{"id":2833,"date":"2009-05-04T17:20:30","date_gmt":"2009-05-04T17:20:30","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T20:00:28","modified_gmt":"2021-07-10T23:00:28","slug":"chapada_dos_guimaraes","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/unidades_de_conservacao\/artigos_ucs\/chapada_dos_guimaraes.html","title":{"rendered":"Chapada dos Guimar\u00e3es"},"content":{"rendered":"\n
Cachoeiras de \u00e1guas cristalinas que des\u00e1guam em diversos cen\u00e1rios rochosos. Rios que cortam vales e enormes caninos, serpenteando uma vasta paisagem natural de um amplo cerrado. Pontos de observa\u00e7\u00e3o onde a vista n\u00e3o alcan\u00e7a fim, como que se demonstrassem que a beleza natural \u00e9, na realidade, infinita. O nascer do sol numa explos\u00e3o de tons vermelhos, amarelos e laranjas, que aos poucos vai colorindo penhascos fazendo com que a fauna local recomece sua rotina di\u00e1ria. O v\u00f4o das araras no exato instante em que cruzam o horizonte, de um penhasco para outro, a desafiar as leis da gravidade e tornarem-se s\u00edmbolo da grandeza regional. O eterno sibilar do vento na flora que situa-se nas encostas de arenito. Assim o Parque Nacional da Chapada dos Guimar\u00e3es apresenta-se para quem deseja conhecer uma das Unidades de Conserva\u00e7\u00e3o mais bonitas do Brasil.<\/p>\n\n\n\n
Localizado no centro de Mato Grosso, entre a capital Cuiab\u00e1 e a cidade da Chapada dos Guimar\u00e3es, o Parque Nacional, que abrange uma \u00e1rea de 32.630 hectares, foi criado em 12 de abril de 1989 com objetivo de preservar os ecossistemas de cerrado, savana, matas de encosta e ciliares, in\u00fameros s\u00edtios arqueol\u00f3gicos, monumentos hist\u00f3ricos e ainda cabeceiras de v\u00e1rios rios que comp\u00f5em as bacias hidrogr\u00e1ficas Alto Paraguai e Amaz\u00f4nica.<\/p>\n\n\n\n
A preocupa\u00e7\u00e3o de preserva\u00e7\u00e3o da rica fauna e flora da regi\u00e3o data do in\u00edcio deste s\u00e9culo, quando o ent\u00e3o vice-presidente do Mato Grosso, Coronel Pedro Celestino Corr\u00eaa da Costa, motivado pela intensa devasta\u00e7\u00e3o da vegeta\u00e7\u00e3o nas cabeceiras dos rios Coxip\u00f3-a\u00e7u, Manso e Cuiab\u00e1, declara a \u00e1rea da Chapada de utilidade p\u00fablica, em 13 de setembro de 1910, devido a grande import\u00e2ncia que tal bacia hidrogr\u00e1fica tem para o Estado.<\/p>\n\n\n\n
Detalhando melhor a quest\u00e3o, ao norte do Parque Nacional os c\u00f3rregos \u00c1gua Fria e Estiva, ambos afluentes do rio Quilombo; e ao sul o rio Copio e seus afluentes, onde est\u00e3o as cachoeiras V\u00e9u de Noiva, Pedra Furada, Pulo, Degrau, Malucos e Andorinhas s\u00e3o todos rios que des\u00e1guam no rio Cuiab\u00e1, que p\u00f4r sua vez \u00e9 um importante abastecedor do Pantanal Mato-grossense.<\/p>\n\n\n\n
A luta para salvar este patrim\u00f4nio natural tamb\u00e9m teve apoio de ambientalistas, artistas e intelectuais do Mato Grosso, que, em 1984, lan\u00e7aram um manifesto para protestar contra arbitrariedades do Governo contra o meio ambiente local pela cria\u00e7\u00e3o de alguns complexos tur\u00edsticos, n\u00e3o especializados, nas proximidades do Parque.<\/p>\n\n\n\n
Em fevereiro de 1986, outro fator decisivo para a Chapada dos Guimar\u00e3es foi uma campanha nacional, quando foram convidadas todas as entidades ambientalistas n\u00e3o governamentais do Brasil para enviarem correspond\u00eancia ao ent\u00e3o Presidente Jos\u00e9 Sarney, solicitando a cria\u00e7\u00e3o do Parque. Fato que ocorreu tr\u00eas anos mais tarde, transformando-o em patrim\u00f4nio do povo brasileiro e permitindo a utiliza\u00e7\u00e3o de suas \u00e1reas para fins de pesquisa, educa\u00e7\u00e3o ambiental, lazer e recrea\u00e7\u00e3o, desde que obedecidos seus zoneamentos e normas de uso.<\/p>\n\n\n\n
Dentro de uma extensa \u00e1rea de planalto, o relevo da Chapada dos Guimar\u00e3es caracteriza-se pela presen\u00e7a de grandes encostas e escarpas de arenito vermelho que v\u00e3o de 600 a 800 metros de altitude. Este complexo rochoso apresenta-se em canyons e ru\u00ednas de curiosas formas diferentes. A regi\u00e3o, borda do Planalto Central Brasileiro, situa-se sobre uma das mais antigas placas geol\u00f3gicas do planeta. H\u00e1 cerca de 500 milh\u00f5es de anos havia uma camada de gelo no local. H\u00e1 300 milh\u00f5es de anos tudo era mar. H\u00e1 150 milh\u00f5es de anos um deserto encobriu a \u00e1rea. H\u00e1 64 milh\u00f5es de anos foi \u00e0 vez de uma densa vegeta\u00e7\u00e3o servir de alimentos aos animais pr\u00e9-hist\u00f3ricos at\u00e9 sua extin\u00e7\u00e3o. E h\u00e1 15 milh\u00f5es de anos temos a modifica\u00e7\u00e3o mais marcante, ou seja, o surgimento da Cordilheira dos Andes fez com que a plan\u00edcie pantaneira afundasse, criando ent\u00e3o a Chapada. Nas paisagens da regi\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel observar marcas deixadas no arenito, achar f\u00f3sseis de conchas do mar, ossos de dinossauros e at\u00e9 ver dunas do antigo deserto. Atualmente, a Universidade Cat\u00f3lica de Goi\u00e1s vem desenvolvendo ampla pesquisa nesses s\u00edtios arqueol\u00f3gicos, que incluem pinturas ruprestes, cer\u00e2micas, artefatos de ca\u00e7a e demais utens\u00edlios.<\/p>\n\n\n\n
Orqu\u00eddeas, brom\u00e9lias, ip\u00eas, jatob\u00e1s, baba\u00e7us, buritis, perobas e diversas flores de tamanho, cor e forma comp\u00f5em a rica flora do cerrado brasileiro, que \u00e9 predominante na Chapada dos Guimar\u00e3es. Al\u00e9m das flores, \u00e1rvores frut\u00edferas aparecem em grandes quantidades, tais como o pequizeiro, o cajuzinho e a mangabeira. Sendo poss\u00edvel comprar, em v\u00e1rios restaurantes e lanchonetes, compotas de doces caseiros dessas frutas t\u00edpicas. As plantas medicinais usadas na fitoterapia tamb\u00e9m s\u00e3o bem encontradas no cerrado.<\/p>\n\n\n\n
Outro fator importante para a composi\u00e7\u00e3o dessa riqueza natural \u00e9 o clima da regi\u00e3o que \u00e9 tropical (quente semi-\u00famido), com duas esta\u00e7\u00f5es bem definidas. A de chuvas (primavera e ver\u00e3o) e da seca (outono e inverno), quando ocorre a friagem, que \u00e9 a invers\u00e3o da massa polar sobre o continente, podendo provocar uma queda na temperatura, que normalmente varia de 12 a 25, para 5 graus. O total pluviom\u00e9trico anual situa-se entre 1800 a 2000mm.<\/p>\n\n\n\n
O maior inimigo do Parque Nacional da Chapada dos Guimar\u00e3es \u00e9 o fogo, que \u00e9 propiciado pelas condi\u00e7\u00f5es geogr\u00e1ficas, vegetativas e clim\u00e1ticas, intensificado pela a\u00e7\u00e3o do homem.<\/p>\n\n\n\n
Nos meses mais frios do ano, quando as chuvas diminuem, os fortes ventos origin\u00e1rios dos Andes fazem da vegeta\u00e7\u00e3o rasteira dos cerrados um material de alta potencialidade combustiva. Nesta mesma \u00e9poca do ano, propriet\u00e1rios, de dentro do Parque ou no seu entorno, ateiam fogo para o manejo das pastagens ou preparo do solo para o cultivo, sem o devido cuidado com a dissemina\u00e7\u00e3o de inc\u00eandios.<\/p>\n\n\n\n
Os garimpeiros, que ateiam fogo no solo para aumentar a a\u00e7\u00e3o dos aparelhos que detectam ouro, os religiosos que acendem in\u00fameras velas nas proximidades das cachoeiras do Parque e os churrascos e tocos de cigarros acesos dos imprudentes turistas que visitam o local, t\u00eam sido as principais atividades causadoras de inc\u00eandios.<\/p>\n\n\n\n
Vale ressaltar que n\u00e3o existe registros hist\u00f3ricos das \u00e1reas alteradas pela a\u00e7\u00e3o do fogo ou sua origem, o que dificulta quantificar as perdas ambientais e desenvolver recursos preventivos com maior efic\u00e1cia. Em alguns casos, entretanto, a causa dos inc\u00eandios foi atribu\u00edda a fen\u00f4menos naturais, tais como descargas el\u00e9tricas. Mas estes casos s\u00e3o bem reduzidos, uma vez que ap\u00f3s o in\u00edcio desses focos de inc\u00eandio as chuvas que caem acabam por apag\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
A preserva\u00e7\u00e3o do cerrado est\u00e1 diretamente ligada a elevada varia\u00e7\u00e3o de esp\u00e9cies da fauna nacional que ocorrem na Chapada dos Guimar\u00e3es. On\u00e7a-pintada, veado-campeiro, macaco bugio, anta, tamandu\u00e1-bandeira, tatu-canastra e o lobo-guar\u00e1 s\u00e3o alguns exemplos dessa rica fauna.<\/p>\n\n\n\n
\u00c9 tamb\u00e9m comum ver emas e seriemas atravessando as estradas que cortam o Parque, que \u00e9 um corredor natural de migra\u00e7\u00e3o de aves. Muitas dependem, inclusive, dos altos pared\u00f5es de arenito para fazerem seus ninhos, como as maritacas, andorinh\u00f5es e araras-vermelhas.<\/p>\n\n\n\n
Devido a grande quantidade de cobras que habitam a regi\u00e3o, \u00e9 aconselh\u00e1vel usar botas de cano longo para caminhar na Chapada dos Guimar\u00e3es. Protetor solar, chap\u00e9u e roupas leves n\u00e3o devem faltar, pois o calor \u00e9 intenso nas trilhas do Parque. Uma vez que quase todas as caminhadas terminam em lindas cachoeiras, a roupa de banho \u00e9 obrigat\u00f3ria. Mas lembre-se de levar muita \u00e1gua para beber, porque as \u00e1guas naturais s\u00e3o extremamente ferruginosas e provocam desinteria em quem as consomem, ainda que moderadamente. Frutas e outros tipos de alimentos leves s\u00e3o essenciais para repor as energias das caminhadas, que normalmente duram mais de tr\u00eas horas. Pelo forte calor, os hor\u00e1rios de 11 \u00e0s 14 horas s\u00e3o desaconselh\u00e1veis para iniciar qualquer passeio.<\/p>\n\n\n\n
Bem em frente ao port\u00e3o de entrada e posto de controle do IBAMA est\u00e1 o principal cart\u00e3o postal do Parque Nacional da Chapada dos Guimar\u00e3es. A Cachoeira do V\u00e9u de Noiva. Queda d’\u00e1gua de 86 metros situada no meio de um enorme canyon, repleto de vegeta\u00e7\u00e3o e com v\u00e1rios mirantes, onde pode-se ver bandos de maritacas voando ao entardecer. E ainda experimentar, no restaurante local, um dos melhores pratos t\u00edpico do Mato Grosso \u2013 a galinhada. Que vem a ser peda\u00e7os refogados de frango caipira com muito alho, cebola e a\u00e7afr\u00e3o na mesma panela onde depois se cozinha o arroz.<\/p>\n\n\n\n
Na mesma trilha do V\u00e9u de Noiva encontram-se as demais cachoeiras do Parque. A Cachoeirinha, com 15 metros de queda d’\u00e1gua,\u00e9 muito freq\u00fcentada por turista porque possui uma praiazinha de areia e lanchonete com boa infra-estrutura. Seguindo 50m acima, depara-se com a cachoeira dos Namorados, que fica bem escondida e talvez por isso tenha este nome.<\/p>\n\n\n\n
Um pouco mais para dentro do Parque est\u00e3o as cachoeiras Sete de Setembro, com \u00f3timo po\u00e7o natural para banho. Descendo mais, vem a cachoeira do Pulo, que o pr\u00f3prio nome j\u00e1 identifica sua principal caracter\u00edstica. N\u00e3o h\u00e1 quem resista a um mergulho em suas \u00e1guas geladas. Para os mais aventureiros, as cachoeiras dos Malucos e das Andorinhas s\u00e3o de mais dif\u00edcil acesso, pois suas trilhas t\u00eam descidas e subidas que exigem maior vigor f\u00edsico e cuidado. N\u00e3o menos interessantes s\u00e3o as cachoeiras do Degrau, Prainha e Piscina Natural.<\/p>\n\n\n\n
Mas nem s\u00f3 de cachoeiras vive a Chapada dos Guimar\u00e3es. Outro local maravilhoso \u00e9 o Morro S\u00e3o Jer\u00f4nimo que, com 860 metros de altura, \u00e9 o ponto mais alto do parque. Do seu topo \u00e9 poss\u00edvel ver a capital Cuiab\u00e1 e toda a plan\u00edcie pantaneira. Com aproximadamente nove quil\u00f4metros, \u00e9 a mais longa trilha de dentro da Unidade de Conserva\u00e7\u00e3o. S\u00e3o trechos tortuosos de rochas, mais uma travessia de um bosque e pequenas escaladas para se atingir o cume. No seu caminho est\u00e3o as forma\u00e7\u00f5es rochosas do Jacar\u00e9 de Pedra, Mesa de Sacrif\u00edcios, Altar de Pedra e o Chap\u00e9u do Sol.<\/p>\n\n\n\n
Ainda na parte inferior do parque est\u00e1 situada a Casa de Pedra. Uma gruta de arenito sitiada dentro da vegeta\u00e7\u00e3o e cortada pelo pequeno c\u00f3rrego que merece ser registrada fotograficamente.<\/p>\n\n\n\n
Na parte superior do parque encontram-se os principais mirantes da Chapada, como a Cidade de Pedra, que \u00e9 o local predileto das araras-vermelhas, facilmente vistas nas primeiras horas da manh\u00e3 ou ao entardecer, quando al\u00e7am grandes v\u00f4os entre os pared\u00f5es dos penhascos l\u00e1 existentes. E o Pared\u00e3o do Eco, que permite um visual incr\u00edvel da forma\u00e7\u00e3o rochosa da Chapada.<\/p>\n\n\n\n
O \u00faltimo ponto tur\u00edstico a ser citado dentro do Parque Nacional \u00e9 o Curral de Pedras. Forma\u00e7\u00e3o rochosa por onde os antigos moradores percorriam transportando a boiada. S\u00e3o pedras gigantes elegantemente espalhadas numa das plan\u00edces do cerrado.<\/p>\n\n\n\n
Para quem pensa que as belezas naturais da regi\u00e3o terminam a\u00ed, respire fundo para pegar mais f\u00f4lego e seguir em frente. Fora do parque h\u00e1 muito qu\u00ea se ver. A come\u00e7ar pela caverna Arue Jari, que na tradi\u00e7\u00e3o ind\u00edgena dos Boror\u00f3s significa Morada das Almas. A enorme abertura dessa caverna d\u00e1 ampla vis\u00e3o para \u00e1rvores e cip\u00f3s, que contrastam com o escuro universo do seu interior. Em uma de suas muitas entradas h\u00e1 um lago de cor azul que \u00e9 um convite ao banho. Mas vale avisar que o sol entra dentro da gruta por volta das tr\u00eas horas da tarde, o que faz com que a \u00e1gua seja extremamente fria. O mergulho ajuda a recarregar as energias para os longos cinco quil\u00f4metros de retorno da trilha. A melhor hora para fazer essa caminhada \u00e9 pela manh\u00e3 bem cedo, quando o sol n\u00e3o est\u00e1 muito forte. Vale citar que muitas maritacas residem na entrada da gruta onde o lago se localiza, devendo-se ent\u00e3o fazer uma aproxima\u00e7\u00e3o mais silenciosa para quem gostaria de v\u00ea-las e, quem sabe, fotograf\u00e1-las. A Arue Jari est\u00e1 cadastrada na Sociedade Brasileira de Espeologia como a segunda maior caverna do pa\u00eds com 1100 m de extens\u00e3o. Fica a 46 km do centro da cidade da Chapada dos Guimar\u00e3es.<\/p>\n\n\n\n
Na mesma estrada para a caverna encontram-se os mirantes do Centro Geod\u00e9sico da Am\u00e9rica do Sul e o Morro dos Ventos. Na dire\u00e7\u00e3o oposta encontra-se a estrada de terra para o pequeno munic\u00edpio de \u00c1gua Fria. \u00c9 o sentido obrigat\u00f3rio para quem deseja conhecer a cachoeira do Pingador, que fica dentro da propriedade do senhor hospitaleiro Durvalino da Mata. Ou o Morro do Coelho, que dependendo do \u00e2ngulo de observa\u00e7\u00e3o, v\u00ea-se nitidamente a figura do roedor na pedra. Na estrada Cuiab\u00e1 – Chapada h\u00e1 um outro ponto de visita\u00e7\u00e3o que n\u00e3o deve ser esquecido. As \u00e1guas cristalinas do Rio Claro. E se desejar realmente completar o ciclo das belezas naturais, pegue um carro ou \u00f4nibus saindo de Cuiab\u00e1 e viaje 150 km at\u00e9 a cidade de Nobres e depois mais 45 km de barro e v\u00e1 conhecer a Gruta do Lago Azul. \u00c9 simplesmente deslumbrante!<\/p>\n\n\n\n
A cidade da Chapada dos Guimar\u00e3es<\/strong><\/p>\n\n\n\n A hist\u00f3ria da funda\u00e7\u00e3o da Chapada dos Guimar\u00e3es est\u00e1 estritamente ligada com funda\u00e7\u00e3o de Cuiab\u00e1, no s\u00e9culo XVII. Em 1751, o primeiro Governador Capit\u00e3o General de Mato Grosso, Dom Ant\u00f4nio Rolim de Moura Tavares, estabeleceu no povoado um aldeamento para congregar os \u00edndios de diversas tribos que habitavam o local, na tentativa de impedir um choque com os garimpeiros e a depreda\u00e7\u00e3o dos estabelecimentos civilizados. Tal povoado recebeu o nome de Chapada Nossa Senhora Sant ‘Ana Aldeia Velha e sua administra\u00e7\u00e3o ficou por conta do padre jesu\u00edta Estev\u00e3o de Castro, onde foi erguida uma capela. Ent\u00e3o, em 1778 \u00e9 constru\u00edda uma igreja maior no atual centro da cidade. A Igreja Nossa Senhora Sant’ Ana, padroeira da cidade. Na \u00e9poca, Dom Jos\u00e9 Carlos Pereira, Ouvidor-mor de Cuiab\u00e1, visitou a capela ainda no povoado de Aldeia Velha e achou suas instala\u00e7\u00f5es impr\u00f3prias para a realiza\u00e7\u00e3o de missas. Assim, imediatamente mandou construir outra. Pintada em dourado, a igreja apresenta-se no estilo barroco e suas imagens sacras e seus azulejos foram trazidos de Portugal.<\/p>\n\n\n\n Durante anos a estrada que ligava Chapada a Cuiab\u00e1 era denominada trilha do “Tope de Fita” e at\u00e9 hoje permanece marcada na mata, onde \u00e9 feita anualmente uma cavalgada de integra\u00e7\u00e3o. A trilha \u00e9 toda cal\u00e7ada em pedra e tem 30 km de extens\u00e3o. Foi por onde os \u00edndios e escravos trouxeram material para a constru\u00e7\u00e3o da igreja, que \u00e9 tombada pelo Instituto do Patrim\u00f4nio Hist\u00f3rico e Art\u00edstico Nacional (IPHAN).<\/p>\n\n\n\n Ainda em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 coloniza\u00e7\u00e3o portuguesa na regi\u00e3o vale citar que, nesse per\u00edodo de nossa hist\u00f3ria, a maioria das povoa\u00e7\u00f5es fundadas recebia o nome de vilas ou cidades de Portugal. Foi, ent\u00e3o, dessa forma que a Aldeia de Sant’ Ana passou a chamar-se de Guimar\u00e3es em homenagem a famosa cidade do norte de Portugal, considerada o ber\u00e7o da nacionalidade portuguesa.<\/p>\n\n\n\n A cidade da Chapada dos Guimar\u00e3es tem 252 anos e seu anivers\u00e1rio \u00e9 dia 31 de julho, quando ocorre a maior manifesta\u00e7\u00e3o cultural – o Festival de Inverno – que atra\u00ed m\u00fasicos de todo o pa\u00eds \u00e0 realiza\u00e7\u00e3o de shows livres na pra\u00e7a da Igreja Nossa Senhora Sant’ Ana.<\/p>\n\n\n\n Com aproximadamente 15 mil habitantes, a principal atividade econ\u00f4mica da cidade da Chapada dos Guimar\u00e3es \u00e9 o turismo ecol\u00f3gico. H\u00e1 uma boa infra-estrutura de pousadas, hot\u00e9is e campings e mais de 20 restaurantes com comida t\u00edpicas, tais como a mojica de pintado (esp\u00e9cie de ensopado de peixe cortado em cubos, com mandioca cozida na mesma panela), os peixes pac\u00fa e dourado fritos, com acompanhamentos de pir\u00e3o e farofa de banana. Outras iguarias recomendadas s\u00e3o os churrascos (pela fartura de carne das cria\u00e7\u00f5es da regi\u00e3o) e as verduras frescas que comp\u00f5em as saladas de qualquer restaurante.<\/p>\n\n\n\n A cidade conta ainda com hospital, farm\u00e1cias, ag\u00eancia dos correios, lojas de artesanatos locais e ag\u00eancias do Banco do Brasil e Bradesco, postos de gasolina e posto telef\u00f4nico. Localiza-se a cerca de 64 km da capital Cuiab\u00e1 com via de acesso em rodovia bem pavimentada e sinalizada.<\/p>\n\n\n\n Texto e fotos Marcelo de Paula Localizado no centro de Mato Grosso, entre a capital Cuiab\u00e1 e a cidade da Chapada dos Guimar\u00e3es, o Parque Nacional, que abrange uma \u00e1rea de 32.630 hectares, foi criado em 12 de abril de 1989 com objetivo de preservar os ecossistemas de cerrado, savana, matas de encosta e ciliares, in\u00fameros s\u00edtios arqueol\u00f3gicos, monumentos hist\u00f3ricos e ainda cabeceiras de v\u00e1rios rios que comp\u00f5em as bacias hidrogr\u00e1ficas Alto Paraguai e Amaz\u00f4nica. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":2,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[1580],"tags":[1312],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/2833"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=2833"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/2833\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":4057,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/2833\/revisions\/4057"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=2833"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=2833"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=2833"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}
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