{"id":2511,"date":"2009-04-03T11:23:32","date_gmt":"2009-04-03T11:23:32","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T20:01:56","modified_gmt":"2021-07-10T23:01:56","slug":"utilizacao_da_queima_controlada_em_caronal","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/agropecuario\/artigo_agropecuario\/utilizacao_da_queima_controlada_em_caronal.html","title":{"rendered":"Utiliza\u00e7\u00e3o da queima controlada em Caronal"},"content":{"rendered":"\n

A comunidade denominada caronal caracteriza-se pela domin\u00e2ncia da esp\u00e9cie Elyonurus muticus. Est\u00e1 localizada na unidade de paisagem, savana gram\u00edneo-lenhosa, definida como \u00e1rea de campo, situada em mesorelevo mais elevado, ou seja, pouco ou n\u00e3o alag\u00e1vel. Essa comunidade est\u00e1 presente na sub-regi\u00e3o da Nhecol\u00e2ndia, em torno de 20% e tamb\u00e9m nas sub-regi\u00f5es de Paiagu\u00e1s, C\u00e1ceres, Abobral e Aquidauana. A esp\u00e9cie Elyonurus muticus \u00e9 perene, cespitosa e apresenta parte a\u00e9rea arom\u00e1tica com presen\u00e7a de \u00f3leos essenciais. A presen\u00e7a de \u00f3leos essenciais faz com que a planta seja consumida, pelos bovinos, no m\u00e1ximo at\u00e9 15 dias ap\u00f3s a queima.<\/p>\n\n\n\n

Por ser a queima um instrumento de manejo em \u00e1reas tropicais e por ser uma ferramenta bastante utilizada na regi\u00e3o, a Embrapa Pantanal, h\u00e1 muito tempo v\u00eam estudando a utiliza\u00e7\u00e3o da queima controlada, principalmente em \u00e1rea de caronal. A grande quantidade de macega acumulada nessa fitofisionomia pode contribuir para o maior n\u00famero de inc\u00eandios no Pantanal, assim o uso da queima controlada, mesmo sendo uma pr\u00e1tica de manejo pol\u00eamica e com alguns impactos negativos, pode constituir uma preven\u00e7\u00e3o aos inc\u00eandios na regi\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Com mais \u00eanfase a partir de 1995, os estudos da Embrapa Pantanal tiveram como objetivo avaliar o efeito da freq\u00fc\u00eancia da queima (anual e bienal) na produ\u00e7\u00e3o e composi\u00e7\u00e3o qu\u00edmica da mat\u00e9ria seca produzida, e assim gerar informa\u00e7\u00f5es sobre o uso do fogo de maneira racional. A queima controlada deve ser sempre realizada uns dois dias ap\u00f3s uma boa chuva, para garantir um eficiente umedecimento do solo.<\/p>\n\n\n\n

Os resultados indicam que a queima no campo de capim caronal n\u00e3o promove efeitos dr\u00e1sticos sobre a produtividade prim\u00e1ria liquida a\u00e9rea (vari\u00e1vel para cada esp\u00e9cie), sobre a freq\u00fc\u00eancia absoluta das esp\u00e9cies, a composi\u00e7\u00e3o flor\u00edstica e o n\u00famero de esp\u00e9cies. O teor de prote\u00edna bruta das gram\u00edneas aumenta com a rebrota das plantas p\u00f3s-queima, devido a elimina\u00e7\u00e3o da parte a\u00e9rea velha e promo\u00e7\u00e3o da rebrota (com maior volume prot\u00e9ico) das gram\u00edneas E. muticus, Axonopus purpusii, Mesosetum chaseae, Andropogon selloanus. A cobertura do solo em \u00e1reas queimadas reduz-se expressivamente e tem levado cerca de quatro a seis meses para igualar-se \u00e0 \u00e1rea sem queima. A queima determinou altera\u00e7\u00e3o do teor de umidade do solo imediatamente ap\u00f3s a queima, pois h\u00e1 evapora\u00e7\u00e3o da umidade do solo devido \u00e0 eleva\u00e7\u00e3o da temperatura do solo promovida pelo fogo. A p\u00f3s-queima altera os teores de alguns minerais do solo nas \u00e1reas de caronal; teor de s\u00f3dio diminui e os de c\u00e1lcio, pot\u00e1ssio e PH aumentam, temporariamente.<\/p>\n\n\n\n

Com base em resultados de pesquisas constata-se que um per\u00edodo de seca seguido de cheia curta, alternados, propiciam modifica\u00e7\u00f5es de maior intensidade na freq\u00fc\u00eancia das esp\u00e9cies na comunidade do campo de capim caronal, do que a utiliza\u00e7\u00e3o da queima. E como garantia para manuten\u00e7\u00e3o da biodiversidade presente na \u00e1rea de caronal, recomenda-se que a mesma \u00e1rea seja queimada somente a cada dois ou tr\u00eas anos.<\/p>\n\n\n\n

Sandra Mara Ara\u00fajo Crispim ( scrispim@cpap.embrapa.br ) e Evaldo Lu\u00eds Cardoso ( evaldo@cpap.embrapa.br ) s\u00e3o pesquisadores da Embrapa Pantanal.<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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