{"id":1823,"date":"2009-03-11T10:07:36","date_gmt":"2009-03-11T10:07:36","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T20:14:51","modified_gmt":"2021-07-10T23:14:51","slug":"desenvolvimento_sustentavel_na_amazonia","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/florestal\/artigos\/desenvolvimento_sustentavel_na_amazonia.html","title":{"rendered":"Desenvolvimento Sustent\u00e1vel na Amaz\u00f4nia"},"content":{"rendered":"\n

A Amaz\u00f4nia, como floresta tropical, apresenta-se como um ecossistema extremamente complexo e delicado. Todos os elementos (clima, solo, fauna e flora) est\u00e3o t\u00e3o estreitamente relacionados que n\u00e3o se pode considerar nenhum deles como principal. Durante muito tempo, atribuiu-se \u00e0 Amaz\u00f4nia o papel de \u201cpulm\u00e3o do mundo\u201d. Hoje, sabe-se que a quantidade de oxig\u00eanio que a floresta produz durante o dia, pelo processo da fotoss\u00edntese, \u00e9 consumida \u00e0 noite. Mas, devido \u00e0s altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas que causa no planeta, a  Floresta Amaz\u00f4nica vem sendo chamada como o condicionador de ar do mundo\u201d. A import\u00e2ncia da Amaz\u00f4nia para a humanidade n\u00e3o reside apenas no papel que desempenha para o equil\u00edbrio ecol\u00f3gico mundial. A regi\u00e3o \u00e9 o ber\u00e7o de in\u00fameros povos ind\u00edgenas e constitui-se numa riqu\u00edssima fonte de mat\u00e9ria-prima (alimentares, florestais, medicinais, energ\u00e9ticas e minerais).<\/p>\n\n\n\n

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A biomassa e a produtividade bruta prim\u00e1ria v\u00eam despertando interesses. Tratam-se de recursos naturais que geram riquezas e propiciam o desenvolvimento s\u00f3cio-econ\u00f4mico da regi\u00e3o. As reservas extrativistas constituem-se em uma alternativa interessante para a regi\u00e3o, pois estimulam a utiliza\u00e7\u00e3o dos recursos naturais renov\u00e1veis, conciliando o desenvolvimento social e a conserva\u00e7\u00e3o. Estas reservas, que s\u00e3o protegidas pelo poder p\u00fablico, destinam-se \u00e0 auto-sustenta\u00e7\u00e3o e, como j\u00e1 dito, \u00e0 conserva\u00e7\u00e3o dos recursos naturais renov\u00e1veis. Trabalham nas reservas popula\u00e7\u00f5es tradicionalmente extrativistas, regulados por contratos de concess\u00e3o real de uso.<\/p>\n\n\n\n

Nenhuma regi\u00e3o deve ser privada da explora\u00e7\u00e3o dos pr\u00f3prios recursos naturais. A explora\u00e7\u00e3o deve ser de uma forma sustent\u00e1vel, que n\u00e3o comprometa o equil\u00edbrio ecol\u00f3gico. O desenvolvimento sustent\u00e1vel exige planejamento de longo prazo e a conscientiza\u00e7\u00e3o por parte da sociedade de que os recursos naturais n\u00e3o s\u00e3o inesgot\u00e1veis e de que as decis\u00f5es que podem afetar a coletividade devem ser tomadas de forma ampla e participativa.<\/p>\n\n\n\n

F\u00e1brica no meio da floresta.<\/strong><\/p>\n\n\n\n

\u201cAgregar valor ao produto\u201d \u00e9 a palavra de ordem em v\u00e1rias regi\u00f5es da Amaz\u00f4nia. Ela tem um significado muito claro para muitas na\u00e7\u00f5es ind\u00edgenas e comunidades tradicionais; fazer com que seus produtos sejam beneficiados no pr\u00f3prio local e vendidos por um valor significativamente maior, em vez de entreg\u00e1-los para intermedi\u00e1rios (Galileu. Junho 2000).<\/p>\n\n\n\n

No Amap\u00e1, \u00e0s margens do Rio Iratapuru, um afluente do Rio Jari, h\u00e1 uma comunidade de 37 fam\u00edlias de castanheiros que passaram a produzir artesanalmente biscoitos de castanha. Eles costumam ser aproveitados na merenda escolar de rede de ensino do Estado. Esse processo acrescenta pelo menos 200 reais \u00e0 renda mensal dessas fam\u00edlias. Com seus pr\u00f3prios recursos e do PP-G7 (fundo dos pa\u00edses do G7), o governo do Estado implantou uma pequena f\u00e1brica de biscoitos. J\u00e1 constru\u00edda, mas prevista para operar a partir de julho, essa f\u00e1brica dever\u00e1 produzir tamb\u00e9m \u00f3leo de castanha, que j\u00e1 vem sendo vendido em Macap\u00e1 e na Fran\u00e7a (Governador Jo\u00e3o Alberto Capiberibe – PSB) (Galileu. Junho 2000).<\/p>\n\n\n\n

A cidade paraense de Ananindeua, perto de Bel\u00e9m, acionou pela primeira vez, em abril deste ano, a sirene de uma f\u00e1brica, a Poematec, destinada a processar fibra de coco para produzir estofamentos de ve\u00edculos. A empresa come\u00e7a a operar sabendo quais s\u00e3o seus fornecedores e clientes. Ela receber\u00e1 fibras de coco beneficiadas j\u00e1 nos pr\u00f3prios locais de coleta, nas cercanias de Bel\u00e9m e na Ilha de Maraj\u00f3. E vender\u00e1 estofados para a Daimler-Chrysler, na regi\u00e3o do ABC paulista. Al\u00e9m de mais dur\u00e1veis e mais confort\u00e1veis que os estofados de poliuretano, os assentos de fibra de coco tamb\u00e9m s\u00e3o mais resistentes \u00e0 a\u00e7\u00e3o de fungos e outros microorganismos – La\u00e9rcio Valezi, gerente de infra-estrutura da Daimler-Chrysler do Brasil. O projeto \u00e9 resultado de uma parceria que come\u00e7ou logo depois da Eco-92, no Rio de Janeiro. Interesada em apoiar projetos ambientais com efeitos sociais, a empresa alem\u00e3 encarregou sua filial brasileira de pesquisar oportunidades aqui no pa\u00eds. Depois de muitos estudos, a empresa organizou uma parceria com a Universidade Federal do Par\u00e1, Governo do Par\u00e1, Banco da Amaz\u00f4nia e Comunidade Europ\u00e9ia. As comunidades receberam \u00e1gua, saneamento, escola e tamb\u00e9m instala\u00e7\u00f5es para beneficiar a mat\u00e9ria-prima, aproveitando todos os res\u00edduos. Iniciativas como estas s\u00e3o importantes para promover o desenvolvimento sustent\u00e1vel da Regi\u00e3o Norte, que tem os mais elevados \u00edndices de crescimento populacional do pa\u00eds. Nela vivem cerca de 12.8 milh\u00f5es de pessoas, o que corresponde a 7.6% da popula\u00e7\u00e3o brasileira. A Amaz\u00f4nia Legal abrange tamb\u00e9m o norte de Mato Grosso e o oeste do Maranh\u00e3o (Galileu. Junho 2000).<\/p>\n\n\n\n

Da reda\u00e7\u00e3o do Ambiente Brasil<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"