{"id":1949,"date":"2009-03-31T14:56:05","date_gmt":"2009-03-31T14:56:05","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T20:02:07","modified_gmt":"2021-07-10T23:02:07","slug":"elaboracao_do_projeto","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/florestal\/silvicultura\/elaboracao_do_projeto.html","title":{"rendered":"Elabora\u00e7\u00e3o do Projeto"},"content":{"rendered":"\n

A elabora\u00e7\u00e3o de um projeto florestal merece a participa\u00e7\u00e3o de t\u00e9cnicos de forma\u00e7\u00f5es multidisciplinares, para contemplar todos os aspectos cujas influ\u00eancias definir\u00e3o o sucesso do empreendimento.<\/p>\n\n\n\n

Um projeto bem elaborado deve contemplar o in\u00edcio e o t\u00e9rmino do estabelecimento do plantio, as defini\u00e7\u00f5es das opera\u00e7\u00f5es a serem executadas, material gen\u00e9tico  e, por fim, um cronograma  de atividades e or\u00e7amento bem definido.<\/p>\n\n\n\n

Defini\u00e7\u00e3o do Material Gen\u00e9tico<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Este \u00e9 o fator de maior import\u00e2ncia em todo o projeto florestal, tendo como base a complexidade dos fatores ambientais, descritos anteriormente e que devem ser contemplados. Uma falha nesta fase pode comprometer todo o sucesso do empreendimento e o futuro abastecimento de mat\u00e9ria-prima, que, por sua vez,  poder\u00e1 comprometer a performance e talvez a sobreviv\u00eancia da pr\u00f3pria  ind\u00fastria.<\/p>\n\n\n\n

A elei\u00e7\u00e3o do g\u00eanero e da esp\u00e9cie no projeto devem estar completamente alinhados \u00e0s necessidades, caracter\u00edsticas e qualidade da mat\u00e9ria-prima da ind\u00fastria.<\/p>\n\n\n\n

Neste aspecto, fatores como  a proced\u00eancia, grau de melhoramento gen\u00e9tico e m\u00e9todo de produ\u00e7\u00e3o das mudas ter\u00e3o pesos significativos nos custos de forma\u00e7\u00e3o florestal e no resultado da produtividade futura da floresta.<\/p>\n\n\n\n

Produ\u00e7\u00e3o de Mudas<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Nas \u00faltimas d\u00e9cadas, a produ\u00e7\u00e3o de mudas tem passado por profundas e significativas evolu\u00e7\u00f5es. H\u00e1 pouco tempo, a forma\u00e7\u00e3o de mudas era essencialmente realizada  atrav\u00e9s  de  sementes e em recipientes de sacos pl\u00e1sticos ou outros de qualidade ainda inferiores a este . Mais precisamente na d\u00e9cada de oitenta, foram introduzidas alternativas  consideradas at\u00e9 ent\u00e3o revolucion\u00e1rias no sistema de produ\u00e7\u00e3o de mudas, principalmente as de eucalipto.<\/p>\n\n\n\n

As principais inova\u00e7\u00f5es foram  ocasionadas atrav\u00e9s de uma s\u00e9rie de automa\u00e7\u00f5es nos viveiros florestais brasileiros, entre elas, a produ\u00e7\u00e3o de mudas em s\u00e9rie atrav\u00e9s de viveiros modulados e  compartimentalizados, em que cada fase do crescimento ficou bem definida.<\/p>\n\n\n\n

A automa\u00e7\u00e3o dos viveiros possibilitou tamb\u00e9m a utiliza\u00e7\u00e3o de outros recipientes, como os tubetes, resultando numa expressiva redu\u00e7\u00e3o de custos, rendimentos operacionais, al\u00e9m da grande melhoria na qualidade das mudas,  principalmente sob o aspecto de forma\u00e7\u00e3o do sistema radicular e aspectos fitossanit\u00e1rios, por possibilitar suas disposi\u00e7\u00f5es a n\u00edveis mais elevados em rela\u00e7\u00e3o ao solo.Tamb\u00e9m na d\u00e9cada de oitenta, sementes com alto grau de melhoramento gen\u00e9tico, como as gera\u00e7\u00f5es F2 e h\u00edbridas, tiveram suas contribui\u00e7\u00f5es no aumento da qualidade dos povoamentos florestais. Ainda neste per\u00edodo, o processo da propaga\u00e7\u00e3o vegetativa,  micropropaga\u00e7\u00e3o e cultura de tecidos foram os destaques entre os fatores que mais contribu\u00edram para o incremento da produtividade.<\/p>\n\n\n\n

A defini\u00e7\u00e3o de um ou outro sistema de produ\u00e7\u00e3o de mudas e a escolha do material gen\u00e9tico mais ou menos evolu\u00eddo afetar\u00e3o substancialmente os custos do projeto.<\/p>\n\n\n\n

Preparo da \u00c1rea<\/strong><\/p>\n\n\n\n

O in\u00edcio das opera\u00e7\u00f5es de implanta\u00e7\u00e3o de um projeto florestal apresenta in\u00fameras vari\u00e1veis,  dependendo da esp\u00e9cie a ser  cultivada e principalmente das condi\u00e7\u00f5es do relevo, solo e clima.<\/p>\n\n\n\n

A abertura de carreadores e estradas normalmente \u00e9 o in\u00edcio do processo, vindo em seguida o desmatamento (ou limpeza da vegeta\u00e7\u00e3o), o qual pode ser representado pela vegeta\u00e7\u00e3o nativa ou restos da cultura vegetal da pr\u00f3pria esp\u00e9cie em cultivo.<\/p>\n\n\n\n

A execu\u00e7\u00e3o desta atividade requer  m\u00e1quinas pesadas, ro\u00e7adas mec\u00e2nicas, manuais ou qu\u00edmicas,  dependendo do grau de infesta\u00e7\u00e3o da vegeta\u00e7\u00e3o ou do grau de mecaniza\u00e7\u00e3o que se pretende adotar.<\/p>\n\n\n\n

Controle de Formigas<\/strong><\/p>\n\n\n\n

As formigas cortadeiras s\u00e3o as principais pragas no estabelecimento de um povoamento florestal, com potencialidade de danos significativos inclusive durante os anos de crescimento da floresta.<\/p>\n\n\n\n

Ap\u00f3s a limpeza de vegeta\u00e7\u00e3o, enleiramento, ro\u00e7adas ou tritura\u00e7\u00e3o de res\u00edduos florestais, recomenda-se a espera de aproximadamente 30 dias para que o combate \u00e0s formigas seja iniciado, tempo suficiente para que os formigueiros se restabele\u00e7am e retornem \u00e0s suas atividades normais.<\/p>\n\n\n\n

Normalmente nas \u00e1reas propensas \u00e0s infesta\u00e7\u00f5es de formigas, ocorrem diversas esp\u00e9cies e at\u00e9 g\u00eaneros diferentes, o que exige diferentes m\u00e9todos,  processos e produtos para seu eficiente controle.<\/p>\n\n\n\n

As formigas consideradas potencialmente mais cr\u00edticas em termos de danos \u00e0 silvicultura brasileira, e que ocorrem em quase todos os estados, s\u00e3o as do g\u00eanero Atta,  comumente conhecidas como sa\u00favas, e as  Acromyrmex.<\/p>\n\n\n\n

V\u00e1rios m\u00e9todos e produtos para o controle s\u00e3o normalmente utilizados, muito embora os controles manuais com inseticidas granulados, atualmente \u00e0 base de sulfluramidas, s\u00e3o os mais empregados e recomendados, devido ao menor dano ao meio ambiente e pela maior disponibilidade no mercado, o que  os tornam mais competitivos em termos de custos e porque sua  distribui\u00e7\u00e3o no campo torna-se bastante pr\u00e1tica e com alto rendimento operacional, fazendo com que seu custo seja viabilizado.<\/p>\n\n\n\n

Outros produtos como os termonebuliz\u00e1veis, s\u00e3o tamb\u00e9m empregados em larga escala e com bastante sucesso em algumas regi\u00f5es, principalmente onde a infesta\u00e7\u00e3o com esp\u00e9cies de sa\u00fava \u00e9 muito elevada. Os custos,  rendimento e efici\u00eancia do controle, s\u00e3o largamente vari\u00e1veis em fun\u00e7\u00e3o do grau de infesta\u00e7\u00e3o, sistema operacional e produto utilizado; por isso \u00e9 fundamental um bom planejamento t\u00e9cnico florestal.<\/p>\n\n\n\n

Preparo do Solo<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Nesta opera\u00e7\u00e3o incidem o preparo do solo propriamente dito e as opera\u00e7\u00f5es de sua conserva\u00e7\u00e3o. O  preparo tem por  objetivo potencializar as condi\u00e7\u00f5es ambientais para o m\u00e1ximo aproveitamento de todos os recursos dispon\u00edveis ao crescimento das mudas.<\/p>\n\n\n\n

O preparo do solo com \u00eanfase \u00e0 conserva\u00e7\u00e3o \u00e9 feito com intuito da preserva\u00e7\u00e3o contra eros\u00f5es, perda de nutrientes e reten\u00e7\u00e3o da \u00e1gua e mat\u00e9ria org\u00e2nica, fundamentais e indispens\u00e1veis para a perpetua\u00e7\u00e3o da produtividade florestal. Nesse caso, tanto o preparo quanto o plantio dever\u00e3o ser efetuados preferencialmente  em curvas de n\u00edvel.<\/p>\n\n\n\n

Uma ampla variedade de m\u00e1quinas e equipamentos \u00e9 utilizada na efetiva\u00e7\u00e3o desta opera\u00e7\u00e3o, normalmente m\u00e1quinas mais pesadas s\u00e3o as preferidas em solos mais argilosos e  agregados, e m\u00e1quinas mais leves ou de menor pot\u00eancia para solos arenosos e com baixa  estrutura\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Os custos desta opera\u00e7\u00e3o s\u00e3o dependentes diretos do tipo de m\u00e1quina a ser usada e do grau de preparo necess\u00e1rio. Preparos manuais tamb\u00e9m podem ser executados em situa\u00e7\u00f5es nas quais a viabiliza\u00e7\u00e3o de m\u00e1quinas fica  comprometida.<\/p>\n\n\n\n

Aduba\u00e7\u00e3o<\/strong><\/p>\n\n\n\n

A primeira aduba\u00e7\u00e3o, tamb\u00e9m chamada de aduba\u00e7\u00e3o de plantio, normalmente \u00e9 realizada concomitantemente ao preparo do solo ou sulcamento. No passado, as aduba\u00e7\u00f5es em eucalipto com os elementos  N, P e K  e formula\u00e7\u00f5es pr\u00f3ximas de 10:20:10 eram quase que unanimidades  nas empresas florestais, mesmo sabendo que muitas delas eram localizadas em condi\u00e7\u00f5es completamente distintas. Contudo, com o passar dos anos e a introdu\u00e7\u00e3o de materiais clonais com comportamento e necessidades nutriciais diferenciados, mais ou menos responsivos \u00e0s aduba\u00e7\u00f5es, houve a necessidade de defini\u00e7\u00e3o de novas formula\u00e7\u00f5es, combina\u00e7\u00f5es e dosagens, considerando as inter-rela\u00e7\u00f5es entre ambiente e material gen\u00e9tico.<\/p>\n\n\n\n

Para a contempla\u00e7\u00e3o destas inter-rela\u00e7\u00f5es, tem-se utilizado um conceito bastante moderno,  denominado de  unidades de manejo qu\u00edmico (U.M.Q.).<\/p>\n\n\n\n

Atualmente, na maioria  das empresas florestais, as unidades de U.M.Q. contemplam n\u00e3o somente as aduba\u00e7\u00f5es \u00e0 base dos nutrientes N, P, K, Ca e Mg, como tamb\u00e9m leva em considera\u00e7\u00e3o as necessidades de diferentes micronutrientes, como B, Zn, Cu e Mn, principalmente.<\/p>\n\n\n\n

Outras aduba\u00e7\u00f5es tamb\u00e9m empregadas s\u00e3o as denominadas de aduba\u00e7\u00f5es org\u00e2nicas, atrav\u00e9s do uso de res\u00edduos industriais, como cinza de caldeiras de biomassa , res\u00edduos de clarificadores, e, em casos peculiares, res\u00edduos do tratamento de lixo urbano.<\/p>\n\n\n\n

Tratos Culturais<\/strong><\/p>\n\n\n\n

S\u00e3o  todas as opera\u00e7\u00f5es florestais com a\u00e7\u00e3o de elimina\u00e7\u00e3o da concorr\u00eancia  da cultura em quest\u00e3o com  outras plantas, classificadas como ervas daninhas. O per\u00edodo de maior aten\u00e7\u00e3o com tratos culturais \u00e9 aquele  que corresponde \u00e0 fase de estabelecimento e adapta\u00e7\u00e3o das mudas \u00e0s novas condi\u00e7\u00f5es do campo.<\/p>\n\n\n\n

Tipos de Tratos Culturais:<\/strong><\/p>\n\n\n\n