{"id":2018,"date":"2009-03-12T16:10:30","date_gmt":"2009-03-12T16:10:30","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T20:14:36","modified_gmt":"2021-07-10T23:14:36","slug":"economia_e_meio_ambiente_realidades_na_sustentabilidade_do_desenvolvimento","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/gestao\/artigos\/economia_e_meio_ambiente_realidades_na_sustentabilidade_do_desenvolvimento.html","title":{"rendered":"Economia e Meio Ambiente: realidades na sustentabilidade do desenvolvimento"},"content":{"rendered":"\n

1. Realidades da dualidade Economia-Meio Ambiente<\/strong><\/p>\n\n\n\n

\u201cEmbora a inquietante realidade ambiental seja por muitos ainda ignorada ou menosprezada, torna-se cada vez mais evidente que, quanto a seus rumos futuros, a Humanidade se defronta com um grav\u00edssimo dilema nos tempos atuais.\u201d (C\u00c2MARA,1996)<\/p>\n\n\n\n

A discuss\u00e3o que segue possui o car\u00e1ter claro de reiterar as an\u00e1lises cr\u00edticas e prospectivas sobre a quest\u00e3o s\u00f3cio-ambiental e sua intr\u00ednseca rela\u00e7\u00e3o com a din\u00e2mica econ\u00f4mica dos pa\u00edses no mundo. O destaque que \u00e9 efetuado menciona o Brasil como um celeiro de biodiversidade, recursos naturais, e, com uma economia que apresenta diagn\u00f3stico med\u00edocre quanto \u00e0 rela\u00e7\u00e3o economia-meio ambiente.<\/p>\n\n\n\n

N\u00e3o h\u00e1 d\u00favidas de que mecanismos para supera\u00e7\u00e3o de quadros cr\u00edticos relacionados \u00e0 produ\u00e7\u00e3o e uso dos recursos naturais; aos efeitos que as etapas produtivas geram no espa\u00e7o ambiental e econ\u00f4mico \u2013 nesta ordem \u2013, s\u00e3o desenvolvidos, aplicados e implantados, por\u00e9m com uma efic\u00e1cia que distancia do \u00eaxito que \u00e9 devido.<\/p>\n\n\n\n

Nesse sentido, n\u00e3o obstante \u00e0s v\u00e1rias reuni\u00f5es mundiais em que o tema meio ambiente era pauta, nos \u00faltimos anos a preocupa\u00e7\u00e3o em alinhar necessidades de consumo e\/ou de produ\u00e7\u00e3o com o uso dos recursos naturais (min\u00e9rio, \u00e1gua, florestas e, sobretudo em destaque, o petr\u00f3leo), esteve e est\u00e1 presente.<\/p>\n\n\n\n

Portanto, foi atado um la\u00e7o de comprometimento conduzido por todos os interessados no mundo (ONG\u2019s, Grandes Corpora\u00e7\u00f5es, Governos e Organismos Internacionais) que provocou uma como\u00e7\u00e3o internacional direcionada \u00e0 rela\u00e7\u00e3o economia-meio ambiente, que gerou reformula\u00e7\u00f5es quanto ao aspecto jur\u00eddico, pol\u00edtico social, econ\u00f4mico e, sobretudo, de mercado. \u00c9 nesse vi\u00e9s, que o surgimento de um \u2018novo paradigma s\u00f3cio-ambiental\u2019 \u00e9 erguido para a condu\u00e7\u00e3o do desenvolvimento sustent\u00e1vel. 2<\/p>\n\n\n\n

1.1. Economia e Meio Ambiente: par\u00e2metros e mudan\u00e7as<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Por ser uma ci\u00eancia social aplicada, e, partindo do princ\u00edpio te\u00f3rico-acad\u00eamico a Economia \u00e9 um ber\u00e7o de multidisciplinaridade para a compreens\u00e3o das demais \u00e1reas em que exista a sua interface. Deste modo, furtar \u00e0 economia a possibilidade de gerar limites e possibilidade para o planejamento de uma sociedade com o uso extremo do meio ambiente, seria um delito \u00e0 sobreviv\u00eancia.<\/p>\n\n\n\n

A partir de uma an\u00e1lise global na rela\u00e7\u00e3o Economia\u2013Meio Ambiente, o debate que est\u00e1 colocado \u2013 sendo este um conjunto de par\u00e2metros \u2013 \u00e9 o da participa\u00e7\u00e3o dos pa\u00edses na mo\u00e7\u00e3o internacional para a constru\u00e7\u00e3o de uma sociedade composta por tecnologias limpas, processos produtivos sustent\u00e1veis, manuten\u00e7\u00e3o e preserva\u00e7\u00e3o dos recursos naturais \u2013 desde a fauna em extin\u00e7\u00e3o at\u00e9 a coibi\u00e7\u00e3o da gera\u00e7\u00e3o de artefatos b\u00e9licos nucleares \u2013 que reivindicam uma reestrutura\u00e7\u00e3o da sociedade moderna e\/ou p\u00f3s-moderna com caracter\u00edsticas diferenciadas do que se vive na atualidade, bem como do setor produtivo (agentes econ\u00f4micos: empresas e governo) junto \u00e0 concep\u00e7\u00e3o de gest\u00e3o ambiental e responsabilidade s\u00f3cio-ambiental.<\/p>\n\n\n\n

\u201cA economia global atual foi formada por for\u00e7as de mercado e n\u00e3o por princ\u00edpios de ecologia. Infelizmente, ao deixar de refletir os custos totais dos bens e servi\u00e7os, o mercado presta informa\u00e7\u00f5es enganosas aos tomadores de decis\u00f5es econ\u00f4micas, em todos os n\u00edveis. Isso criou uma economia distorcida, fora de sincronia com os ecossistemas da Terra, uma economia que est\u00e1 destruindo seus sistemas naturais de suporte\u201d.(BROWN, 2002).<\/p>\n\n\n\n

Nesse sentido considerando as palavras de Brown, isto pode ser observado como um dos resultados do processo de globaliza\u00e7\u00e3o (do capital e\/ou dos mercados), onde a rela\u00e7\u00e3o de mercado (setor privado) n\u00e3o considera a din\u00e2mica ambiental ou as transforma\u00e7\u00f5es ambientais decorrentes do uso dos recursos naturais como um elemento de an\u00e1lise estrutural e conjuntural.<\/p>\n\n\n\n

Este cen\u00e1rio \u00e9 devidamente aplicado ao contexto mundial e, sobretudo brasileiro, quando emerge esse novo \u201cescopo\u201d mercadol\u00f3gico face \u00e0s quest\u00f5es que envolvem crescimento econ\u00f4mico, desenvolvimento econ\u00f4mico, a quest\u00e3o ambiental e o princ\u00edpio de desenvolvimento sustent\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n

A quest\u00e3o ambiental no Brasil revela os seguintes aspectos de mudan\u00e7a: a) de reestrutura\u00e7\u00e3o do espa\u00e7o competitivo de mercado em fun\u00e7\u00e3o das transforma\u00e7\u00f5es do setor produtivo sob o vi\u00e9s ambiental; b) a id\u00e9ia de sustentabilidade do neg\u00f3cio; c) a participa\u00e7\u00e3o governamental, e, d) a participa\u00e7\u00e3o das institui\u00e7\u00f5es (funda\u00e7\u00f5es, ONG\u2019s, etc.) privadas envolvidas com a quest\u00e3o ambiental.<\/p>\n\n\n\n

Enfim, numa concep\u00e7\u00e3o conjunta, existe uma s\u00e9rie de destaques a serem apresentados e que demandariam outros argumentos, tais como a quest\u00e3o florestal, a de poluentes qu\u00edmicos da ind\u00fastria, e, sobretudo da din\u00e2mica produtiva de explora\u00e7\u00e3o e produ\u00e7\u00e3o do petr\u00f3leo.<\/p>\n\n\n\n

2. Um paradigma s\u00f3cio-ambiental e o desenvolvimento econ\u00f4mico <\/strong><\/p>\n\n\n\n

No Brasil, \u00e9 reiterado pelo segmento empresarial a absor\u00e7\u00e3o de um \u201cnovo paradigma s\u00f3cio-ambiental\u201d, onde segundo ALMEIDA (2003), o setor empresarial \u2018esclarecido\u2019 sabe que os mecanismos para ingressar e permanecer no mercado \u2013 sob este prisma \u2013 s\u00e3o essenciais. O que se prop\u00f5e \u00e9 uma inova\u00e7\u00e3o de atitude. A esse respeito tamb\u00e9m \u00e9 importante ressaltar que as oportunidades que revelam mudan\u00e7a de atitude, no caso brasileiro, como as de implanta\u00e7\u00e3o de Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL) que representam mitiga\u00e7\u00e3o de impactos in loco, est\u00e3o diretamente ligadas ao meio ambiente e geram oportunidades nas dimens\u00f5es do espa\u00e7o econ\u00f4mico. <\/p>\n\n\n\n

Assim, n\u00e3o furtando a exist\u00eancia de uma concep\u00e7\u00e3o com tend\u00eancia t\u00e1cita essencialmente na l\u00f3gica de mercado, o setor privado prop\u00f4s assumir o princ\u00edpio do desenvolvimento sustent\u00e1vel, considerando a seguinte premissa: \u201c…a base do desenvolvimento sustent\u00e1vel \u00e9 um sistema de mercados abertos e competitivos em que os pre\u00e7os refletem com as transpar\u00eancias dos custos, inclusive os ambientais. Se os pre\u00e7os s\u00e3o fixados adequadamente, sem estarem, por exemplo, mascarados por subs\u00eddios e pol\u00edticas protecionistas, a competi\u00e7\u00e3o estimula os produtores a usar o m\u00ednimo de recursos, reduzindo o avan\u00e7o sobre os sistemas naturais. Tamb\u00e9m os estimula a minimizar a polui\u00e7\u00e3o, se s\u00e3o obrigados a pagar pelo seu controle e pelos danos causados ao meio ambiente. E ainda, promove a cria\u00e7\u00e3o de novas tecnologias para tornar a produ\u00e7\u00e3o mais eficiente do ponto de vista econ\u00f4mico e ambiental\u201d.(ALMEIDA, 2002).<\/p>\n\n\n\n

3. Considera\u00e7\u00f5es<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Enfim, n\u00e3o h\u00e1, por tanto, qualquer desconfian\u00e7a de que o mercado brasileiro e o mundial foram direta ou indiretamente pressionados para apresentar uma nova identidade e coexistir na sua l\u00f3gica com o uso dos recursos naturais, remetendo-se a outros conceitos inerentes \u00e0 din\u00e2mica de mercado atual, que s\u00e3o a responsabilidade social e a responsabilidade ambiental. A postura do setor privado em destacar o planejamento ambiental junto ao seu projeto de desenvolvimento tamb\u00e9m foi (nos anos 90) e \u00e9 atualmente, uma das vertentes de adequa\u00e7\u00e3o e ado\u00e7\u00e3o de um paradigma s\u00f3cio-ambiental, aqui discutido. Pois, este considera diferentes aspectos, incluindo, o ecol\u00f3gico-econ\u00f4mico, jur\u00eddico-ambiental, social e pol\u00edtico para a gera\u00e7\u00e3o da sustentabilidade e do desenvolvimento.<\/p>\n\n\n\n

4. Refer\u00eancias Bibliogr\u00e1ficas<\/strong><\/p>\n\n\n\n

ALMEIDA, F. O bom neg\u00f3cio da sustentabilidade.Rio de Janeiro: Nova Fronteira 2002.<\/p>\n\n\n\n

BROWN, L. Eco-Economy. EPI-Earth Policy Institute \/ UMA-Universidade Livre da Mata Atl\u00e2ntica, 2001.<\/p>\n\n\n\n

C\u00c2MARA, I. de Gusm\u00e3o. Pref\u00e1cio. In: Planejamento ambiental:caminho para  participa\u00e7\u00e3o popular e gest\u00e3o ambiental para o nosso futuro comum. Uma  necessidade, um desafio.Rio de Janeiro: Thex Editora. Biblioteca Est\u00e1cio de S\u00e1,  1993.<\/p>\n\n\n\n

COMISS\u00c3O MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO.  (Relat\u00f3rio Brundtland) Nosso futuro comum. Rio de Janeiro, FGV, 1988.<\/p>\n\n\n\n

Rafael Vieira – economista, consultor em Meio Ambiente (Enviromental Consultant in Offshore) e professor da UniverCidade e da UNIGRANRIO.
\n<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

A discuss\u00e3o que segue possui o car\u00e1ter claro de reiterar as an\u00e1lises cr\u00edticas e prospectivas sobre a quest\u00e3o s\u00f3cio-ambiental e sua intr\u00ednseca rela\u00e7\u00e3o com a din\u00e2mica econ\u00f4mica dos pa\u00edses no mundo. O destaque que \u00e9 efetuado menciona o Brasil como um celeiro de biodiversidade, recursos naturais, e, com uma economia que apresenta diagn\u00f3stico med\u00edocre quanto \u00e0 rela\u00e7\u00e3o economia-meio ambiente. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":2,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[1493],"tags":[159,501,114,82],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/2018"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=2018"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/2018\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":4575,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/2018\/revisions\/4575"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=2018"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=2018"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=2018"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}