{"id":2607,"date":"2014-11-26T10:47:36","date_gmt":"2014-11-26T10:47:36","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T19:16:18","modified_gmt":"2021-07-10T22:16:18","slug":"dejetos_de_suinocultura","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/agropecuario\/dejetos_de_suinocultura\/dejetos_de_suinocultura.html","title":{"rendered":"Dejetos de Suinocultura"},"content":{"rendered":"\n
\"q\"\/<\/figure>\n\n\n\n

 A atividade \u00e9 considerada pelos \u00f3rg\u00e3os ambientais uma “atividade potencialmente causadora de degrada\u00e7\u00e3o ambiental”, sendo enquadrada como de grande potencial poluidor. Pela Legisla\u00e7\u00e3o Ambiental (Lei 9.605\/98 – Lei de Crimes Ambientais), o produtor pode ser responsabilizado criminalmente por eventuais danos causados ao meio ambiente e \u00e0 sa\u00fade dos homens e animais.<\/p>\n\n\n\n

Os dejetos su\u00ednos, at\u00e9 a d\u00e9cada de 70, n\u00e3o constitu\u00edam fator preocupante, pois a concentra\u00e7\u00e3o de animais era pequena e o solo das propriedades tinha capacidade para absorv\u00ea-los ou eram utilizados como adubo org\u00e2nico. Por\u00e9m o desenvolvimento da suinocultura trouxe a produ\u00e7\u00e3o de grandes quantidades de dejetos, que pela falta de tratamento adequado, se transformou na maior fonte poluidora dos mananciais de \u00e1gua.<\/p>\n\n\n\n

No cen\u00e1rio atual a carne su\u00edna no Brasil \u00e9 produzida com alta tecnologia, manejo e tamb\u00e9m possui certifica\u00e7\u00e3o sanit\u00e1ria. A produ\u00e7\u00e3o, hoje, ocorre em propriedades pequenas, m\u00e9dias e integradas a grandes processadores. O impacto ambiental causado pelo manejo inadequado dos dejetos l\u00edquidos de su\u00ednos tem causado severos danos ao meio ambiente. Para a sobreviv\u00eancia das zonas de produ\u00e7\u00e3o intensiva de su\u00ednos, \u00e9 preciso encontrar sistemas alternativos de produ\u00e7\u00e3o que reduzam a emiss\u00e3o de odores, os gases nocivos e os riscos de polui\u00e7\u00e3o dos mananciais de \u00e1gua superficiais e subterr\u00e2neas por nitratos e do ar pelas emiss\u00f5es de NH3. Al\u00e9m disso, devem solucionar os problemas de custos e dificuldades de armazenamento, de transporte, de tratamento e de utiliza\u00e7\u00e3o agron\u00f4mica dos dejetos l\u00edquidos.<\/p>\n\n\n\n

A suinocultura brasileira, a exemplo de outras cadeias produtivas do agroneg\u00f3cio, cresceu significativamente, nos \u00faltimos 14 anos. Esse crescimento \u00e9 notado quando se analisa os v\u00e1rios indicadores econ\u00f4micos e sociais, como volume de exporta\u00e7\u00f5es, participa\u00e7\u00e3o no mercado mundial, n\u00famero de empregos diretos e indiretos, entre outros. A cria\u00e7\u00e3o de porcos do passado evoluiu tamb\u00e9m na t\u00e9cnica e no modelo de coordena\u00e7\u00e3o das atividades entre fornecedores de insumos, produtores rurais, agroind\u00fastrias, atacado, varejo e consumidores. Passou a ser uma cadeia de produ\u00e7\u00e3o de su\u00ednos, explorando a atividade de forma econ\u00f4mica e competitiva.<\/p>\n\n\n\n

A atual expans\u00e3o da suinocultura tem como principal caracter\u00edstica a alta concentra\u00e7\u00e3o de animais por \u00e1rea, visando atender o consumo interno e externo de carne, produtos e derivados. Observa-se, como consequ\u00eancia, generalizada polui\u00e7\u00e3o h\u00eddrica (alta carga org\u00e2nica e presen\u00e7a de coliformes fecais) proveniente dos dejetos, que somada aos problemas de res\u00edduos dom\u00e9sticos e industriais, tem causado s\u00e9rios problemas ambientais, como a destrui\u00e7\u00e3o dos recursos naturais renov\u00e1veis, especialmente \u00e1gua.<\/p>\n\n\n\n

Esta situa\u00e7\u00e3o exige a fixa\u00e7\u00e3o de par\u00e2metros de emiss\u00e3o cada vez mais rigorosos pelos \u00f3rg\u00e3os de fiscaliza\u00e7\u00e3o. Os grandes centros produtores de su\u00ednos, a exemplo da Europa e Estados Unidos, j\u00e1 enfrentam dificuldades para manter os seus atuais rebanhos, como decorr\u00eancia do excesso de dejetos, da satura\u00e7\u00e3o das \u00e1reas para disposi\u00e7\u00e3o agron\u00f4mica, da contamina\u00e7\u00e3o dos recursos naturais e dos altos investimentos para o tratamento dos efluentes. Por outro lado, pa\u00edses como o Brasil, que possuem clima e disponibilidade de \u00e1rea para utiliza\u00e7\u00e3o agron\u00f4mica, t\u00eam ainda um potencial grande de aumentar seus rebanhos. Para isso, encontrar um modo de manejo adequado aos dejetos de su\u00ednos \u00e9 o maior desafio para a sobreviv\u00eancia das zonas de produ\u00e7\u00e3o intensiva no Brasil, em raz\u00e3o dos riscos de polui\u00e7\u00e3o das \u00e1guas superficiais e subterr\u00e2neas por nitratos, f\u00f3sforo e outros elementos minerais ou org\u00e2nicos e, do ar, pelas emiss\u00f5es de NH3, CO2, N2O e H2S.<\/p>\n\n\n\n

A recomenda\u00e7\u00e3o t\u00e9cnica para o manejo destes res\u00edduos l\u00edquidos \u00e9 o armazenamento e tratamento em esterqueiras ou lagoas para posterior uso em lavouras como fertilizante. Os trabalhos de pesquisa desenvolvidos na \u00e1rea de manejo de efluentes da suinocultura indicam que nenhum tratamentos de dejetos em uso no Brasil, \u00e9 capaz de tratar o res\u00edduo final a ponto de que este seja lan\u00e7ado diretamente nos cursos d\u2019\u00e1gua.<\/p>\n\n\n\n

A Associa\u00e7\u00e3o Catarinense de Criadores de Su\u00ednos (ACCS) tem apoiado a busca de alternativas para atenuar e solucionar os problemas ambientais causados pelos dejetos de su\u00ednos. Os principais resultados esperados com a implanta\u00e7\u00e3o destes sistemas de tratamento de dejetos, s\u00e3o os ambientais, visando principalmente reduzir o potencial de polui\u00e7\u00e3o dos dejetos oriundos da atividade suin\u00edcola, j\u00e1 que a legisla\u00e7\u00e3o ambiental tem pressionado este setor produtivo. Entre estas alternativas podemos destacar as c\u00e2maras de compostagem, sistema de tratamento desenvolvido em parceria entre ACCS a Funda\u00e7\u00e3o de Apoio \u00e0 Pesquisa Cient\u00edfica e Tecnol\u00f3gica do Estado de Santa Catarina (FAPESC) e a LPC Empresa de Tecnologia Ambiental. Estas c\u00e2maras consistem em um processo de transforma\u00e7\u00e3o de materiais grosseiros, como palhada, maravalha e\/ou cama de avi\u00e1rio e dejetos de su\u00ednos, em materiais org\u00e2nicos poss\u00edveis de ser utilizados na agricultura. Este processo envolve transforma\u00e7\u00f5es extremamente complexas de natureza bioqu\u00edmica, promovidas por milh\u00f5es de microorganismos.<\/p>\n\n\n\n

Como vantagem principal do sistema, podemos destacar a transforma\u00e7\u00e3o do dejeto l\u00edquido em adubo s\u00f3lido, minimizando o risco ambiental e viabilizando o transporte deste adubo para \u00e1reas carentes de mat\u00e9ria org\u00e2nica, podendo at\u00e9 mesmo ser comercializado.<\/p>\n\n\n\n

Outra vantagem deste sistema de tratamento de dejetos de su\u00ednos s\u00e3o as redu\u00e7\u00f5es do n\u00edvel de odor desagrad\u00e1vel e da presen\u00e7a de moscas nas propriedades, al\u00e9m de que, dependendo das metodologias e da escala, poder\u00e3o gerar cr\u00e9dito de carbono sendo, portanto, mais uma fonte de renda para o nosso suinocultor.<\/p>\n\n\n\n

Desta maneira, aquilo que hoje \u00e9 um custo na atividade, o armazenamento e distribui\u00e7\u00e3o dos dejetos, passar\u00e1 a ser uma fonte de renda e uma solu\u00e7\u00e3o ambiental para uma atividade de grande valor social e econ\u00f4mico em Santa Catarina. Isto se confirmando, poderemos no futuro dizer que a suinocultura catarinense fez de um lim\u00e3o uma limonada, pois quem diria que o maior vil\u00e3o da cadeia produtiva da suinocultura, o dejeto produzido pela atividade, poder\u00e1 torna-se fonte de renda para o suinocultor.<\/p>\n\n\n\n

Fontes: www.crea-sc.org.br
\nwww.eumed.net
\nwww.agricultura.pr.gov.br
\nwww.cnpsa.embrapa.br
\nSETI – Secretaria de Ci\u00eancia, Tecnologia e Ensino Superior Eng. Agr., D. Sc. Carlos Cl\u00e1udio Perdomo, Embrapa Su\u00ednos e Aves Eng. Agr., Ph. D. Gustavo J.M.M. de Lima, Em<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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