{"id":1953,"date":"2009-04-01T09:54:18","date_gmt":"2009-04-01T09:54:18","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T20:02:06","modified_gmt":"2021-07-10T23:02:06","slug":"silvicultura_da_erva-mate_ilex_paraguariensis_sthilaire","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/florestal\/silvicultura\/silvicultura_da_erva-mate_ilex_paraguariensis_sthilaire.html","title":{"rendered":"Silvicultura da Erva-Mate (Ilex paraguariensis ST.HILAIRE)"},"content":{"rendered":"\n
Introdu\u00e7\u00e3o<\/strong><\/p>\n\n\n\n A erva-mate era elemento b\u00e1sico da alimenta\u00e7\u00e3o dos guaranis, cuja tribo se espalhava pelo vasto territ\u00f3rio banhado sobretudo pelos Rios Paran\u00e1, Uruguai e Paraguai. Outras tribos, em cujas terras a planta n\u00e3o medrava, realizavam ativo com\u00e9rcio de troca com a bebida. O transporte era feito por milhares de quil\u00f4metros, atrav\u00e9s de dif\u00edceis caminhos, que atravessavam muitas vezes os Andes para chegar \u00e0 Bol\u00edvia, ao Peru e ao Chile.<\/p>\n\n\n\n O uso do mate durante muito tempo t\u00e3o inserido nos costumes de \u00edndios e europeus, desde o Peru ao Rio da Prata, que nem as proibi\u00e7\u00f5es do governo paraguaio, nem as malsina\u00e7\u00f5es dos jesu\u00edtas (que chamavam o mate de \u201cerva do diabo\u201d, aludindo \u00e0s suas supostas propriedades afrodis\u00edacas) conseguiram por fim a um v\u00edcio que cada vez mais contagiava os lares sul-americanos. Atualmente no Brasil a erva-mate \u00e9 apreciada e consumida em v\u00e1rias regi\u00f5es, principalmente nos estados sulinos.<\/p>\n\n\n\n Produ\u00e7\u00e3o de Mudas<\/strong><\/p>\n\n\n\n Segundo as recomenda\u00e7\u00f5es t\u00e9cnicas florestais da EMATER – Paran\u00e1, para a produ\u00e7\u00e3o de mudas de erva-mate dever\u00e3o ser seguidos os seguintes passos:<\/p>\n\n\n\n Sele\u00e7\u00e3o de \u00e1rvores porta-semente<\/p>\n\n\n\n Para sele\u00e7\u00e3o das \u00e1rvores porta-sementes, dever\u00e3o ser observados os seguintes pontos:<\/p>\n\n\n\n 1. Tipo de erveira<\/strong>: selecionam-se as melhores \u00e1rvores nativas em produ\u00e7\u00e3o, ou ent\u00e3o \u00e1rvores plantadas que estejam h\u00e1 mais de seis anos sem poda. As erveiras com poda feita h\u00e1 menos de 2 anos n\u00e3o produzem sementes.<\/p>\n\n\n\n 2. Hist\u00f3rico das erveiras<\/strong>: deve-se optar pelas \u00e1rvores que tenham conhecidos seu hist\u00f3rico de produtividade, cortes, idade e problemas ocorridos.<\/p>\n\n\n\n 3. Idade das erveiras<\/strong>: preferencialmente \u00e1rvores adultas, de meia idade, ou seja, entre 15 e 30 anos. Evitar as erveiras muito velhas, pois dar\u00e3o sementes de baixa germina\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n 4. Produtividade de massa foliar (volume de folhas)<\/strong>: escolher as \u00e1rvores vigorosas, que tenham copada bem formada, bastante enfolhadas. As \u00e1rvores que produzem mais frutos do que folhas devem ser descartadas, n\u00e3o podendo ser aproveitadas.<\/p>\n\n\n\n 5. Conjunto de \u00e1rvores<\/strong>: as \u00e1rvores matrizes devem ser escolhidas, sempre que poss\u00edvel na forma de cap\u00e3o ou bloco, com erveiras macho e f\u00eamea (base de 4 por 1). O ideal \u00e9 ter de 8 a 10 \u00e1rvores juntas numa mesma \u00e1rea para garantir a poliniza\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n 6. Tipo de bebida predominante<\/strong>: de acordo com o tipo de bebida preferido (suave ou forte), seleciona-se a \u00e1rvore matriz.<\/p>\n\n\n\n Flora\u00e7\u00e3o e frutifica\u00e7\u00e3o<\/strong><\/p>\n\n\n\n \u00c9 importante a presen\u00e7a de insetos e abelhas nos ervais, para garantia da poliniza\u00e7\u00e3o das flores da erva-mate. Recomenda-se que sejam mantidas colm\u00e9ias de abelhas para o incremento da poliniza\u00e7\u00e3o das flores. erva-mate floresce entre os meses de setembro e dezembro. Por sua vez, a frutifica\u00e7\u00e3o ocorre nos meses de janeiro a mar\u00e7o.<\/p>\n\n\n\n Per\u00edodo de Colheita de Frutos<\/strong><\/p>\n\n\n\n Os frutos est\u00e3o maduros e prontos para serem colhidos, quando apresentarem colora\u00e7\u00e3o de viol\u00e1cea a roxa. Por isso, visualmente se determina quando:<\/p>\n\n\n\n 1. Ocorrer a mudan\u00e7a de colora\u00e7\u00e3o dos frutos, passando do verde claro para o viol\u00e1ceo a roxo.<\/p>\n\n\n\n 2. A semente ficar consistente (tegumento duro).<\/p>\n\n\n\n 3. Os p\u00e1ssaros come\u00e7arem a procurar os frutos.<\/p>\n\n\n\n M\u00e9todo de Colheita de Frutos<\/strong><\/p>\n\n\n\n Existem tr\u00eas m\u00e9todos diferentes para a colheita dos frutos da erva-mate em \u00e1rvores matrizes.<\/p>\n\n\n\n 1. Colheita no ch\u00e3o<\/strong>: apesar de ser a mais f\u00e1cil, apresenta a desvantagem de ataques de broca de semente. Este processo tamb\u00e9m n\u00e3o possibilita identificar a \u00e1rvore m\u00e3e. Os frutos maduros caem direto no solo, e por isso dever\u00e1 estar devidamente limpo (a capina da saia da erveira \u00e9 necess\u00e1ria).<\/p>\n\n\n\n 2. Colheita na lona<\/strong>: coloca-se uma lona para receber os frutos sob a \u00e1rvore m\u00e3e. N\u00e3o \u00e9 necess\u00e1rio, a limpeza das ervas daninhas, sendo este o melhor m\u00e9todo.<\/p>\n\n\n\n 3.Colheita na \u00e1rvore<\/strong>: faz-se a limpeza do terreno ao redor da \u00e1rvore m\u00e3e, colocando um lona no ch\u00e3o. Efetua-se o corte dos galhos com frutos maduros (utiliza-se fac\u00e3o, tesoura de poda ou as m\u00e3os), derrubando-os na lona.<\/p>\n\n\n\n Obten\u00e7\u00e3o da Sementes a partir dos Frutos<\/strong><\/p>\n\n\n\n Depois de colhidos os frutos da erva-mate, dever\u00e3o ser desenvolvidas as seguintes atividades para a obten\u00e7\u00e3o das sementes:<\/p>\n\n\n\n 1. Macera\u00e7\u00e3o ou esmagamento dos frutos<\/strong>: os frutos colhidos devem ser colocados em recipientes com \u00e1gua, onde permanecer\u00e3o de 2 a 3 dias, em processo de fermenta\u00e7\u00e3o. A polpa e as sementes ser\u00e3o separadas mais facilmente. Pode ser utilizado um pequeno rolete sobre uma t\u00e1bua lisa, esmagando os frutos fermentados, ou ainda pode-se secar as sementes em um pil\u00e3o de madeira. <\/p>\n\n\n\n 2. Lavagem das sementes<\/strong>: a mistura de sementes e polpa dos frutos ser\u00e1 lavada em \u00e1gua corrente, mantendo-a sobre uma peneira, retirando toda a impureza das sementes.<\/p>\n\n\n\n 3. Secagem das sementes<\/strong>: as sementes lavadas s\u00e3o espalhadas sobre uma lona em um local sombreado e ao ar livre.<\/p>\n\n\n\n 4. Limpeza das sementes<\/strong>: na maioria dos casos, usa-se a peneira manual. Geralmente cada fruto cont\u00e9m 4 sementes. Assim, um quilo de frutos fornece 100 gramas de sementes (rela\u00e7\u00e3o de 10 por 1). Equivale dizer que um quilo de sementes corresponde a 120.000 sementes de erva-mate, as quais viabilizam cerca de 12.000 mudas.<\/p>\n\n\n\n Preparo dos Canteiros<\/strong><\/p>\n\n\n\n Os canteiros devem ser instalados longitudinalmente no sentido leste-oeste, para que todas as mudas recebam a mesma insola\u00e7\u00e3o, quando est\u00e3o parcialmente cobertos. A superf\u00edcie de cada canteiro, deve, de prefer\u00eancia, ser levemente convexa, ou ent\u00e3o, plana (nunca c\u00f4ncava).<\/p>\n\n\n\n As embalagens de mudas devem ser emolduradas com t\u00e1buas de 13 cm de largura, tijolos, placas de cimento, roletes de bracatinga, ou simplesmente terra amontoada junto \u00e0s embalagens.<\/p>\n\n\n\n Terra utilizada no Viveiro<\/strong><\/p>\n\n\n\n A erva-mate desenvolve-se melhor em solo f\u00e9rtil e fri\u00e1vel. Deve-se utilizar solo rico em mat\u00e9ria org\u00e2nica ou ent\u00e3o adicionar esterco curtido ao solo. Devemos evitar as terras muito argilosas, pois elas danificam as ra\u00edzes, no momento do arranquio para transplante. Para a desinfec\u00e7\u00e3o dos canteiros e da terra a ser usada no viveiro, efetua-se o expurgo da terra. Para isso, utiliza-se o Brometo de Metila, a base de 1 lata para 3 a 4 m3 de terra peneirada. O tempo de desinfec\u00e7\u00e3o \u00e9 de 72 horas, ap\u00f3s o que se retira a lona pl\u00e1stica. Exp\u00f5e-se, ent\u00e3o, a terra tratada ao ar, durante um m\u00ednimo de 4 dias. N\u00e3o devem ser feitos montes de terra com altura superior a 0,5 metro.<\/p>\n\n\n\n Estratifica\u00e7\u00e3o das Sementes<\/strong><\/p>\n\n\n\n As sementes da erva-mate rec\u00e9m colhidas da \u00e1rvore matriz tem germina\u00e7\u00e3o demorada e irregular, devido ao tegumento duro das sementes. Em geral, ficam de 6 a 7 meses em estratifica\u00e7\u00e3o antes de viabilizar a semeadura. Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio efetuar-se a estratifica\u00e7\u00e3o das sementes para quebrar a dorm\u00eancia. Existem 2 m\u00e9todos b\u00e1sicos:<\/p>\n\n\n\n 1. M\u00e9todo da lata<\/strong>: \u00c9 o processo mais conhecido, apesar de perder muitas sementes por apodrecimento. Consiste em furar uma lata de 20 litros (os lados e o fundo), onde se coloca uma camada de areia de 3 cm de espessura. Sobre ela coloca-se uma camada de sementes, seguido de areia, alternando-se as camadas at\u00e9 encher a lata. Enterra-se o recipiente em um local sombreado, deixando as bordas fora da superf\u00edcie do solo. Dever\u00e3o ser feitas boas regas, n\u00e3o deixando faltar umidade.<\/p>\n\n\n\n 2. M\u00e9todo da sementeira de areia<\/strong>: \u00c9 um m\u00e9todo que visa aumentar o aproveitamento das sementes. Constroi-se uma caixa sem fundo, cuja medida depender\u00e1 da quantidade de sementes (por exemplo, para 3 quilos utiliza-se uma caixa de 30x30x30 cent\u00edmetros). Abre-se um buraco no local sombreado, onde ficar\u00e1 a sementeira, nas medidas da caixa sem fundo. Preenche-se o buraco da sementeira com carv\u00e3o, cacos de telha ou pedriscos, at\u00e9 o n\u00edvel do terreno. Sobre essa camada de drenagem, coloca-se a caixa sem fundo, sem enterr\u00e1-la no terreno.<\/p>\n\n\n\n Coloca-se uma camada de 5 cm de areia branca lavada de constru\u00e7\u00f5es. Assentada a areia com um taco ou pequena t\u00e1bua, semeia-se uma camada em toda superf\u00edcie de areia. Cobre-se as sementes com uma camada de areia de cinco cent\u00edmetros, assentando-a bem sobre as sementes mas sem mistur\u00e1-las. Deve-se molhar muito bem, usando regador com crivo bem fino. A semente estar\u00e1 em condi\u00e7\u00f5es de ir para a sementeira quando apresentar o tegumento amolecido, ou seja, quando se parte com a simples press\u00e3o das unhas.<\/p>\n\n\n\n Semeadura das Sementes Estratificadas<\/strong><\/p>\n\n\n\n Retiradas as sementes estratificadas, efetua-se a lavagem em \u00e1gua corrente, sobre uma peneira. Eliminadas as impurezas e a areia, efetua-se a semeadura em canteiro de terra. A \u00e9poca ideal para semeadura s\u00e3o os meses de agosto e setembro. As primeiras plantas surgem, aproximadamente, aos 40 dias ap\u00f3s a semeadura. Devem continuar os cuidados com as regas, usando regadores com crivo fino.<\/p>\n\n\n\n O nascimento das mudinhas \u00e9 irregular, tanto assim que, enquanto as mudinhas s\u00e3o transferidas para o viveiro, outras continuam nascendo na sementeira.<\/p>\n\n\n\n Repicagem das Mudas<\/strong><\/p>\n\n\n\n Trata-se da remo\u00e7\u00e3o das mudas de erva-mate de sementeira e transplante para embalagens pl\u00e1sticas. Normalmente as mudas ter\u00e3o de 6 a 8 folhas, ou seja de 3 a 5 cm de altura.<\/p>\n\n\n\n As opera\u00e7\u00f5es que comp\u00f5em a repicagem envolvem:<\/p>\n\n\n\n 1. Umedecimento da sementeira com as mudas de erva-mate.<\/p>\n\n\n\n 2. Remo\u00e7\u00e3o das ra\u00edzes, com ajuda de faca ou l\u00e2mina.<\/p>\n\n\n\n 3. Coloca\u00e7\u00e3o das mudas em recipiente com \u00e1gua.<\/p>\n\n\n\n 4. Umedecimento das embalagens encanteiradas.<\/p>\n\n\n\n 5. Abertura dos orif\u00edcios para o plantio, com uso de tarugo c\u00f4nico.<\/p>\n\n\n\n Estaquia<\/strong><\/p>\n\n\n\n A estaquia \u00e9 uma t\u00e9cnica que permite a reprodu\u00e7\u00e3o de plantas com as caracter\u00edsticas id\u00eanticas \u00e0s da \u00e1rvore-m\u00e3e.<\/p>\n\n\n\n Conforme recomenda\u00e7\u00f5es da EMBRAPA os passos para produ\u00e7\u00e3o de estacas s\u00e3o os seguintes:<\/p>\n\n\n\n 1. Cortar as brota\u00e7\u00f5es jovens com at\u00e9 um ano de idade, utilizando tesoura de poda.<\/p>\n\n\n\n 2. As estacas dever\u00e3o ter cerca de 15 cm de comprimento, apresentando um par de folhas.<\/p>\n\n\n\n 3. Pode ser utilizada caixa de isopor para o transporte das estacas, mantendo sempre a umidade dentro da caixa.<\/p>\n\n\n\n 4. As folhas devem ser cortadas pela metade.<\/p>\n\n\n\n 5. Em seguida (as estacas) s\u00e3o submersas em solu\u00e7\u00e3o de hipoclorito de s\u00f3dio a 1% (volume\/volume) durante 5 minutos.<\/p>\n\n\n\n 6. Lavar em \u00e1gua corrente por 5 minutos.<\/p>\n\n\n\n 7. Mergulhadas em Benlate na concentra\u00e7\u00e3o de 0,5% (peso\/volume) por 15 min.<\/p>\n\n\n\n 8. Posteriormente as bases da estaca s\u00e3o imersas por 10 segundos na solu\u00e7\u00e3o de horm\u00f4nio AIB (\u00e1cido indolbut\u00edrico) na concentra\u00e7\u00e3o de 8000ppm, que dever\u00e1 ser dilu\u00eddo em uma solu\u00e7\u00e3o de 50% de \u00e1lcool e 50% de \u00e1gua.<\/p>\n\n\n\n 9. Em seguida, as estacas v\u00e3o para uma caixa contendo vermiculita ou casca de arroz carbonizada como substrato.<\/p>\n\n\n\n 10. A caixa preparada com o substrato e as estacas segue para a casa de vegeta\u00e7\u00e3o, onde permanece por 2 meses sob condi\u00e7\u00f5es de temperatura e umidade controladas.<\/p>\n\n\n\n 11. Seguem para o viveiro onde s\u00e3o acomodadas em embalagens pl\u00e1sticas com terra, permanecendo de 4 a 6 meses antes de ir ao campo.<\/p>\n\n\n\n Plantio<\/strong><\/p>\n\n\n\n O plantio \u00e9 realizado quando as mudas atingirem o padr\u00e3o de 15 a 25 cm (12 a 14 folhas e di\u00e2metro do colo superior a 2,5 mil\u00edmetros). Antes de levar a muda para o plantio definitivo, a terra das embalagens das mudas deve ser bem molhada<\/p>\n\n\n\n Implanta\u00e7\u00e3o de Ervais<\/strong><\/p>\n\n\n\n De acordo com a disponibilidade dos recursos de terra, capital e m\u00e3o-de-obra, de cada propriedade, os seguintes sistemas de plantio poder\u00e3o ser adotados.<\/p>\n\n\n\n 1.Erval a c\u00e9u aberto: Consiste no plantio solteiro ou plantio consorciado com lavouras ou pastagem. As mudas de erva-mate s\u00e3o expostas ao sol direto.<\/span><\/strong><\/p>\n\n\n\n 2.Erval sob cobertura: Consiste no plantio sob mata raleada, ou ent\u00e3o, aproveitando sombreamento de plantas sombreadoras, tipo milho. <\/span><\/strong><\/p>\n\n\n\n 3.Erval em leiras ou curvas de n\u00edvel: Consiste na abertura de faixas com largura de 1,0 a 1,2 metros em capoeiras leves, ou ent\u00e3o, de 1,5 a 2,5 metros de capoeiras pesadas. Posteriormente, os plantios das mudas s\u00e3o feitos nessas leiras ou faixas. O correto \u00e9 efetuar a abertura dessas faixas em curva de n\u00edvel.<\/span><\/strong><\/p>\n\n\n\n Preparo do Solo<\/strong><\/p>\n\n\n\n Antes de mais nada, devem ser marcadas as curvas de n\u00edvel no terreno, para implantar as pr\u00e1ticas de controle da eros\u00e3o e preparar o solo. O preparo do solo e o coveamento podem ser feitos de duas formas diferentes:<\/p>\n\n\n\n 1.Ara\u00e7\u00e3o e gradagem do terreno destinado ao plantio, seguido de coveamento.<\/p>\n\n\n\n 2. Abertura de covas no terreno, diretamente. Estas atividades devem ser realizadas com uma anteced\u00eancia de pelo menos 30 dias, antes do plantio.<\/p>\n\n\n\n Tratando-se de terrenos mecaniz\u00e1veis (tra\u00e7\u00e3o animal ou trator), \u00e9 aconselhavel efetuar a mobiliza\u00e7\u00e3o do solo com arado e grade, antes do plantio de erva-mate.<\/p>\n\n\n\n Plantio de Mudas de Erva Mate<\/strong><\/p>\n\n\n\n \u00c9 feito ap\u00f3s o per\u00edodo de oito a doze meses da sua repicagem, per\u00edodo em que adquiriu alguma casca e ficou em condi\u00e7\u00f5es de ser transplantada.<\/p>\n\n\n\n a) \u00c9poca de plantio<\/p>\n\n\n\n A melhor \u00e9poca \u00e9 o inverno, de prefer\u00eancia ao final da esta\u00e7\u00e3o, quando a planta encontra-se em repouso vegetativo (agosto). O per\u00edodo menos aconselhado \u00e9 o de ver\u00e3o (outubro a fevereiro). Os melhores dias s\u00e3o os chuvosos ou encobertos. Para garantir o \u201cpegamento\u201d das mudas, \u00e9 aconselhado o hor\u00e1rio da manh\u00e3 (bem cedo) ou o final da tarde.<\/p>\n\n\n\n b) Alinhamento do Erval <\/p>\n\n\n\n Existem tr\u00eas situa\u00e7\u00f5es b\u00e1sicas para orienta\u00e7\u00e3o do espa\u00e7amento entre as covas:<\/p>\n\n\n\n 1. Nos plantios feitos com \u00e1reas de lavouras ou pastagens, e no adensamento de erval nativo, normalmente se utiliza o espa\u00e7amento de 5 x 3 metros.<\/p>\n\n\n\n 2. Nos plantios de erva-mate solteira, a pleno sol, dever\u00e1 ter um espa\u00e7amento de 3 x 3 metros.<\/p>\n\n\n\n 3. Nos plantios de erva-mate com poda mec\u00e2nica (utilizado na Argentina), a pleno sol e colheita anual ou a cada 2 anos, emprega-se o espa\u00e7amento de 3 x 1 metros.<\/p>\n\n\n\n c) Abertura de covas<\/p>\n\n\n\n O tamanho da cova depende da natureza do solo. Em terras que permitem boa penetra\u00e7\u00e3o das ra\u00edzes, as covas podem ser de 30 x 30 cm (de di\u00e2metro e profundidade respectivamente). Em terrenos argilosos as covas devem ser maiores, facilitando o desenvolvimento inicial da planta. O enchimento das covas devem ser feitos com terra raspada do solo superficial.<\/p>\n\n\n\n d) Aduba\u00e7\u00e3o org\u00e2nica <\/p>\n\n\n\n No caso de consorcia\u00e7\u00e3o com culturas agr\u00edcolas (milho, feij\u00e3o, etc), quando adubadas, o solo tende a se manter sempre f\u00e9rtil. Quando isso n\u00e3o acontece, \u00e9 aconselh\u00e1vel a aduba\u00e7\u00e3o org\u00e2nica, com compostos preparados na pr\u00f3pria propriedade. Devem ser espalhados na faixa central das entrelinhas, e incorporados ao solo com a ara\u00e7\u00e3o que costuma ser feita no inverno. Os compostos podem ser preparados com estrume de curral, restos vegetais (manta vegetal), cinzas, res\u00edduos de erva cancheada, p\u00f3 de ossos, restos de culturas agr\u00edcolas, biofertilizantes, etc. <\/p>\n\n\n\n Podem ser utilizadas as plantas de aduba\u00e7\u00e3o de verde como Mucunaspp.,Crotolariasp., Vicia sp. (ervilhaca), Lupinus sp. (tremo\u00e7o), Raphanus sativus (nabo forrageiro). Estas s\u00e3o plantadas nas entrelinhas do erval, sendo incorporadas ao solo antes na fase de flora\u00e7\u00e3o. Pode ser feito o corte com rolo-faca e incorpora\u00e7\u00e3o atrav\u00e9s da ara\u00e7\u00e3o. (ver Aduba\u00e7\u00e3o Verde) <\/p>\n\n\n\n A aduba\u00e7\u00e3o mineral pode ser realizada de acordo com os resultados de an\u00e1lise de rotina do solo juntamente com a recomenda\u00e7\u00e3o de um t\u00e9cnico. e) Procedimentos no plantio das mudas <\/p>\n\n\n\n A embalagem dever\u00e1 ser retirada completamente evitando a danifica\u00e7\u00e3o das ra\u00edzes. A muda deve ser colocada na cova cuidando para que o n\u00edvel da terra da muda coincida com o n\u00edvel do terreno. A muda deve ser plantada bem no centro da cova e ficar bem reta em rela\u00e7\u00e3o ao n\u00edvel do terreno. Dentre os problemas surgidos no plantio (que redundam na morte das mudas), ou posteriormente no desenvolvimento das \u00e1rvores, identificam-se formas incorretas de coloca\u00e7\u00e3o das mudas na cova.<\/p>\n\n\n\n Tratos Culturais<\/strong><\/p>\n\n\n\n Prote\u00e7\u00e3o das Mudas Plantadas <\/strong><\/p>\n\n\n\n As mudas devem ser protegidas contra a a\u00e7\u00e3o dos raios solares nos primeiros 6 meses de campo. As mudas tamb\u00e9m s\u00e3o sens\u00edveis ao frio, geadas e nevascas. A prote\u00e7\u00e3o das mudas poder\u00e1 ser realizada da seguinte forma:<\/p>\n\n\n\n 1. M\u00e9todo ga\u00facho (l\u00e2minas ou t\u00e1buas)<\/strong>: a muda ser\u00e1 protegida por 2 peda\u00e7os de madeira (50 x 20 cm) contra o sol, nascente e poente. Assim, em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 superf\u00edcie do ch\u00e3o, as l\u00e2minas devem formar um \u00e2ngulo, cujo v\u00e9rtice situa-se acima do topo da muda. A l\u00e2mina maior fica inclinada sobre a muda pelo lado do sol da tarde (lado oeste ou sol poente), enquanto a l\u00e2mina menor fica encravada no solo pelo lado leste (sol nascente da manh\u00e3). Algus ervateiros adotam o sistema de usar apenas uma l\u00e2mina ou t\u00e1bua (50x20cm), colocando-a do lado do sol da tarde.<\/p>\n\n\n\n 2. M\u00e9todo argentino (poncho)<\/strong>: \u00e9 formado por uma estaca mais alta do que a muda, sendo que na parte superior desta estaca amarra-se um feixe de capim de colmo longo, que reveste a muda totalmente. O poncho, assim armado, \u00e9 cravado ao lado da muda rec\u00e9m plantada, de modo que o feixe, sendo aberto em leque, oferece boa prote\u00e7\u00e3o, principalmente do lado mais castigado pelo sol.<\/p>\n\n\n\n Irriga\u00e7\u00e3o das Mudas no Campo<\/strong><\/p>\n\n\n\n As mudas de erva-mate devem ser irrigadas no n\u00edvel de cada cova, sempre que houver estiagem superior a 20 dias. Tal medida dever\u00e1 ser observada at\u00e9 o enraizamento definitivo das mudas, ou seja, nos primeiros 6 meses de campo.<\/p>\n\n\n\n Replantio<\/strong><\/p>\n\n\n\n Ap\u00f3s um espa\u00e7o de 30 dias depois do plantio das mudas de erva-mate, efetua-se vistoria do erval, para se conhecer o n\u00famero de falhas na planta\u00e7\u00e3o. Caso n\u00e3o haja condi\u00e7\u00f5es de replantio na \u00e9poca da vistoria, dever\u00e1 ficar para o inverno seguinte. Neste caso, deve-se plantar mudas vigorosas, para que n\u00e3o apresentem desenvolvimento inferior \u00e0s que est\u00e3o no campo h\u00e1 um ano. Em ervais grandes, quando se efetua o plantio de mudas, somente quando as perdas forem superiores a 20% \u00e9 que ocorre o replantio. Em pequenos ervais, as regras s\u00e3o ajustadas pelo produtor.<\/p>\n\n\n\n Capinas Peri\u00f3dicas e Ro\u00e7adas <\/strong><\/p>\n\n\n\n As capinas devem ser realizadas assim que houver o aparecimento de ervas daninhas que possam concorrer com a erva-mate, em aduba\u00e7\u00e3o e umidade. A capina deve ser feita at\u00e9 os cinco anos, isto porque a erva-mate necessita de \u00e1rea limpa para se desenvolver.<\/p>\n\n\n\n A partir do quinto ano, utilizam-se ro\u00e7adas, que podem ser manuais ou mec\u00e2nicas, dependendo do espa\u00e7amento usado no erval. As ro\u00e7adas devem ser feitas na pr\u00e9-flora\u00e7\u00e3o das ervas daninhas. <\/p>\n\n\n\n Baseado nas experi\u00eancias argentinas de Missiones, podemos resumir nos seguintes t\u00f3picos as bases da limpeza de ervais plantados:<\/p>\n\n\n\n 1. N\u00e3o usar enxadas de forma excessiva junto das erveiras, substituindo-a por aduba\u00e7\u00e3o de cobertura por causa das ra\u00edzes superficiais.<\/p>\n\n\n\n 2. Durante os meses de mar\u00e7o\/abril, dever\u00e1 ser realizada a elimina\u00e7\u00e3o das ervas daninhas de ver\u00e3o, mediante a incorpora\u00e7\u00e3o ao solo de mat\u00e9ria org\u00e2nica resultante do adubo verde de inverno.<\/p>\n\n\n\n 3. A partir do 5o ano, as erveiras devem ser manejadas de forma a permitir a manuten\u00e7\u00e3o de faixas de adubo verde, lavoura ou pastagens. A altura da condu\u00e7\u00e3o das copas e o espa\u00e7amento das erveiras dever\u00e3o estar ajustados.<\/p>\n\n\n\n Tratos Silviculturais<\/strong><\/p>\n\n\n\n Poda<\/strong><\/p>\n\n\n\n A fun\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica das erveiras \u00e9 produzir folhas. Para isso \u00e9 necess\u00e1rio estimular a forma\u00e7\u00e3o e o crescimento de novos ramos e folhas. O aumento da produ\u00e7\u00e3o de folhas numa erveira \u00e9 obtido pela renova\u00e7\u00e3o dos galhos. Para tanto, existem 3 tipos de poda das erveiras:<\/p>\n\n\n\n Poda de forma\u00e7\u00e3o da Erveira<\/strong><\/p>\n\n\n\n 1. A poda de forma\u00e7\u00e3o permite que se projete o formato da erveira, dando-lhe uma copa tipo c\u00e1lice. Consiste em aparar-se a haste principal da erveira e eliminar todos os galhos tortos e entrela\u00e7ados. Tamb\u00e9m s\u00e3o cortados os brotos e os galhos que nascem na base do tronco e os galhos que tomam a dire\u00e7\u00e3o vertical.<\/p>\n\n\n\n 2. A poda de forma\u00e7\u00e3o das erveiras geralmente \u00e9 feita no final do inverno, durante os meses de agosto e setembro onde s\u00e3o m\u00ednimos os riscos de geadas; al\u00e9m disto a rebrota das plantas ainda n\u00e3o foi iniciada.<\/p>\n\n\n\n 3. 1\u00ba Corte: efetua-se ao final do 1\u00ba ano de campo. consiste no corte da haste principal de 10 a 15 cm acima do terreno. al\u00e9m disso selecionam-se 3 ramos vigorosos, despontando-os para serem os galhos-guia da futura copa da erveira. Quando a muda j\u00e1 tem bifurca\u00e7\u00e3o de galhos, faz-se a poda de 5 cent\u00edmetros acima da mesma. Abaixo do corte nascem diversos brotos.<\/p>\n\n\n\n 4. A inclina\u00e7\u00e3o do corte dos galhos deve ser orientada de forma a deixar o maior comprimento para fora. os novos brotos ir\u00e3o surgir mais do lado de fora dos galhos podados, abrindo a copa da erveira.<\/p>\n\n\n\n 5. 2\u00ba Corte: geralmente efetua-se ao final do 2\u00baano de campo da erveira. Consiste na escolha de 3 galhos vigorosos e voltados para fora da copa, a partir de cada galho-guia. Podam-se os galhos selecionados a uma dist\u00e2ncia de 10 a 40 cm de sua base. Os ramos verticais ou var\u00f5es s\u00e3o eliminados e os demais s\u00e3o despontados.<\/p>\n\n\n\n Recepa ou Decepa de Erveiras Velhas<\/strong><\/p>\n\n\n\n A recepa ou decepa \u00e9 uma pr\u00e1tica recomendada para aquelas \u00e1rvores que produzem poucos galhos e folhas, al\u00e9m de serem altas (10 a 15 metros) e inviabilizarem a colheita. Consiste em se cortar o tronco da erveira na altura de 1 a 2 metros, efetuando corte inclinado (em bisel), sem causar rachadura. Deve ser realizada no final do inverno (agosto). <\/p>\n\n\n\n O decepamento do tronco somente \u00e9 aconselhavel quando se encontra muito atacado por brocas, ou quando come\u00e7a a secar devido a qualquer problema espec\u00edfico, ou ent\u00e3o quando se deseja rebaixar erveiras adultas em meio a um erval de menor porte. <\/p>\n\n\n\n Para indiv\u00edduos muito velhos, a recepa deve ser feita junto ao solo, para permitir a forma\u00e7\u00e3o de brotos. Mais tarde, efetua-se a desbrota a fim de ficarem somente os dois melhores brotos no lugar da \u00e1rvore derrubada.Caso seja utilizada a motosserra, deve ser evitado o respingo do \u00f3leo no tronco da erveira cortada. Ele causa a morte das \u00e1rvores. O ideal ser\u00e1 a lubrificagem com \u00f3leo vegetal.<\/p>\n\n\n\n Poda de Forma\u00e7\u00e3o<\/p>\n\n\n\n Trata-se da verdadeira safra de erva. Consistente em cortar-se, a partir do 4\u00ba ou 5\u00ba ano de campo, as erveiras plantadas e formadas. A colheita consiste em despojar a \u00e1rvore e seus ramos, para aproveitamento das folhas e ramos pequeninos, que s\u00e3o as partes utiliz\u00e1veis na elabora\u00e7\u00e3o da erva cancheada.<\/p>\n\n\n\n 1. Freq\u00fc\u00eancia da poda: ser\u00e1 realizada a cada 2 anos (ou anualmente) nos ervais plantados. Retira-se em torno de 70% das folhas de cada erveira. Dever\u00e3o ser deixados at\u00e9 30% dos galhos e folhas, para manter a estrutura da \u00e1rvore e acelerar a recupera\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n 2. \u00c9poca de podar as erveiras: o ideal \u00e9 no inverno, antes de ocorrer a nova brota\u00e7\u00e3o. As folhas est\u00e3o maduras, e, a erveira est\u00e1 em repouso fisiol\u00f3gico. Recomenda-se efetuar o corte da erva-mate em dias l\u00edmpidos e ap\u00f3s a dissipa\u00e7\u00e3o do orvalho (ap\u00f3s 9 horas da manh\u00e3). Devem ser evitadas as primeiras horas da manh\u00e3 ou os dias chuvosos, para que n\u00e3o haja problemas de cicatriza\u00e7\u00e3o (evitando o apodrecimento de galhos). Normalmente colhe-se de maio a setembro, mas se concentrando nos meses de junho e julho.<\/p>\n\n\n\n 3. Forma de podar: deve-se cortar apenas os galhos anuais, retirando o pe\u00e3o central na altura de predom\u00ednio da massa da erveira. Geralmente um homem poda uma \u00e1rvore em 30 minutos. Deve-se manter a estrutura da \u00e1rvore (forma de c\u00e1lice).Quando \u00e9 utilizado o fac\u00e3o, deve-se fazer o corte transversalmente, de baixo para cima, a fim de que a parte exposta da incis\u00e3o fique protegida naturalmente contra geadas e os raios solares, e tamb\u00e9m para que se evite lascar o ramo podado.Quando se utilizam ferramentas novas, ou sempre que forem amoladas (afiadas), \u00e9 preciso retirar as limalhas para deix\u00e1-las limpas.<\/p>\n\n\n\n Quest\u00e3o Safrinha <\/strong><\/p>\n\n\n\n Trata-se da t\u00edpica safra de interesse das ind\u00fastrias, devido \u00e0 renova\u00e7\u00e3o dos estoques da erva -mate e uso da m\u00e3o-de-obra da ind\u00fastria na entre-safra. Consiste em efetuar-se a colheita no ver\u00e3o (geralmente em janeiro), no auge do crescimento da erveira. Normalmente, a planta recupera-se bem. O produto obtido \u00e9 mais fraco, com folhas pouco espessas e com muita \u00e1gua (o rendimento em peso cai muito).<\/p>\n\n\n\n Os principais riscos para planta s\u00e3o as geadas precoces e a insola\u00e7\u00e3o. Nos dois casos, ocorre rachadura de casca, ressecamento de galhos e tronco, al\u00e9m da morte da brota\u00e7\u00e3o. Inclusive, pode ocorrer a morte da \u00e1rvore, nos casos mais graves. Assim, a decis\u00e3o \u00e9 muito particular. Ela n\u00e3o \u00e9 recomendada do ponto de vista t\u00e9cnico.<\/p>\n\n\n\n Produtividade e Rendimento<\/strong><\/p>\n\n\n\n O rendimento varia conforme o solo, a regi\u00e3o, a idade da planta e, principalmente, conforme as t\u00e9cnicas de manejo do erval. Nos ervais plantados, a erveira adulta atinge mais de 4 metros de altura e um diametro m\u00e1ximo de copa de 3 metros. Isso contribui com um alto rendimento ao corte.A produtividade m\u00e9dia das \u00e1rvores estabiliza-se aos 10-12 anos, sendo a m\u00e9dia em torno de 15 a 20 quilos (uma arroba) por \u00e1vore. Erveiras nativas de maior porte, chegam a dar de 80 a 180 quilos (6 a 12 arrobas) de mat\u00e9ria verde por \u00e1rvore, em podas a cada 3 anos. O rendimento em erva-seca \u00e9 ao redor de 30% da colheita da erva verde.<\/p>\n\n\n\n Ferramentas usadas nas Podas<\/strong><\/p>\n\n\n\n Para escolher a melhor ferramenta de poda, deve-se ter preocupa\u00e7\u00e3o com a estrutura da erveira e com a produtividade dos anos seguintes. A rapidez do servi\u00e7o do podador \u00e9 o menos importante. Todas as vezes que forem usadas ferramentas novas ou que tenham sido amoladas (afiadas), deve ser utilizado \u00f3leo vegetal para retirar as limalhas. As ferramentas de poda precisam estar bem afiadas antes de serem usadas. O fac\u00e3o \u00e9 mais usado, empregando-se de baixo para cima, para cortar os galhos. A tesoura de poda, apesar de ser mais lenta, \u00e9 a ideal na poda de forma\u00e7\u00e3o. Nas erveiras altas, pode-se usar o pod\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n Beneficiamento da Erva Mate<\/strong><\/p>\n\n\n\n O beneficiamento da erva-mate compreende duas partes bem distintas – o ciclo de cancheamento e o ciclo da industrializa\u00e7\u00e3o \u2013 executados respectivamente pelo produtor e pela ind\u00fastria.<\/p>\n\n\n\n Cancheamento<\/strong><\/p>\n\n\n\n Envolve os processos de limpeza do erval, aliado ao corte, sapeco, secagem, malha\u00e7\u00e3o e moagem realizados na erva-mate que constituem o primeiro ciclo do preparo da erva. O produto resultante deste processo \u00e9 a erva cancheada. O processo mec\u00e2nico de cancheamento da erva-mate possui vantagens em rela\u00e7\u00e3o a outros processos:<\/p>\n\n\n\n 1. A erva preparada mecanicamente n\u00e3o sofre o sapeco manual (uma opera\u00e7\u00e3o penosa, geralmente executada com irregularidade).<\/p>\n\n\n\n 2. Por ocasi\u00e3o da sapecagem manual, muitos ramos finos enfolhados s\u00e3o perdidos, porque n\u00e3o podem ser expostos \u00e0s labaredas. Ao passo que no sapeco mec\u00e2nico, a erva \u00e9 inteiramente aproveitada, pois o processo exige mesmo material fino (isto \u00e9, ramos destacados das \u00faltimas ramifica\u00e7\u00f5es).<\/p>\n\n\n\n 3. O sabor e o aroma da fuma\u00e7a que caracterizam a erva de carijo, e menos acentuadamente a de barbaqu\u00e1s, n\u00e3o s\u00e3o percebidos no produto elaborado mecanicamente.<\/p>\n\n\n\n 4. O consumo de lenha, tanto no barbaqu\u00e1 quanto no carijo, \u00e9 muito maior que quando se emprega o m\u00e9todo mec\u00e2nico para preparar a erva cancheada.<\/p>\n\n\n\n 5. A elabora\u00e7\u00e3o mec\u00e2nica \u00e9 feita ao abrigo das chuvas, ao passo que o preparo manual, feito em parte ao ar livre, depende das condi\u00e7\u00f5es do tempo.<\/p>\n\n\n\n 6. O processo mec\u00e2nico \u00e9 mais higi\u00eanico, pois se processa ao abrigo do p\u00f3 e praticamente sem contato manual.<\/p>\n\n\n\n 7. A rapidez do processo \u00e9 uma grande vantagem. Enquanto a sapecagem e a tritura\u00e7\u00e3o nos cilindros movidos \u00e0 m\u00e1quina podem demorar cerca de 10 minutos, no preparo manual a dura\u00e7\u00e3o \u00e9, pelo menos, de 10 horas (considerando o sapeco ao ar livre, a secagem no carijo ou no barbaqu\u00e1 e a tritura\u00e7\u00e3o na cancha).<\/p>\n\n\n\n 8. A erva preparada mecanicamente se apresenta bem uniforme, limpa, sem gosto de fuma\u00e7a, de excelente aspecto e qualidade. Enfim, um produto capaz de ser exportado mesmo para os pa\u00edses mais exigentes.<\/p>\n\n\n\n Reda\u00e7\u00e3o Ambiente Brasil<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"