{"id":2491,"date":"2009-04-02T15:22:38","date_gmt":"2009-04-02T15:22:38","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T20:01:59","modified_gmt":"2021-07-10T23:01:59","slug":"cultivo_do_feijao_e_da_mandioca_conservando_o_solo","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/agropecuario\/artigo_agropecuario\/cultivo_do_feijao_e_da_mandioca_conservando_o_solo.html","title":{"rendered":"Cultivo do feij\u00e3o e da mandioca conservando o solo"},"content":{"rendered":"\n

Por Henrique de Oliveira, Auro Akio Otsubo, F\u00e1bio Martins Mercante, Renato Roscoe.<\/strong><\/p>\n\n\n\n

A cultura da mandioca<\/strong><\/p>\n\n\n\n

A mandioca \u00e9 uma planta perene, arbustiva, pertencente a fam\u00edlia das Euforbi\u00e1ceas. \u00c9 bem tolerante \u00e0 seca e possui ampla adapta\u00e7\u00e3o \u00e0s mais variadas condi\u00e7\u00f5es de clima e solo. A parte mais importante da planta s\u00e3o as ra\u00edzes, ricas em f\u00e9cula, utilizadas na alimenta\u00e7\u00e3o humana e animal ou como mat\u00e9ria prima para diversas ind\u00fastrias. Origin\u00e1ria do continente americano, provavelmente do Brasil, a mandioca j\u00e1 era cultivada pelos abor\u00edgenes, por ocasi\u00e3o da descoberta do pa\u00eds.<\/p>\n\n\n\n

A mandioca \u00e9 fonte de caloria b\u00e1sica para 500 a 700 milh\u00f5es de pessoas no mundo tropical, particularmente para aquelas de menor poder aquisitivo. \u00c9 cultivada em v\u00e1rios pa\u00edses, assumindo grande import\u00e2ncia social naqueles em desenvolvimento. O Brasil \u00e9 um dos maiores produtores mundiais, com uma produ\u00e7\u00e3o superior a 20 milh\u00f5es de toneladas.<\/p>\n\n\n\n

A mandioca \u00e9 um dos produtos mais apreciados na culin\u00e1ria sul-matogrossense, \u00e9 acompanhante obrigat\u00f3ria de in\u00fameras iguarias locais. Seu consumo anual em Mato Grosso do Sul \u00e9 de, aproximadamente, 23 kg por pessoa sendo o consumo m\u00e9dio semanal de 1,8 kg por fam\u00edlia.<\/p>\n\n\n\n

A \u00e9poca de plantio se estende de maio a novembro. Entretanto, \u00e9 necess\u00e1rio ficar atento para que o solo tenha umidade suficiente para garantir a brota\u00e7\u00e3o das manivas. Os cuidados que devem ser tomadas na implanta\u00e7\u00e3o e condu\u00e7\u00e3o da lavoura s\u00e3o: utilizar mudas sadias; realizar rota\u00e7\u00e3o de culturas e mesmo de variedades; controle das plantas daninhas principalmente nos tr\u00eas primeiros meses ap\u00f3s o plantio, para estabelecer a cultura com o n\u00famero e disposi\u00e7\u00e3o de plantas adequados.<\/p>\n\n\n\n

A cultura do feijoeiro<\/strong><\/p>\n\n\n\n

A cultura do feijoeiro constitui-se uma importante op\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica para o modelo de agricultura familiar. Fonte de prote\u00edna vegetal de baixo custo, \u00e9 o alimento mais tradicional do Brasil.<\/p>\n\n\n\n

No cen\u00e1rio mundial, o Brasil ocupa a posi\u00e7\u00e3o de l\u00edder na produ\u00e7\u00e3o de gr\u00e3os. Aliado \u00e0 baixa tecnologia, a instabilidade do mercado comprador e a demanda cada vez mais exigente do consumidor, s\u00e3o entraves a uma maior express\u00e3o da cultura no pa\u00eds. Devem ser consideradas , tamb\u00e9m, as adversidades clim\u00e1ticas particularmente importantes para a cultura. Em fun\u00e7\u00e3o da falta de op\u00e7\u00f5es de beneficiamento aliado \u00e0 tradi\u00e7\u00e3o do consumo \u201cin natura\u201d, o feij\u00e3o ainda se ressente diretamente das frustra\u00e7\u00f5es de safra que periodicamente s\u00e3o observadas na cultura.<\/p>\n\n\n\n

Merecem destaque especial as considera\u00e7\u00f5es sobre o manejo da mat\u00e9ria org\u00e2nica nas \u00e1reas onde vai ser cultivado o feijoeiro. Essa planta \u00e9 uma das que respondem mais acentuadamente \u00e0 aduba\u00e7\u00e3o verde e org\u00e2nica, e tem sido demonstrada a import\u00e2ncia da presen\u00e7a de massa vegetal semidecomposta no crescimento e produ\u00e7\u00e3o do feijoeiro. Efeitos semelhantes aos da aduba\u00e7\u00e3o verde s\u00e3o obtidos com aplica\u00e7\u00e3o de estercos, compostos e tortas.<\/p>\n\n\n\n

Resultados de pesquisa indicam que quando se aduba as plantas com nitrog\u00eanio mineral, sua absor\u00e7\u00e3o m\u00e1xima ocorre entre o florescimento e o per\u00edodo de enchimento dos gr\u00e3os e a taxa m\u00e1xima de fixa\u00e7\u00e3o do nitrog\u00eanio ocorre ap\u00f3s o per\u00edodo m\u00e9dio de enchimento de gr\u00e3os, sendo que o nitrog\u00eanio proveniente da fixa\u00e7\u00e3o \u00e9 mais eficiente para a produ\u00e7\u00e3o de sementes do que o nitrog\u00eanio mineral.<\/p>\n\n\n\n

Conserva\u00e7\u00e3o do solo<\/strong><\/p>\n\n\n\n

O solo, junto com a luz solar, o ar e a \u00e1gua, \u00e9 uma das quatro condi\u00e7\u00f5es b\u00e1sicas para a vida no planeta. Os solos n\u00e3o s\u00e3o est\u00e1ticos, encontram-se em cont\u00ednuas modifica\u00e7\u00f5es. As enxurradas transportam as part\u00edculas do solo, desgastando a superf\u00edcie da Terra. A eros\u00e3o \u00e9 a remo\u00e7\u00e3o das part\u00edculas do solo das partes mais altas e o transporte e deposi\u00e7\u00e3o destas part\u00edculas nas partes mais baixas.  No estado natural, a vegeta\u00e7\u00e3o exerce um papel protetor, fazendo com que a remo\u00e7\u00e3o do solo seja lenta, dessa forma ela \u00e9 compensada pelos processos de forma\u00e7\u00e3o do solo. H\u00e1, portanto, um equil\u00edbrio entre a remo\u00e7\u00e3o do solo e sua forma\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Quando o homem cultiva a terra esse equil\u00edbrio pode ser rompido. Para cultivar o solo h\u00e1 necessidade de se remover a vegeta\u00e7\u00e3o natural e, geralmente, fazer o revolvimento do solo, embora se tenha t\u00e9cnicas, como o sistema de plantio direto, onde essa opera\u00e7\u00e3o \u00e9 bastante reduzida. Quando essas opera\u00e7\u00f5es s\u00e3o realizadas sem o devido cuidado \u00e9 apressada a remo\u00e7\u00e3o das camadas superficiais do solo.<\/p>\n\n\n\n

No Brasil a eros\u00e3o causada pela a\u00e7\u00e3o das \u00e1guas (h\u00eddrica) \u00e9 mais importante que a eros\u00e3o causada pela a\u00e7\u00e3o dos ventos (e\u00f3lica).  Tipos de eros\u00e3o h\u00eddrica: eros\u00e3o laminar, eros\u00e3o em sulcos e eros\u00e3o em vo\u00e7orocas.  H\u00e1 v\u00e1rias pr\u00e1ticas para diminuir e controlar a eros\u00e3o do solo s\u00e3o pr\u00e1ticas de car\u00e1ter vegetativo, mec\u00e2nico e pr\u00e1ticas onde s\u00e3o realizadas a\u00e7\u00f5es que melhoram as condi\u00e7\u00f5es de nutri\u00e7\u00e3o do solo e, assim, as planas conseguem se desenvolver melhores. Essas pr\u00e1ticas n\u00e3o devem ser utilizadas isoladamente, mas combinadas.<\/p>\n\n\n\n

Henrique de Oliveira (henrique@cpap.embrapa.br) \u00e9 pesquisador da Embrapa Pantanal, Auro Akio Otsubo (auro@cpao.embrapa.br), F\u00e1bio Martins Mercante (mercante@cpao.embrapa.br) e Renato Roscoe (roscoe@cpao.embrapa.br), s\u00e3o pesquisadores da Embrapa Agropecu\u00e1r<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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