{"id":1744,"date":"2009-02-19T10:34:44","date_gmt":"2009-02-19T10:34:44","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T20:16:14","modified_gmt":"2021-07-10T23:16:14","slug":"projeto_tamar","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/fauna\/programas_e_projetos\/projeto_tamar.html","title":{"rendered":"Projeto Tamar"},"content":{"rendered":"\n
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As tartarugas marinhas existem h\u00e1 mais de 150 milh\u00f5es de anos. Sua origem \u00e9 a terra, mas elas evoluiram e se adaptaram para viver no mar, diferenciando-se de outros r\u00e9pteis. Em vez de dentes, por exemplo, ganharam uma esp\u00e9cie de bico e suas patas transformam-se em nadadeiras. Na terra s\u00e3o lentas e se tornam vulner\u00e1veis, mas no mar se deslocam com rapidez e agilidade.<\/p>\n\n\n\n

H\u00e1 sete esp\u00e9cies de tartarugas marinhas conhecidas no mundo. Cinco s\u00e3o encontradas no Brasil: Cabe\u00e7uda (Caretta caretta), de Pente (Eretmochelys imbricata), Verde (Chelonia mydas), Oliva (Lepidochelys olivacea) e de Couro (Dermochelys coriacea).<\/p>\n\n\n\n

 Pertencem \u00e0 mesma ordem das tartarugas de \u00e1gua doce e de terra, como o c\u00e1gado e o jaboti. Mas s\u00e3o muito maiores podendo atinguir at\u00e9 750 quilos. Somente as f\u00eameas saem da \u00e1gua, por um curto per\u00edodo de tempo, para a desova. Respiram por pulm\u00f5es, mas podem permanecer algumas horas embaixo d’\u00e1gua, prendendo a respira\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

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Para isso, o organismo funciona lentamente, o cora\u00e7\u00e3o bate devagar, num fen\u00f4meno chamado bradicardia, em que o fornecimento de oxig\u00eanio \u00e9 auxiliado por um tipo de respira\u00e7\u00e3o acess\u00f3ria, feita pela faringe e pela cloaca. Al\u00e9m da vis\u00e3o, da audi\u00e7\u00e3o e do olfato extremamente desenvolvidos, as tartarugas possuem uma fant\u00e1stica capacidade de orienta\u00e7\u00e3o. Por isso, mesmo vivendo dispersas na imensid\u00e3o dos mares, sabem o momento e o local da reuni\u00e3o para reprodu\u00e7\u00e3o e sempre voltam para desovar nas praias onde nasceram. Seu ciclo de reprodu\u00e7\u00e3o pode se repetir em intervalos de um, dois ou tr\u00eas anos, variando conforme a esp\u00e9cie e condi\u00e7\u00f5es ambientais, especialmente a dist\u00e2ncia entre as \u00e1reas de alimenta\u00e7\u00e3o e reprodu\u00e7\u00e3o. O acasalamento ocorre no mar, em \u00e1guas profundas ou costeiras. A f\u00eamea escolhe um entre in\u00fameros machos, podendo ser fecundada por v\u00e1rios deles. O namoro come\u00e7a com algumas mordidas no pesco\u00e7o e nos ombros. A c\u00f3pula dura v\u00e1rias horas. A fecunda\u00e7\u00e3o \u00e9 interna e cada f\u00eamea pode realizar de tr\u00eaa a cinco desovas em uma mesma temporada de reprodu\u00e7\u00e3o, com intervalos m\u00e9dios de 10 a 15 dias.<\/p>\n\n\n\n

As f\u00eameas sempre procuram praias desertas para desovar (no Brasil entre setembro e mar\u00e7o) e, via de regra, esperam o anoitecer, porque a escurid\u00e3o as protege de v\u00e1rios obst\u00e1culos e o calor da areia, durante o dia, prejudica a postura. Escolhem um trecho da praia livre da a\u00e7\u00e3o constante das mar\u00e9s e, com as nadadeiras dianteiras, escavam um grande buraco redondo, de mais ou menos dois metros de di\u00e2metro (chamado de cama), onde v\u00e3o se alojar para iniciar a confec\u00e7\u00e3o do ninho.<\/p>\n\n\n\n

Com as nadadeiras traseiras fazem outro buraco para o ninho, com cerca de meio metro de profundidade, onde coloca os ovos, redondos e brancos, parecidos com uma bola de pingue-pongue. Os ovos ficam bem protegidos, recobertos por uma esp\u00e9cie de muco e pela areia com que a tartaruga cobre o ninho. S\u00e3o 120 ovos, em m\u00e9dia, para cada postura, mas h\u00e1 registro de ninhos com apenas 16 ou at\u00e9 com 240 ovos. Depois da postura a m\u00e3e volta para o mar e 45 a 60 dias depois os ovos se rompem e nascem as tartaruguinhas.<\/p>\n\n\n\n

Um filhote vai ajudando o outro, com movimentos sincronizados, retirando a areia, at\u00e9 alcan\u00e7arem a superf\u00edcie do ninho e correrem para o mar. O nascimento ocorre quase sempre \u00e0 noite e para chegarem ao mar elas se orientam pela luminosidade do horizonte. Os filhotes s\u00e3o pequenos e fr\u00e1geis, medindo apenas cerca de cinco cent\u00edmetros. Estima-se que de cada mil tartarugas nascidas, apenas uma ou duas v\u00e3o chegar \u00e0 idade adulta.<\/p>\n\n\n\n

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As tartarugas marinhas s\u00e3o oportunistas, geralmente omn\u00edvoras (comem de tudo), embora uma esp\u00e9cie se alimente apenas de algas ap\u00f3s o primeiro ano de vida e outra prefira alimentos gelatinosos, como medusas e \u00e1guas-vivas. Somente na fase adulta v\u00e3o se tornar vis\u00edveis as diferen\u00e7as entre machos e f\u00eameas. A cauda do macho, por exemplo, se torna mais grossa e chega a ultrapassar as nadadeiras posteriores. As tartarugas ganham muito peso. Um filhote rec\u00e9m-nascido da tartaruga de couro tem 30 gramas em m\u00e9dia e na idade adulta chega a 750 quilos. Para atender \u00e0s suas necessidades alimentares freq\u00fcentemente mudam de lugar.<\/p>\n\n\n\n

Tarataruga-cabe\u00e7uda(Caretta caretta)<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Tem o dorso marrom e o ventre amarelado. Seu casco mede aproximadamente um metro de comprimento e pesa cerca de 150 quilos, embora alguns exemplares cheguem a 250 quilos. Alimenta-se de peixes, camar\u00f5es, caramujos, esponjas e algas. Desova preferencialmente no Rio de Janeiro, Esp\u00edrito Santo, Bahia e Sergipe.<\/p>\n\n\n\n

Tartaruga de pente (Eretmochelys imbricata)<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Tamb\u00e9m chamada de tartaruga verdadeira ou leg\u00edtima. Tem a carapa\u00e7a formada por escamas marrom e amarelas, sobrepostas. A boca parece o bico de gavi\u00e3o e o casco pode medir at\u00e9 um metro de comprimento e pesar 150 quilos. \u00c9 uma das mais amea\u00e7adas de extin\u00e7\u00e3o. Alimenta-se de pequenos habitantes dos corais e esponjas. Para desovar busca principalmente o litoral norte da Bahia.<\/p>\n\n\n\n

Tartaruga-verde(Chelonia mydas)<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Alimenta-se exclusivamente de algas, depois do primeiro ano de vida. Tamb\u00e9m chamada de aruan\u00e3, tem o casco castanho esverdeado ou acinzentado, medindo cerca de 1.20 metros de comprimento. Pesa em m\u00e9dia 250 quilos podendo atingir at\u00e9 350. Para desovar prefere as ilhas oce\u00e2nicas, como Fernando de Noronha, em Pernambuco, Atol das Rocas, no Rio Grande do Norte e Trindade, no Esp\u00edrito Santo.<\/p>\n\n\n\n

Tartaruga-oliva(Lepidochelys olivacea)<\/strong><\/p>\n\n\n\n

\u00c9 a menor de todas as tartarugas marinhas: o casco, de cor cinza esverdeada, mede cerca de 60 cent\u00edmetros e pesa em torno de 65 quilos. Alimenta-se de peixes, moluscos, crust\u00e1ceos (principalmente camar\u00f5es) e plantas aqu\u00e1ticas. No litoral de Sergipe existe hoje a mior concentra\u00e7\u00e3o de indiv\u00edduos dessa esp\u00e9cie desovando no Brasil.<\/p>\n\n\n\n

Tartaruga de couro (Dermochelys coriacea)<\/strong><\/p>\n\n\n\n

\u00c9 a maior esp\u00e9cie de tartaruga marinha. \u00c9 chamada de tartaruga gigante, por medir at\u00e9 dois metros de comprimento de casco e pesar at\u00e9 750 quilos. Vive sempre em alto-mar, aproximando-se do litoral apenas para desova. Alimenta-se preferencialmente de \u00e1guas-vivas. H\u00e1 raras desovas somente no litoral do Esp\u00edrito Santo.<\/p>\n\n\n\n

O Projeto Tamar tem 20 bases de pesquisa em oito estados brasileiros. Oito funcionam durante todo o ano e as demais s\u00f3 em \u00e9poca de desova. As bases e as exposi\u00e7\u00f5es itinerantes recebem mais de um milh\u00e3o de visitantes a cada ano.<\/p>\n\n\n\n

O Tamar gera mais de 400 empregos diretos e diversas novas fontes de receitas para as comunidades, garantindo ainda mais o apoio dos moradores.<\/p>\n\n\n\n

 Cronologia do Tamar:<\/strong><\/p>\n\n\n\n

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1980 – cria\u00e7\u00e3o do TAMAR.<\/p>\n\n\n\n

1984 – in\u00edcio do patroc\u00ednio da Petrobras<\/p>\n\n\n\n

1986 – proibi\u00e7\u00e3o total da captura de qualquer esp\u00e9cie<\/p>\n\n\n\n

1989 – um milh\u00e3o de filhotes nascidos sob a prote\u00e7\u00e3o do Tamar<\/p>\n\n\n\n

1995 – proibi\u00e7\u00e3o de ilumina\u00e7\u00e3o e tr\u00e2nsito em praias de desovas<\/p>\n\n\n\n

1997 – recebimento do pr\u00eamio ambiental J. Paul Getty, da WWF<\/p>\n\n\n\n

2000 – quatro milh\u00f5es de filhotes nascidos em seguran\u00e7a<\/p>\n\n\n\n

Fotos: Projeto Tamar<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Revista Tamar 20 anos www.tamar.com.br<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"