As savanas do Brasil destacam-se como unidades fitofision\u00f4micas pela sua grande expressividade quanto ao percentual de \u00e1reas ocupadas. Dependendo do seu adensamento e condi\u00e7\u00f5es ed\u00e1ficas, pode apresentar mudan\u00e7as diferenciadas denominadas de Cerrad\u00e3o, Campo Limpo e Cerrado, entremeadas por forma\u00e7\u00f5es de florestas, v\u00e1rzeas, campos rupestres e outros.<\/p>\n\n\n\n
Cerrado Sentido Amplo (lato senso) Campo Limpo Campo Sujo<\/strong><\/p>\n\n\n\n \u00c9 uma fisionomia herb\u00e1ceo-arbustiva com arbustos e subarbustos espa\u00e7ados entre si. Estabelece-se sobre solos rasos que podem apresentar pequenos afloramentos rochosos ou solos mais profundos, mas pouco f\u00e9rteis. Da mesma forma que o campo limpo varia com a umidade do solo e a topografia, podendo ser classificado como Campo Sujo \u00damido e Campo Sujo Seco. Campo Rupestre Cerrado Sentido Restrito (stricto senso)<\/strong><\/p>\n\n\n\n Fitofisionomia caracter\u00edstica do bioma Cerrado com \u00e1rvores baixas e retorcidas, arbustos, subarbustos e ervas. As plantas lenhosas em geral possuem casca corticeira, folhas grossas, cori\u00e1ceas e pilosas. Podem ocorrer varia\u00e7\u00f5es fision\u00f4micas devido \u00e0 distribui\u00e7\u00e3o espacial diferenciada das plantas lenhosas e ao tipo de solo. Dentre algumas esp\u00e9cies encontradas nessas \u00e1reas: Kielmeyera spp (pau-santo), Magonia pubescens (tingui), Callistene spp (pau-jacar\u00e9) e Qualea parviflora (pau-terra-de-folha-mi\u00fada)<\/p>\n\n\n\n Cerrado Rupestre Cerrad\u00e3o<\/strong><\/p>\n\n\n\n \u00c9 uma forma\u00e7\u00e3o florestal que apresenta elementos xerom\u00f3rficos (adapta\u00e7\u00f5es a ambientes secos) e caracteriza-se pela composi\u00e7\u00e3o mista de esp\u00e9cies comuns ao Cerrado Sentido Restrito, \u00e0 Mata de Galeria e \u00e0 Mata Seca. Apesar de poder apresentar esp\u00e9cies que est\u00e3o sempre com folhas (perenif\u00f3lias), muitas esp\u00e9cies comuns ao Cerrad\u00e3o apresentam queda de folhas (caducif\u00f3lia ou deciduidade) em determinados per\u00edodos da esta\u00e7\u00e3o seca, tais como Caryocar brasiliense (pequi), Kielmeyera coriacea (pau-santo) e Qualea grandiflora (pau-terra). S\u00e3o encontradas poucas esp\u00e9cies ep\u00edfitas.Em geral, os solos s\u00e3o profundos, de m\u00e9dia e baixa fertilidade, ligeiramente \u00e1cidos, bem drenados (latossolos vermelho-escuro). De acordo com a fertilidade do solo, podem ser classificados como distr\u00f3ficos, quando pobres, e mesotr\u00f3ficos, quando mais ricos em nutrientes.Como exemplo dessa fitofisionomia, na Chapada dos Veadeiros, onde s\u00e3o comumente encontradas as seguintes esp\u00e9cies lenhosas: Agonandra brasiliensis (pau-marfim), Callistene fasciculata (faveiro), Stryphnodendron adstringens (barbatim\u00e3o), Copaifera langsdorfii (copa\u00edba), Magonia pubescens (tingui), Xilopia aromatica (pinda\u00edba). Quanto ao estrato herb\u00e1ceo, s\u00e3o freq\u00fcentes os g\u00eaneros de gram\u00edneas: Aristida, Axonopus, Paspalum e Trachypogon.<\/p>\n\n\n\n Mata Seca ou Mata Mesof\u00edtica<\/strong><\/p>\n\n\n\n \u00c9 um tipo de forma\u00e7\u00e3o florestal que n\u00e3o est\u00e1 associada com cursos d’\u00e1gua e apresenta diferentes \u00edndices de deciduidade durante a esta\u00e7\u00e3o seca. Pode ser de tr\u00eas tipos: Mata Seca Sempre-verde, Mata Seca Semidec\u00eddua e Mata Seca Dec\u00eddua. Os dois primeiros ocorrem sobre solos desenvolvidos em rochas b\u00e1sicas de alta fertilidade (terra roxa estruturada) e m\u00e9dia fertilidade (latossolo vermelho-escuro). A Mata Seca Dec\u00eddua em geral ocorre sobre afloramentos de rochas calc\u00e1rias. O estrato arb\u00f3reo apresenta altura que varia entre 15 e 25 metros. Entre suas \u00e1rvores eretas destacam-se: Amburana cearensis (imburana), Anadenanthera colubrina (angico) e Tabebuia spp (ip\u00eas).Nas matas secas encontra-se uma variedade de esp\u00e9cies dec\u00edduas, semidec\u00edduas e sempre-verdes, destacando-se as leguminosas Acacia poliphylla (angico-monjolo), Anadenanthera macrocarpa (angico), Sclerobium paniculatum (carvoeiro), Hymenaea stilbocarpa (jatob\u00e1) e a voquisi\u00e1cea Qualea parviflora (pau-terra-de-folha-pequena).<\/p>\n\n\n\n Mata de Galeria Mata Ciliar<\/strong><\/p>\n\n\n\n Forma\u00e7\u00e3o florestal densa e alta que acompanha os rios de m\u00e9dio e grande porte, onde a copa das \u00e1rvores n\u00e3o forma galerias sobre a \u00e1gua. Apresenta \u00e1rvores eretas com altura predominante entre 20 e 25 metros. As esp\u00e9cies t\u00edpicas desta fisionomia perdem as folhas na esta\u00e7\u00e3o seca (deciduidade). Os solos variam de rasos (cambissolos, plintossolos ou lit\u00f3licos) a profundos (latossolos e podz\u00f3licos) ou aluviais (com ac\u00famulo de material carregado pelas \u00e1guas). A camada de material org\u00e2nico \u00e9 sempre mais rasa que a encontrada nas Matas de Galeria.Entre as esp\u00e9cies arb\u00f3reas, destacam-se algumas freq\u00fcentes: Anadenanthera spp (angicos), Apeiba tibourbou (pente-de-macaco), Aspidosperma spp (perobas), Celtis iguana (gr\u00e3o-de-galo), Inga spp (ing\u00e1s), Myracrodruon urundeuva (aroeira), Sterculia striata (chich\u00e1) e Tabebuia spp (ip\u00eas). S\u00e3o encontradas poucas esp\u00e9cies de orqu\u00eddeas ep\u00edfitas.<\/p>\n\n\n\n Vereda<\/strong><\/p>\n\n\n\n \u00c9 uma vegeta\u00e7\u00e3o caracterizada pela presen\u00e7a do Buriti (Mauritia flexuosa), palmeira que ocorre em meio a agrupamentos de esp\u00e9cies arbustivo-herb\u00e1ceas. As Veredas s\u00e3o encontradas sobre solos hidrom\u00f3rficos e circundadas por Campo Limpo, geralmente \u00famido. Nas Veredas, em fun\u00e7\u00e3o do solo \u00famido, s\u00e3o encontradas com freq\u00fc\u00eancia esp\u00e9cies ornamentais de gram\u00edneas, ciper\u00e1ceas, xirid\u00e1ceas, eriocaul\u00e1ceas e melastomat\u00e1ceas.<\/p>\n\n\n\n Parque Cerrado<\/strong><\/p>\n\n\n\n \u00c9 uma forma\u00e7\u00e3o caracterizada pela presen\u00e7a de ilhas ou eleva\u00e7\u00f5es arredondadas conhecidas como MURUNDUNS, em meio a um campo \u00famido, com di\u00e2metro em torno de 5,0 a 20,0 m e altura m\u00e9dia de 50 cm. Estes montes s\u00e3o drenados e abrigam esp\u00e9cies da flora do Cerrado Senso Restrito, formando mosaicos de vegeta\u00e7\u00e3o com o campo \u00famido. Alguns autores associam a origem dos Murunduns \u00e0 atividade dos cupins.Entre as esp\u00e9cies arb\u00f3reas mais freq\u00fcentes, temos a Eriotheca gracilipes,Qualea grandiflora, Qualea parviflora e Dipteryx alata. No estrato arbustivo-herb\u00e1ceo encontramos as brom\u00e9lias e os g\u00eaneros Annona, Allagoptera e Vernonia, al\u00e9m de algumas esp\u00e9cies de herb\u00e1ceas do campo \u00famido adjacente. O Cerrado, \u00e9, na verdade, um mosaico de chapadas e vales, com v\u00e1rias forma\u00e7\u00f5es vegetais distintas, que v\u00e3o desde o campo \u00famido at\u00e9 o cerrad\u00e3o, passando pelas matas ciliares e as matas secas. Isto faz com que o Cerrado seja considerado hoje a savana de maior biodiversidade do mundo. J\u00e1 foram catalogadas 774 esp\u00e9cies de \u00e1rvores e arbustos no Cerrado, das quais 429 end\u00eamicas. H\u00e1 tamb\u00e9m um grande n\u00famero de orqu\u00eddeas. A regi\u00e3o dos cerrados possui alta luminosidade, baixa densidade demogr\u00e1fica e intensa atividade pastoril, ao sul. Sua extens\u00e3o territorial abrange mais de 1.200 km de leste para oeste e mais de 1.000 km de norte a sul. O Cerrado est\u00e1 amea\u00e7ado pela expans\u00e3o desordenada da fronteira agr\u00edcola, que j\u00e1 ocupa quase 50% da regi\u00e3o. A destrui\u00e7\u00e3o da cobertura vegetal j\u00e1 supera 70% da \u00e1rea original, e at\u00e9 agora menos de 2% do Cerrado est\u00e1 protegido por Parques Nacionais ou Reservas, separados entre si por grandes dist\u00e2ncias.<\/p>\n\n\n\n Ambiente Brasil<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Dependendo do seu adensamento e condi\u00e7\u00f5es ed\u00e1ficas, pode apresentar mudan\u00e7as diferenciadas denominadas de Cerrad\u00e3o, Campo Limpo e Cerrado, entremeadas por forma\u00e7\u00f5es de florestas, v\u00e1rzeas, campos rupestres e outros. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":2,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[1523],"tags":[723,438,640],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/2263"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=2263"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/2263\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":5776,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/2263\/revisions\/5776"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=2263"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=2263"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=2263"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}
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Tipo de vegeta\u00e7\u00e3o que inclui todas as forma\u00e7\u00f5es abertas do bioma Cerrado (Campo Limpo, Campo Sujo, Cerrado Sentido Restrito, Campo e Cerrado Rupestre) e uma forma\u00e7\u00e3o florestal (Cerrad\u00e3o).<\/p>\n\n\n\n
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Tipo fitofisionomia herb\u00e1cea, com poucos arbustos e nenhuma \u00e1rvore. \u00c9 comumente encontrada junto \u00e0s veredas, olhos d’\u00e1gua e em encostas e chapadas. Pode ser classificado em Campo Limpo Seco, quando ocorre em \u00e1reas onde o len\u00e7ol fre\u00e1tico \u00e9 profundo e Campo Limpo \u00damido, quando o len\u00e7ol fre\u00e1tico \u00e9 superficial.As \u00e1reas de Campo Limpo \u00damido s\u00e3o ricas em esp\u00e9cies herb\u00e1ceas ornamentais como por exemplo: Rhynchospora speciosa (estrelona), Paepalanthus elongathus (palipal\u00e3-do-brejo), Lagenocarpus rigidus (capim-arroz), Lavoisiera bergii (pinheirinho-roxo) e Xyris paradisiaca (pirec\u00e3o).<\/p>\n\n\n\n
Entre as esp\u00e9cies encontradas nos Campos Sujos da regi\u00e3o est\u00e3o: Epistephium sclerophyllum (orqu\u00eddea-terrestre), Paepalanthus speciosus (sombreiro),Cambessedesia espora, Vellozia flavicans (canela-de-ema) e Didymopanax macrocarpum (mandioc\u00e3o).<\/p>\n\n\n\n
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\u00c9 um tipo de vegeta\u00e7\u00e3o sobre topos de serras e chapadas de altitudes superiores a 900m com afloramentos rochosos onde predominam ervas e arbustos, podendo ter arvoretas pouco desenvolvidas. Em geral, ocorre em mosaicos, n\u00e3o ocupando trechos cont\u00ednuos. Apresenta topografia acidentada e grandes blocos de rochas com pouco solo, geralmente raso, \u00e1cido e pobre em nutrientes org\u00e2nicos. Em Campos Rupestres \u00e9 alta a ocorr\u00eancia de esp\u00e9cies vegetais restritas geograficamente \u00e0quelas condi\u00e7\u00f5es ambientais (end\u00eamicas), principalmente na camada herb\u00e1cea-subarbustiva. Algumas esp\u00e9cies destacam-se nessa vegeta\u00e7\u00e3o como: Wunderlichia spp (flor-do-pau), Bulbophyllum rupiculum (orqu\u00eddea), Xyris paradisiaca (pirec\u00e3o) e Paniculum chapadense (gram\u00ednea).<\/p>\n\n\n\n
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\u00c9 uma das formas de cerrado sentido restrito de constitui\u00e7\u00e3o arb\u00f3rea, arbustiva e herb\u00e1cea, que ocorre em ambientes rupestres. Os solos s\u00e3o rasos, com afloramentos rochosos e pobres em nutrientes. No estrato arb\u00f3reo-arbustivo, est\u00e3o presentes esp\u00e9cies como: Wunderlichia crulsiana (flor-do-pau), Didymopanax spp (mandioc\u00e3o), Tabebuia spp (ip\u00eas), Vellozia spp (canela-de-ema, candomb\u00e1) e Mimosa regina. No estrato herb\u00e1ceo encontram-se: Rhynchospora globosa (amarel\u00e3o), Paepalanthus acanthophylus (chuveirinho), Paepalanthus eriocauloides (mosquitinho), Echinolaena inflexa (capim-flexina), Loudeotiopsis chrysothryx (brinco-de-princesa), Xyris schizachne (pimentona), Xyris hymenachne (pimentinha-prateada), Lagenocarpus rigidus tenuifolius (capim-arroz).<\/p>\n\n\n\n
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Floresta tropical sempre-verde (n\u00e3o perde as folhas durante a esta\u00e7\u00e3o seca) que acompanha os c\u00f3rregos e riachos da regi\u00e3o central do Brasil, com as copas das \u00e1rvores se encontrando sobre o curso d’\u00e1gua. Apresenta \u00e1rvores com altura entre 20 e 30 metros. Os solos variam em profundidade, fertilidade e umidade, as Matas de Galeria ocorrem desde sobre solos distr\u00f3ficos (pobres) do tipo latossolo at\u00e9 solos mais rasos e mais ricos em nutrientes, como podz\u00f3licos e litossolos (com afloramentos rochosos). Esta fisionomia \u00e9 comumente associada a solos hidrom\u00f3rficos, com excesso de umidade na maior parte do ano devido ao len\u00e7ol fre\u00e1tico superficial e grande quantidade de material org\u00e2nico acumulado, propiciando e decomposi\u00e7\u00e3o que confere a cor preta caracter\u00edstica desses solos.Nas Matas de Galeria ocorrem esp\u00e9cies utilit\u00e1rias como: Copaifera langsdorfii (copa\u00edba), Virola sebifera (ucu\u00faba), Cabralea canjerana (canjerana), Talauma ovata (pinha-do-brejo), Euterpe edulis (palmiteiro), Guadua paniculata (taquara), Epidendrum nocturnum (orqu\u00eddea ep\u00edfita).<\/p>\n\n\n\n