{"id":1999,"date":"2009-03-12T15:56:57","date_gmt":"2009-03-12T15:56:57","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T20:14:39","modified_gmt":"2021-07-10T23:14:39","slug":"o_preco_das_mudancas_climaticas","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/gestao\/artigos\/o_preco_das_mudancas_climaticas.html","title":{"rendered":"O pre\u00e7o das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas"},"content":{"rendered":"\n

Diversos especialistas em resseguro prev\u00eaem um n\u00famero cada vez maior de cat\u00e1strofes naturais, alertando os pa\u00edses industrializados a estabilizarem o desenvolvimento, ao inv\u00e9s de impulsion\u00e1-lo. Furac\u00f5es chamados Catarina, Michael, Isabel, Queenie, enchentes, ondas de calor, fen\u00f4menos como El Ni\u00f1o e La Ni\u00f1a… estes acontecimentos s\u00e3o vistos pelas empresas de seguros de uma forma sumamente preocupante como \u201ccausadores de danos elementares\u201d. <\/p>\n\n\n\n

A maior resseguradora do mundo, a empresa alem\u00e3 M\u00fcnchner R\u00fcck, h\u00e1 30 anos pesquisa o comportamento humano e como ele contribui para aumentar o n\u00famero das cat\u00e1strofes e, como as seguradoras podem reagir a elas. <\/p>\n\n\n\n

\"q\"\/<\/figure>\n\n\n\n
<\/div>\n\n\n\n

Alguns especialistas em cat\u00e1strofes, mais conhecidos como \u201cmaster of disaster\u201d (mestre do desastre), estudam h\u00e1, pelo menos tr\u00eas d\u00e9cadas, as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas pelas quais passa o Planeta. <\/p>\n\n\n\n

Uma das conclus\u00f5es a que chegaram \u00e9 a de que as cat\u00e1strofes naturais provocaram, nos \u00faltimos dez anos, preju\u00edzos no valor de 333 bilh\u00f5es de Euros, um montante 6 vezes maior do que h\u00e1 50 anos. Uma das raz\u00f5es deste aumento \u00e9 o aquecimento provocado pelo Efeito Estufa. <\/p>\n\n\n\n

At\u00e9 o fim deste s\u00e9culo, a temperatura m\u00e9dia da Terra dever\u00e1 subir cerca de 1,5\u00b0C. Isso significa que teremos temperaturas t\u00e3o altas como nunca, aliadas, obviamente, a um aumento sens\u00edvel das temperaturas extremas. O \u00faltimo ver\u00e3o europeu (extraordinariamente quente) foi apenas uma pequena amostra disso; ele nos mostrou como o clima vai mudar e com que ondas fort\u00edssimas de calor e seca precisamos contar no futuro. <\/p>\n\n\n\n

O aumento dos danos a serem cobertos pelas seguradoras e resseguradoras n\u00e3o se d\u00e1 \u00fanica e exclusivamente em fun\u00e7\u00e3o das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas, mas tamb\u00e9m como conseq\u00fc\u00eancia do crescimento populacional global, que se duplicou nos \u00faltimos 50 anos. <\/p>\n\n\n\n

Al\u00e9m disso, as cidades n\u00e3o se tornam apenas maiores no n\u00famero de habitantes, mas tamb\u00e9m na superf\u00edcie que ocupam. Isso significa que a probabilidade de que um fen\u00f4meno natural atinja uma \u00e1rea urbana torna-se cada vez maior. Sem contar o fato de que v\u00e1rias dessas cidades se encontram em lugares especialmente expostos aos perigos como, por exemplo, em regi\u00f5es costeiras. Essa tend\u00eancia \u00e9, inclusive, mundial. <\/p>\n\n\n\n

Segundo os especialistas, as grandes aglomera\u00e7\u00f5es urbanas s\u00e3o especialmente suscet\u00edveis \u00e0s cat\u00e1strofes: Somos completamente dependentes de uma infra-estrutura que funcione. Se surge a\u00ed algum problema \u2013 efeito t\u00edpico de uma cat\u00e1strofe natural \u2013 ent\u00e3o faltar\u00e1 energia, g\u00e1s, petr\u00f3leo. Com isso, interrompe-se o tr\u00e1fego e a comunica\u00e7\u00e3o, ou seja, fatores de extrema import\u00e2ncia para o fluxo econ\u00f4mico. <\/p>\n\n\n\n

Cerca de 20% dos danos causados por cat\u00e1strofes naturais s\u00e3o cobertos por seguradoras, sendo que 6 mil dessas empresas t\u00eam um resseguro feito pela M\u00fcnchner R\u00fcck. Isso explica porque a maior resseguradora do mundo precisa reagir \u00e0s mudan\u00e7as clim\u00e1ticas, mesmo que os pr\u00f3prios assegurados tenham que assumir parte dos riscos. <\/p>\n\n\n\n

\u00c9 necess\u00e1rio esclarecer aos clientes que o futuro nos reserva danos ainda maiores, o que faz com que os resseguradores tenham que acumular reservas de capital mais s\u00f3lidas, pensando nas cat\u00e1strofes que est\u00e3o por vir. Este \u00e9 o grande problema. <\/p>\n\n\n\n

Investir na infra-estrutura urbana<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Pensando nisso, a M\u00fcnchner R\u00fcck desenvolveu um programa de prote\u00e7\u00e3o contra cat\u00e1strofes naturais. Com o objetivo de minimizar os danos provocados pelo desequil\u00edbrio do meio ambiente, os especialistas da resseguradora acreditam que \u00e9 necess\u00e1rio investir mais nos fatores s\u00f3cio-econ\u00f4micos respons\u00e1veis pela cadeia de cat\u00e1strofes naturais, como na infra-estrutura urbana. Inclui-se a\u00ed um planejamento mais r\u00edgido em regi\u00f5es predispostas a terremotos e a limita\u00e7\u00e3o do uso do solo em \u00e1reas propensas a inunda\u00e7\u00f5es. <\/p>\n\n\n\n

Embora os especialistas vejam a sa\u00edda em iniciativas locais, o macro-problema requer solu\u00e7\u00f5es globais. N\u00e3o \u00e9 preciso apenas contornar os danos ambientais, mas principalmente evit\u00e1-los. Enquanto alguns pol\u00edticos v\u00eaem nas declara\u00e7\u00f5es dos especialistas um \u201calerta inicial\u201d, pa\u00edses industrializados como os EUA n\u00e3o d\u00e3o import\u00e2ncia para os efeitos clim\u00e1ticos, sendo que eles respondem por mais de 25% das emiss\u00f5es de gases de Efeito Estufa em todo o mundo e ainda se negam a ratificar o Protocolo de Kyoto. <\/p>\n\n\n\n

Os pa\u00edses industrializados s\u00e3o respons\u00e1veis por 75% das emiss\u00f5es. Sem os EUA, seriam 50%. Se reduz\u00edssemos essas emiss\u00f5es em 30%, o resto do mundo, ou seja, o Terceiro Mundo, poderia at\u00e9 mesmo duplicar suas emiss\u00f5es, sem que isso fosse pesar no balan\u00e7o global. Uma vez que as na\u00e7\u00f5es industrializadas, at\u00e9 hoje, s\u00f3 tiraram proveito dessa situa\u00e7\u00e3o, estaria na hora de esses pa\u00edses assumirem a responsabilidade, fazendo de tudo para n\u00e3o impulsionar ainda mais o desenvolvimento, mas sim para estabiliz\u00e1-lo. <\/p>\n\n\n\n

Maiores pr\u00eamios para compensar perdas <\/strong><\/p>\n\n\n\n

As seguradoras de danos e acidentes pretendem aumentar os pr\u00eamios para compensar os altos preju\u00edzos do ano passado com enchentes, tempestades e fraudes. Despontam, tamb\u00e9m, as primeiras fal\u00eancias na hist\u00f3ria das empresas seguradoras. \u201cAs enchentes e tempestades em 2002 nos afetaram gravemente. As companhias alem\u00e3s de seguro de danos e acidentes tiveram um preju\u00edzo de 2,5 bilh\u00f5es no ano passado. Somente as inunda\u00e7\u00f5es de ver\u00e3o pesaram no balan\u00e7o com 1,8 bilh\u00e3o de Euros\u201d, disse Edmund Schwake, da Confedera\u00e7\u00e3o Alem\u00e3 de Seguradoras (GDV). <\/p>\n\n\n\n

A expectativa agora \u00e9 que os danos voltem a um n\u00edvel normal e que persista a tend\u00eancia de diminu\u00edrem os sinistros nos seguros de autom\u00f3veis. A Federa\u00e7\u00e3o lan\u00e7ou a id\u00e9ia de um seguro obrigat\u00f3rio contra cat\u00e1strofes naturais, com cobertura de preju\u00edzos como os que resultaram da \u201cenchente do s\u00e9culo\u201d no Rio Elba e afluentes, no ano retrasado.<\/p>\n\n\n\n

Gerd Berz -Meteorologista, Diretor do Departamento de Pesquisa em Risco Geogr\u00e1fico da M\u00fcnchner R\u00fcck<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

A maior resseguradora do mundo, a empresa alem\u00e3 M\u00fcnchner R\u00fcck, h\u00e1 30 anos pesquisa o comportamento humano e como ele contribui para aumentar o n\u00famero das cat\u00e1strofes e, como as seguradoras podem reagir a elas. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":2,"featured_media":2000,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[1493],"tags":[518,74,517],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1999"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=1999"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1999\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":4586,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1999\/revisions\/4586"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/2000"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=1999"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=1999"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=1999"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}