{"id":1875,"date":"2009-03-26T14:16:15","date_gmt":"2009-03-26T14:16:15","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T20:13:22","modified_gmt":"2021-07-10T23:13:22","slug":"projeto_dendrogene","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/florestal\/programas_e_projetos\/projeto_dendrogene.html","title":{"rendered":"Projeto Dendrogene"},"content":{"rendered":"\n
\"q\"\/<\/figure>\n\n\n\n
<\/div>\n\n\n\n

Conserva\u00e7\u00e3o Gen\u00e9tica em Florestas Manejadas na Amaz\u00f4nia<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Uso e conserva\u00e7\u00e3o da floresta tropical. Estas s\u00e3o as palavras-chave do Projeto Dendrogene, iniciado em 2000 sob o financiamento da Embrapa Amaz\u00f4nia Oriental (Bel\u00e9m-PA) e Departamento para o Desenvolvimento Internacional (DFID), do Governo Brit\u00e2nico. O Dendrogene (dendro = \u00e1rvore e gene = gen\u00e9tica) desenvolve meios de avaliar os impactos da explora\u00e7\u00e3o florestal sobre a biodiversidade tendo em vista a sustentabilidade a longo prazo. Trata-se dos impactos sobre a capacidade da floresta de se regenerar, ou seja, de garantir, atrav\u00e9s dos processos de reprodu\u00e7\u00e3o, a continuidade das diferentes esp\u00e9cies.<\/p>\n\n\n\n

A Amaz\u00f4nia \u00e9 um dos mais ricos e biologicamente diversificados ecossistemas do mundo e a explora\u00e7\u00e3o madeireira tem destaque na economia regional gerando em torna de 600 mil empregos e movimentando recursos de 2 a 3 bilh\u00f5es de reais anuais. Portanto, o uso sustent\u00e1vel e a conserva\u00e7\u00e3o de florestas tropicais \u00e9 uma das maiores preocupa\u00e7\u00f5es do governo, do setor privado, das ONGs e da sociedade em geral.<\/p>\n\n\n\n

Baseado no conhecimento atual e novas pesquisas, o Projeto Dendrogene desenvolve novas ferramentas que promovam o manejo florestal sustent\u00e1vel, isto \u00e9, o manejo que concilie o uso dos recursos florestais e a sua conserva\u00e7\u00e3o garantindo assim a qualidade de vida de pessoas por v\u00e1rias gera\u00e7\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n

Atualmente, o setor florestal n\u00e3o consegue identificar as esp\u00e9cies utilizadas com confiabilidade. O projeto desenvolve fichas de identifica\u00e7\u00e3o e cursos de identifica\u00e7\u00e3o bot\u00e2nica. Espera-se produzir fichas para mais de 50 esp\u00e9cies e promover a profissionaliza\u00e7\u00e3o da identifica\u00e7\u00e3o no setor florestal.<\/p>\n\n\n\n

O setor tamb\u00e9m n\u00e3o leva em conta as caracter\u00edsticas das esp\u00e9cies em seu manejo, como todas se comportassem igualmente. O projeto disponibiliza as caracter\u00edsticas especificas em uma base de dados (Dendrobase), desenvolve um modelo de simula\u00e7\u00e3o para avaliar os poss\u00edveis impactos em cada esp\u00e9cie e desenvolve um software para facilitar a aplica\u00e7\u00e3o desses conhecimentos \u00e0s decis\u00f5es de manejo.<\/p>\n\n\n\n

Espera-se tamb\u00e9m que as informa\u00e7\u00f5es geradas pelo Dendrogene possam contribuir no direcionamento de pol\u00edticas p\u00fablicas para manejo florestal na Amaz\u00f4nia.<\/p>\n\n\n\n

Devido \u00e0 dimens\u00e3o do projeto, ele conta com parcerias de diversas institui\u00e7\u00f5es de pesquisa nacionais e internacionais, al\u00e9m do envolvimento de outros grupos de interesse ligados ao setor florestal, incluindo comunidades, empresas madeireiras e universidades.<\/p>\n\n\n\n

Projeto Dendrogene<\/strong><\/p>\n\n\n\n

O projeto Dendrogene faz parte do programa de coopera\u00e7\u00e3o ambiental dos governos brasileiro e brit\u00e2nico. Uma equipe multidisciplinar da Embrapa Amaz\u00f4nia Oriental \u00e9 respons\u00e1vel pelo projeto e conta com a colabora\u00e7\u00e3o de cientistas interessados de outras institui\u00e7\u00f5es regionais, nacionais e internacionais. O professor Gene Namkoong atua como Conselheiro Cientifico do projeto.<\/p>\n\n\n\n

O projeto, Conserva\u00e7\u00e3o Gen\u00e9tica em Florestas Manejadas da Amaz\u00f4nia, nasceu por causa da preocupa\u00e7\u00e3o com a sustentabilidade de uso das florestas nativas da regi\u00e3o amaz\u00f4nica. O desmatamento e a explora\u00e7\u00e3o predat\u00f3ria da madeira provocaram o mais novo ciclo de altos e baixos. O p\u00fablico, a sociedade civil, o governo e mesmo parte do setor privado buscam uma alternativa. Neste sentido, a introdu\u00e7\u00e3o de princ\u00edpios b\u00e1sicos de manejo e um enfoque na redu\u00e7\u00e3o de danos (explora\u00e7\u00e3o de baixo impacto), s\u00e3o passos importantes e priorit\u00e1rios, mas n\u00e3o suficientes.<\/p>\n\n\n\n

Os avan\u00e7os em gen\u00e9tica alertam para a import\u00e2ncia de considerar a biodiversidade em seus elementos b\u00e1sicos para garantir o seu futuro e os avan\u00e7os em inform\u00e1tica permitem trabalhar com sistemas complexos como a floresta tropical. Sem d\u00favida, a grande parte da floresta ser\u00e1 utilizada para o benef\u00edcio da sociedade e especialmente para melhorar a qualidade de vida dos mais marginalizados, mas n\u00e3o podemos ter o pre\u00e7o da perda da pr\u00f3pria floresta. Precisamos nos esfor\u00e7ar para entender o funcionamento da floresta e assim buscar conserv\u00e1-la para futuras gera\u00e7\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n

O car\u00e1ter do projeto \u00e9 inovador na utiliza\u00e7\u00e3o dos conhecimentos e novas tecnologias na busca da sustentabilidade do manejo florestal e, desde o in\u00edcio, o mesmo foi concebido como um projeto que necessitaria de colabora\u00e7\u00e3o multi-institucional. Houve um workshop para a aprecia\u00e7\u00e3o da comunidade nacional e internacional interessada no tema e o projeto foi formalmente aprovado em novembro de 1999 para um per\u00edodo de cinco anos.<\/p>\n\n\n\n

O projeto efetivamente come\u00e7ou no in\u00edcio do ano 2000 com um workshop de implementa\u00e7\u00e3o (workshop00.pdf) reunindo especialistas para planejamento e lan\u00e7ando o projeto ao p\u00fablico geral.<\/p>\n\n\n\n

A meta global do projeto \u00e9 o uso sustent\u00e1vel e a conserva\u00e7\u00e3o dos recursos gen\u00e9ticos das florestas tropicais \u00famidas da regi\u00e3o da Amaz\u00f4nia Brasileira. Especificamente, o objetivo \u00e9 desenvolver mecanismos para usar o conhecimento cientifico (bot\u00e2nica, ecologia reprodutiva, e gen\u00e9tica), em promover o manejo florestal sustent\u00e1vel. A premissa \u00e9 que existe muita pesquisa, mas em geral est\u00e1 desconectada e n\u00e3o efetivamente disponibilizada, portanto ela n\u00e3o tem tido o devido impacto para os gerentes de floresta.<\/p>\n\n\n\n

O projeto contribuir\u00e1 ao desenvolvimento de crit\u00e9rios e indicadores pr\u00e1ticos de sustentabilidade gen\u00e9tica do manejo florestal. Ser\u00e3o indicados tamb\u00e9m aprimoramentos a curto prazo para assegurar a sustentabilidade do manejo florestal, e assim manter os meios de vida das pessoas que dependem deste importante recurso da regi\u00e3o e ao mesmo tempo, conservar a diversidade biol\u00f3gica e assegurar os benef\u00edcios ambientais da floresta.<\/p>\n\n\n\n

Foram identificados quatro elementos importantes para alcan\u00e7ar os objetivos do projeto:<\/p>\n\n\n\n

1 .Identifica\u00e7\u00e3o correta de esp\u00e9cies<\/strong>: um problema para a ind\u00fastria, o mercado e a pesquisa. O projeto pretende capacitar atores chaves ligados ao setor.<\/p>\n\n\n\n

Por que \u00e9 importante para o setor madeireiro?<\/strong><\/p>\n\n\n\n

A incr\u00edvel diversidade das florestas amaz\u00f4nicas \u00e9 de conhecimento p\u00fablico. Isto torna a tarefa de identificar as plantas, bastante complexa. O setor madeireiro atualmente depende de conhecimento local, o que resulta em agrupamento de esp\u00e9cies diferentes, em enfoque nas esp\u00e9cies mais conhecidas, e em dificuldade de relacionar a informa\u00e7\u00e3o do local (nome comum) \u00e0 informa\u00e7\u00e3o cient\u00edfica e do mercado que \u00e9 acessado atrav\u00e9s do nome cient\u00edfico. Mesmo para a pesquisa associada \u00e0 flora, a identifica\u00e7\u00e3o correta \u00e9 um dos grandes desafios. Os madeireiros que se preocupam com a identifica\u00e7\u00e3o correta das plantas exploradas s\u00f3 t\u00eam a ganhar tempo e dinheiro.<\/p>\n\n\n\n

Por que tempo?<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Porque \u00e9 importante retirar da mata apenas a madeira que foi solicitada pelo cliente. Saber a quantidade dispon\u00edvel e onde se encontra e, conseq\u00fcentemente, o quanto pode oferecer e quando.<\/p>\n\n\n\n

Por que dinheiro?<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Porque economiza os sal\u00e1rios dos empregados e todo o investimento desperdi\u00e7ado se a madeira n\u00e3o \u00e9 aquela que o cliente solicitou.<\/p>\n\n\n\n

A import\u00e2ncia do herb\u00e1rio na identifica\u00e7\u00e3o.<\/strong><\/p>\n\n\n\n

O herb\u00e1rio \u00e9 um instrumento de pesquisa para muitos ramos da biologia. Fitoqu\u00edmicos e farmac\u00eauticos utilizam-se dele para identificar a esp\u00e9cie da qual extraem subst\u00e2ncias, mat\u00e9ria-prima para medicamentos. A identifica\u00e7\u00e3o correta \u00e9 igualmente importante para o setor madeireiro. Atrav\u00e9s de compara\u00e7\u00f5es de amostras de campo com amostras de folhas, flores, frutos e madeiras depositadas nas cole\u00e7\u00f5es do herb\u00e1rio, \u00e9 poss\u00edvel alcan\u00e7ar a identifica\u00e7\u00e3o correta da esp\u00e9cie, assegurando a explora\u00e7\u00e3o da madeira com as caracter\u00edsticas desejadas pelo mercado.<\/p>\n\n\n\n

2. Cria\u00e7\u00e3o de uma base de dados, Dendrobase<\/strong>: armazenamento de dados sobre as esp\u00e9cies. Essencial para a integra\u00e7\u00e3o de dados.<\/p>\n\n\n\n

O que \u00e9 Dendrobase?<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Dendrobase \u00e9 uma base de dados de sistemas gen\u00e9ticos para esp\u00e9cies arb\u00f3reas tropicais, que dever\u00e1 servir, numa primeira inst\u00e2ncia, para organizar e sistematizar as informa\u00e7\u00f5es existentes sobre; fenologia de florescimento e frutifica\u00e7\u00e3o, sistemas sexuais, polinizadores, informa\u00e7\u00f5es gen\u00e9ticas e dispersores de sementes e que podem ser utilizados para definir importantes faixas de par\u00e2metros para futuros trabalhos de modelagem gen\u00e9tica.<\/p>\n\n\n\n

Em situa\u00e7\u00f5es onde, para a maioria das esp\u00e9cies, dados \u201cbrutos\u201d para inicializa\u00e7\u00e3o e parametriza\u00e7\u00e3o do modelos s\u00e3o raros, como \u00e9 o caso para esp\u00e9cies tropicais, a organiza\u00e7\u00e3o de uma base de dados \u00e9 essencial, para servir como apoio para gera\u00e7\u00e3o de dados, que possam ser utilizados como valores iniciais ou par\u00e2metros para a simula\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Por que a modelagem gen\u00e9tica?<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Embora os estudos individuais de ecologia reprodutiva, gen\u00e9tica e ecologia de pl\u00e2ntulas, possam ser executados com sucesso, devem-se buscar mecanismos que possibilitem a aplica\u00e7\u00e3o integrada dessas informa\u00e7\u00f5es para orientar as atividades operacionais do manejo florestal. Neste sentido, a modelagem pode representar uma importante “ferramenta” para a aplica\u00e7\u00e3o dessas informa\u00e7\u00f5es na operacionaliza\u00e7\u00e3o dessas atividades, e atrav\u00e9s da integra\u00e7\u00e3o e coordena\u00e7\u00e3o desses estudos isolados, identificar lacunas ou mesmo prioridades a serem pesquisadas.<\/p>\n\n\n\n

Qual \u00e9 a estrutura da base de dados?<\/strong><\/p>\n\n\n\n

A base de dados consiste de 10 tabelas principais. As informa\u00e7\u00f5es dessas tabelas est\u00e3o \u201cligadas\u201d aos diferentes campos chave. A tabela de ESP\u00c9CIES, por exemplo, cont\u00e9m uma lista de esp\u00e9cies que \u00e9 vinculada \u00e0 lista de fam\u00edlias (tabela FAM\u00cdLIAS). Informa\u00e7\u00f5es sobre Fluxo G\u00eanico, Sistemas de Acasalamento, Dados Gen\u00e9ticos, Fenologia e Dados De Parcelas, ficam armazenadas em tabelas individuais. As tabelas, Literatura e Parcelas, indicam a fonte das informa\u00e7\u00f5es<\/p>\n\n\n\n

Que tipo de informa\u00e7\u00f5es podem ser geradas?<\/strong><\/p>\n\n\n\n

A partir de um Programa de An\u00e1lise de Parcelas (PAP), desde que algumas informa\u00e7\u00f5es b\u00e1sicas sejam fornecidas, podem ser gerados v\u00e1rios \u00edndices para diferentes esp\u00e9cies a n\u00edvel de parcelas tais como: Diversidade de Esp\u00e9cies (D=Simpson-Index), Equidade (E), \u00cdndice de Agrega\u00e7\u00e3o (R), Diferencia\u00e7\u00e3o de Di\u00e2metro (SD), \u00cdndice de Segrega\u00e7\u00e3o (S), e \u00cdndices para o Estoque M\u00ednimo das Esp\u00e9cies (EM). A obten\u00e7\u00e3o de \u00edndices para o estoque m\u00ednimo que podem ser aplicados atrav\u00e9s do software de planejamento de explora\u00e7\u00e3o florestal (Trema), \u00e9 um dos importantes objetivos desta base de dados. Valores baixos para \u00cdndices de Avalia\u00e7\u00e3o, significariam riscos relativamente altos para a sustentabilidade gen\u00e9tica da respectiva esp\u00e9cie. Portanto, para essas esp\u00e9cies, um maior n\u00famero de \u00e1rvores parentais deveria permanecer ap\u00f3s a explora\u00e7\u00e3o florestal.<\/p>\n\n\n\n

Situa\u00e7\u00e3o Atual e Perspectivas Futuras.<\/strong><\/p>\n\n\n\n

A efici\u00eancia da base de dados e a signific\u00e2ncia da an\u00e1lise dos dados e da avalia\u00e7\u00e3o das esp\u00e9cies, aumentar\u00e3o com o aumento do n\u00edvel de conhecimento armazenado nas diversas tabelas. Portanto, um uso transparente desta base em rede (network), seria a melhor forma de \u201calimentar\u201d este sistema. Agrupar os conhecimentos gerados por diferentes grupos institucionais ser\u00e1 um grande passo a ser dado. A opera\u00e7\u00e3o desta base de dados, via internet com uma organiza\u00e7\u00e3o sistem\u00e1tica, resguardando os devidos direitos de uso, se constitui num grande desafio para o futuro. Mesmo se a modelagem tiver restri\u00e7\u00f5es no futuro, esta base de dados por si s\u00f3, poder\u00e1 ser de grande import\u00e2ncia, tanto pela gera\u00e7\u00e3o de indicadores e n\u00edveis cr\u00edticos de sustentabilidade gen\u00e9tica no manejo florestal, quanto pela possibilidade de reunir o conhecimento existente sobre sistemas gen\u00e9ticos das esp\u00e9cies arb\u00f3reas tropicais. Adicionalmente, contribuir\u00e1 \u00e0 melhoria do planejamento das pesquisas, coordena\u00e7\u00e3o, prioriza\u00e7\u00e3o e inclusive a disponibilidade dos dados existentes.<\/p>\n\n\n\n

3. Adapta\u00e7\u00e3o de um modelo de simula\u00e7\u00e3o, Ecogene, para as florestas tropicais<\/strong>: Este modelo, desenvolvido para floresta temperada, tem de ser adaptado \u00e0 floresta tropical. \u00c9 uma poderosa ferramenta de an\u00e1lise para simular impactos de manejo na estrutura gen\u00e9tica de uma popula\u00e7\u00e3o de \u00e1rvores ao longo do tempo.<\/p>\n\n\n\n

O modelo de simula\u00e7\u00e3o, Ecogene, foi desenvolvido para analisar os impactos antr\u00f3picos ao sistema gen\u00e9tico de esp\u00e9cies arb\u00f3reas florestais. A din\u00e2mica de estruturas gen\u00e9ticas pode ser simulada em espa\u00e7o e tempo a partir de dados iniciais da estrutura gen\u00e9tica da popula\u00e7\u00e3o e par\u00e2metros relacionados aos processos gen\u00e9ticos chave e de crescimento florestal.<\/p>\n\n\n\n

Foi desenvolvido inicialmente para florestas temperadas da Europa e atualmente est\u00e1 sendo adaptado \u00e0 floresta tropical. Modelagem de simula\u00e7\u00e3o \u00e9 uma ferramenta poderosa para investigar sistemas complexos como os sistemas reprodutivos que atuam, e produzem as estruturas gen\u00e9ticas populacionais. Uma vez ajustado, o modelo pode ser utilizado para investigar os poss\u00edveis efeitos de diferentes cen\u00e1rios hipot\u00e9ticos buscando identificar limites cr\u00edticos, al\u00e9m dos quais ocorreriam impactos negativos significativos.<\/p>\n\n\n\n

A vantagem principal da modelagem \u00e9 que for\u00e7a a integra\u00e7\u00e3o dos diferentes processos envolvidos e possibilita a compara\u00e7\u00e3o com os eventos reais. Por exemplo, a contribui\u00e7\u00e3o que uma \u00e1rvore m\u00e3e faz \u00e0 pr\u00f3xima gera\u00e7\u00e3o depende de uma s\u00e9rie de fatores como a sua localiza\u00e7\u00e3o em respeito a outras \u00e1rvores da esp\u00e9cie, quando e quanto elas florescem, e como as mesmas s\u00e3o visitadas pelos polinizadores. Al\u00e9m disso, depende ainda de sua varia\u00e7\u00e3o gen\u00e9tica inerente, suas caracter\u00edsticas de dispers\u00e3o de sementes e de mais fatores. Estudos de apenas um fator n\u00e3o permitem prever a sua contribui\u00e7\u00e3o. \u00c9 necess\u00e1rio integrar os diversos fatores para fazer a previs\u00e3o. Da mesma forma, se queremos julgar se uma op\u00e7\u00e3o que explora quinze de vinte \u00e1rvores adultas de uma esp\u00e9cie numa determinada \u00e1rea perturbaria o processo regenerativo, precisamos integrar os poss\u00edveis impactos sobre esses diversos fatores.<\/p>\n\n\n\n

No Dendrogene, existem tr\u00eas principais programas relacionados ao Ecogene: primeiro, gerar dados para o desenvolvimento e valida\u00e7\u00e3o do modelo para as esp\u00e9cies selecionadas; segundo, desenvolver mecanismos para aplicar o modelo \u00e0s esp\u00e9cies com poucos dados; e terceiro, incorporar esses resultados no software de planejamento da explora\u00e7\u00e3o florestal.<\/p>\n\n\n\n

4. Aprimoramento de ferramentas de manejo florestal<\/strong>: o software Trema foi desenvolvido para viabilizar um planejamento de uma explora\u00e7\u00e3o mais criteriosa. Ser\u00e1 importante aprimorar o uso de caracter\u00edsticas das esp\u00e9cies para orientar a sele\u00e7\u00e3o de \u00e1rvores a serem derrubadas.<\/p>\n\n\n\n

A explora\u00e7\u00e3o de madeira na floresta Amaz\u00f4nica \u00e9 constitu\u00edda em: buscar indiv\u00edduos do tipo de \u00e1rvore que se quer vender, derrub\u00e1-los, arrast\u00e1-los usando tratores grandes (chamado skidders), transportando-os em caminh\u00f5es. A floresta \u00e9 bem manejada quando isto \u00e9 realizado sem reduzir a produtividade de madeira ou o suprimento dos outros bens e servi\u00e7os da floresta como habitat para fauna ou prote\u00e7\u00e3o de solo. O sistema usado \u00e9 escolher apenas poucas \u00e1rvores dentre as muitas que poderiam ser derrubadas, e deixar a floresta recuperar para per\u00edodos de trinta anos ou mais, entre sucessivas explora\u00e7\u00f5es. Se estas \u00e1rvores s\u00e3o retiradas com cuidado, os danos podem ser limitados ao grau n\u00e3o muito diferente da din\u00e2mica natural da floresta (quedas de grandes \u00e1rvores).<\/p>\n\n\n\n

Trema \u00e9 um programa de computador que pode ser utilizado para gerenciar informa\u00e7\u00f5es importantes neste processo. O programa cont\u00e9m informa\u00e7\u00e3o sobre as esp\u00e9cies florestais e oferece op\u00e7\u00f5es de melhores pr\u00e1ticas atuais (best practice) para apoiar a tomada de decis\u00e3o pelo gerente florestal em cada floresta espec\u00edfica.<\/p>\n\n\n\n

Os componentes importantes s\u00e3o: a identifica\u00e7\u00e3o correta das \u00e1rvores, a sele\u00e7\u00e3o das \u00e1rvores a serem exploradas da maneira que assegura a sua recomposi\u00e7\u00e3o aolongo do tempo, e a produ\u00e7\u00e3o de tabelas e mapas usados na elabora\u00e7\u00e3o, aprova\u00e7\u00e3o e controle dos planos de manejo.<\/p>\n\n\n\n

Naturalmente a explora\u00e7\u00e3o de madeira concentra-se nas esp\u00e9cies mais valorizadas pelo mercado. A toler\u00e2ncia dessas esp\u00e9cies e do ecossistema, em face desta press\u00e3o seletiva \u00e9 o aspecto menos conhecido da explora\u00e7\u00e3o de madeira.<\/p>\n\n\n\n

O projeto Dendrogene visa aprimorar as melhores pr\u00e1ticas atuais (best practice) de sele\u00e7\u00e3o de \u00e1rvores a serem exploradas. Isto inicia com a identifica\u00e7\u00e3o correta das \u00e1rvores (apoiado pelo BRAHMS). Em seguida, \u00e9 poss\u00edvel orientar a sele\u00e7\u00e3o usando valores conservativos para o estoque m\u00ednimo que permanece ap\u00f3s a explora\u00e7\u00e3o. Um aprimoramento adicional \u00e9 ajustar esses valores usando \u00edndices de diferentes pesos desenvolvidos segundo as caracter\u00edsticas das esp\u00e9cies (uma fun\u00e7\u00e3o da Dendrobase). Idealmente, o processo de sele\u00e7\u00e3o incluiria um modelo de simula\u00e7\u00e3o que alertaria o tomador de decis\u00e3o sobre os significativos impactos negativos e as suas alternativas (uso potencial do Ecogene).<\/p>\n\n\n\n

Endere\u00e7o: Projeto Dendrogene<\/p>\n\n\n\n

Embrapa Amaz\u00f4nia Oriental<\/p>\n\n\n\n

Trav. Dr. En\u00e9as Pinheiro, s\/n<\/p>\n\n\n\n

CEP: 66095-100 Bel\u00e9m-PA<\/p>\n\n\n\n

Tel.\/Fax: (91) 276-6852 \/ 277-3514<\/p>\n\n\n\n

E-mail: d_gene@cpatu.embrapa.br<\/p>\n\n\n\n

Fonte: www.cpatu.embrapa.br\/dendro\/index.htm<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"