{"id":1857,"date":"2009-03-17T14:10:32","date_gmt":"2009-03-17T14:10:32","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T20:14:03","modified_gmt":"2021-07-10T23:14:03","slug":"exemplos_praticos","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/florestal\/agrossilvicultura\/exemplos_praticos.html","title":{"rendered":"Exemplos Pr\u00e1ticos"},"content":{"rendered":"\n
Sistemas Agroflorestais no Semi-\u00c1rido Brasileiro<\/strong><\/p>\n\n\n\n Abrangendo os estados de Pernambuco, Para\u00edba, Rio Grande do Norte, Cear\u00e1 e Bahia, foram testadas mais de 25 esp\u00e9cies e 160 proced\u00eancias de eucalipto. Analisando os plantios experimentais, nas condi\u00e7\u00f5es semi-\u00e1ridas, pode-se constatar que as esp\u00e9cies E. camaldulensis e E. tereticornis se destacam das demais, com um rendimento m\u00e9dio de 70 m3\/ha, aos sete anos de idade, o que corresponde a uma produtividade quatro vezes maior que a da vegeta\u00e7\u00e3o nativa. Destacam-se tamb\u00e9m nesta regi\u00e3o, pelo bom desempenho, as esp\u00e9cies dos g\u00eaneros Prosopis (algaroba), Leucaena (leucena), Mimosa (sabi\u00e1) e Gliciridia (glicir\u00eddia), com uma grande vantagem sobre as outras por serem \u00e1rvores de m\u00faltiplo uso (lenha, carv\u00e3o, estacas, forragem, cercas-vivas, quebra-ventos, fixa\u00e7\u00e3o de nitrog\u00eanio, sombreamento, etc.).<\/p>\n\n\n\n Sistemas Silvipastoris no Estado de Minas Gerais<\/strong><\/p>\n\n\n\n Os trabalhos foram desenvolvidos em duas regi\u00f5es bem distintas (Sudeste e Norte) do Estado de Minas Gerais. O primeiro experimento foi conduzido na regi\u00e3o Sudeste, sub-regi\u00e3o do vale do Rio Doce, onde extensas \u00e1reas de reflorestamento com eucaliptos apresentam um grande potencial forrageiro para a alimenta\u00e7\u00e3o de bovinos. O sub-bosque \u00e9 composto na sua maioria pelo capim-coloni\u00e3o (Panicum maximum), gram\u00ednea que apresenta um crescimento exuberante sob as \u00e1rvores de eucaliptos.<\/p>\n\n\n\n A pesquisa iniciada em dezembro de 1986 foi desenvolvida em \u00e1rea pertencente \u00e0 Cia. Agr\u00edcola e Florestal Santa B\u00e1rbara, no munic\u00edpio de Dion\u00edsio, Minas Gerais e teve a dura\u00e7\u00e3o de 24 meses.<\/p>\n\n\n\n A \u00e1rea experimental envolveu 15 hectares de reflorestamento em Eucalyptus citriodora no espa\u00e7amento de 3 x 2 , sob uma precipita\u00e7\u00e3o m\u00e9dia anual de 1.250 mm e situada num relevo em altitude variando de 200 a 900 m. Os solos dominantes s\u00e3o caracterizados como ferralsolos, \u00f3rticos, acrissolos \u00f3rticos, luvissolos f\u00e9rricos e nitossolos eutricos. O plantio de Eucalyptus foi efetuado em dezembro de 1986 e a aduba\u00e7\u00e3o consistiu na aplica\u00e7\u00e3o de 140 gramas de NPK (6-28-60 acrescido de boro e zinco) por cova.<\/p>\n\n\n\n Os seis tratamentos estudados constitu\u00edram de: pastejo do sub-bosque realizado por 9 bezerros, por 6 bezerros, por 9 bezerros e 10 ovelhas, por 6 bezerros e 10 ovelhas, por 10 bezerros, e a testemunha (em \u00e1reas de exclus\u00e3o, a 1.200 metros, recebendo tratos culturais normais da empresa). Os bezerros utilizados no experimento tinham o peso inicial m\u00e9dio de 180 kg e o peso m\u00e9dio dos ovinos era de 33 Kg.<\/p>\n\n\n\n A coleta de dados foi feita atrav\u00e9s de observa\u00e7\u00f5es para o desenvolvimento do Eucalyptus aos 6, 12, 18 e aos 24 meses de idade, em respeito \u00e0 altura, ao DAP e \u00e0 sobreviv\u00eancia.<\/p>\n\n\n\n Resultados:<\/strong><\/p>\n\n\n\n a. A consorcia\u00e7\u00e3o de bovinos e ovinos com Eucalyptus propicia redu\u00e7\u00e3o de 52 a 93% do custo de implanta\u00e7\u00e3o e de manuten\u00e7\u00e3o dos povoamentos florestais.<\/p>\n\n\n\n b. Nos primeiros 24 meses de vida do povoamento florestal, a ado\u00e7\u00e3o de qualquer um dos sistemas (pastejo de ovinos e\/ou bovinos) n\u00e3o afetou o desenvolvimento da esp\u00e9cie florestal, no que diz respeito ao incremento em altura e DAP.<\/p>\n\n\n\n c. A compacta\u00e7\u00e3o do solo \u00e9 influenciada pela carga animal, por\u00e9m seu efeito s\u00f3 \u00e9 percebido nas camadas superficiais do solo.<\/p>\n\n\n\n d. Houve um aumento consider\u00e1vel na taxa de mortalidade dos formigueiros de Acromyrmex nas parcelas pastejadas.<\/p>\n\n\n\n Sistemas Agrossilviculturais do Sudeste da Bahia<\/strong><\/p>\n\n\n\n No sudoeste da Bahia, regi\u00e3o tropical \u00famida, h\u00e1 v\u00e1rios sistemas agroflorestais em desenvolvimento, dentre os quais o sistema cacau cultivado sob esp\u00e9cies remanescentes da Floresta Atl\u00e2ntica regional \u00e9 o de maior import\u00e2ncia agron\u00f4mica, s\u00f3cio-econ\u00f4mica e ecol\u00f3gica. Outros sistemas multiculturais de destaque envolvem as culturas da seringueira, banana e caf\u00e9, al\u00e9m de pasto, bem como cultivos de macad\u00e2mia, pupunha, pimenta-do-reino, cravo, citros e cultivos de ciclo curto.<\/p>\n\n\n\n Sistemas em larga escala:<\/strong><\/p>\n\n\n\n Sistemas em pequena escala:<\/strong><\/p>\n\n\n\n No geral, a an\u00e1lise dos diversos sistemas agroflorestais praticados pelos agricultores, revela uma s\u00e9rie de vantagens sobre os sistemas monoculturais, dentre as quais:<\/p>\n\n\n\n \u00c1rvores em Pastagens <\/strong><\/p>\n\n\n\n No Brasil, a possibilidade de associar a cria\u00e7\u00e3o animal com a floresta tamb\u00e9m \u00e9 conhecida. Na caatinga, e mesmo no cerrado, a presen\u00e7a da vegeta\u00e7\u00e3o arb\u00f3rea e arbustiva \u00e9 importante na prote\u00e7\u00e3o e alimenta\u00e7\u00e3o animal, especialmente em \u00e9pocas mais cr\u00edticas de seca.<\/p>\n\n\n\n No sul do Pa\u00eds e nas regi\u00f5es tropicais, a presen\u00e7a eventual de bosques degradados junto \u00e0s pastagens serve, principalmente, para amenizar os efeitos do clima sobre os animais, embora sempre ofere\u00e7am algum tipo de alimento e outros produtos florestais.<\/p>\n\n\n\n Vantagens da arboriza\u00e7\u00e3o das pastagens:<\/strong><\/p>\n\n\n\n Benef\u00edcios aos animais<\/strong> – as \u00e1rvores reduzem os extremos clim\u00e1ticos. A insola\u00e7\u00e3o excessiva e o frio comprometem o crescimento dos animais, a produ\u00e7\u00e3o do leite, a sua sa\u00fade e at\u00e9 a fertilidade. O desconforto t\u00e9rmico obriga os animais a buscar sombra nas horas muito quentes enquanto que freq\u00fcentemente s\u00e3o relatadas mortes com a ocorr\u00eancia de geadas. O abrigo contra o impacto de chuvas e ventos fortes \u00e9 igualmente importante na conserva\u00e7\u00e3o de energia dos animais. Nesse sentido, \u00e9 fundamental que as \u00e1rvores estejam com suas folhas, na esta\u00e7\u00e3o em que h\u00e1 estes extremos. Quanto \u00e0 nutri\u00e7\u00e3o, esp\u00e9cies adequadas podem fornecer forragem ou frutos, complementando o pastoreio na dieta dos animais.<\/p>\n\n\n\n Benef\u00edcios ecol\u00f3gicos<\/strong> – o microclima \u00e9 amenizado pela presen\u00e7a de \u00e1rvores e pela redu\u00e7\u00e3o dos extremos de temperatura e do vento, mantendo mais elevada a umidade do ar e do solo, podendo beneficiar o crescimento e a qualidade do pasto principalmente debaixo das \u00e1rvores. Quanto aos solos, as copas das \u00e1rvores reduzem o impacto das chuvas sobre o terreno e o escoamento superficial das \u00e1guas. A reciclagem de nutrientes das camadas mais profundas e a deposi\u00e7\u00e3o constante de mat\u00e9ria org\u00e2nica melhora n\u00e3o s\u00f3 a qualidade do solo, mas a do pasto. Ao produzirem abrigo e alimento para as aves e outros animais, as \u00e1rvores contribuem para o equil\u00edbrio ecol\u00f3gico, principalmente nos sistemas de bosques e faixas de vegeta\u00e7\u00e3o nativa. A presen\u00e7a de uma cadeia alimentar mais complexa pode reduzir a presen\u00e7a de pragas das pastagens e parasitas do gado.<\/p>\n\n\n\n Benef\u00edcios sociais<\/strong> – o embelezamento da paisagem valoriza a propriedade, aumentando a demanda por m\u00e3o-de-obra, tanto no meio rural quanto nas comunidades. A diversifica\u00e7\u00e3o da produ\u00e7\u00e3o propicia maiores oportunidades no meio rural. Al\u00e9m da madeira e da lenha, as \u00e1rvores podem oferecer frutos, produtos medicinais e ornamentais.<\/p>\n\n\n\n Como arborizar pastagens?<\/strong><\/p>\n\n\n\n A t\u00e9cnica mais recomend\u00e1vel para integrar o componente arb\u00f3reo com a cria\u00e7\u00e3o animal \u00e9 adaptar a vegeta\u00e7\u00e3o nativa, deixando \u00e1reas significativas de bosquetes ou faixas de vegeta\u00e7\u00e3o intercaladas com o pasto. Outra op\u00e7\u00e3o \u00e9 ralear a mata (se houver), deixando as \u00e1rvores mais interessantes nos aspectos ambiental e produtivo.<\/p>\n\n\n\n Bosquetes <\/strong>– Com esp\u00e9cies de r\u00e1pido crescimento, aduba\u00e7\u00e3o ou tratos culturais adequados. Normalmente um bosquete est\u00e1 pronto para ser utilizado em 2 ou 3 anos; neste sistema, o espa\u00e7amento inicial entre \u00e1rvores \u00e9 apertado (3 a 4 metros) e a \u00e1rea deve ter pelo menos 1 hectare. Com o manejo adequado, obt\u00eam-se lenha, madeira e ref\u00fagio para o pasto.<\/p>\n\n\n\n Arboriza\u00e7\u00e3o<\/strong> – O pasto se desenvolver\u00e1 normalmente com a presen\u00e7a de \u00e1rvores bem espa\u00e7adas dentro da pastagem. O n\u00famero de \u00e1rvores mais adequado depender\u00e1 da esp\u00e9cie (principalmente da forma da copa). \u00c9 preciso utilizar mudas t\u00edpicas de uso em arboriza\u00e7\u00e3o urbana (acima de 2,0 m de altura) e protegidas dos animais.<\/p>\n\n\n\n Cortinas Quebra-Ventos<\/strong> – \u00c1rvores plantadas linearmente, em dire\u00e7\u00e3o perpendicular aos ventos dominantes. Para atingir o objetivo, \u00e9 preciso atender requisitos como sele\u00e7\u00e3o de esp\u00e9cies, arranjo, dist\u00e2ncia.<\/p>\n\n\n\n Cercas Vivas<\/strong> – A substitui\u00e7\u00e3o de cercas e palanques por \u00e1rvores \u00fateis, madeireiras ou frut\u00edferas, transforma as divis\u00f3rias em permanentes e produtivas. Normalmente, s\u00e3o utilizadas esp\u00e9cies que se propagam por estacas grandes e que rebrotam.<\/p>\n\n\n\n Banco de Prote\u00ednas<\/strong> – S\u00e3o plantios densos de leguminosas arbustivas ou arb\u00f3reas, com alta capacidade de fixa\u00e7\u00e3o de Nitrog\u00eanio e rebrota, para complementar a dieta dos animais. A massa verde pode ser cortada periodicamente (2 a 4 vezes por ano).<\/p>\n\n\n\n Reda\u00e7\u00e3o Ambiente Brasil<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Sistemas Agroflorestais no Semi-\u00c1rido Brasileiro (RIBASKI e LIMA, 1992), Sistemas Silvipastoris no Estado de Minas Gerais (ALMEIDA,1991), Sistemas Agrossilviculturais do Sudeste da Bahia (GOMES, 1992), \u00c1rvores em Pastagens.<\/p>\n