{"id":1777,"date":"2009-03-10T11:54:25","date_gmt":"2009-03-10T11:54:25","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T20:15:03","modified_gmt":"2021-07-10T23:15:03","slug":"ocorrencia_medidas_de_prevencao_e_controle_de_cinara_spp_-_pulgao_gigante-do-pinus","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/florestal\/artigos\/ocorrencia_medidas_de_prevencao_e_controle_de_cinara_spp_-_pulgao_gigante-do-pinus.html","title":{"rendered":"Ocorr\u00eancia, Medidas de Preven\u00e7\u00e3o e Controle de Cinara spp – Pulg\u00e3o gigante-do-pinus"},"content":{"rendered":"\n

Para atender a demanda de madeira no Brasil, optou-se, h\u00e1 mais de 70 anos, por projetos de reflorestamento, introduzindo-se sementes e mudas de P\u00ednus <\/em>eEucalyptus, <\/em>existindo atualmente, cerca de 1.840.050 ha plantados com esp\u00e9cies de Pinus <\/em>em territ\u00f3rio brasileiro (SBS, 2003).<\/span><\/p>\n\n\n\n

Ap\u00f3s um longo per\u00edodo sem a ocorr\u00eancia de pragas, os plantios de Pinus<\/em>sofreram a primeira amea\u00e7a com a introdu\u00e7\u00e3o da vespa-da-madeira, Sirex noctilio<\/em>, que em 1988 chegou a causar a mortalidade de at\u00e9 60% das \u00e1rvores atacadas no Rio Grande do Sul. Devido \u00e0 import\u00e2ncia econ\u00f4mica que a praga representa, a Embrapa Florestas <\/em>e empresas da iniciativa privada criaram o Fundo Nacional para o Controle da Vespa-da-Madeira – FUNCEMA, implantando o Programa Nacional de Controle \u00e0 Vespa-da-Madeira, baseado em controle biol\u00f3gico. A ado\u00e7\u00e3o do controle biol\u00f3gico, associada \u00e0s medidas de controle silvicultural, possibilitou a manuten\u00e7\u00e3o da viabilidade econ\u00f4mica do cultivo dePinus <\/em>no Brasil.<\/span><\/p>\n\n\n\n

\"q\"\/<\/figure>\n\n\n\n

Em 1996, registrou-se pela primeira vez em plantios de Pinus <\/em>no Brasil o pulg\u00e3o-gigante-do-pinus, Cinara pinivora<\/em>, no Rio Grande do Sul; e, em 1998,C. atl\u00e2ntica, <\/em>associada a C. pinivora, <\/em>em Santa Catarina. Estes pulg\u00f5es s\u00e3o origin\u00e1rios do leste, sul e sudeste dos Estados Unidos e Canad\u00e1, mas tamb\u00e9m s\u00e3o encontrados na Jamaica e Cuba. Atualmente no Brasil, C. atlantica <\/em>ocorre em plantios de Pinus <\/em>desde Minas Gerais at\u00e9 o Rio Grande do Sul.<\/span><\/p>\n\n\n\n

Existem aproximadamente 200 esp\u00e9cies de Cinara <\/em>descritas. Destas, 150 ocorrem na Am\u00e9rica do Norte, 20 no Jap\u00e3o e regi\u00e3o oriental e 30 esp\u00e9cies s\u00e3o europ\u00e9ias ou de origem mediterr\u00e2neas.<\/span><\/p>\n\n\n\n

Por serem ex\u00f3ticas, as esp\u00e9cies de Cinara <\/em>apresentam alto potencial para tornarem-se pragas de grande import\u00e2ncia econ\u00f4mica, devido \u00e0 larga extens\u00e3o de \u00e1reas plantadas com Pinus <\/em>no Brasil.<\/span><\/p>\n\n\n\n

As esp\u00e9cies de Cinara <\/em>alimentam-se de ramos, brotos e, ocasionalmente, de ra\u00edzes de con\u00edferas das fam\u00edlias Cupressaceae e Pinaceae. A esp\u00e9cie mais importante que ataca Pinus <\/em>nos Estados Unidos \u00e9 C. atlantica, <\/em>esp\u00e9cie que se tornou predominante tamb\u00e9m no Brasil.<\/span><\/p>\n\n\n\n

Facilmente transportado a longas dist\u00e2ncias por correntes de ventos, o pulg\u00e3o-gigante-do-pinus tem provocado a morte de plantas em plantios jovens dePinus, <\/em>tendo sido relatada a mortalidade de at\u00e9 15% das plantas. O dano ocasionado por esse pulg\u00e3o inicia-se por uma clorose das ac\u00edculas, com alguns ponteiros ou ramos tornando-se marron-avermelhados, observados entre o outono e a primavera. O afilamento de ramos e o entortamento do caule s\u00e3o outros sintomas de ataque desta praga. Foram tamb\u00e9m observadas mortalidade de plantas em \u00e1reas adjacentes \u00e0 \u00e1rea de pesquisa.<\/span><\/p>\n\n\n\n

O controle biol\u00f3gico natural dos pulg\u00f5es do g\u00eanero Cinara <\/em>tem sido realizado por insetos predadores das fam\u00edlias Coccinellidae, Syrphidae, Crhrysopidae, Staphilinidae, Dermaptera e alguns Heteroptera, que ocorrem naturalmente nas condi\u00e7\u00f5es brasileiras. No entanto, esses predadores, embora importantes agentes reguladores da popula\u00e7\u00e3o dos pulg\u00f5es, n\u00e3o conseguem mant\u00ea-los em n\u00edveis que n\u00e3o causem preju\u00edzos \u00e0s plantas de Pinus. <\/em>Visando otimizar o controle biol\u00f3gico da praga em quest\u00e3o, a Embrapa Florestas<\/em>, o FUNCEMA e a EPAGRI (Empresa de Pesquisa Agropecu\u00e1ria e Extens\u00e3o Rural de Santa Catarina) implantaram, em 2001, o Programa de Controle Biol\u00f3gico do pulg\u00e3o-gigante-do-pinus, com o objetivo de estudar a otimiza\u00e7\u00e3o das condi\u00e7\u00f5es que favorecem o desenvolvimento dos predadores e realizar a introdu\u00e7\u00e3o de parasit\u00f3ides do pulg\u00e3o na regi\u00e3o de origem dos mesmos. Para tanto, foram realizadas coletas de pulg\u00f5es parasitados nos Estados Unidos em 2001, 2002 e 2003, obtendo-se, ap\u00f3s o per\u00edodo de quarentena, o parasit\u00f3ide Xenostigmus bifasciatus <\/em>(Hymenoptera, Braconidae). A cria\u00e7\u00e3o massal, realizada naEmbrapa Florestas <\/em>e as posteriores libera\u00e7\u00f5es em diversas florestas de Pinus<\/em>dos estados de Santa Catarina, Paran\u00e1 e S\u00e3o Paulo, resultaram numa ampla dispers\u00e3o do parasit\u00f3ide, que se estabeleceu em todos os locais de libera\u00e7\u00e3o, dispersando-se, a cada ano, num raio de aproximadamente 80 km, havendo casos de 100% de controle de algumas col\u00f4nias de pulg\u00e3o. Esta porcentagem \u00e9 atingida pelo complexo de inimigos naturais, composto por predadores e pelo parasit\u00f3ide.<\/span><\/p>\n\n\n\n

Como medidas preventivas os produtores devem dispor de mudas de boa qualidade, utilizando-se t\u00e9cnicas de plantio que facilitem o desenvolvimento radicular e que favore\u00e7am a presen\u00e7a de vegeta\u00e7\u00e3o secund\u00e1ria entre as filas de Pinus. <\/em>Devem ser realizadas apenas ro\u00e7adas na fila e, se necess\u00e1rio, o coroamento da muda plantada. Estas a\u00e7\u00f5es favorecer\u00e3o a ocorr\u00eancia dos inimigos naturais dos pulg\u00f5es e permitir\u00e3o um bom desenvolvimento das plantas de Pinus.<\/em><\/span><\/p>\n\n\n\n

Wilson Reis Filho (wilson@cnpf.embrapa.br) \u00e9 pesquisador da Epagri\/Embrapa Florestas.
\nEdson tadeu Iede (iedeet@cnpf.embrapa.br) \u00e9 pesquisador da Embrapa Florestas.
\nSusete do Rocio Chiarello Penteado (susete@cnpf.embrapa.br) \u00e9 pesquisadora da Embrapa Flore<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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