{"id":1781,"date":"2009-03-10T11:58:51","date_gmt":"2009-03-10T11:58:51","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T20:15:03","modified_gmt":"2021-07-10T23:15:03","slug":"pinus_na_silvicultura_brasileira","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/florestal\/artigos\/pinus_na_silvicultura_brasileira.html","title":{"rendered":"Pinus na silvicultura brasileira"},"content":{"rendered":"\n

Esp\u00e9cies de Pinus v\u00eam sendo introduzidos no Brasil h\u00e1 mais de um s\u00e9culo para variadas finalidades. Muitas delas foram trazidas pelos imigrantes europeus como curiosidade, para fins ornamentais e para produ\u00e7\u00e3o de madeira. As primeiras introdu\u00e7\u00f5es de que se tem not\u00edcia foram de Pinus canariensis, proveniente das Ilhas Can\u00e1rias, no Rio Grande do Sul, em torno de 1880.<\/p>\n\n\n\n

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Por volta de 1936, foram iniciados os primeiros ensaios de introdu\u00e7\u00e3o de Pinus para fins silviculturais, com esp\u00e9cies europ\u00e9ias. No entanto, n\u00e3o houve sucesso, em decorr\u00eancia da m\u00e1 adapta\u00e7\u00e3o ao nosso clima. Somente em 1948, atrav\u00e9s do Servi\u00e7o Florestal do Estado de S\u00e3o Paulo, foram introduzidas, para ensaios, as esp\u00e9cies americanas conhecidas nas origens como “pinheiros amarelos” que incluem P. palustris, P. echinata, P. elliottii e P. taeda. Dentre essas, as duas \u00faltimas se destacaram pela facilidade nos tratos culturais, r\u00e1pido crescimento e reprodu\u00e7\u00e3o intensa no Sul e Sudeste do Brasil. Desde ent\u00e3o um grande n\u00famero de esp\u00e9cies continuou sendo introduzido e estabelecido em experimentos no campo por ag\u00eancias do governo e empresas privadas, visando ao estabelecimento de plantios comerciais. A diversidade de esp\u00e9cies e ra\u00e7as geogr\u00e1ficas testadas, provenientes n\u00e3o s\u00f3 dos Estados Unidos mas tamb\u00e9m do M\u00e9xico, da Am\u00e9rica Central, das ilhas caribenhas e da \u00c1sia foi fundamental para que se pudesse tra\u00e7ar um perfil das caracter\u00edsticas de desenvolvimento de cada esp\u00e9cie para viabilizar plantios comerciais nos mais variados s\u00edtios ecol\u00f3gicos existentes no pa\u00eds.<\/p>\n\n\n\n

Pinus taeda foi o principal destaque nos plantios na regi\u00e3o do planalto do Sul e Sudeste. Esta \u00e9 uma esp\u00e9cie de ampla distribui\u00e7\u00e3o geogr\u00e1fica no Leste e Sudeste dos Estados Unidos. Apesar do r\u00e1pido crescimento inicial, o fuste costuma ser de baixa qualidade devido a tortuosidades, bifurca\u00e7\u00f5es e um grande n\u00famero de ramos grosseiros. Essas eram as caracter\u00edsticas dos primeiros plantios comerciais com esta esp\u00e9cie, visto que foram formados com semente importada, em sua maioria sem qualquer controle de qualidade gen\u00e9tica, adquiridas de fornecedores inid\u00f4neos. Esta esp\u00e9cie \u00e9 altamente vari\u00e1vel, inclusive quanto \u00e0 resist\u00eancia \u00e0 geada e \u00e0 temperatura requerida para o seu processo de crescimento. Assim \u00e9 que, ap\u00f3s intensos estudos sobre varia\u00e7\u00f5es geogr\u00e1ficas nos materiais gen\u00e9ticos introduzidos no Brasil, as proced\u00eancias da plan\u00edcie costeira do estado da Carolina do Sul ficaram conhecidas como as de maior produtividade e melhor qualidade de fuste no Sul e Sudeste do Brasil, em locais onde as geadas n\u00e3o s\u00e3o t\u00e3o severas. Para os locais mais frios, como nas serras ga\u00fachas e no planalto catarinense, as proced\u00eancias de locais mais frios como da Carolina do Norte t\u00eam demonstrado maior produtividade.<\/p>\n\n\n\n

V\u00e1rias caracter\u00edsticas de P. taeda, que t\u00eam reflexo direto no valor econ\u00f4mico da madeira, est\u00e3o sob controle gen\u00e9tico moderado a alto e podem ser melhorados atrav\u00e9s da sele\u00e7\u00e3o de matrizes e reprodu\u00e7\u00e3o controlada entre elas. Assim, mediante trabalhos b\u00e1sicos de sele\u00e7\u00e3o criteriosa e cruzamentos controlados, conseguiu-se alterar as caracter\u00edsticas das \u00e1rvores, aumentando o valor das florestas de P. taeda. Atualmente, com uso de semente geneticamente melhorada, n\u00e3o s\u00f3 aumentou a produtividade de madeira mas, tamb\u00e9m, melhorou, substancialmente, a qualidade do fuste. Adotando-se o devido manejo, podem ser formados povoamentos de alta qualidade, com \u00e1rvores de fuste reto, baixa incid\u00eancia de defeitos e ramos finos. Al\u00e9m disso, caracter\u00edsticas internas como a densidade da madeira tamb\u00e9m s\u00e3o pass\u00edveis de melhoramento, seja no sentido de aumentar, de reduzir ou de uniformizar entre as \u00e1rvores. Essas caracter\u00edsticas s\u00e3o fundamentais para a forma\u00e7\u00e3o de madeira de alta qualidade e de alto rendimento nas ind\u00fastrias. A madeira de P. taeda \u00e9 utilizada para processamento mec\u00e2nico na produ\u00e7\u00e3o de pe\u00e7as serradas para estruturas, confec\u00e7\u00e3o de m\u00f3veis, embalagens, molduras e chapas de diversos tipos. Para esses usos, a qualidade da mat\u00e9ria-prima aumenta \u00e0 medida que aumenta a densidade da madeira, dentro dos limites normais da esp\u00e9cie. No entanto, na produ\u00e7\u00e3o de celulose de fibra longa pelos processos mec\u00e2nicos e semi-mec\u00e2nicos, a madeira juvenil desta esp\u00e9cie, de baixa densidade, \u00e9 muitas vezes preferida.<\/p>\n\n\n\n

Pinus elliottii se destacou como esp\u00e9cie vi\u00e1vel em planta\u00e7\u00f5es comerciais para produ\u00e7\u00e3o de madeira e resina no Brasil. A regi\u00e3o ecol\u00f3gica ideal para o seu desenvolvimento coincide, em grande parte, com a de P. taeda. Por\u00e9m, por ser de ambiente com caracter\u00edsticas mais pr\u00f3ximas ao tropical, ele perde em crescimento para P. taeda nas partes mais frias do planalto sulino. Por outro lado, ele pode ser plantado com grande sucesso em ambientes caracter\u00edsticos de Cerrado das Regi\u00f5es Sul e Sudeste, bem como na plan\u00edcie costeira.<\/p>\n\n\n\n

Ensaios de campo t\u00eam indicado baixa ou nenhuma varia\u00e7\u00e3o em produtividade ligada ao efeito da proced\u00eancia de sementes. Assim, a maior parte da varia\u00e7\u00e3o nessa caracter\u00edstica est\u00e1 restrita ao n\u00edvel individual (de \u00e1rvore para \u00e1rvore). Isto simplifica muito os trabalhos de melhoramento gen\u00e9tico, uma vez que se pode contar com uma extensa popula\u00e7\u00e3o base para sele\u00e7\u00e3o individual.<\/p>\n\n\n\n

A madeira juvenil em Pinus apresenta muitas caracter\u00edsticas indesej\u00e1veis para a produ\u00e7\u00e3o de pe\u00e7as s\u00f3lidas e sua presen\u00e7a \u00e9 inevit\u00e1vel nas toras, pois \u00e9 a madeira formada inicialmente, nos an\u00e9is de crescimento mais pr\u00f3ximos \u00e0 medula. No entanto, a densidade n\u00e3o \u00e9 a \u00fanica caracter\u00edstica ligada \u00e0 juvenilidade da madeira. As caracter\u00edsticas dos traque\u00f3ides (\u201cfibras\u201d) tamb\u00e9m se alteram na madeira adulta, em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 juvenil. Trabalhos de melhoramento gen\u00e9tico t\u00eam indicado a possibilidade de se aumentar a densidade da madeira juvenil mediante sele\u00e7\u00e3o de matrizes. No entanto, mesmo que se consiga aumentar a densidade da madeira atrav\u00e9s do melhoramento gen\u00e9tico, a sua qualidade f\u00edsica e mec\u00e2nica n\u00e3o chega a se equiparar \u00e0s qualidades da madeira adulta. De uma forma geral, o incremento volum\u00e9trico de P. elliottii costuma ser menor que de P. taeda. Por\u00e9m, ele inicia a produ\u00e7\u00e3o de madeira adulta a partir dos cinco a seis anos de idade, em contraste com 12 a 15 anos em P. taeda. Este pode ser um diferencial muito importante na escolha da esp\u00e9cie para produ\u00e7\u00e3o de madeira destinada ao processamento mec\u00e2nico. Isto significa que, em toras da mesma idade, a de P. elliottii cont\u00e9m menor propor\u00e7\u00e3o de madeira juvenil e, portanto, ser\u00e1 de melhor qualidade f\u00edsica e mec\u00e2nica do que a tora de P. taeda.<\/p>\n\n\n\n

Embora P. elliottii seja amplamente utilizado na fabrica\u00e7\u00e3o de celulose e papel nos Estados Unidos, o mesmo n\u00e3o ocorre no Brasil. Isso se deve ao custo no processo industrial, por causa do alto teor de resina na madeira. Portanto, o uso de P. elliottii, no Brasil, se limita \u00e0 produ\u00e7\u00e3o de madeira para processamento mec\u00e2nico e extra\u00e7\u00e3o de resina.<\/p>\n\n\n\n

A resina extra\u00edda de \u00e1rvores de P. elliottii possibilitou a cria\u00e7\u00e3o de uma atividade econ\u00f4mica muito importante no setor florestal que \u00e9 a produ\u00e7\u00e3o, processamento e exporta\u00e7\u00e3o de resina. Dados de 2002 indicam que a produ\u00e7\u00e3o brasileira, de aproximadamente 100.000 t\/ano, representa uma movimenta\u00e7\u00e3o financeira de US$ 25 milh\u00f5es. Com isso, o Brasil passou de importador a exportador deste produto. A explora\u00e7\u00e3o da resina gera mais de 12.000 empregos diretos no campo, oferecendo uma importante contribui\u00e7\u00e3o social que resulta no melhoramento das condi\u00e7\u00f5es de vida no meio rural. A produtividade m\u00e9dia de resina de P. elliottii, no Brasil, em \u00e1rvores n\u00e3o melhoradas, \u00e9 de 2 kg\/\u00e1rvore ao ano. Esta caracter\u00edstica \u00e9, tamb\u00e9m, de alta herdabilidade e pode ser alterada mediante sele\u00e7\u00e3o criteriosa das matrizes. Assim, ap\u00f3s mais de uma gera\u00e7\u00e3o de sele\u00e7\u00e3o e reprodu\u00e7\u00e3o controlada, as \u00e1rvores geneticamente melhoradas que constituem os povoamentos comerciais de hoje chegam a produzir, em m\u00e9dia, 6 kg\/\u00e1rvore ao ano. Isto significa que, mesmo mantendo a mesma extens\u00e3o das florestas atuais, a produ\u00e7\u00e3o de resina poder\u00e1 ser triplicada nas pr\u00f3ximas rota\u00e7\u00f5es, com o uso de semente geneticamente melhorada, agregando um valor substancial aos povoamentos de P. elliottii.<\/p>\n\n\n\n

Pinus palustris \u00e9 uma das esp\u00e9cies valorizadas como produtora de madeira para processamento mec\u00e2nico no Sul dos Estados Unidos. Sementes de v\u00e1rias proced\u00eancias foram introduzidas para o estabelecimento de experimentos no campo no Sul e Sudeste do Brasil. De maneira geral, a produtividade tem sido baixa, al\u00e9m de requerer cuidados especiais na fase inicial de sua implanta\u00e7\u00e3o. Esta esp\u00e9cie apresenta uma fase de dorm\u00eancia apical (est\u00e1gio de grama) que pode durar at\u00e9 mais de cinco anos. Durante esse per\u00edodo, embora o sistema radicular continue crescendo normalmente, a parte a\u00e9rea da planta tem a apar\u00eancia de um ma\u00e7o de capim, j\u00e1 que somente as ac\u00edculas permanecem vis\u00edveis. Isto dificulta muito as opera\u00e7\u00f5es de capina e ro\u00e7ada. Ap\u00f3s o per\u00edodo de dorm\u00eancia apical, o broto terminal inicia o alongamento, dando in\u00edcio ao crescimento da planta. Tanto o tempo para o t\u00e9rmino da dorm\u00eancia apical quanto a rapidez do seu crescimento subseq\u00fcente variam amplamente entre \u00e1rvores. Assim, na fase inicial de desenvolvimento, o povoamento de P. palustris apresenta muitas desigualdades, dificultando as opera\u00e7\u00f5es de manejo.<\/p>\n\n\n\n

Pinus patula \u00e9 uma esp\u00e9cie de origem mexicana, de grande valor como produtora de madeira de alta resist\u00eancia e qualidade para processamento mec\u00e2nico e de alto rendimento em celulose. Uma das caracter\u00edsticas marcantes e \u00fateis para a sua identifica\u00e7\u00e3o \u00e9 o formato das ac\u00edculas que s\u00e3o finas e tenras, dispostas de forma pendente. Ela \u00e9 cultivada com sucesso em v\u00e1rios pa\u00edses andinos e na \u00c1frica. No Brasil, o seu plantio comercial \u00e9 restrito aos pontos mais altos do sul de Minas Gerais e no planalto catarinense, em altitudes maiores que 1.000 m. Quando plantada em baixas altitudes, P. patula tende a produzir \u00e1rvores de estatura m\u00e9dia a baixa, com ramos numerosos e mais grossos que o normal. Al\u00e9m disso, nesses ambientes desfavor\u00e1veis ao seu crescimento normal, ela torna-se altamente vulner\u00e1vel ao ataque de insetos desfolhadores. Atrav\u00e9s do melhoramento gen\u00e9tico, j\u00e1 se tem conseguido desenvolver \u00e1rvores de boa forma de fuste e ramos mais finos que na gera\u00e7\u00e3o anterior. Dada a amplitude de varia\u00e7\u00e3o que se observa, mesmo entre as \u00e1rvores resultantes de uma gera\u00e7\u00e3o de sele\u00e7\u00e3o, pode-se deduzir que h\u00e1 muito trabalho de melhoramento a ser feito, basicamente sele\u00e7\u00e3o criteriosa e reprodu\u00e7\u00e3o controlada, com resultados promissores para as pr\u00f3ximas rota\u00e7\u00f5es. Em condi\u00e7\u00f5es favor\u00e1veis ao seu desenvolvimento, P. patula apresenta crescimento em altura maior do que P. elliottii ou P. taeda.<\/p>\n\n\n\n

Pinus caribaea \u00e9 uma esp\u00e9cie que abrange tr\u00eas variedades naturais: caribaea, bahamensis e hondurensis. A variedade hondurensis est\u00e1 entre os Pinus tropicais mais plantados no mundo. Isto pode ter rela\u00e7\u00e3o com a grande amplitude de condi\u00e7\u00f5es ambientais nas suas origens, na Am\u00e9rica Central. Sua distribui\u00e7\u00e3o natural abrange altitudes desde o n\u00edvel do mar at\u00e9 1.000 m, que propicia a gera\u00e7\u00e3o de variabilidade gen\u00e9tica ligada \u00e0 adapta\u00e7\u00e3o a variadas condi\u00e7\u00f5es ecol\u00f3gicas. Entre as varia\u00e7\u00f5es geogr\u00e1ficas mais importantes est\u00e3o as proced\u00eancias litor\u00e2neas e as das montanhas, no interior do continente. As litor\u00e2neas localizam-se em \u00e1reas castigadas, anualmente, por furac\u00f5es e tempestades tropicais. Assim, o material gen\u00e9tico selecionado, naturalmente, ao longo de mil\u00eanios nesse ambiente, haveria que apresentar maior resist\u00eancia aos ventos e menor propens\u00e3o \u00e0 quebra de fuste do que as proced\u00eancias do interior do continente. Essas diferen\u00e7as ficaram evidentes nos experimentos de campo no Sudeste do Brasil onde, ap\u00f3s a ocorr\u00eancia de ventanias, somente as \u00e1rvores das proced\u00eancias litor\u00e2neas permaneceram ilesas. No Brasil, esta variedade \u00e9 plantada exclusivamente na regi\u00e3o tropical, visto que n\u00e3o tolera geadas.<\/p>\n\n\n\n

A variedade bahamensis, como o nome indica, \u00e9 proveniente das Ilhas Bahamas. Mesmo sendo origin\u00e1ria de locais pr\u00f3ximos ao n\u00edvel do mar, ela tem apresentado bom crescimento no Brasil, tanto ao n\u00edvel do mar quanto no planalto. Um dos obst\u00e1culos para a sua ampla difus\u00e3o nos plantios comerciais \u00e9 a dificuldade na produ\u00e7\u00e3o de sementes. Sua madeira tende a ser mais densa e, portanto, de melhor qualidade f\u00edsica e mec\u00e2nica do que da variedade hondurensis. Tanto esta quanto a variedade hondurensis s\u00e3o altamente propensas a produzir um padr\u00e3o de crescimento apical acentuado, sem ramifica\u00e7\u00e3o, denominado “foxtail” ou rabo-de-raposa, especialmente em regi\u00f5es de alta precipita\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

A variedade caribaea \u00e9 proveniente de Cuba e seu crescimento \u00e9 mais lento que as demais variedades. A forma do seu fuste \u00e9 exemplar, geralmente muito reta, com ramos numerosos e finos. Esta variedade tamb\u00e9m apresenta dificuldade na produ\u00e7\u00e3o de sementes no Brasil.<\/p>\n\n\n\n

Pinus oocarpa est\u00e1 entre as esp\u00e9cies de Pinus tropicais mais difundidas pelos tr\u00f3picos. Ela \u00e9 origin\u00e1ria do M\u00e9xico e Am\u00e9rica Central, com distribui\u00e7\u00e3o natural mais extensa no sentido noroeste-sudeste entre os Pinus da regi\u00e3o. O seu habitat natural varia desde clima temperado-seco, com precipita\u00e7\u00e3o entre 500 mm e 1.000 mm at\u00e9 subtropical \u00famido, com precipita\u00e7\u00e3o em torno de 3.000 mm anuais. O melhor desempenho desta esp\u00e9cie \u00e9 obtido no planalto, especialmente no Cerrado, dada a sua toler\u00e2ncia \u00e0 seca. A sua madeira \u00e9 moderadamente dura e resistente, de alta qualidade para produ\u00e7\u00e3o de pe\u00e7as serradas para constru\u00e7\u00f5es e confec\u00e7\u00e3o de chapas. Al\u00e9m de madeira, P. oocarpa, tamb\u00e9m, produz resina em quantidade vi\u00e1vel para extra\u00e7\u00e3o comercial. Esta esp\u00e9cie produz muitas sementes, o que facilita a expans\u00e3o dos seus plantios. Em locais de baixa altitude ou na plan\u00edcie costeira, esta esp\u00e9cie apresenta crescimento lento, com m\u00e1 forma de fuste, al\u00e9m de se tornar suscet\u00edvel a v\u00e1rias doen\u00e7as.<\/p>\n\n\n\n

Pinus maximinoi \u00e9 uma esp\u00e9cie que ocorre desde o M\u00e9xico at\u00e9 a Nicar\u00e1gua, em altitudes entre 600 m at\u00e9 2.400 m. Anteriormente era conhecida como P. tenuifolia. Trata-se de uma esp\u00e9cie produtora de madeira de colora\u00e7\u00e3o clara, de alta resist\u00eancia. No Brasil, por estar plantada apenas em car\u00e1ter experimental, com material gen\u00e9tico selvagem, h\u00e1 grande varia\u00e7\u00e3o na forma e vigor. Por\u00e9m, com trabalhos b\u00e1sicos de melhoramento gen\u00e9tico, grande parte dos defeitos poder\u00e1 ser eliminada rapidamente. Portanto, esta \u00e9 mais uma esp\u00e9cie que poder\u00e1 figurar como op\u00e7\u00e3o para a diversifica\u00e7\u00e3o de esp\u00e9cies em plantios destinados \u00e0 produ\u00e7\u00e3o de madeira s\u00f3lida. Seu crescimento tem sido maior que das demais esp\u00e9cies do g\u00eanero, usadas tradicionalmente na silvicultura intensiva, tendendo, inclusive, a produzir alta freq\u00fc\u00eancia de \u00e1rvores com “foxtail”. Uma limita\u00e7\u00e3o para o seu plantio no Sul do Brasil \u00e9 a baixa resist\u00eancia a geadas.<\/p>\n\n\n\n

Pinus greggii \u00e9 uma esp\u00e9cie mexicana que, em estado natural, se encontra em duas regi\u00f5es com caracter\u00edstica ambientais distintas: 1) Regi\u00e3o Norte do M\u00e9xico, nos estados de Coahuila e Nuevo Le\u00f3n, em altitudes entre 2.300 m at\u00e9 2.700 m, em solos neutros a alcalinos em ambiente semi-\u00e1rido com precipita\u00e7\u00e3o m\u00e9dia anual entre 400 mm e 600 mm; e 2) Regi\u00e3o Central, em altitudes entre 1.200 m e 1.800 m, nos estados de San Lu\u00eds Potos\u00ed, Hidalgo e Puebla, em solo \u00e1cido e precipita\u00e7\u00e3o entre 700 mm e 1.600 mm. Por essas caracter\u00edsticas, fica claro que as proced\u00eancias do segundo grupo s\u00e3o as mais promissoras para plantios no Sul do Brasil. Os experimentos instalados em v\u00e1rios locais, no Sul do Brasil, tem demonstrado essa tend\u00eancia, al\u00e9m de um claro sinal de m\u00e1 adaptabilidade das proced\u00eancias da Regi\u00e3o Norte do M\u00e9xico, em forma de \u00e1rvores de baixo vigor, com ac\u00edculas mais curtas e r\u00edgidas do que nas proced\u00eancias da Regi\u00e3o Central, al\u00e9m de deforma\u00e7\u00f5es severas no fuste e ramos. Entre as particularidades desta esp\u00e9cie est\u00e3o a resist\u00eancia a geadas severas e a precocidade do florescimento. Desde o primeiro ano no campo j\u00e1 podem ser observados estr\u00f3bilos femininos. Portanto, esta esp\u00e9cie tem grande potencial para gera\u00e7\u00e3o de h\u00edbridos interespec\u00edficos, visando \u00e0 combina\u00e7\u00e3o de suas caracter\u00edsticas favor\u00e1veis com as de outras esp\u00e9cies plantadas comercialmente na regi\u00e3o. A madeira de P. greggii \u00e9 amarela p\u00e1lida e pouco resinosa, tendo sido testada e considerada de alta qualidade para produ\u00e7\u00e3o de celulose e papel, bem como para madeira s\u00f3lida. A sua densidade varia de 450 a 550 kg\/m 3. Dado o grande n\u00famero de ramos que produz, ela tende a concentrar um grande n\u00famero de n\u00f3s na madeira, tornando-a de baixa qualidade para processamento industrial. No aspecto do seu melhoramento gen\u00e9tico, o passo inicial seria o estabelecimento de povoamentos comerciais com sementes introduzidas da Regi\u00e3o Central do M\u00e9xico. A partir dessa base gen\u00e9tica, dever\u00e3o ser selecionadas matrizes para a gera\u00e7\u00e3o de material gen\u00e9tico melhorado, levando-se em conta n\u00e3o somente as caracter\u00edsticas de crescimento e forma mas, tamb\u00e9m, as caracter\u00edsticas f\u00edsicas da madeira.<\/p>\n\n\n\n

Pinus tecunumanii \u00e9 uma esp\u00e9cie que ocorre desde o Sul do M\u00e9xico at\u00e9 a Nicar\u00e1gua, podendo atingir mais de 50 m de altura e di\u00e2metro de at\u00e9 1,20 m. Nas altitudes entre 1.500 m at\u00e9 2.800 m, s\u00e3o encontrados povoamentos naturais com apar\u00eancias semelhantes a P. patula. Em altitudes abaixo de 1.500 m, esta esp\u00e9cie apresenta certa semelhan\u00e7a com P. oocarpa e P. caribaea. V\u00e1rias proced\u00eancias desta regi\u00e3o, como Cam\u00e9lias, Yucul e San Rafael, na Nicar\u00e1gua, e Mountain Pine Ridge, em Belize, foram confundidas com varia\u00e7\u00f5es geogr\u00e1ficas de P. oocarpa. Suas caracter\u00edsticas, tanto morfol\u00f3gicas quanto de crescimento mais r\u00e1pido que P. oocarpa, deixaram claro que se tratava de esp\u00e9cie distinta. As proced\u00eancias de altitudes maiores que 1.500 m t\u00eam apresentado alta suscetibilidade \u00e0 quebra de fuste pelo vento. Sua madeira \u00e9 de excelente qualidade, com densidade maior que 0,40 g\/cm3 e menor teor de resina do que P. oocarpa, sendo que a madeira adulta come\u00e7a a ser formada, aproximadamente, a partir de 10 anos de idade. Al\u00e9m disso, a varia\u00e7\u00e3o interna em densidade da madeira, tanto no sentido medula-casca quanto no sentido longitudinal do tronco \u00e9 substancialmente menor que em outras esp\u00e9cies como P. patula e P. taeda. A maior homogeneidade nessa caracter\u00edstica f\u00edsica confere \u00e0 madeira melhor qualidade e valor para processamento industrial. No Brasil, esta esp\u00e9cie \u00e9 de grande valor para plantios comerciais, dada a facilidade da sua adapta\u00e7\u00e3o na Regi\u00e3o Tropical em diversos pa\u00edses e a baixa incid\u00eancia de \u00e1rvores com “foxtail”. O ambiente ideal para o seu desenvolvimento \u00e9 caracterizado por solos \u00e1cidos e argilo-arenosos com pelo menos 40 cm de profundidade, boa drenagem e precipita\u00e7\u00e3o de pelo menos 1.000 mm anuais. Estudos realizados com diversas proced\u00eancias originais, no Cerrado da Regi\u00e3o Central do Brasil, demonstraram o maior crescimento nos materiais gen\u00e9ticos oriundos da parte mais meridional da sua \u00e1rea de distribui\u00e7\u00e3o natural, de altitudes em torno de 1.000 m. Entre seus pontos fracos, podem ser destacadas a baixa resist\u00eancia a geadas, a alta suscetibilidade \u00e0 quebra de fuste pelo vento e a baixa produ\u00e7\u00e3o de sementes. Por\u00e9m, esta \u00faltima caracter\u00edstica pode ser solucionada, gradativamente, mediante sele\u00e7\u00e3o em favor de matrizes mais prol\u00edficas e pesquisas de campo para localizar ambientes mais favor\u00e1veis \u00e0 sua reprodu\u00e7\u00e3o. A tend\u00eancia \u00e0 quebra de fuste tamb\u00e9m \u00e9 um car\u00e1ter de herdabilidade moderada a alta, o que significa certa facilidade para a corre\u00e7\u00e3o desse defeito atrav\u00e9s da sele\u00e7\u00e3o de matrizes. Um aspecto importante sobre esta esp\u00e9cie \u00e9 que ela pode ser enxertada sobre porta-enxertos de outras esp\u00e9cies como P. caribaea, P. patula, P. elliottii e P. oocarpa. Isso permite a forma\u00e7\u00e3o de pomares clonais com materiais gen\u00e9ticos selecionados, mesmo que n\u00e3o haja sementes dispon\u00edveis da mesma esp\u00e9cie para a forma\u00e7\u00e3o de porta-enxertos. Esta esp\u00e9cie pode ser cruzada, artificialmente, com v\u00e1rias esp\u00e9cies como P. patula, P. greggii, P. elliottii, P. taeda, P. oocarpa e P. caribaea. O h\u00edbrido gerado com esta \u00faltima tem apresentado crescimento e densidade da madeira maiores do que em ambas as esp\u00e9cies parentais. Isto \u00e9 muito importante na implementa\u00e7\u00e3o de programas de silvicultura intensiva baseada em propaga\u00e7\u00e3o vegetativa massal de h\u00edbridos.<\/p>\n\n\n\n

Pinus chiapensis \u00e9 a \u00fanica esp\u00e9cie do grupo chamado de “Pinus brancos” que se adaptou bem no Brasil. Ele \u00e9 natural do M\u00e9xico e Am\u00e9rica Central, de altitudes entre 150 m e 2.300 m. Seu ambiente natural \u00e9 caracterizado por precipita\u00e7\u00f5es elevadas, variando de 1.300 mm at\u00e9 3.000 mm anuais. Portanto, sup\u00f5e-se que n\u00e3o seja tolerante a d\u00e9ficit h\u00eddrico. Sua madeira \u00e9 esbranqui\u00e7ada, macia e de baixa densidade (gravidade espec\u00edfica entre 0,34 e 0,36). Al\u00e9m disso, a varia\u00e7\u00e3o na densidade da madeira \u00e9 m\u00ednima, tanto no sentido medula-casca quanto no sentido longitudinal. A homogeneidade nessa caracter\u00edstica f\u00edsica \u00e9 muito importante para os processos industriais e a madeira muito utilizada na confec\u00e7\u00e3o de m\u00f3veis, molduras e revestimentos interiores. Na sua fase inicial de estabelecimento, esta esp\u00e9cie tem a tend\u00eancia de produzir fustes m\u00faltiplos e hastes com casca fina, muito suscet\u00edvel a danos mec\u00e2nicos ou por fogo. Portanto, um trabalho de manejo \u00e9 fundamental, fazendo-se o raleio para deixar somente um fuste por planta e adotando-se as devidas medidas de prote\u00e7\u00e3o. No Brasil, esta esp\u00e9cie tem apresentado r\u00e1pido crescimento e alta produtividade de madeira na Regi\u00e3o Central do estado de S\u00e3o Paulo, na Zona da Mata de Minas Gerais e no norte do Paran\u00e1. No entanto, ainda n\u00e3o \u00e9 plantada comercialmente.<\/p>\n\n\n\n

Pinus kesiya \u00e9 uma esp\u00e9cie de origem asi\u00e1tica com potencial para produ\u00e7\u00e3o de madeira e resina. Ela engloba o grupo anteriormente chamado de P. insularis, que ocorre na Ilha Mindoro, nas Filipinas, e os grupos chamados P. khasya e P. yunnanensis de pa\u00edses do Sudeste Asi\u00e1tico, parte da China e \u00cdndia. Experimentos instalados no Cerrado da Regi\u00e3o Central do Brasil tem demonstrado r\u00e1pido crescimento e intensa produ\u00e7\u00e3o de sementes. Esta esp\u00e9cie constitui uma alternativa vi\u00e1vel para produ\u00e7\u00e3o de madeira em ambientes tropicais sujeitos a d\u00e9ficit h\u00eddrico. Por\u00e9m, seu manejo requer cuidado especial nos regimes de desrama, visto que ela produz uma grande quantidade de ramifica\u00e7\u00f5es persistentes desde a base do tronco.<\/p>\n\n\n\n

Melhoramento gen\u00e9tico e oportunidades futuras<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Quando n\u00e3o se disp\u00f5e de informa\u00e7\u00e3o t\u00e9cnica sobre o desempenho de esp\u00e9cies florestais em um ambiente ex\u00f3tico, a melhor orienta\u00e7\u00e3o a seguir na escolha de esp\u00e9cies e proced\u00eancias s\u00e3o as analogias clim\u00e1ticas e das caracter\u00edsticas do solo entre os locais de origem e os da regi\u00e3o onde se pretende plantar. V\u00e1rias esp\u00e9cies foram introduzidas no Brasil com base nesse princ\u00edpio. Por\u00e9m, quando se busca maior refinamento visando maximizar a produtividade, torna-se essencial um estudo detalhado das vari\u00e1veis ambientais predominantes nas origens das esp\u00e9cies a serem introduzidas e nos locais de plantio, especialmente quanto aos fatores como temperatura m\u00ednima, d\u00e9ficit ou excesso h\u00eddricos, profundidade e caracter\u00edsticas qu\u00edmicas do solo. Essas informa\u00e7\u00f5es, complementadas com dados experimentais que comprovem ou refutem o desempenho esperado das esp\u00e9cies nos variados locais de plantio, possibilitar\u00e3o uma defini\u00e7\u00e3o segura quanto \u00e0s esp\u00e9cies e proced\u00eancias mais promissoras em cada situa\u00e7\u00e3o ecol\u00f3gica.<\/p>\n\n\n\n

A destina\u00e7\u00e3o do material gen\u00e9tico apropriado para cada ambiente \u00e9 essencial para o sucesso dos empreendimentos florestais. Este desafio se aplica, tamb\u00e9m, na escolha dos gen\u00f3tipos para cada tipo de s\u00edtio, visto que, na maioria das esp\u00e9cies, ocorrem intera\u00e7\u00f5es gen\u00f3tipo-ambiente substanciais. Quando n\u00e3o se leva em conta este aspecto, corre-se o risco de desperdi\u00e7ar altos investimentos no desenvolvimento ou na aquisi\u00e7\u00e3o de materiais gen\u00e9ticos melhorados para plant\u00e1-los em locais em que n\u00e3o haver\u00e1 o retorno esperado. Tanto a gera\u00e7\u00e3o de gen\u00f3tipos superiores quanto a determina\u00e7\u00e3o da melhor forma de sua utiliza\u00e7\u00e3o s\u00e3o temas tratados na implementa\u00e7\u00e3o de programas de melhoramento gen\u00e9tico, especificamente para a referida esp\u00e9cie, para a regi\u00e3o onde ser\u00e1 plantada e para o tipo de mat\u00e9ria-prima desejado.<\/p>\n\n\n\n

Na maioria dos plantios de Pinus no Brasil, o material gen\u00e9tico em uso costuma n\u00e3o ser o mais adequado para o seu prop\u00f3sito nesse local, visto que, na melhor das hip\u00f3teses, as sementes ou mudas s\u00e3o provenientes de pomares formados com gen\u00f3tipos selecionados em uma regi\u00e3o distante, para atender os requisitos de um segmento industrial distinto. Especialmente em opera\u00e7\u00f5es florestais envolvendo plantios regulares de pelo menos 200 ha\/ano, torna-se indispens\u00e1vel um programa de melhoramento gen\u00e9tico, especificamente para atender os seus objetivos.<\/p>\n\n\n\n

Jarbas Yukio Shimizu – Embrapa Florestas.<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Esp\u00e9cies de Pinus v\u00eam sendo introduzidos no Brasil h\u00e1 mais de um s\u00e9culo para variadas finalidades. Muitas delas foram trazidas pelos imigrantes europeus como curiosidade, para fins ornamentais e para produ\u00e7\u00e3o de madeira. As primeiras introdu\u00e7\u00f5es de que se tem not\u00edcia foram de Pinus canariensis, proveniente das Ilhas Can\u00e1rias, no Rio Grande do Sul, em torno de 1880. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":2,"featured_media":1782,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[1479],"tags":[23,18,638],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1781"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=1781"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1781\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":4650,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1781\/revisions\/4650"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/1782"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=1781"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=1781"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=1781"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}