{"id":1785,"date":"2009-03-10T13:03:03","date_gmt":"2009-03-10T13:03:03","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T20:15:02","modified_gmt":"2021-07-10T23:15:02","slug":"o_cerrado_nao_morreu","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/florestal\/artigos\/o_cerrado_nao_morreu.html","title":{"rendered":"O Cerrado n\u00e3o morreu"},"content":{"rendered":"\n

O Cerrado vai desaparecer at\u00e9 2030. A not\u00edcia espalhou-se em alarmantes manchetes na imprensa e, como veio, passou. O sombrio an\u00fancio foi feito em um relat\u00f3rio divulgado em julho pela Conserva\u00e7\u00e3o Internacional do Brasil, com o t\u00edtulo \u201cEstimativas de perda da \u00e1rea do Cerrado brasileiro\u201d.<\/p>\n\n\n\n

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Mas o estudo – primeiro mapeamento em larga escala de um bioma brasileiro, baseado em imagens de sat\u00e9lite – n\u00e3o empaca no pessimismo. Al\u00e9m de evidenciar a ininterrupta diminui\u00e7\u00e3o da cobertura vegetal do Cerrado, num ritmo de 2,2 milh\u00f5es de hectares a menos por ano, traz informa\u00e7\u00f5es relevantes sobre a biodiversidade do segundo maior bioma nacional, trata das transforma\u00e7\u00f5es produtivas que acarretaram a degrada\u00e7\u00e3o de algumas \u00e1reas e pouparam outras, e apresenta sugest\u00f5es para preservar o que resta e recuperar o que j\u00e1 est\u00e1 comprometido.<\/p>\n\n\n\n

Os dados a partir de 1995 n\u00e3o deixam d\u00favidas: a soja \u00e9 o maior vil\u00e3o do atual desmatamento do Cerrado. Em sete anos, a \u00e1rea de cultivo praticamente dobrou de tamanho. Mas os autores do estudo sustentam que o principal problema, quando o assunto \u00e9 agricultura, s\u00e3o as \u201cpol\u00edticas p\u00fablicas conduzidas de forma antag\u00f4nica\u201d. Explica-se:<\/p>\n\n\n\n

Se por um lado o Minist\u00e9rio do Meio Ambiente – MMA trabalha para que o percentual de \u00e1reas protegidas no Cerrado aumente para um patamar maior (hoje as unidades de conserva\u00e7\u00e3o representam 2,2% da \u00e1rea original do Cerrado), o Minist\u00e9rio da Agricultura trabalha com uma perspectiva de utiliza\u00e7\u00e3o de aproximadamente 100 milh\u00f5es de hectares adicionais para a expans\u00e3o da agricultura.<\/p>\n\n\n\n

Da\u00ed a necessidade de um \u201cpacto pol\u00edtico\u201d entre minist\u00e9rios, estados e sociedade para implementar as dez a\u00e7\u00f5es remediadoras sugeridas, concentradas em mais recursos, mais \u00e1reas protegidas, forma\u00e7\u00e3o de recursos humanos e investimento na economia local, com \u00eanfase em cultivos originais de cada regi\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Para quem n\u00e3o se conforma em adotar o luto com 26 anos de anteced\u00eancia, vale conhecer a \u00edntegra do relat\u00f3rio Estimativas de perda da \u00e1rea do Cerrado brasileiro.<\/p>\n\n\n\n

www.oeco.com.br – Lorenzo Ald\u00e9
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