e7\u00e3o. A determina\u00e7\u00e3o da velocidade de deslocamento da \u00e1gua no manancial tamb\u00e9m \u00e9 de suma import\u00e2ncia para dimensionamento das estruturas de capta\u00e7\u00e3o que estar\u00e3o em contato com a correnteza e ondas e sujeitas a impactos com corpos flutuantes.<\/span><\/p>\n\n\n\n

 Al\u00e9m da preocupa\u00e7\u00e3o com a estabilidade das estruturas, prote\u00e7\u00e3o contra correntezas, inunda\u00e7\u00f5es, desmoronamentos, etc., devemos tomar medidas que n\u00e3o permitam obstru\u00e7\u00f5es com a entrada indevida de corpos s\u00f3lidos, como peixes, por exemplo. Esta prote\u00e7\u00e3o \u00e9 conseguida com emprego de grades, telas ou crivos, conforme for o caso, antecedendo a entrada da \u00e1gua na canaliza\u00e7\u00e3o<\/span><\/p>\n\n\n\n

 – Economia nas instala\u00e7\u00f5es<\/span><\/strong><\/p>\n\n\n\n

 Os princ\u00edpios b\u00e1sicos da engenharia s\u00e3o a simplicidade, a t\u00e9cnica e a economia. A luz destes princ\u00edpios o projeto da capta\u00e7\u00e3o deve se guiar por solu\u00e7\u00f5es que envolvam o menor custo sem o sacrif\u00edcio da funcionalidade. Para que isto seja conseguido devemos estudar com anteced\u00eancia, a perman\u00eancia natural do ponto de capta\u00e7\u00e3o, a velocidade da correnteza, a natureza do leito de apoio das estruturas a serem edificadas e a vida \u00fatil destas, a facilidade de acesso e de instala\u00e7\u00e3o de todas as edifica\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias (por exemplo, a esta\u00e7\u00e3o de recalque, quando for o caso, dep\u00f3sitos, etc.), a flexibilidade f\u00edsica para futuras amplia\u00e7\u00f5es e os custos de aquisi\u00e7\u00e3o do terreno.<\/span><\/p>\n\n\n\n

 – Localiza\u00e7\u00e3o<\/span><\/strong><\/p>\n\n\n\n

 A princ\u00edpio, a localiza\u00e7\u00e3o ideal \u00e9 aquela que possibilite menor percurso de adu\u00e7\u00e3o compatibilizado com menores alturas de transposi\u00e7\u00e3o pela mesma adutora no seu caminhamento. Partindo deste princ\u00edpio, o projetista ter\u00e1 a miss\u00e3o de otimizar a situa\u00e7\u00e3o atrav\u00e9s das an\u00e1lises das v\u00e1rias alternativas peculiares ao manancial a ser utilizado.<\/span><\/p>\n\n\n\n

 Para melhor rendimento operacional, \u00e9 importante que, al\u00e9m das medidas sanit\u00e1rias citadas em 2.1.3., a capta\u00e7\u00e3o em rios seja em trechos retos, pois nestes trechos h\u00e1 menor possibilidade de assoreamentos. Quando a capta\u00e7\u00e3o for em trecho curvo temos que na margem c\u00f4ncava haver\u00e1 maior agressividade da correnteza, enquanto que na convexa maiores possibilidades de assoreamentos, principalmente de areia e mat\u00e9ria org\u00e2nica em suspens\u00e3o. \u00c9, portanto, prefer\u00edvel a capta\u00e7\u00e3o na margem c\u00f4ncava, visto que problemas erosivos podem ser neutralizados com prote\u00e7\u00f5es estruturais na instala\u00e7\u00e3o, enquanto que o assoreamento seria um problema cont\u00ednuo durante a opera\u00e7\u00e3o do sistema.<\/span><\/p>\n\n\n\n

A capta\u00e7\u00e3o em barragens deve situar-se o mais pr\u00f3ximo poss\u00edvel da maci\u00e7o de barramento considerando que nestes locais h\u00e1 maior l\u00e2mina dispon\u00edvel, correntezas de menores velocidades, menor turbidez, condi\u00e7\u00f5es mais favor\u00e1veis para capta\u00e7\u00e3o por gravidade, etc.<\/span><\/p>\n\n\n\n

Em lagos naturais as capta\u00e7\u00f5es devem ser instaladas, de prefer\u00eancia, em posi\u00e7\u00f5es intermedi\u00e1rias entre as desembocaduras afluentes e o local de extravas\u00e3o do lago.<\/span><\/p>\n\n\n\n

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\nhttp:\/\/www.dec.ufcg.edu.br\/saneamento\/Captac01.html\n<\/div><\/figure>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"