{"id":2259,"date":"2009-01-07T09:49:29","date_gmt":"2009-01-07T09:49:29","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T20:35:29","modified_gmt":"2021-07-10T23:35:29","slug":"caatinga_-_geologia_relevo_e_solos","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/natural\/biomas\/caatinga_-_geologia_relevo_e_solos.html","title":{"rendered":"Caatinga – Geologia, Relevo e Solos"},"content":{"rendered":"\n

Geologicamente, a regi\u00e3o \u00e9 composta de v\u00e1rios tipos diferentes de rochas. Nas \u00e1reas de plan\u00edcie as rochas prevalecentes t\u00eam origem na era Cenoz\u00f3ica (do fim do per\u00edodo Terci\u00e1rio e in\u00edcio do per\u00edodo Quatern\u00e1rio), as quais se encontram cobertas por uma camada de solo bastante profunda, com afloramentos rochosos ocasionais, principalmente nas \u00e1reas mais altas que bordejam a Serra do Tombador; tais solos (latossolos) s\u00e3o solos argilosos (embora a camada superficial possa ser arenosa ou \u00e0s vezes pedregosa) e minerais, com boa porosidade e rico em nutrientes. Afloramentos de rocha calc\u00e1rea de colora\u00e7\u00e3o acinzentada ocorrem a oeste, sendo habitados por algumas esp\u00e9cies end\u00eamicas e raras, como o Melocactus azureus.<\/p>\n\n\n\n

A regi\u00e3o plan\u00e1ltica \u00e9 composta de arenito metamorfoseado derivado de rochas sedimentares aren\u00edticas e quartz\u00edticas consolidadas na era Proteroz\u00f3ica m\u00e9dia; uma concentra\u00e7\u00e3o alta de \u00f3xido f\u00e9rreo d\u00e1 a estas rochas uma cor de rosa a avermelhada. Os solos gerados a partir da decomposi\u00e7\u00e3o do arenito s\u00e3o extremamente pobres em nutrientes e altamente \u00e1cidos, formando dep\u00f3sitos arenosos ou pedregosos rasos, que se tornam mais profundos onde a topografia permite; afloramentos rochosos s\u00e3o uma caracter\u00edstica comum das \u00e1reas mais altas. Estes afloramentos rochosos e os solos pouco profundos formam as condi\u00e7\u00f5es ideais para os cactos, e muitas esp\u00e9cies crescem nas pedras, em fissuras ou depress\u00f5es da rocha onde a acumula\u00e7\u00e3o de areia, pedregulhos e outros detritos, juntamente com o h\u00famus gerado pela decomposi\u00e7\u00e3o de restos vegetais, sustenta o sistema radicular destas suculentas.<\/p>\n\n\n\n

A Serra do Tombador possui um relevo montanhoso que se destaca das regi\u00f5es mais baixas que o circundam – sua altitude fica em geral acima de 800 metros, alcan\u00e7ando aproximadamente 1000 m nos pontos de maior altitude, enquanto que a altitude nas plan\u00edcies ao redor variam de 400 a 600 m, embora sofram um ligeiro aumento nas bordas do planalto.<\/p>\n\n\n\n

O planalto age como uma barreira \u00e0s nuvens carregadas de umidade provenientes do Oceano Atl\u00e2ntico que, ao ascenderem a medida em que se encontram com a barreira em que o planalto se constitui, se condensam e fornecem umidade na forma de neblina, orvalho e chuvas, mesmo no pico da esta\u00e7\u00e3o seca. Isto resulta em um clima moderado e \u00famido que difere enormemente do clima das regi\u00f5es mais baixas. Por\u00e9m, o lado ocidental do planato \u00e9 mais seco, com condi\u00e7\u00f5es compar\u00e1veis \u00e0s encontradas nas \u00e1reas de plan\u00edcie, porque a altitude das montanhas desviam as nuvens de chuva que v\u00eam do Atl\u00e2ntico. Climatogramas de locais de altitude similar, mas localizados em lados opostos do planalto, claramente indicam a maior umidade do lado oriental. Um resultado da barreira formada pelas montanhas s\u00e3o nuvens carregadas de umidade provenientes do Oceano Atl\u00e2ntico, que produzem uma maior quantidade de chuvas no lado oriental.<\/p>\n\n\n\n

A precipita\u00e7\u00e3o no planalto normalmente excede os 800 mm anuais, com picos de at\u00e9 1.200 mm em determinados locais, enquanto que a m\u00e9dia de precipita\u00e7\u00e3o nas \u00e1reas de plan\u00edcie fica em torno de 400 a 700 mm. A precipita\u00e7\u00e3o \u00e9 freq\u00fcentemente bimodal nas regi\u00f5es mais altas, com um m\u00e1ximo de chuvas no per\u00edodo de novembro a janeiro, e um segundo per\u00edodo chuvoso, menor, no per\u00edodo de mar\u00e7o a abril.<\/p>\n\n\n\n

A altitute elevada do relevo da Serra do Tombador conduz a um clima mesot\u00e9rmico em que a m\u00e9dia mensal da temperatura, pelo menos durante alguns meses, permanece abaixo dos 18\u00b0C. Os meses mais frios ocorrem no per\u00edodo do inverno (de maio a setembro, que coincide com a esta\u00e7\u00e3o seca), quando o sol est\u00e1 em seu ponto mais baixo. As m\u00e9dias mensais de temperaturas do per\u00edodo mais quente do ano normalmente n\u00e3o excedem 22\u00b0C, sendo que os meses mais quentes do ano ocorrem entre outubro, um pouco antes do in\u00edcio da esta\u00e7\u00e3o chuvosa, e fevereiro, quando as chuvas est\u00e3o come\u00e7ando a se tornar raras.<\/p>\n\n\n\n

O sert\u00e3o nordestino \u00e9 uma das regi\u00f5es semi-\u00e1ridas mais povoadas do mundo. A diferen\u00e7a entre a Caatinga e \u00e1reas com as mesmas caracter\u00edsticas em outros pa\u00edses \u00e9 que as popula\u00e7\u00f5es se concentram onde existe \u00e1gua, promovendo um controle rigoroso da natalidade. No Brasil, entretanto, o homem est\u00e1 presente em toda a parte, tentando garantir a sua sobreviv\u00eancia na luta contra o clima. A caatinga \u00e9 coberta por solos relativamente f\u00e9rteis. Embora n\u00e3o tenha potencial madeireiro, exceto pela extra\u00e7\u00e3o secular de lenha, a regi\u00e3o \u00e9 rica em recursos gen\u00e9ticos, dada a sua alta biodiversidade. Por outro lado, o aspecto agressivo da vegeta\u00e7\u00e3o contrasta com o colorido diversificado das flores emergentes no per\u00edodo das chuvas.<\/p>\n\n\n\n

Os grandes a\u00e7udes atra\u00edram fazendas de cria\u00e7\u00e3o de gado. Em regi\u00f5es como o Vale do S\u00e3o Francisco, a irriga\u00e7\u00e3o foi incentivada sem o uso de t\u00e9cnica apropriada e o resultado tem sido desastroso. A saliniza\u00e7\u00e3o do solo \u00e9, hoje, uma realidade. Especialmente na regi\u00e3o onde os solos s\u00e3o rasos e a evapora\u00e7\u00e3o da \u00e1gua ocorre rapidamente devido o calor, a agricultura tornou-se impratic\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n

Outro problema \u00e9 a contamina\u00e7\u00e3o das \u00e1guas por agrot\u00f3xicos. Depois de aplicado nas lavouras, o agrot\u00f3xico escorre das folhas para o solo, levado pela irriga\u00e7\u00e3o, e da\u00ed para as represas, matando os peixes. Nos \u00faltimos 15 anos, 40 mil km2 de Caatinga se transformaram em deserto devido \u00e0 interfer\u00eancia do homem sobre o meio ambiente da regi\u00e3o. As sider\u00fargicas e olarias tamb\u00e9m s\u00e3o respons\u00e1veis por este processo, devido ao corte da vegeta\u00e7\u00e3o nativa para produ\u00e7\u00e3o de lenha e carv\u00e3o vegetal.<\/p>\n\n\n\n

Ambiente Brasil<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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