{"id":2741,"date":"2009-04-23T11:24:52","date_gmt":"2009-04-23T11:24:52","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T20:01:10","modified_gmt":"2021-07-10T23:01:10","slug":"os_perigos_das_antenas_e_dos_telefones_celulares_e_sem_fios","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/urbano\/artigos_urbano\/os_perigos_das_antenas_e_dos_telefones_celulares_e_sem_fios.html","title":{"rendered":"Os perigos das antenas e dos telefones celulares e sem fios"},"content":{"rendered":"\n

O r\u00e1pido crescimento do n\u00famero de usu\u00e1rios da telefonia celular (bem como de outros meios de comunica\u00e7\u00e3o sem fio) tem chamado a aten\u00e7\u00e3o, em todo o mundo, para os poss\u00edveis riscos que poderiam ser causados pela exposi\u00e7\u00e3o humana aos campos eletromagn\u00e9ticos gerados por aparelhos celulares ou esta\u00e7\u00f5es r\u00e1dio-base (torres de celular).<\/p>\n\n\n\n

Estudos cient\u00edficos sobre os efeitos das radia\u00e7\u00f5es eletromagn\u00e9ticas no corpo humano v\u00eam sendo realizados h\u00e1 aproximadamente 45 anos, e foram intensificados na \u00faltima d\u00e9cada. Com base nos resultados destes estudos, acredita-se, hoje, que as configura\u00e7\u00f5es utilizadas nas esta\u00e7\u00f5es r\u00e1dio-base n\u00e3o causam qualquer efeito adverso \u00e0 sa\u00fade ou ao meio ambiente. Diretrizes e normas foram criadas por organiza\u00e7\u00f5es reconhecidas mundialmente, tal como a Organiza\u00e7\u00e3o Mundial da Sa\u00fade, para fixarem limites bastante seguros de exposi\u00e7\u00e3o aos campos eletromagn\u00e9ticos. A Telefonia Celular ressalta sua preocupa\u00e7\u00e3o em cumprir todas as normas e recomenda\u00e7\u00f5es de organismos nacionais e internacionais que tratam do assunto.<\/p>\n\n\n\n

O consumidor ter\u00e1 de esperar ao menos dois anos pela primeira pesquisa que visa responder se a radia\u00e7\u00e3o eletromagn\u00e9tica emitida pelos celulares faz mal \u00e0 sa\u00fade. A Organiza\u00e7\u00e3o Mundial da Sa\u00fade (OMS) pretende divulgar, em 2003, um estudo que procurar\u00e1 esclarecer a pol\u00eamica quest\u00e3o. Por enquanto, as opini\u00f5es de cientistas e de m\u00e9dicos ainda se dividem. Dependendo da quantidade de radia\u00e7\u00e3o absorvida pelo corpo humano, o usu\u00e1rio poder\u00e1 desenvolver doen\u00e7as como glaucoma e catarata. \u201cOs riscos a longo prazo, como o desenvolvimento de tumores cancer\u00edgenos, \u00e9 que ainda n\u00e3o foram comprovados e ser\u00e3o o principal tema de investiga\u00e7\u00e3o por parte da OMS\u201d, acrescenta.<\/p>\n\n\n\n

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Para o neurologista e professor da Universidade Federal do Paran\u00e1 Affonso Antoniuk, todo tipo de radia\u00e7\u00e3o \u00e9 preocupante e pode, inclusive, contribuir para o aparecimento de doen\u00e7as como o c\u00e2ncer. No caso dos celulares, o tempo de exposi\u00e7\u00e3o faz diferen\u00e7a. \u201cO ideal \u00e9 que uma pessoa adulta use o aparelho por, no m\u00e1ximo, seis minutos ao dia. J\u00e1 uma crian\u00e7a, cujo c\u00e9rebro ainda est\u00e1 em forma\u00e7\u00e3o, nunca deve chegar perto dos telefones celulares\u201d.<\/p>\n\n\n\n

As diferentes vers\u00f5es sobre o tema refor\u00e7am que o celular \u00e9 mais um exemplo de descaso com a sa\u00fade do consumidor. Em nome dos interesses comerciais, a tecnologia foi introduzida em larga escala no mercado sem que sua seguran\u00e7a fosse atestada.<\/p>\n\n\n\n

O problema da radia\u00e7\u00e3o come\u00e7a j\u00e1 na concep\u00e7\u00e3o do aparelho. As antenas dos celulares s\u00e3o uma adapta\u00e7\u00e3o das antenas utilizadas em r\u00e1dios port\u00e1teis, ou seja, elas n\u00e3o foram feitas para emitir ondas eletromagn\u00e9ticas e sim, para apenas receb\u00ea-las. O ideal seria uma antena bidirecional. Assim, a radia\u00e7\u00e3o seria emitida apenas na dire\u00e7\u00e3o contr\u00e1ria \u00e0 cabe\u00e7a do usu\u00e1rio (as antenas comuns emitem radia\u00e7\u00e3o em todo o entorno da cabe\u00e7a), o que diminuiria em at\u00e9 dez vezes a absor\u00e7\u00e3o das ondas eletromagn\u00e9ticas.<\/p>\n\n\n\n

O sistema de telefonia celular \u00e9 respons\u00e1vel pela emiss\u00e3o de ondas eletromagn\u00e9ticas de 10 MHz a 300 GHz. Alguns pesquisadores estabelecem uma correla\u00e7\u00e3o entre a exposi\u00e7\u00e3o a esse tipo de radia\u00e7\u00e3o e o surgimento de alguns tipos de doen\u00e7as, em especial o c\u00e2ncer, enquanto outros, simplesmente, negam qualquer possibilidade de que isso ocorra, apontando total falta de consenso sobre o assunto.<\/p>\n\n\n\n

Entre os poss\u00edveis danos associados aos efeitos t\u00e9rmicos da radia\u00e7\u00e3o emitida pelos aparelhos celulares e as antenas de transmiss\u00e3o, est\u00e3o a exaust\u00e3o, choque t\u00e9rmico, estresse, queda no desempenho de tarefas, press\u00e3o card\u00edaca, altera\u00e7\u00f5es em fun\u00e7\u00f5es neurais e neuromusculares e ocorr\u00eancia de catarata. Embora ainda n\u00e3o exista consenso acerca do tema, v\u00e1rios estudos sugerem que esta radia\u00e7\u00e3o possa interferir nas ondas cerebrais, alterando a press\u00e3o sang\u00fc\u00ednea, reduzindo respostas imunol\u00f3gicas e provocando enxaqueca, ins\u00f4nia, s\u00edndrome de fadiga com preju\u00edzo da mem\u00f3ria de curto prazo e epilepsia.<\/p>\n\n\n\n

O aparelho, no geral, j\u00e1 \u00e9 uma somat\u00f3ria de defeitos e quem paga \u00e9 o consumidor. A ind\u00fastria de telefonia tem projetos patenteados de aparelhos com novos tipos de antena e com menor n\u00edvel de radia\u00e7\u00e3o. Mesmo assim, esses modelos n\u00e3o est\u00e3o dispon\u00edveis ao consumidor.<\/p>\n\n\n\n

Se n\u00e3o h\u00e1 consenso entre os especialistas sobre o assunto, o que impera na ind\u00fastria da telefonia \u00e9 o sil\u00eancio. Quando falam a respeito, os fabricantes apenas ressaltam que a radia\u00e7\u00e3o n\u00e3o faz mal \u00e0 sa\u00fade. Al\u00e9m da radia\u00e7\u00e3o, as ondas aquecem o cristalino, e isso pode tornar a lente cada vez mais opaca, como se cozinhasse num microondas.  E cataratas, que pode ser desencadeada a m\u00e9dio e a longo prazo.<\/p>\n\n\n\n

A ICNIRP \u00e9 uma organiza\u00e7\u00e3o n\u00e3o-governamental, ligada \u00e0 OMS, que definiu a quantidade de energia que o corpo humano pode absorver sem trazer preju\u00edzos \u00e0 sua sa\u00fade, pelo menos no que diz respeito aos efeitos a curto prazo ou t\u00e9rmicos, como catarata ou degenera\u00e7\u00e3o dos neur\u00f4nios. Este n\u00edvel, calculado em 2 watts por quilograma de tecido, \u00e9 chamado de SAR ou taxa de absor\u00e7\u00e3o espec\u00edfica (os Estados Unidos adotaram um n\u00edvel mais baixo ainda, de 1,6 W\/kg).<\/p>\n\n\n\n

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No Brasil, a Ag\u00eancia Nacional de Telecomunica\u00e7\u00f5es (Anatel) aprovou uma resolu\u00e7\u00e3o que obrigar\u00e1 os fabricantes de celulares a comprovar o n\u00edvel de SAR de seus aparelhos. O problema \u00e9 que a Ag\u00eancia estabeleceu um prazo muito extenso para o cumprimento da resolu\u00e7\u00e3o: 180 dias, contados a partir do dia 12 de abril de 2001. Na pr\u00e1tica, ainda vai demorar alguns meses at\u00e9 que as empresas tenham de informar o valor na embalagem ou no manual de seus celulares. Enquanto isso, o consumidor, que continua sem informa\u00e7\u00f5es claras e precisas a respeito, s\u00f3 tem uma op\u00e7\u00e3o: ligar para o Servi\u00e7o de Atendimento ao Consumidor (SAC) das empresas ou acessar seus sites para saber qual celular emite o menor n\u00edvel de radia\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Uma pesquisa feita pelo Idec descobriu que as empresas Ericsson e Motorola oferecem o limite de SAR de alguns de seus modelos em suas p\u00e1ginas na internet. Entre os sete SACs pesquisados, tr\u00eas n\u00e3o souberam informar qual de seus aparelhos tem o menor \u00edndice de radia\u00e7\u00e3o: da Samsung, da Motorola e da Qualcomm. O n\u00edvel m\u00e1ximo encontrado foi de 1,35 W\/kg. Portanto, todos os que responderam ao Idec est\u00e3o de acordo com a norma vigente.<\/p>\n\n\n\n

As esta\u00e7\u00f5es r\u00e1dio-base (ERBs), ou torres de transmiss\u00e3o de celular, tamb\u00e9m podem representar um risco para a sa\u00fade humana. \u201cA instala\u00e7\u00e3o das torres de celulares \u00e9 ca\u00f3tica, principalmente na regi\u00e3o metropolitana. Muitas s\u00e3o instaladas perto de janelas de pr\u00e9dios e andaimes\u201d, acrescenta um especialista. Portanto, \u00e9 importante que a popula\u00e7\u00e3o fique atenta para que as torres n\u00e3o sejam instaladas a menos de cinco metros de sua resid\u00eancia, escola ou trabalho.<\/p>\n\n\n\n

Al\u00e9m da proximidade, outro problema, \u00e9 o longo per\u00edodo de exposi\u00e7\u00e3o de quem mora perto das antenas. Assim como acontece com os aparelhos, n\u00e3o existe um estudo definitivo sobre os danos \u00e0 sa\u00fade da radia\u00e7\u00e3o emitida pelas torres.<\/p>\n\n\n\n

Enquanto o cen\u00e1rio permanece indefinido, o consumidor deve ter cautela. Algumas recomenda\u00e7\u00f5es podem ajud\u00e1-lo a ter uma atitude preventiva:<\/p>\n\n\n\n