{"id":1957,"date":"2009-04-01T16:41:39","date_gmt":"2009-04-01T16:41:39","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T20:02:06","modified_gmt":"2021-07-10T23:02:06","slug":"silvicultura_do_pinus_pinus_spp","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/florestal\/silvicultura\/silvicultura_do_pinus_pinus_spp.html","title":{"rendered":"Silvicultura do Pinus (Pinus spp.)"},"content":{"rendered":"\n
As esp\u00e9cies do g\u00eanero Pinus s\u00e3o amplamente utilizadas em reflorestamentos no Brasil, devido principalmente ao seu r\u00e1pido crescimento. A madeira do pinus \u00e9 usada em constru\u00e7\u00f5es leves ou pesadas, na produ\u00e7\u00e3o de laminados, compensados, chapas de fibras e de part\u00edculas, na produ\u00e7\u00e3o de celulose e papel, entre outros. O P. elliottii tamb\u00e9m \u00e9 muito utilizado para a extra\u00e7\u00e3o de resina. O pinus tamb\u00e9m pode ser utilizado na implanta\u00e7\u00e3o de quebra ventos.<\/p>\n\n\n\n
Produ\u00e7\u00e3o de Mudas<\/strong><\/p>\n\n\n\n Sementes<\/strong><\/p>\n\n\n\n As sementes podem ser obtidas das \u00e1rvores existentes na regi\u00e3o ou compradas em locais especializados. Para maiores informa\u00e7\u00f5es sobre a obten\u00e7\u00e3o de sementes de qualidade, ver Melhoramento Florestal.<\/p>\n\n\n\n Semeadura<\/strong><\/p>\n\n\n\n Para o Pinus podem ser empregados tr\u00eas tipos de semeadura:<\/p>\n\n\n\n Em sementeiras<\/strong>: as sementes s\u00e3o espalhadas diretamente em sementeiras, sendo que, ap\u00f3s a germina\u00e7\u00e3o, as pl\u00e2ntulas sofrer\u00e3o uma repicagem e ser\u00e3o transferidas para os recipientes onde continuar\u00e3o seu processo de forma\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n Em canteiros de mudas embaladas<\/strong>: as sementes s\u00e3o semeadas diretamente em recipientes, podendo ser utilizados tubetes especiais, sacos pl\u00e1sticos, taquara, entre outros.<\/p>\n\n\n\n Em canteiros de mudas de raiz nua<\/strong>: a semeadura \u00e9 realizada diretamente nos canteiros, onde as mudas permanecem sob cuidados no local at\u00e9 o plantio definitivo. O m\u00e9todo de raiz nua \u00e9 indicado para locais onde ocorre boa distribui\u00e7\u00e3o pluviom\u00e9trica e temperaturas pouco elevadas, como no sul do Brasil. Esta pr\u00e1tica \u00e9 realizada quando o plantio \u00e9 mecanizado.<\/p>\n\n\n\n As mudas devem permanecer no viveiro at\u00e9 que atinjam uma altura entre 20 e 30 cm e um sistema radicular bem desenvolvido.<\/p>\n\n\n\n Substrato<\/strong><\/p>\n\n\n\n Canteiros em raiz nua: em viveiros de raiz nua, o \u00fanico substrato \u00e9 o pr\u00f3prio solo, que constitui o meio de desenvolvimento das ra\u00edzes.<\/p>\n\n\n\n Canteiros com mudas em recipientes: o substrato mais utilizado \u00e9 uma mistura de materiais, devidamente decompostos. Os principais componentes desta mistura s\u00e3o: turfa, cinza de caldeira, vermiculita, cascas de \u00e1rvores e de arroz. A aduba\u00e7\u00e3o mineral \u00e9 introduzida \u00e0 mistura.<\/p>\n\n\n\n Inocula\u00e7\u00e3o de micorrizas em viveiros de Pinus spp.<\/strong><\/p>\n\n\n\n A exist\u00eancia de uma associa\u00e7\u00e3o simbi\u00f3tica entre determinados fungos e as ra\u00edzes das esp\u00e9cies do g\u00eanero Pinus \u00e9 uma condi\u00e7\u00e3o necess\u00e1ria para o sucesso do reflorestamento com este g\u00eanero. Tal associa\u00e7\u00e3o confere ao Pinus um sistema radicular com maior \u00e1rea de absor\u00e7\u00e3o, permitindo suprimento maior e mais eficiente de nutrientes \u00e0s \u00e1rvores.<\/p>\n\n\n\n O material obtido por meio do solo e\/ou \u201clitter\u201d de antigos reflorestamentos de pinus \u00e9 incorporado ao solo do viveiro, geralmente antes da semeadura. A distribui\u00e7\u00e3o do material com o inoculo \u00e9 feita sobre o substrato contido nos canteiros, com posterior incorpora\u00e7\u00e3o mec\u00e2nica ou manual no solo, at\u00e9 a profundidade de 12 a 15 cm. A propor\u00e7\u00e3o de in\u00f3culo: o substrato para os recipientes deve ser na faixa de 1:10.<\/p>\n\n\n\n Ac\u00edculas contidas no ch\u00e3o de povoamentos florestais adultos, ainda n\u00e3o decompostas, s\u00e3o utilizadas por algumas empresas para cobertura dos canteiros, visando, al\u00e9m da prote\u00e7\u00e3o das sementes em germina\u00e7\u00e3o, a introdu\u00e7\u00e3o do in\u00f3culo micorr\u00edzico.<\/p>\n\n\n\n Plantio<\/strong><\/p>\n\n\n\n Preparo do terreno<\/strong><\/p>\n\n\n\n Como o preparo do terreno est\u00e1 ligado com as caracter\u00edsticas da \u00e1rea onde ser\u00e1 realizado o plantio, geralmente as opera\u00e7\u00f5es s\u00e3o realizadas na seguinte ordem:<\/p>\n\n\n\n As t\u00e9cnicas de cultivo m\u00ednimo e plantio consorciado t\u00eam sido adotadas por muitas empresas a fim de diminuir os danos ambientais.<\/p>\n\n\n\n Espa\u00e7amento<\/strong><\/p>\n\n\n\n A escolha do espa\u00e7amento de plantio, na maioria dos planejamentos florestais, tem sido fundamentada principalmente no uso final da madeira. O espa\u00e7amento tem uma s\u00e9rie de implica\u00e7\u00f5es do ponto de vista silvicultural, tecnol\u00f3gico e econ\u00f4mico. Ele influencia as taxas de crescimento das plantas, a qualidade das madeiras, a idade de corte, bem como as pr\u00e1ticas de explora\u00e7\u00e3o e manejo florestal e conseq\u00fcentemente os custos de produ\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n A idade de corte e o espa\u00e7amento encontram-se tamb\u00e9m intimamente relacionados, ou seja, os plantios em espa\u00e7amentos menores normalmente exigem desbastes ou ciclos mais curtos de corte, pois a competi\u00e7\u00e3o entre plantas ocorre mais precocemente, antecipando a estagna\u00e7\u00e3o do crescimento. A percentagem de \u00e1rvores dominadas e mortas cresce com o avan\u00e7o da idade, causando um aumento da percentagem de falhas. Este fato ocorre com maior intensidade e mais precocemente nos espa\u00e7amentos mais apertados. Um n\u00famero elevado de \u00e1rvores dominadas pode refletir negativamente no volume da madeira, estabilizando e at\u00e9 reduzindo o incremento m\u00e9dio anual.<\/p>\n\n\n\n Nos plantios de pinus, costumam ser utilizados os espa\u00e7amentos de 3m x 2m e 2,5m x 2,5m.<\/p>\n\n\n\n M\u00e9todos de plantio<\/strong><\/p>\n\n\n\n O plantio pode ser realizado atrav\u00e9s de dois m\u00e9todos:<\/p>\n\n\n\n Plantio manual<\/strong>: consiste inicialmente no balisamento e alinhamento, abertura de covas, distribui\u00e7\u00e3o de mudas e plantio propriamente dito.<\/p>\n\n\n\n Plantio mecanizado<\/strong>: consiste de um trator que transporta as mudas e abre a cova com um disco sulcador enquanto um oper\u00e1rio distribui as mudas. Ao mesmo tempo duas rodas convergentes fecham o sulco. As mudas mal plantadas s\u00e3o arrumadas por um oper\u00e1rio que segue a m\u00e1quina, sendo este processo utilizado para mudas de raiz nua.<\/p>\n\n\n\n Tratos Culturais<\/strong><\/p>\n\n\n\n Os tratos culturais visam a manuten\u00e7\u00e3o dos povoamentos, sendo realizados ap\u00f3s o plantio at\u00e9 o fechamento do dossel de copas. Estes tratos tem como objetivo reduzir a concorr\u00eancia por nutrientes, a luz e a umidade impostas \u00e0s plantas pela vegeta\u00e7\u00e3o invasora.<\/p>\n\n\n\n Para o g\u00eanero Pinus, estes tratos estendem-se normalmente at\u00e9 os dois ou tr\u00eas anos, com varia\u00e7\u00e3o para as diferentes esp\u00e9cies do g\u00eanero e sob diferentes condi\u00e7\u00f5es de clima e at\u00e9 de solo.<\/p>\n\n\n\n Limpeza<\/strong><\/p>\n\n\n\n A limpeza \u00e9 realizada at\u00e9 que as plantas atinjam um porte suficiente para dominar a vegeta\u00e7\u00e3o invasora. Geralmente s\u00e3o feitas atrav\u00e9s de tr\u00eas m\u00e9todos principais:<\/p>\n\n\n\n Combate a formigas<\/strong><\/p>\n\n\n\n A preven\u00e7\u00e3o ao ataque das formigas cortadeiras deve ser realizado constantemente, atrav\u00e9s da vigil\u00e2ncia e do combate na fase de preparo do solo, na qual a localiza\u00e7\u00e3o e o pr\u00f3prio combate s\u00e3o facilitados.<\/p>\n\n\n\n As esp\u00e9cies mais comuns na regi\u00e3o Sul s\u00e3o as dos g\u00eaneros Atta e Acromyrmex, geralmente combatidas com iscas granuladas distribu\u00eddas nos caminhos e olheiros.<\/p>\n\n\n\n Replantio<\/strong><\/p>\n\n\n\n O replantio dever\u00e1 ser realizado num per\u00edodo de 30 dias ap\u00f3s o plantio, quando a sobreviv\u00eancia deste \u00e9 inferior a 90%.<\/p>\n\n\n\n Tratos Silviculturais<\/strong><\/p>\n\n\n\n Poda ou Desrama<\/strong><\/p>\n\n\n\n Esta opera\u00e7\u00e3o visa melhorar a qualidade da madeira pela obten\u00e7\u00e3o de toras desprovidas de n\u00f3s. O controle do crescimento dos galhos, bem como sua elimina\u00e7\u00e3o, \u00e9 uma pr\u00e1tica aplicada \u00e0s principais esp\u00e9cies de madeira. Os n\u00f3s de galhos vivos causam menores preju\u00edzos que os deixados por galhos mortos, sendo que estes constituem s\u00e9rios defeitos na madeira serrada.<\/p>\n\n\n\n Ocasionalmente as \u00e1rvores tamb\u00e9m s\u00e3o podadas para prevenir a ocorr\u00eancia de inc\u00eandios florestais e para favorecer acesso aos povoamentos durante as opera\u00e7\u00f5es de desbaste, invent\u00e1rio e combate \u00e0 formiga.<\/p>\n\n\n\n Desbaste<\/strong><\/p>\n\n\n\n Os desbastes s\u00e3o cortes parciais realizados em povoamentos imaturos, com o objetivo de estimular o crescimento das \u00e1rvores remanescentes e aumentar a produ\u00e7\u00e3o da madeira utiliz\u00e1vel. Nesta opera\u00e7\u00e3o, removem-se as \u00e1rvores excedentes, para que se possa concentrar o potencial produtivo do povoamento num n\u00famero limitado de \u00e1rvores selecionadas.<\/p>\n\n\n\n Para determinar a interven\u00e7\u00e3o, \u00e9 preciso conhecer o incremento m\u00e9dio anual e corrente da floresta. Quando o incremento do ano passar a ser menor que o m\u00e9dio at\u00e9 a idade correspondente \u00e0 ultima medi\u00e7\u00e3o, (diminuindo portanto a m\u00e9dia geral da produ\u00e7\u00e3o da floresta), este seria o ano para a sua interven\u00e7\u00e3o. Esta an\u00e1lise \u00e9 poss\u00edvel mediante a realiza\u00e7\u00e3o de invent\u00e1rios cont\u00ednuos.<\/p>\n\n\n\n Nos desbastes, as vantagens em conseq\u00fc\u00eancia da competi\u00e7\u00e3o devem ser, pelo menos em parte, preservadas. Assim, num programa de desbaste, para rota\u00e7\u00f5es relativamente longas o n\u00famero de \u00e1rvores deve ser reduzido gradativamente, por\u00e9m a uma taxa substancialmente mais r\u00e1pida do que seria em condi\u00e7\u00f5es naturais.<\/p>\n\n\n\n A sele\u00e7\u00e3o das \u00e1rvores a serem desbastadas \u00e9 caracterizada da seguinte forma:<\/p>\n\n\n\n O principal efeito favor\u00e1vel do desbaste \u00e9 estimular o crescimento em di\u00e2metro das \u00e1rvores remanescentes.<\/p>\n\n\n\n A varia\u00e7\u00e3o no di\u00e2metro das \u00e1rvores induzidas pelos desbastes \u00e9 muito ampla. Desbastes leves podem n\u00e3o causar efeito algum sobre o crescimento, embora seja poss\u00edvel, em raz\u00e3o dos desbastes pesados, conseguir uma produ\u00e7\u00e3o constitu\u00edda de \u00e1rvores com o dobro do di\u00e2metro que, durante o mesmo tempo, elas teriam sem desbastes.<\/p>\n\n\n\n Os desbastes tamb\u00e9m tendem a desacelerar a desrama natural e a estimular o crescimento dos galhos. A \u00fanica vantagem disso \u00e9 que os galhos permanecem vivos por mais tempo e, desse modo, reduz-se o n\u00famero de n\u00f3s soltos na madeira.<\/p>\n\n\n\n M\u00e9todos de desbaste<\/strong><\/p>\n\n\n\n a) Desbaste sistem\u00e1tico:<\/strong> aplicados em povoamentos altamente uniformes, onde as \u00e1rvores ainda n\u00e3o se diferenciaram em classes de copas, e se aplica em povoamentos jovens n\u00e3o desbastados anteriormente. \u00c9 mais simples e mais barato. Permite mecanizar a retirada das \u00e1rvores.<\/p>\n\n\n\n b) Desbaste seletivo:<\/strong> implica na escolha de indiv\u00edduos segundo algumas caracter\u00edsticas, previamente estabelecidas, variadas de acordo com o prop\u00f3sito a que se destina a produ\u00e7\u00e3o. As \u00e1rvores removidas s\u00e3o sempre as inferiores, dominadas ou defeituosas. Este m\u00e9todo \u00e9 mais complicado, por\u00e9m permite melhor resultado na produ\u00e7\u00e3o e qualidade da madeira grossa.<\/p>\n\n\n\n c) Desbaste seletivo sistem\u00e1tico<\/strong>: este tipo de desbaste, al\u00e9m de favorecer as melhores \u00e1rvores, retirando-se a concorr\u00eancia de \u00e1rvores ruins, pode ainda com a retirada de uma linha inteira, aumentar o volume retirado no desbaste e, com isto, compensar os custos, aumentando-se a renda. Esta pr\u00e1tica \u00e9 utilizada em algumas empresas do Sul do Brasil em plantios de Pinus spp.<\/p>\n\n\n\n De acordo com o peso dos desbastes, podem ser classificados em:<\/p>\n\n\n\n Explora\u00e7\u00e3o<\/strong><\/p>\n\n\n\n A idade de corte refere-se ao tempo necess\u00e1rio para que uma floresta, ou parte desta, cres\u00e7a e produza \u00f3tima quantidade de madeira.<\/p>\n\n\n\n A defini\u00e7\u00e3o t\u00e9cnica da idade de corte pode ser obtida em raz\u00e3o do crescimento da floresta. Para isto, deve haver um acompanhamento por meio de parcelas permanentes representativas, em que, de ano em ano s\u00e3o medidos o di\u00e2metro, a altura e o volume das \u00e1rvores. Com isto, determina-se o incremento m\u00e9dio anual (IMA) do volume da floresta, assim como o incremento corrente anual (ICA). Quando o incremento do ano passar a ser menor que o m\u00e9dio at\u00e9 a idade correspondente \u00e0 \u00faltima medi\u00e7\u00e3o, tendendo, portanto, abaixar a m\u00e9dia geral da floresta, este seria o ano para a sua explora\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n Para fins industriais, as esp\u00e9cies do g\u00eanero Pinus geralmente s\u00e3o cortadas em rota\u00e7\u00f5es que variam de 5 a 8 anos, por meio de cortes rasos ou parciais.<\/p>\n\n\n\n Reda\u00e7\u00e3o Ambiente Brasil<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"