{"id":2844,"date":"2010-05-14T11:58:38","date_gmt":"2010-05-14T11:58:38","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T19:16:54","modified_gmt":"2021-07-10T22:16:54","slug":"unidades_de_conservacao_e_terras_indigenas_ajudam_a_conter_desmatamento_na_amazonia_brasileira","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/unidades_de_conservacao\/artigos_ucs\/unidades_de_conservacao_e_terras_indigenas_ajudam_a_conter_desmatamento_na_amazonia_brasileira.html","title":{"rendered":"Unidades de Conserva\u00e7\u00e3o e Terras Ind\u00edgenas ajudam a conter desmatamento na Amaz\u00f4nia Brasileira"},"content":{"rendered":"\n

\u00c1reas legamente protegidas, como unidades de conserva\u00e7\u00e3o e terras ind\u00edgenas est\u00e3o sendo uma ferramenta eficaz para conter o desmatamento. Esta \u00e9 a principal conclus\u00e3o de um estudo recentemente conclu\u00eddo e mandado para publica\u00e7\u00e3o: \u00c1reas protegidas dos parques de papel: A import\u00e2ncia de \u00e1reas protegidas para a redu\u00e7\u00e3o do desmatamento na Amaz\u00f4nia brasileira, dos pesquisadores Leandro V. Ferreira , do Museu Paraense Em\u00edlio Goeldi (MPEG) e Eduardo M. Venticinque, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amaz\u00f4nia (INPA).<\/p>\n\n\n\n

O objetivo deste estudo \u00e9 testar diferen\u00e7as no n\u00edvel de desmatamento dentro e fora de unidades de conserva\u00e7\u00e3o (prote\u00e7\u00e3o integral e uso sustent\u00e1vel) e terras ind\u00edgenas (denominadas aqui como \u00e1reas protegidas) em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 dist\u00e2ncia das estradas existentes, nos estados de Rond\u00f4nia, Par\u00e1 e Mato Grosso para ilustrar a import\u00e2ncia dessas \u00e1reas protegidas como redutores do efeito do desmatamento na Amaz\u00f4nia.<\/p>\n\n\n\n

Estes estados foram escolhidos como estudos de caso, devido a sua import\u00e2ncia na participa\u00e7\u00e3o do desmatamento da Amaz\u00f4nia, que somados foram respons\u00e1veis por cerca de 70% do total da \u00e1rea desmatada na Amaz\u00f4nia entre 2000-2001 (INPE 2003).<\/p>\n\n\n\n

Os Estados de Rond\u00f4nia, Par\u00e1 e Mato Grosso t\u00eam cerca de 20,4%, 29,2% e 28,4% de sua \u00e1rea j\u00e1 desmatada, respectivamente. Contudo \u00e9 crucial determinar como est\u00e1 distribu\u00eddo este desmatamento dentro e fora das \u00e1reas protegidas (Tabela 1 e Figuras 1, 2 e 3).<\/p>\n\n\n\n

Estado         total        % \u00e1rea desmatada         Diferen\u00e7a
            dentro de \u00e1reas protegidas fora de \u00e1reas protegidas
Rond\u00f4nia     29,2    4,7    48,1    10,3
Par\u00e1         20,4    1,5    29,2    19,6
Mato Grosso     28,4    3,5    33,9    9,8<\/p>\n\n\n\n

O estudo demonstra que a propor\u00e7\u00e3o total da \u00e1rea desmatada fora das \u00e1reas protegidas sempre foram significativamentes mais elevadas do que no interior destas. Uma diferen\u00e7a que pode variar de 9,8 a 19,6 vezes dependendo do estado analisado (Tabela 1).<\/p>\n\n\n\n

Um dos fatores mais relevantes nos estudos sobre desmatamento na Amaz\u00f4nia \u00e9 a exist\u00eancia ou n\u00e3o de vias de acesso (como estradas) \u00e0s \u00e1reas protegidas, j\u00e1 que estas s\u00e3o reconhecidamente por dois principais respons\u00e1veis pelo desmatamento da Amaz\u00f4nia.<\/p>\n\n\n\n

O estudo tamb\u00e9m demonstra que a propor\u00e7\u00e3o do desmatamento como uma fun\u00e7\u00e3o da dist\u00e2ncia que separa as \u00e1reas protegidas das estradas apresentaram padr\u00f5es exponenciais, ou seja, uma grande propor\u00e7\u00e3o de desmatamento pr\u00f3ximo as estradas e caindo rapidamente com a dist\u00e3ncia. Contudo, o desmatamento dentro das \u00e1reas protegidas \u00e9 sempre menor do que fora delas nos 3 estados analisados. Isso derruba a cren\u00e7a de que as \u00e1reas protegidas sofreriam menos desmatamento somente pelo fato de estarem situados mais distantes das estradas (Figura 4).<\/p>\n\n\n\n

 
Figura 1 – Unidades de conserva\u00e7\u00e3o e terras ind\u00edgenas no Estado de Rond\u00f4nia, mostrando as estradas e \u00e1reas j\u00e1 desmatadas.<\/p>\n\n\n\n

 
Figura 2 – Unidades de conserva\u00e7\u00e3o e terras ind\u00edgenas no Estado do Par\u00e1, mostrando as estradas e \u00e1reas j\u00e1 desmatadas.<\/p>\n\n\n\n

 
Figura 3 – Unidades de conserva\u00e7\u00e3o e terras ind\u00edgenas no Estado do Mato Grosso, mostrando as estradas e \u00e1reas j\u00e1 desmatadas.<\/p>\n\n\n\n

 
Figura 4 – Rela\u00e7\u00e3o do desmatamento em fun\u00e7\u00e3o da dist\u00e2ncia de estradas dentro (azul) e fora (vermelho) das \u00e1reas protegidas nos estados de Rond\u00f4nia, Par\u00e1 e Mato Grosso.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Dr. Leandro Valle Ferreira – Pesquisador Adjunto I
\nEcologia da Floresta Amaz\u00f4nica
\nMuseu Paraense Em\u00edlio Goeldi
\nCoordena\u00e7\u00e3o de Ci\u00eancias da Terra e Ecologia
\nemail: lvferreira@museu-goeldi.br<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

O objetivo deste estudo \u00e9 testar diferen\u00e7as no n\u00edvel de desmatamento dentro e fora de unidades de conserva\u00e7\u00e3o (prote\u00e7\u00e3o integral e uso sustent\u00e1vel) e terras ind\u00edgenas (denominadas aqui como \u00e1reas protegidas) em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 dist\u00e2ncia das estradas existentes, nos estados de Rond\u00f4nia, Par\u00e1 e Mato Grosso para ilustrar a import\u00e2ncia dessas \u00e1reas protegidas como redutores do efeito do desmatamento na Amaz\u00f4nia. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":2,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[1580],"tags":[662,555,1305],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/2844"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=2844"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/2844\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":3716,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/2844\/revisions\/3716"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=2844"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=2844"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=2844"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}