{"id":2555,"date":"2009-04-06T15:01:25","date_gmt":"2009-04-06T15:01:25","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T20:01:50","modified_gmt":"2021-07-10T23:01:50","slug":"as_braquiarias_no_pantanal","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/agropecuario\/artigo_agropecuario\/as_braquiarias_no_pantanal.html","title":{"rendered":"As Braqui\u00e1rias no Pantanal"},"content":{"rendered":"\n

O Pantanal, essa imensa plan\u00edcie sedimentar, de aproximadamente 139.000 km2, possui como um dos pilares da economia a explora\u00e7\u00e3o da bovinocultura de corte. O regime de cria\u00e7\u00e3o \u00e9 do tipo extensivo, concentrado principalmente na atividade de cria e recria.<\/p>\n\n\n\n

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A alimenta\u00e7\u00e3o do rebanho bovino baseava-se exclusivamente em pastagem nativa, entretanto como alternativa para o aumento da produtividade, v\u00eam sendo efetuado, h\u00e1 cerca de duas d\u00e9cadas, a forma\u00e7\u00e3o de pastagens com gram\u00edneas ex\u00f3ticas, com o intuito de aumentar a oferta alimentar para os animais em \u00e9pocas cr\u00edticas, seca e cheia.<\/p>\n\n\n\n

O Pantanal por ser um ecossistema fr\u00e1gil, torna a busca da pesquisa na valida\u00e7\u00e3o de forrageiras ex\u00f3ticas adaptadas ao ambiente Pantaneiro uma tarefa mais dif\u00edcil e de maior responsabilidade. Diversos estudos foram realizados para verificar o prov\u00e1vel impacto da introdu\u00e7\u00e3o dessas gram\u00edneas. At\u00e9 o momento as esp\u00e9cies Brachiaria decumbens e B. humidicola, est\u00e3o sendo as que mais se destacaram.<\/p>\n\n\n\n

Foram identificadas as fitofisionomias mais atingidas pelo desmatamento, em ordem decrescente s\u00e3o Savanas Florestadas (Cerrad\u00e3o), as Savanas Arborizadas (Cerrado e Campo-cerrado), as Savanas-Est\u00e9picas Florestadas (Mata, Mata chaquenha), as Florestas Estacionais Semideciduais (Mata) e as Savanas-Est\u00e9picas Arborizadas (Chaco).<\/p>\n\n\n\n

Pode-se afirmar que todas as \u00e1reas estudadas mostraram um certo grau de altera\u00e7\u00e3o antr\u00f3pica, seja com ind\u00edcios de retirada de madeira ou entrada de fogo, mostrando que o desmatamento para implanta\u00e7\u00e3o de pastagens, n\u00e3o \u00e9 a \u00fanica amea\u00e7a para a manuten\u00e7\u00e3o da biodiversidade nas fitofisionomias arb\u00f3reas do Pantanal.<\/p>\n\n\n\n

Embora se reconhe\u00e7a que, potencialmente, a substitui\u00e7\u00e3o de habitats arb\u00f3reos por pastagens implantadas seja impactante para a fauna. No Pantanal at\u00e9 o momento, esse impacto ainda \u00e9 pequeno, face ao interst\u00edcio de habitats naturais remanescentes que entremeiam as pastagens cultivadas. A fauna transita pelas pastagens, deslocando-se entre habitats naturais pr\u00f3ximos, relativamente bem conservados.<\/p>\n\n\n\n

Os dados de produtividade das braqui\u00e1rias indicaram que as mesmas s\u00e3o bastante produtivas, sendo que B. humidicola apresenta um estabelecimento mais lento, mas com o decorrer do tempo a sua produtividade \u00e9 superior a B. decumbens. As mesmas s\u00e3o eficientes na cobertura de solo.<\/p>\n\n\n\n

As caracter\u00edsticas qu\u00edmicas do solo sugerem que ao longo do tempo existem perdas de nutrientes, com as \u00e1reas de pastagem mais antigas apresentando teores menores de bases do que aquelas com pastagens mais recentes. A atividade microbiana parece indicar que n\u00e3o ocorrem mudan\u00e7as marcantes em termos qualitativos.<\/p>\n\n\n\n

\u00c9 importante enfatizar que o uso de pastagem cultivada est\u00e1 fortemente alicer\u00e7ada no manejo e uso eficiente da pastagem. O que foi constatado nas propriedades estudadas nesse estudo.<\/p>\n\n\n\n

Tamb\u00e9m, cabe ressaltar que quando se fala no tema, pastagens cultivadas, n\u00e3o se pensa em hip\u00f3tese nenhuma, em substitui\u00e7\u00e3o sequer parcial das pastagens nativas, e sim como uma alternativa para algumas categorias animais, tais como: bezerros desmamados, vacas de cria ap\u00f3s a desmama e touros ap\u00f3s a esta\u00e7\u00e3o de monta. Sugere-se que em cada propriedade seja formado em torno de 10% da sua \u00e1rea, preferencialmente em \u00e1reas de capim carona, fura-bucho, lixeira e capim-vermelho, evitando-se tanto quanto poss\u00edvel o desmatamento de cordilheiras.<\/p>\n\n\n\n

*Sandra Mara Ara\u00fajo Crispim, (scrispim@cpap.embrapa.br) Ms., Eng. Agron\u00f4ma, pesquisadora da Embrapa Pantanal na \u00e1rea de Pastagem Nativa e Cultivada., (http:\/www.cpap.embrapa.br).<\/p>\n\n\n\n

Por Sandra Mara Ara\u00fajo Crispim<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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