{"id":2180,"date":"2010-03-19T11:26:07","date_gmt":"2010-03-19T11:26:07","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T19:17:55","modified_gmt":"2021-07-10T22:17:55","slug":"causas_e_gases_de_efeito_estufa","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/mudancas_climaticas\/entenda_mais\/causas_e_gases_de_efeito_estufa.html","title":{"rendered":"Causas e gases de efeito estufa"},"content":{"rendered":"\n

Do total de emiss\u00f5es antropog\u00eanicas, 77% correspondiam ao di\u00f3xido de carbono, que no mesmo per\u00edodo teve um aumento de 21 para 38 gigatoneladas (Gt).  <\/span>Para se ter uma id\u00e9ia, 1 tonelada de carbono \u00e9 aproximadamente o que emite um carro popular durante um ano, usando gasolina.<\/span><\/p>\n\n\n\n

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O aumento de emiss\u00f5es de carbono equivalente foi bem maior no per\u00edodo de 1995 a 2004, do que de 1970 a 1994.  <\/span>Os setores que mais contribu\u00edram para o aumento de emiss\u00f5es foram energia, transporte e a ind\u00fastria e em um ritmo menor os edif\u00edcios comerciais e residenciais e os setores florestal e da agricultura. Atualmente, estudos sugerem que o planeta est\u00e1 pr\u00f3ximo aos 50 Gt CO2e<\/sub> e poder\u00e1 chegar a 61 Gt em 2020 e 70 Gt em 2030.<\/span><\/p>\n\n\n\n

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Para se entender a gravidade dessa situa\u00e7\u00e3o, a ci\u00eancia estabelece que o planeta \u00e9 capaz de emitir entre 6 e 9 Gt. Ou seja, as emiss\u00f5es na Terra est\u00e3o cerca de quatro vezes superiores a essa capacidade, processo que teve in\u00edcio em meados do s\u00e9culo XIX, com a Revolu\u00e7\u00e3o Industrial.<\/span><\/p>\n\n\n\n

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No caso do Brasil, a principal fonte de emiss\u00e3o de gases do efeito estufa vem da queimada e derrubada de florestas . De acordo com o estudo Indicadores de Desenvolvimento Sustent\u00e1vel Brasil 2008, produzido pelo IBGE, a destrui\u00e7\u00e3o da vegeta\u00e7\u00e3o natural, em especial na Amaz\u00f4nia e no Cerrado, resultam em 75% das emiss\u00f5es de gases do efetio estufa no pa\u00eds, que fazem do Brasil o quarto maior poluidor do mundo, com cerca de 1,3 Gt\/ano. As duas maiores cidades brasileiras, S\u00e3o Paulo e Rio de Janeiro, que fazem uso intensivo de combust\u00edveis f\u00f3sseis, emitem juntas apenas 3% desse total, aproximadamente. <\/span><\/p>\n\n\n\n

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De acordo com o IPCC, h\u00e1 forte evid\u00eancia de que grande parte do aquecimento global \u00e9 decorrente do aumento da concentra\u00e7\u00e3o de GEEs, principalmente o di\u00f3xido de carbono (CO2<\/sub>), o metano (CH4<\/sub>), o \u00f3xido nitroso (N2<\/sub>O) e os halocarbonetos, que s\u00e3o gases que cont\u00eam carbono ligado a fl\u00faor, cloro ou bromo. Abaixo, uma descri\u00e7\u00e3o dos principais gases:<\/span><\/p>\n\n\n\n

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Di\u00f3xido de Carbono (CO2<\/sub>)<\/span><\/strong> – com mol\u00e9culas formadas por um \u00e1tomo de carbono e dois de oxig\u00eanio, o CO2<\/sub> \u00e9 um g\u00e1s proveniente da queima de combust\u00edveis f\u00f3sseis e mat\u00e9ria org\u00e2nica e desflorestamento.  <\/span>Sua concentra\u00e7\u00e3o na atmosfera do planeta passou de 280 ppm no per\u00edodo pr\u00e9-industrial para 379 ppm em 2005, sendo que sua perman\u00eancia na atmosfera \u00e9 de 50 e 200 anos – o chamado tempo de decaimento do g\u00e1s.  <\/span>O potencial de aquecimento global de uma mol\u00e9cula de CO2<\/sub> \u00e9 usado como refer\u00eancia m\u00e9trica padr\u00e3o para determinar o potencial de aquecimento global (PAG) dos demais GEEs.  <\/span>Atualmente, o di\u00f3xido de carbono contribui com 60% do efeito estufa no planeta.<\/span><\/p>\n\n\n\n

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Metano (CH4<\/sub>)<\/span><\/strong> – com mol\u00e9culas formadas por um \u00e1tomo de carbono e quatro de hidrog\u00eanio, o g\u00e1s metano \u00e9 gerado por atividades como a pecu\u00e1ria, o cultivo de arroz inundado, a queima de combust\u00edveis f\u00f3sseis e de biomassa, insumos agr\u00edcolas e mat\u00e9ria org\u00e2nica em decomposi\u00e7\u00e3o.  <\/span>Sua concentra\u00e7\u00e3o na atmosfera passou de 715 ppb no per\u00edodo pr\u00e9-industrial para 1732 ppb no in\u00edcio dos anos 1990 e chegou a 1774 ppb em 2005.  <\/span>Seu potencial de aquecimento global \u00e9 25 vezes maior do que o do di\u00f3xido de carbono, sendo que a mol\u00e9cula de CH4<\/sub> permanece na atmosfera por at\u00e9 20 anos, em m\u00e9dia.  <\/span>Atualmente, o metano contribui com cerca de 15% do efeito estufa do planeta.<\/span><\/p>\n\n\n\n

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\u00d3xido Nitroso (N2<\/sub>O)<\/span><\/strong> – formado por mol\u00e9culas com dois \u00e1tomos de nitrog\u00eanio e um de oxig\u00eanio, esse g\u00e1s \u00e9 proveniente de insumos agr\u00edcolas como fertilizantes e de atividades de convers\u00e3o do uso da terra.  <\/span>Sua concentra\u00e7\u00e3o foi de 270 ppb no per\u00edodo pr\u00e9-industrial para 319 ppb em 2005.  <\/span>Seu potencial de aquecimento global \u00e9 cerca de 300 vezes maior que do di\u00f3xido de carbono e sua perman\u00eancia na atmosfera chega a 150 anos.  <\/span>Atualmente, 5% do efeito estufa est\u00e1 relacionado ao N2<\/sub>O.<\/span><\/p>\n\n\n\n

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Oz\u00f4nio (O3<\/sub>)<\/span><\/strong> – esse g\u00e1s comp\u00f5e a camada que protege a Terra dos raios ultra-violeta do sol tamb\u00e9m atua como agente do efeito estufa.  <\/span>No solo, o oz\u00f4nio \u00e9 gerado pela queima de biomassa e pela a\u00e7\u00e3o da luz do sol sobre hidrocarbonetos e mol\u00e9culas Nox.  <\/span>Sua perman\u00eancia na atmosfera \u00e9 de no m\u00e1ximo alguns meses, mas contribui com cerca de 8% do efeito estufa. A mol\u00e9cula do oz\u00f4nio \u00e9 formada pela liga\u00e7\u00e3o entre tr\u00eas \u00e1tomos de oxig\u00eanio.<\/span><\/p>\n\n\n\n

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Hexafluoretos <\/span><\/strong>– s\u00e3o gases sint\u00e9ticos caracterizados pela associa\u00e7\u00e3o do \u00e1tomo de fl\u00faor a outros elementos.  <\/span>Apresentam potencial de aquecimento global alt\u00edssimo.  <\/span>Destacam-se o hexafluoreto de enxofre (SF6<\/sub>) e os perfluorcarbonetos (PFCs).<\/span><\/p>\n\n\n\n

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– Hexafluoreto de Enxofre (SF6<\/sub>)<\/span><\/strong> – g\u00e1s sint\u00e9tico utilizado na gera\u00e7\u00e3o de eletricidade, na fundi\u00e7\u00e3o de magn\u00e9sio e em semicondutores.  <\/span>Seu potencial de aquecimento global pode ser mais de 22 mil vezes superior ao do di\u00f3xido de carbono.   <\/span><\/span><\/p>\n\n\n\n

– Perfluorcarbonetos (PFCs)<\/span><\/strong> – usados na produ\u00e7\u00e3o de equipamentos eletr\u00f4nicos ou emitidos como subprodutos da produ\u00e7\u00e3o do alum\u00ednio prim\u00e1rio, esses gases sint\u00e9ticos tem alto potencial de aquecimento global, podendo chegar a \u00edndices entre 6.500 e 9.200 vezes superiores ao do di\u00f3xido de carbono.<\/span><\/p>\n\n\n\n

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Halocarbonetos <\/span><\/strong>– no contexto do efeito estufa s\u00e3o gases sint\u00e9ticos em que todas as liga\u00e7\u00f5es do \u00e1tomo de carbono j\u00e1 est\u00e3o associados a outros elementos, como cloro, fl\u00faor ou bromo.  <\/span>A maioria desses gases aumentaram de um n\u00edvel pr\u00f3ximo de zero no per\u00edodo pr\u00e9-industrial para concentra\u00e7\u00f5es bem maiores, devido \u00e0s atividades humanas.  <\/span>S\u00e3o os clorofluorcarbonetos (CFCs), hidroclorofluorcarbonetos (HCFCs) e hidrofluorcarbonetos (HFCs), bromofluorcarbonetos (hal\u00f4nios).<\/span><\/p>\n\n\n\n

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– Clorofluorcarbonetos (CFCs)<\/span><\/strong> – Muito utilizados em sprays, e equipamentos de refrigera\u00e7\u00e3o os CFCs contribuem para o aumento do efeito estufa e tamb\u00e9m degradam a camada de oz\u00f4nio.  <\/span>Sua utiliza\u00e7\u00e3o foi bastante reduzida ap\u00f3s 1987, quando foi assinado o Protocolo de Montreal sobre o uso de subst\u00e2ncias qu\u00edmicas para reduzir o buraco sobre a camada de oz\u00f4nio.  <\/span>Atualmente, contribuem com 12% do efeito estufa do planeta, podendo permanecer na atmosfera de 50 a 100 anos.  <\/span>Seu potencial de aquecimento global \u00e9 cerca de 10 mil vezes maior que o do CO2<\/sub> mas os CFCs tamb\u00e9m provocam um processo de resfriamento ao destruir o oz\u00f4nio.   <\/span><\/span><\/p>\n\n\n\n

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– Hidrofluorcarboneto (HFC)<\/span><\/strong> – G\u00e1s sint\u00e9tico formado por \u00e1tomos de hidrog\u00eanio, fl\u00faor e carbono, passou a ser adotados com mais intensidade pelo setor industrial a partir dos anos 1990, em substitui\u00e7\u00e3o aos clorofluorcarbonetos (CFCs) que estavam sendo banidos pelo Protocolo de Montreal, devido a seu impacto para a camada de oz\u00f4nio.  <\/span>O HFC n\u00e3o afeta essa camada mas tem um impacto ainda maior sobre o efeito estufa, com um potencial de aquecimento global que pode ser de 120 a 12.000 vezes superior o do di\u00f3xido de carbono.  <\/span>O HFC pode ficar na atmosfera por at\u00e9 400 anos.<\/span><\/p>\n\n\n\n

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Vapor d’\u00e1gua (H2<\/sub>O)<\/span><\/strong> – \u00e9 o maior agente natural do efeito estufa no planeta.  <\/span>Apesar de ser liberado por algumas atividades produtivas, as atividades humanas t\u00eam pouca influ\u00eancia sobre a quantidade de vapor na atmosfera, que varia com a temperatura de cada regi\u00e3o, sendo mais abundante em zonas mais quentes.  <\/span>O aumento da temperatura do planeta pode levar \u00e0 eleva\u00e7\u00e3o do vapor liberado pelas fontes h\u00eddricas e aumentar a contribui\u00e7\u00e3o desse g\u00e1s para o efeito estufa.  <\/span>Essa contribui\u00e7\u00e3o \u00e9 m\u00ednima atualmente e a perman\u00eancia do vapor na atmosfera n\u00e3o passa de alguns dias.<\/span><\/p>\n\n\n\n

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Observat\u00f3rio do Clima – www.oc.org.br<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudan\u00e7a do Clima (IPCC), as emiss\u00f5es de gases do efeito estufa (GEEs) provenientes de atividades humanas cresceram 70% entre 1970 e 2004. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":2,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[1509],"tags":[498,350,1336,74],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/2180"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=2180"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/2180\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":3863,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/2180\/revisions\/3863"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=2180"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=2180"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=2180"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}