{"id":1815,"date":"2009-03-10T15:59:09","date_gmt":"2009-03-10T15:59:09","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T20:14:55","modified_gmt":"2021-07-10T23:14:55","slug":"potencialidades_de_especies_para_o_agronegocio_palmito_no_brasil","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/florestal\/artigos\/potencialidades_de_especies_para_o_agronegocio_palmito_no_brasil.html","title":{"rendered":"Potencialidades de Esp\u00e9cies para o Agroneg\u00f3cio Palmito no Brasil"},"content":{"rendered":"\n

O Brasil, apesar de ser um dos maiores produtores de palmito nativo do mundo, n\u00e3o se encontra entre os pa\u00edses que mais exportam esse produto. O modo de explora\u00e7\u00e3o ainda \u00e9, em sua maioria, extrativista. Atualmente, a pupunha (Bactris gasipaes) e o a\u00e7a\u00ed (Euterpe oleraceae) – palmeiras nativas da Floresta Amaz\u00f4nica, a ju\u00e7ara (Euterpe edulis) – que ocorre na Floresta Ombr\u00f3fila Densa (Floresta Atl\u00e2ntica) de Terra Baixas e Floresta Estacional Semidecidual Submontana, e a palmeira real (Archontophoenix spp) – nativa da Austr\u00e1lia, s\u00e3o as esp\u00e9cies com maior import\u00e2ncia s\u00f3cio-econ\u00f4mica e ambiental, pois apresentam potencial produtivo e baixo custo de produ\u00e7\u00e3o de mudas. Outras esp\u00e9cies como a Euterpe precatoria, com ocorr\u00eancia natural apenas nas florestas da Amaz\u00f4nia Ocidental brasileira, a Euterpe espiritosantensis, esp\u00e9cie nativa do Esp\u00edrito Santo e a Syagrus oleracea, com ocorr\u00eancia natural na regi\u00e3o Central do Brasil, Nordeste e Sudeste, vulgarmente conhecida como guariroba, tamb\u00e9m ocupam espa\u00e7o significativo na alimenta\u00e7\u00e3o de suas respectivas regi\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n

Dentre as esp\u00e9cies produtoras de palmito, destaca-se a pupunha, que apresenta v\u00e1rias caracter\u00edsticas importantes em rela\u00e7\u00e3o a outras esp\u00e9cies como perfilhamento, precocidade, extenso sistema radicular superficial, rusticidade e vigor. O perfilhamento, capacidade da planta em formar novos filhos a partir do corte da planta-m\u00e3e, \u00e9 a caracter\u00edstica mais importante para a produ\u00e7\u00e3o de palmito. Essa caracter\u00edstica, al\u00e9m de dispensar novos plantios, aumenta a produ\u00e7\u00e3o de palmito diluindo, dessa forma, os custos de implanta\u00e7\u00e3o da cultura. Das esp\u00e9cies anteriormente mencionadas, a pupunha e o a\u00e7a\u00ed s\u00e3o as \u00fanicas que perfilham. Do ponto de vista econ\u00f4mico, outra caracter\u00edstica que interessa ao produtor de palmito \u00e9 a precocidade. Neste sentido, a pupunha \u00e9 uma esp\u00e9cie que, quando bem manejada, entra em corte para produ\u00e7\u00e3o de palmito aos 18 meses de idade.<\/p>\n\n\n\n

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O palmito \u00e9 uma folha modificada e subdivide-se em tr\u00eas partes: o palmito da base (utilizado como picadinho envasado); o palmito central (ou de primeira ou palmito-creme) e o palmito da ponta ou folhas tenras. O sabor das diferentes esp\u00e9cies varia de doce a amargo; a cor varia de branca a amarela e a textura do tenro ao fibroso. O pre\u00e7o atual \u00e9 atraente aos produtores, sendo que, na culin\u00e1ria, o palmito tem as mais diferentes utiliza\u00e7\u00f5es como tortas, cremes, aperitivos, acompanhamento para churrasco, dentre outras.<\/p>\n\n\n\n

A consolida\u00e7\u00e3o do agroneg\u00f3cio palmito implica na disponibiliza\u00e7\u00e3o de um pacote tecnol\u00f3gico que inclua, em sua cadeia produtiva, tecnologias para promover transforma\u00e7\u00f5es desde o cultivo e p\u00f3s-colheita at\u00e9 a comercializa\u00e7\u00e3o. Preocupada com este aspecto, a Embrapa Florestas coordena, desde o ano 2000, o Projeto de Pupunha para Palmito no Estado do Paran\u00e1. Este projeto \u00e9 conduzido em parceria com a Universidade Estadual de Maring\u00e1, Funda\u00e7\u00e3o da Universidade Federal do Paran\u00e1 para o Desenvolvimento da Ci\u00eancia, da Tecnologia e da Cultura (Funpar), Universidade Estadual de Ponta Grossa, EMATER-PR e Instituto Agron\u00f4mico do Paran\u00e1, envolvendo mais de trinta pesquisadores de diferentes \u00e1reas. Est\u00e3o sendo conduzidas pesquisas que visam indicar a melhor densidade de plantas por unidade de \u00e1rea de plantio, recomenda\u00e7\u00f5es para aduba\u00e7\u00e3o, controle de ervas invasoras, manejo de perfilhos, etc. Tamb\u00e9m s\u00e3o contempladas a\u00e7\u00f5es que visam ao melhoramento gen\u00e9tico da esp\u00e9cie, conserva\u00e7\u00e3o de germoplasma, propaga\u00e7\u00e3o vegetativa, mercado, zoneamento edafoclim\u00e1tico e processamento do palmito, tanto in natura como minimamente processado. A partir deste Projeto, foram iniciados estudos com a palmeira-real.<\/p>\n\n\n\n

Espera-se que os resultados obtidos pelo projeto permitam contribuir para a defini\u00e7\u00e3o de sistemas de produ\u00e7\u00e3o da cultura, disponibilizar no mercado sementes melhoradas, subsidiar programas de governo, normatizar a produ\u00e7\u00e3o de sementes, mudas e produtos produzidos a partir do palmito e, finalmente, incentivar os governos municipais, estaduais e federal a abrir linhas de cr\u00e9dito e fomento aos pequenos e m\u00e9dios produtores de palmito. Esses procedimentos permitir\u00e3o que a produ\u00e7\u00e3o nacional de palmito alie qualidade \u00e0 produtividade, tornando o Brasil mais competitivo no mercado internacional.<\/p>\n\n\n\n

\u00c1lvaro Figueredo dos Santos – Antonio Nascim Kalil Filho – Edinelson Jos\u00e9 Maciel Neves
\nPesquisadores da Embrapa Florestas<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"