{"id":2057,"date":"2009-03-13T15:54:48","date_gmt":"2009-03-13T15:54:48","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T20:14:19","modified_gmt":"2021-07-10T23:14:19","slug":"atividades_de_mineracao","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/gestao\/areas_degradadas\/atividades_de_mineracao.html","title":{"rendered":"Atividades de Minera\u00e7\u00e3o"},"content":{"rendered":"\n

Minera\u00e7\u00e3o e degrada\u00e7\u00e3o de \u00e1reas<\/strong><\/p>\n\n\n\n

A degrada\u00e7\u00e3o da \u00e1rea \u00e9 inerente ao processo de minera\u00e7\u00e3o. A intensidade desta degrada\u00e7\u00e3o depende do volume, do tipo de minera\u00e7\u00e3o e dos rejeitos produzidos. A recupera\u00e7\u00e3o destes est\u00e9reis e rejeitos deve ser considerada como parte do processo de minera\u00e7\u00e3o. Esta recupera\u00e7\u00e3o resulta numa paisagem est\u00e1vel, em que: a polui\u00e7\u00e3o do ar e da \u00e1gua \u00e9 minimizada, a terra volta a ser auto-suficiente e produtiva, o habitat da fauna \u00e9 restabelecido, e uma paisagem esteticamente agrad\u00e1vel \u00e9 estabelecida. A a\u00e7\u00e3o de recupera\u00e7\u00e3o, cuja intensidade depende do grau de interfer\u00eancia havida na \u00e1rea, pode ser realizada atrav\u00e9s de m\u00e9todos ed\u00e1ficos (medidas de sistematiza\u00e7\u00e3o de terreno) e vegetativos (restabelecimento da cobertura vegetal). Em ess\u00eancia, \u00e9 imprescind\u00edvel que o processo de revegeta\u00e7\u00e3o receba o mesmo n\u00edvel de import\u00e2ncia dado \u00e0 obten\u00e7\u00e3o do bem mineral.<\/p>\n\n\n\n

Os poss\u00edveis n\u00edveis de recupera\u00e7\u00e3o de uma \u00e1rea podem se dividir em:<\/p>\n\n\n\n

a) N\u00edvel b\u00e1sico – preven\u00e7\u00e3o de efeitos mal\u00e9ficos para a \u00e1rea ao redor do local, por\u00e9m sem medidas para recupera\u00e7\u00e3o do local que foi minerado.<\/p>\n\n\n\n

b) N\u00edvel parcial – recupera\u00e7\u00e3o da \u00e1rea a ponto de habilita-la para algum uso, mas deixando-a ainda bastante modificada em rela\u00e7\u00e3o a seu estado original.<\/p>\n\n\n\n

c) Recupera\u00e7\u00e3o completa – restaura\u00e7\u00e3o das condi\u00e7\u00f5es originais do local (especialmente topografia e vegeta\u00e7\u00e3o).<\/p>\n\n\n\n

d) Recupera\u00e7\u00e3o que supera o estado original da paisagem antes da minera\u00e7\u00e3o. Em certos casos, o empenho em recuperar uma \u00e1rea j\u00e1 minerada resulta em melhoramento da est\u00e9tica do local em rela\u00e7\u00e3o ao estado original.<\/p>\n\n\n\n

Alguns dos principais problemas constatados na explora\u00e7\u00e3o mineral s\u00e3o : assoreamento dos leitos dos rios por material de capeamento (solo vegetal e solo residual) e por rejeitos da minera\u00e7\u00e3o. Utiliza\u00e7\u00e3o de monitores hidr\u00e1ulicos para efetuar desmonte da cobertura do solo, carreando volumes enormes de lama para cursos de \u00e1gua, causando turbidez elevada a juzante das trabalhosas matas ciliares n\u00e3o protegidas dentro do que determina a legisla\u00e7\u00e3o, e n\u00e3o raro utilizam estas \u00e1reas como bota-fora dos rejeitos ou est\u00e9reis. Desprezo da terra f\u00e9rtil, quando da limpeza de uma nova frente de trabalho. \u00c1guas perenes e pluviais espraiando-se pelo p\u00e1tio de obras. Falta de um lugar definido como local de bota-fora dos rejeitos.<\/p>\n\n\n\n

Descaracteriza\u00e7\u00e3o do relevo, pondo em risco s\u00edtios de beleza, inibindo o fluxo tur\u00edstico. A n\u00e3o recupera\u00e7\u00e3o das \u00e1reas mineradas de forma generalizada, inclusive de lavras j\u00e1 abandonadas.<\/p>\n\n\n\n

Etapas da recupera\u00e7\u00e3o<\/strong><\/p>\n\n\n\n

As etapas de recupera\u00e7\u00e3o envolvem:<\/p>\n\n\n\n

1.Pr\u00e9\u2013planejamento <\/strong><\/p>\n\n\n\n

O pr\u00e9-planejamento \u00e9 essencial em recupera\u00e7\u00e3o, pois permite a identifica\u00e7\u00e3o de \u00e1rea problem\u00e1tica antes que apare\u00e7a. O pr\u00e9-planejamento pode assumir v\u00e1rias formas, e uma legisla\u00e7\u00e3o recente exige o Estudo de Impacto Ambiental (EIA), o Relat\u00f3rio de Impacto Ambiental (RIMA) e o Plano de Recupera\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Os estudos descrevem as condi\u00e7\u00f5es ambientais antes de se iniciarem as atividades, sendo a base para determina\u00e7\u00e3o de impactos e da recupera\u00e7\u00e3o. Dever\u00e3o ser identificadas durante estes estudos as \u00e1reas de refer\u00eancia ou as que n\u00e3o ser\u00e3o alteradas durante a minera\u00e7\u00e3o e que poder\u00e3o ser usadas para orientar o recobrimento vegetal, com fontes de sementes, etc. O Relat\u00f3rio de Impacto Ambiental identifica e, dentro do poss\u00edvel, quantifica todos os impactos associados com a minera\u00e7\u00e3o e atividades relacionadas, tais como a efetiva\u00e7\u00e3o de medidas mitigat\u00f3rias.<\/p>\n\n\n\n

Os dois documentos acima citados s\u00e3o utilizados para preparar o plano de recupera\u00e7\u00e3o. Este plano deve conter uma orienta\u00e7\u00e3o, passo a passo, para os procedimentos que ser\u00e3o empregados para recuperar todas as \u00e1reas degradadas pela minera\u00e7\u00e3o e atividades correlatas.<\/p>\n\n\n\n

2.Estabelecimento de objetivos a curto e a longo prazo<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Os objetivos de recupera\u00e7\u00e3o s\u00e3o uma parte muito importante do processo de planejamento e devem ser explicitamente declarados no plano de recupera\u00e7\u00e3o, pois definem o produto que deve ser obtido. O processo inteiro de recupera\u00e7\u00e3o deve ser direcionado para dar suporte \u00e0 realiza\u00e7\u00e3o deste objetivo. <\/p>\n\n\n\n

3.Remo\u00e7\u00e3o da cobertura vegetal e lavra <\/strong><\/p>\n\n\n\n

O revestimento vegetal do local minerado pode corrigir ou diminuir, substancialmente, os impactos provocados pela minera\u00e7\u00e3o sobre os recursos h\u00eddricos, ed\u00e1ficos e visuais da \u00e1rea. Normalmente, a vegeta\u00e7\u00e3o existente no in\u00edcio da minera\u00e7\u00e3o \u00e9 eliminada no come\u00e7o das atividades.<\/p>\n\n\n\n

Seguem-se alguns procedimentos para remo\u00e7\u00e3o da vegeta\u00e7\u00e3o e das lavras:<\/p>\n\n\n\n

Retirar qualquer material com valor comercial, como a madeira, para depois remover completamente a cobertura vegetal.<\/p>\n\n\n\n

Remover completamente todo solo org\u00e2nico.<\/p>\n\n\n\n

Remover o solo est\u00e9ril e o min\u00e9rio. A deposi\u00e7\u00e3o de solo est\u00e9ril ocorre ao mesmo tempo em que ocorre a escava\u00e7\u00e3o. Esta fase \u00e9 decisiva para a recupera\u00e7\u00e3o, pois a futura paisagem estar\u00e1 sendo definida. Sempre que poss\u00edvel, o est\u00e9ril deve ser depositado na mesma seq\u00fc\u00eancia que foi retirado – isto vai garantir que o melhor material esteja depositado na superf\u00edcie.<\/p>\n\n\n\n

4.Obras de engenharia na recupera\u00e7\u00e3o <\/strong><\/p>\n\n\n\n

Do ponto de vista ecol\u00f3gico, o controle de taludes e de \u00e1gua parece ser um fator importante para alcan\u00e7ar a estabilidade de \u00e1reas mineradas. Em situa\u00e7\u00f5es de minera\u00e7\u00e3o nos tr\u00f3picos, a \u00e1gua parece ser o fator que mais cria instabilidade. Isto se manifesta atrav\u00e9s de deslizamentos de superf\u00edcie e transporte de part\u00edculas ou movimentos de massa dos dep\u00f3sitos est\u00e9reis, em virtude da satura\u00e7\u00e3o e\/ou das condi\u00e7\u00f5es lubrificantes da \u00e1gua, causando sedimenta\u00e7\u00e3o nos cursos de \u00e1guas. As t\u00e9cnicas para controle da sedimenta\u00e7\u00e3o nos cursos de \u00e1gua, controle de taludes e \u00e1guas s\u00e3o as seguintes:<\/p>\n\n\n\n

Instalar represas ou escava\u00e7\u00f5es de lagoas para facilitar a deposi\u00e7\u00e3o do sedimento proveniente das lavras, antes que este se deposite nos c\u00f3rregos ou rios. Caso j\u00e1 ocorra problema de assoreamento, deve-se remover do leito natural, o entulho j\u00e1 depositado, o que envolver\u00e1 cata\u00e7\u00e3o de grandes blocos de limpeza com retroescavadeira de material granulado. O trabalho de desmonte hidr\u00e1ulico \u00e9 inadmiss\u00edvel sem pr\u00e9via decanta\u00e7\u00e3o em barreiras adequadamente dimensionadas e constru\u00eddas, segundo diversas tecnologias dispon\u00edveis. O mais adequado \u00e9 a constru\u00e7\u00e3o de barragens com est\u00e9ril e rejeitos provenientes da frente de lavra.<\/p>\n\n\n\n

Modificar o m\u00ednimo poss\u00edvelda \u00e1rea durante a minera\u00e7\u00e3o. As \u00e1reas j\u00e1 conturbadas devem ser recuperadas progressivamente, sem esperar seu abandono ap\u00f3s a minera\u00e7\u00e3o. A \u00e1rea minerada deve ficar exposta o m\u00ednimo de tempo poss\u00edvel.<\/p>\n\n\n\n

Implantar, progressivamente, os trabalhos de gradagem e revestimento, colocando, pelo menos, vegeta\u00e7\u00e3o tempor\u00e1ria ou cobertura morta por cima da \u00e1rea, se houver demora no estabelecimento da vegeta\u00e7\u00e3o permanente. Nos \u00faltimos anos foi desenvolvida uma nova t\u00e9cnica de gradagem com aparelhos que sulcam e alisam o terreno simultaneamente (furrow-grading).<\/p>\n\n\n\n

Evitar a coloca\u00e7\u00e3o dos restos das escava\u00e7\u00f5es nos cursos de \u00e1gua.<\/p>\n\n\n\n

Evitar a modifica\u00e7\u00e3o do leito original dos cursos de \u00e1gua; quando as estradas de acesso passarem por cima ou acima dos cursos d’\u00e1gua, as pontes ou outras obras devem ser constru\u00eddas de modo que a drenagem n\u00e3o atinja o curso de \u00e1gua que est\u00e1 abaixo. Tamb\u00e9m se deve evitar que os cursos de \u00e1gua sejam polu\u00eddos durante a constru\u00e7\u00e3o da ponte ou a instala\u00e7\u00e3o de canaliza\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Todo est\u00e9ril deve ser depositado de maneira controlada, envolvendo uma camada drenante na base da pilha, algum tipo de drenagem interna, uma base estabilizada de rocha, bancadas que drenem de fora para dentro e para as laterais do dep\u00f3sito.<\/p>\n\n\n\n

A constru\u00e7\u00e3o de terra\u00e7os tamb\u00e9m \u00e9 reconhecida como uma pr\u00e1tica vi\u00e1vel para recupera\u00e7\u00e3o de \u00e1reas que sofreram minera\u00e7\u00e3o. (A forma\u00e7\u00e3o de terra\u00e7os aumenta a estabilidade e favorece a recupera\u00e7\u00e3o. A largura dos terra\u00e7os varia de 3 a 15m, com uma m\u00e9dia de 10m. A dist\u00e2ncia vertical varia de 8 a 20m, deve-se evitar o alto grau de declividade entre os terra\u00e7os).<\/p>\n\n\n\n

Construir terra\u00e7os ou banquetas com solo compactado e coberto com vegeta\u00e7\u00e3o vigorosa ao p\u00e9 das escava\u00e7\u00f5es da minera\u00e7\u00e3o. Estes terra\u00e7os diminuir\u00e3o a velocidade da enxurrada e receber\u00e3o seus dep\u00f3sitos de sedimenta\u00e7\u00e3o antes que estes atinjam o curso de \u00e1gua.<\/p>\n\n\n\n

5.Manejo de solo org\u00e2nico <\/strong><\/p>\n\n\n\n

A minera\u00e7\u00e3o de superf\u00edcie exige a retirada da vegeta\u00e7\u00e3o e da capa superior do solo existente sobre o min\u00e9rio. Esta capa enriquecida com material org\u00e2nico \u00e9 deslocada para qualquer posi\u00e7\u00e3o, o que, muitas vezes, favorece sua perda. O ideal para armazenagem de solo org\u00e2nico \u00e9 remov\u00ea-lo e armazen\u00e1-lo misturado com a vegeta\u00e7\u00e3o do mesmo local, convertida mecanicamente em cobertura morta. O solo pode ser amontoado em camadas de terra de at\u00e9 1,5 metros de altura e de 3 a 4m de largura, com qualquer comprimento. O solo armazenado deve ser protegido dos raios solares com cobertura de palha.<\/p>\n\n\n\n

Antes da reposi\u00e7\u00e3o do solo org\u00e2nico que tinha sido armazenado, a superf\u00edcie do dep\u00f3sito de est\u00e9ril a ser recuperado dever\u00e1 ser escarificada em curvas de n\u00edvel a uma profundidade de pelo menos 1 metro, para atenuar a compacta\u00e7\u00e3o. Depois da aplica\u00e7\u00e3o do solo org\u00e2nico, a escava\u00e7\u00e3o dever\u00e1 ser repetida. Para o cultivo de gram\u00edneas, recomenda-se que esses solos sejam espalhados numa capa de 5 a 8 cm. Para plantio de \u00e1rvores ou arbustos, a profundidade deve ser superior a 30 cm.<\/p>\n\n\n\n

6.Prepara\u00e7\u00e3o do local para plantio <\/strong><\/p>\n\n\n\n

\u00c9 essencial que se conhe\u00e7am as caracter\u00edsticas qu\u00edmicas do material que ser\u00e1 o meio de crescimento e o como isso afeta o crescimento das plantas. O fertilizante mais usado nas minas \u00e9 o composto de nitrog\u00eanio-f\u00f3sforo-pot\u00e1ssio (NPK). Usa-se tamb\u00e9m uma rocha fosf\u00e1ltica, especialmente no plantio de esp\u00e9cies arb\u00f3reas. Este fertilizante tem uma solubilidade lenta, \u00e9 usado para garantir um suplemento de f\u00f3sforo a longo prazo.<\/p>\n\n\n\n

Outro corretivo agr\u00edcola utilizado em problemas ed\u00e1ficos provenientes de alta acidez \u00e9 o calc\u00e1rio. O tratamento dos solos com cinzas industriais pode corrigir, pelo menos parcialmente, a acidez dos solos minerados. O uso de res\u00edduos de esgoto sanit\u00e1rio, aplica\u00e7\u00e3o de cavacos de madeira dura, esterco, baga\u00e7o de cana, serragem e outros materiais tamb\u00e9m s\u00e3o medidas potenciais para a redu\u00e7\u00e3o da acidez do solo.<\/p>\n\n\n\n

Com a escarifica\u00e7\u00e3o profunda, os corretivos dever\u00e3o ser incorporados com o uso de m\u00e1quinas que se movimentem ao longo das curvas de n\u00edvel. A superf\u00edcie final dever\u00e1 ser \u00e1spera, tanto para interromper o escoamento das \u00e1guas pluviais como para criar micro-habitats para germina\u00e7\u00e3o de sementes. Recomenda-se que toda gama de corretivos de solo seja investigada e aplicada em uma base quantitativa, de acordo com as necessidades pr\u00e9-determinadas. Deve-se dar maior \u00eanfase ao uso de corretivos org\u00e2nicos, especialmente ao uso de produtos residuais org\u00e2nicos da vizinhan\u00e7a. Afinidades microbiol\u00f3gicas devem ser investigadas, come\u00e7ando com micorrizas e progredindo para a comunidade geral de decompositores. Deve-se dar maior \u00eanfase \u00e0 cria\u00e7\u00e3o de diversidade dentro do habitat da recupera\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

7.Sele\u00e7\u00e3o de esp\u00e9cies de plantas <\/strong><\/p>\n\n\n\n

A escolha de esp\u00e9cies para utiliza\u00e7\u00e3o em recupera\u00e7\u00e3o de \u00e1reas degradadas deve ter como ponto de partida estudos da composi\u00e7\u00e3o flor\u00edstica da vegeta\u00e7\u00e3o remanescente da regi\u00e3o. As esp\u00e9cies pioneiras e secund\u00e1rias iniciais dever\u00e3o ter prioridade na primeira fase da sele\u00e7\u00e3o de esp\u00e9cies. Pode-se buscar tr\u00eas op\u00e7\u00f5es que poder\u00e3o ser utilizadas isoladamente ou em conjunto:<\/p>\n\n\n\n

a) Utiliza\u00e7\u00e3o de esp\u00e9cies florestais para aplica\u00e7\u00e3o no modelo de sucess\u00e3o secund\u00e1ria.<\/p>\n\n\n\n

b) Esp\u00e9cies florestais para forma\u00e7\u00e3o de povoamentos puros.<\/p>\n\n\n\n

c) Utiliza\u00e7\u00e3o de esp\u00e9cies herb\u00e1ceas, arbustivas e arb\u00f3reas. O ponto de maior import\u00e2ncia a ser considerado com rela\u00e7\u00e3o ao revestimento vegetal de \u00e1reas mineradas \u00e9 a sobreviv\u00eancia das plantas nas condi\u00e7\u00f5es extremamente adversas do local. A escolha da esp\u00e9cie deve considerar: valor econ\u00f4mico potencial da esp\u00e9cie; a influ\u00eancia da planta sobre a fertilidade do solo; a utilidade da planta como abrigo e alimento para fauna; e o efeito est\u00e9tico.<\/p>\n\n\n\n

Esp\u00e9cies nativas devem ter prefer\u00eancia sobre as introduzidas. Estas em geral criam problemas em algum ponto do futuro, como, por exemplo, a susceptibilidade a doen\u00e7as ou a insetos, a exclus\u00e3o de outra vegeta\u00e7\u00e3o desej\u00e1vel, inibi\u00e7\u00e3o do ciclo de nutrientes, susceptibilidade ao fogo, exclus\u00e3o da fauna, uso excessivo de \u00e1gua, interrup\u00e7\u00e3o e supress\u00e3o de intera\u00e7\u00e3o biol\u00f3gica, etc.<\/p>\n\n\n\n

As esp\u00e9cies introduzidas podem contribuir mais significativamente na procura de objetivos a curto prazo. Algumas esp\u00e9cies de gram\u00edneas introduzidas s\u00e3o bem adaptadas para produzir uma r\u00e1pida cobertura protetora para o solo. Se a produ\u00e7\u00e3o de lenha \u00e9 outro objetivo a curto tempo, o eucalipto aparece insuper\u00e1vel em termos de produ\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

As esp\u00e9cies lenhosas usadas em recupera\u00e7\u00e3o s\u00e3o predominantemente \u00e1rvores nativas. Estas s\u00e3o algumas das mais utilizadas: Mimosa scabrella, Eucalyptus spp, Tabebuia spp, Inga spp, Pinus spp, Acacia spp, Parapiptadenia rigida, Peltophorum dubium, Leucaena leucocephala, Balfourodendron riedelianum.<\/p>\n\n\n\n

Outras esp\u00e9cies utilizadas: Schinus terebinthifolius, Eugenia uniflora, Psidium catleianum, Vitex megapotamica, Luehea divaricata e Cupania vernalis.<\/p>\n\n\n\n

Quase a totalidade das minas utiliza esp\u00e9cies de gram\u00edneas introduzidas, pois a falta de sementes, a aus\u00eancia de conhecimento sobre adequa\u00e7\u00e3o das esp\u00e9cies e os problemas de germina\u00e7\u00e3o t\u00eam desencorajado o uso das gram\u00edneas nativas e, conseq\u00fcentemente, promovido uma depend\u00eancia de esp\u00e9cies introduzidas. Algumas esp\u00e9cies de gram\u00edneas \u00fateis para revestimento vegetal de taludes:<\/p>\n\n\n\n

Grama Bermuda (Cynodon dactylon [L.] Pers)<\/p>\n\n\n\n

Grama Forquilha (Paspalum notatum Fluegg, var. latiflorum)<\/p>\n\n\n\n

Grama Pensacola (Paspalum notatum Fluegg, var. saurae Parodi, cv Pensacola)<\/p>\n\n\n\n

Grama Missioneira (Axonupus compressus [Swartz] Beauv. var. jesuiticus Ara\u00fajo)<\/p>\n\n\n\n

Grama de Jardim (Stenotaphrum secundatum [Walther] Kuntz)<\/p>\n\n\n\n

Capim Chor\u00e3o (Eragrostis curvula [Schrad] Nees)<\/p>\n\n\n\n

Capim Quiquio (Pennisetum clandestinum Hochst)<\/p>\n\n\n\n

Capim Pangola (Digitaria decumbens Stent.)<\/p>\n\n\n\n

Capim barba-de-bode (Aristida jubata [Arech] Herter)<\/p>\n\n\n\n

Capim de Rhodes (Chloris gayana Kunth)<\/p>\n\n\n\n

Grama Cinzenta (Paspalum nicorae Parodi)<\/p>\n\n\n\n

\u00c9 preciso considerar a import\u00e2ncia das leguminosas lenhosas e herb\u00e1ceas na sele\u00e7\u00e3o de esp\u00e9cies, em virtude da possibilidade de fixar o nitrog\u00eanio da atmosfera. Um bom exemplo de herb\u00e1cea nativa que deve ser utilizada \u00e9 a Schrankia spp. Exemplos de leguminosas de ver\u00e3o: milheto e mucuna-preta; leguminosas de inverno: aveia preta e ervilhaca. Grande parte dessas esp\u00e9cies apresenta elevada produ\u00e7\u00e3o de biomassa com significativo aporte de folhas ao solo, proporcionando assim r\u00e1pida forma\u00e7\u00e3o de litter,e conseq\u00fcentemente intensa ciclagem de nutrientes.<\/p>\n\n\n\n

A fauna deve ser considerada quando se selecionam esp\u00e9cies de plantas para recupera\u00e7\u00e3o. A recupera\u00e7\u00e3o n\u00e3o deve somente empenhar-se em estabelecer o habitat faun\u00edstico, mas atrair a fauna para os locais recuperados, com o prop\u00f3sito de incrementar a diversidade de esp\u00e9cies de plantas.<\/p>\n\n\n\n

8.Propaga\u00e7\u00e3o de esp\u00e9cies<\/strong><\/p>\n\n\n\n

A propaga\u00e7\u00e3o de esp\u00e9cies refere-se ao crescimento de esp\u00e9cies lenhosas em um viveiro para plantio posterior em \u00e1reas a serem recuperadas. A altura m\u00e9dia das mudas deve ser de 50 cm. Plantam-se mudas maiores quando h\u00e1 competi\u00e7\u00e3o grave de gram\u00edneas ou quando pode haver danos por animais ou pelo pr\u00f3prio homem. A mistura mais usada nos viveiros para preencher os saquinhos \u00e9 a seguinte: solo vegetal enriquecido com material como esterco, h\u00famus de minhoca, serragem, vegeta\u00e7\u00e3o, vegeta\u00e7\u00e3o morta e uma camada de terri\u00e7o da floresta. Todos os viveiros aplicam nitrog\u00eanio, f\u00f3sforo e pot\u00e1ssio \u00e0 mistura de solo e alguns adicionam uma mistura de micronutrientes.<\/p>\n\n\n\n

9.Plantio <\/strong><\/p>\n\n\n\n

Usa-se em recupera\u00e7\u00e3o duas t\u00e9cnicas b\u00e1sicas de cultivo: semeadura ou plantio de mudas. A escolha do m\u00e9todo depende de fatores como a natureza da \u00e1rea a ser semeada, o tamanho e a capacidade germinativa das sementes e as caracter\u00edsticas de propaga\u00e7\u00e3o de esp\u00e9cies individuais. A semeadura pode ser feita a lan\u00e7o ou por hidrossemedura. Em vez de enterrar sementes em sulcos, a semeadura a lan\u00e7o as deixa exposta na superf\u00edcie do local, exigindo a coloca\u00e7\u00e3o de uma cobertura de solo. A hidrossemeadura \u00e9 uma t\u00e9cnica mecanizada, semelhante \u00e0 semeadura a lan\u00e7o. O aparelho utilizado consta de um tanque, de uma bomba, de agulheta e motor. A mistura de sementes, \u00e1gua e fertilizantes pode ser lan\u00e7ada a uma dist\u00e2ncia de 60 metros. As vantagens da hidrossemeadura s\u00e3o: capacidade de cobrir \u00e1reas inacess\u00edveis (declives \u00edngremes, por exemplo), rapidez e economia.<\/p>\n\n\n\n

Em geral, \u00e9 melhor plantar as gram\u00edneas um pouco antes da \u00e9poca chuvosa, quando se pode contar com a precipita\u00e7\u00e3o. Uma cobertura de gram\u00edneas pode tamb\u00e9m ser obtida por meios vegetativos, usando placas de grama ou estol\u00f5es. Mas s\u00e3o medidas extremamente onerosas.<\/p>\n\n\n\n

O plantio de mudas envolve em primeiro lugar a escava\u00e7\u00e3o de uma cova, o espa\u00e7amento m\u00e9dio deve ser de aproximadamente 4 x 4 metros. O espa\u00e7amento depende das esp\u00e9cies selecionadas e do uso futuro escolhido do solo. As planta\u00e7\u00f5es de eucalipto t\u00eam espa\u00e7amento mais fechado, enquanto as \u00e1rvores nativas t\u00eam espa\u00e7amento mais amplo.<\/p>\n\n\n\n

A pr\u00e1tica do plantio de \u00e1rvores juntamente com gram\u00edneas \u00e9 recomendada, uma vez que as gram\u00edneas asseguram uma boa prote\u00e7\u00e3o do solo, enquanto as \u00e1rvores est\u00e3o crescendo.<\/p>\n\n\n\n

10.Manejo da \u00e1rea ap\u00f3s planta\u00e7\u00e3o <\/strong><\/p>\n\n\n\n

As seguintes medidas devem ser implantadas para assegurar a sobreviv\u00eancia e o crescimento da vegeta\u00e7\u00e3o e melhorar a est\u00e9tica do local recuperado:<\/p>\n\n\n\n

Plantar para enriquecer a diversidade de esp\u00e9cies<\/p>\n\n\n\n

Desbaste<\/p>\n\n\n\n

Controlar a invas\u00e3o de ervas<\/p>\n\n\n\n

Eros\u00e3o<\/p>\n\n\n\n

Repelir roedores ou outros consumidores de sementes e plantas na fase de implanta\u00e7\u00e3o das \u00e1reas de recupera\u00e7\u00e3o<\/p>\n\n\n\n

Irrigar o local quando necess\u00e1rio<\/p>\n\n\n\n

Corrigir a acidez do local e suplementar suas necessidades com fertilizantes<\/p>\n\n\n\n

Cercar a \u00e1rea amea\u00e7ada por animais de grande porte<\/p>\n\n\n\n

Inspecionar as planta\u00e7\u00f5es para evitar o ataque de pragas e tomar as medidas necess\u00e1rias a cada caso<\/p>\n\n\n\n

Proteger a \u00e1rea contra o fogo descontrolado<\/p>\n\n\n\n

Ap\u00f3s a revegeta\u00e7\u00e3o com gram\u00edneas e\/ou \u00e1rvores, um segundo plantio \u00e9 planejado, em que a mistura e a diversidade de esp\u00e9cies dever\u00e3o ser aumentadas, criando-se uma comunidade vegetativa mais permanente. Em \u00e1reas recentes de recupera\u00e7\u00e3o deve se evitar o pastoreio, at\u00e9 que a vegeta\u00e7\u00e3o possa tolerar tal uso. As t\u00e9cnicas de controle e de inc\u00eandios incluem aceiros, remo\u00e7\u00e3o de vegeta\u00e7\u00e3o de alto risco (particularmente o capim-gordura) e educa\u00e7\u00e3o ambiental para os efeitos danosos do fogo. A eros\u00e3o pode ser controlada fazendo-se uma escava\u00e7\u00e3o manual para restabelecer drenagem adequada, seguida pelo enchimento do sulco da eros\u00e3o e seu plantio. As formigas cortadeiras s\u00e3o controladas com veneno. O controle de ervas daninhas deve ser feito enquanto as mudas das \u00e1rvores s\u00e3o muito pequenas, n\u00e3o necessitando mais faz\u00ea-lo ap\u00f3s o crescimento.<\/p>\n\n\n\n

Imagem de Degrada\u00e7\u00e3o por Atividade Agr\u00edcola<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Na imagem abaixo voc\u00ea v\u00ea a eros\u00e3o criada pela devasta\u00e7\u00e3o das matas ciliares na Floresta Amaz\u00f4nica.<\/p>\n\n\n\n

\"q\"
LandSat 7, Brazil, January 2000, bands 4 5 3 + PAN Copyright dados Eurimage. Copyrigth processamento EngeSat – SatM\u00eddia www.satmidia.com.br – www.engesat.com.br<\/span><\/div>\n\n\n\n

Ambiente Brasil<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

A intensidade desta degrada\u00e7\u00e3o depende do volume, do tipo de minera\u00e7\u00e3o e dos rejeitos produzidos. A recupera\u00e7\u00e3o destes est\u00e9reis e rejeitos deve ser considerada como parte do processo de minera\u00e7\u00e3o. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":2,"featured_media":2058,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[1496],"tags":[518,298,12,317],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/2057"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=2057"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/2057\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":4532,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/2057\/revisions\/4532"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/2058"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=2057"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=2057"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=2057"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}