{"id":2371,"date":"2009-02-02T17:58:28","date_gmt":"2009-02-02T17:58:28","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T20:32:55","modified_gmt":"2021-07-10T23:32:55","slug":"ascareis_-_pcbs","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/residuos\/artigos\/ascareis_-_pcbs.html","title":{"rendered":"Ascar\u00e9is – PCBs"},"content":{"rendered":"\n

Na d\u00e9cada de 80, quando a popula\u00e7\u00e3o brasileira dava as primeiras demonstra\u00e7\u00f5es de conscientiza\u00e7\u00e3o e percep\u00e7\u00e3o ecol\u00f3gica, especialistas em meio ambiente e \u00f3rg\u00e3os governamentais denunciaram a periculosidade de uma subst\u00e2ncia qu\u00edmica muito utilizada, desde os anos 30, como flu\u00eddo diel\u00e9trico em transformadores e capacitores el\u00e9tricos.<\/p>\n\n\n\n

Em 1981, a Legisla\u00e7\u00e3o brasileira proibiu a fabrica\u00e7\u00e3o de equipamentos que utilizassem essa subst\u00e2ncia, denominada cientificamente de PCB (Bifenilas Policloradas), ainda que, pela mesma lei, seja permitida a utiliza\u00e7\u00e3o dos equipamentos j\u00e1 existentes at\u00e9 o final de sua vida \u00fatil \u2013 per\u00edodo m\u00e9dio de 40 anos.<\/p>\n\n\n\n

Em linhas gerais, os PCBs pertencem a um grupo de compostos qu\u00edmicos popularmente conhecidos como ascar\u00e9is, embora essa denomina\u00e7\u00e3o tenha surgido a partir do uso disseminado da marca Askarel que designa a mistura de PCB com solvente clorado. Isso se explica pelo fato de que populariza\u00e7\u00e3o da marca acabou por confundi-la com o pr\u00f3prio produto. Em termos pr\u00e1ticos, at\u00e9 hoje, o mercado adota o nome ascarel como sin\u00f4nimo de PCB.<\/p>\n\n\n\n

Al\u00e9m da aplica\u00e7\u00e3o como fluidos diel\u00e9tricos de transformadores e capacitores, esses compostos tamb\u00e9m foram largamente utilizados na composi\u00e7\u00e3o de plastificantes, solventes, fluidos t\u00e9rmicos, desinfetantes entre outras aplica\u00e7\u00f5es industriais.<\/p>\n\n\n\n

Prejudiciais ao meio ambiente<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Apesar de suas excelentes propriedades t\u00e9cnicas e do seu grande emprego, os PCBs deixaram de ser fabricados e comercializados em raz\u00e3o da descoberta de evid\u00eancias sobre sua toxicidade, que pode ser desencadeada de duas maneiras: por polui\u00e7\u00e3o \u00e0 quente ou polui\u00e7\u00e3o a frio.<\/p>\n\n\n\n

Em temperatura igual ou superior a 400\u00baC onde h\u00e1 presen\u00e7a de oxig\u00eanio (condi\u00e7\u00f5es de um inc\u00eandio, por exemplo), os \u201cascar\u00e9is\u201d podem ocasionar a forma\u00e7\u00e3o de compostos altamente t\u00f3xicos, denominados dioxinas e furanos. Tal fen\u00f4meno \u00e9 denominado \u201cpolui\u00e7\u00e3o \u00e0 quente\u201d que, diretamente, ocasiona danos ao meio ambiente e, conseq\u00fcentemente, aos seres vivos.<\/p>\n\n\n\n

Al\u00e9m disso, os PCBs n\u00e3o s\u00e3o biodegrad\u00e1veis e, em contrapartida, s\u00e3o bioacumulativos nos tecidos vegetais e animais. Essas potencialidades geralmente ocorrem em processos de “polui\u00e7\u00e3o a frio”, que consistem na dispers\u00e3o dos PCBs no meio ambiente por meio de derrames ou vazamentos “in natura” ou na forma dispersiva encontradas nos produtos industriais.<\/p>\n\n\n\n

Como n\u00e3o s\u00e3o biodegrad\u00e1veis, permanecem intactos durante anos no meio ambiente e, por serem bioacumulativos em tecidos vegetais e animais (s\u00e3o transfer\u00edveis do alimento para o consumidor), representam risco para a sa\u00fade humana visto que o homem ocupa o topo da cadeia alimentar.<\/p>\n\n\n\n

A responsabilidade das empresas<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Com a Portaria Interministerial (MIC\/MI\/MME) n\u00ba 19 (de 29\/01\/81), a legisla\u00e7\u00e3o brasileira proibiu a fabrica\u00e7\u00e3o e comercializa\u00e7\u00e3o dos PCBs.<\/p>\n\n\n\n

Entretanto, o mesmo documento tamb\u00e9m permitiu a continuidade de utiliza\u00e7\u00e3o de equipamentos a PCBs j\u00e1 existentes at\u00e9 que se tornem in\u00fateis ao fim a que se prop\u00f5e. No final de sua vida \u00fatil, esses materiais devem ser ent\u00e3o descartados de maneira adequada e a responsabilidade \u00e9 do gerador do res\u00edduo, ou seja, do propriet\u00e1rio do equipamento.<\/p>\n\n\n\n

Mas como isso deve ser feito? Qual o m\u00e9todo e o processo mais adequado para descarte desses res\u00edduos?<\/p>\n\n\n\n

Para cada caso, uma solu\u00e7\u00e3o<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Basicamente, os res\u00edduos de PCBs podem ser divididos em dois grupos distintos.<\/p>\n\n\n\n

Os Res\u00edduos L\u00edquidos e S\u00f3lidos Perme\u00e1veis correspondem aos pr\u00f3prios PCBs usados em capacitores e transformadores, \u00f3leos e solventes contaminados com PCBs, materiais absorventes utilizados na conten\u00e7\u00e3o de vazamentos, roupas e equipamentos de prote\u00e7\u00e3o individual contaminados, pap\u00e9is e madeiras das partes ativas dos capacitores e transformadores, entre outros materiais impregnados.<\/p>\n\n\n\n

Nesse caso, a \u00fanica alternativa tecnol\u00f3gica \u00e9 a incinera\u00e7\u00e3o de acordo com a NBR 1265, em temperatura superior a 1200\u00baC para que haja separa\u00e7\u00e3o total das mol\u00e9culas. Como resultado, nessas condi\u00e7\u00f5es de processo, o cloro \u00e9 absorvido em \u00e1gua, transformando-se em \u00e1cido clor\u00eddrico dilu\u00eddo, que pode ser reaproveitado nas suas mais diversas aplica\u00e7\u00f5es. Para compostos org\u00e2nicos, como \u00e9 o caso dos PCBs, essa t\u00e9cnica \u00e9 extremamente eficiente e comprovada no mundo inteiro e, atualmente, n\u00e3o existe outra tecnologia dispon\u00edvel no mercado mundial que seja explorada e aceita comercialmente.<\/p>\n\n\n\n

J\u00e1 Res\u00edduos S\u00f3lidos Imperme\u00e1veis compreendem os materiais met\u00e1licos e cer\u00e2micos que fazem parte dos transformadores (correspondem a 60% do peso total) e capacitores (aproximadamente 20% do peso total), al\u00e9m de tambores met\u00e1licos contaminados com PCBs. Para esse grupo, existem duas possibilidades de destina\u00e7\u00e3o final de res\u00edduos:<\/p>\n\n\n\n

1. A incinera\u00e7\u00e3o e disposi\u00e7\u00e3o dos s\u00f3lidos n\u00e3o destru\u00eddos em aterros industriais.<\/p>\n\n\n\n

2. Descontamina\u00e7\u00e3o com posterior reciclagem dos materiais.<\/p>\n\n\n\n

1- A incinera\u00e7\u00e3o de metais contaminados com PCBs \u00e9 uma t\u00e9cnica ultrapassada e apresenta uma s\u00e9rie de inconvenientes, a saber:<\/strong><\/p>\n\n\n\n