{"id":1738,"date":"2009-02-19T09:55:00","date_gmt":"2009-02-19T09:55:00","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T20:16:14","modified_gmt":"2021-07-10T23:16:14","slug":"projeto_puma","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/fauna\/programas_e_projetos\/projeto_puma.html","title":{"rendered":"Projeto Puma"},"content":{"rendered":"\n
\"q\"\/<\/figure>\n\n\n\n

Este projeto de pesquisa teve origem na identifica\u00e7\u00e3o da necessidade de incorporar o planejamento rural para conserva\u00e7\u00e3o das on\u00e7as, na maioria das regi\u00f5es do Brasil. Esta necessidade adv\u00e9m do fato de que as Unidades de Conserva\u00e7\u00e3o de muitas regi\u00f5es do pa\u00eds s\u00e3o insuficientemente grandes para manter popula\u00e7\u00f5es de on\u00e7a a longo e m\u00e9dio prazo, e a maior parte das popula\u00e7\u00f5es destes animais, excetuando-se talvez algumas \u00e1reas da Amaz\u00f4nia, encontra-se em \u00e1reas particulares.<\/p>\n\n\n\n

Foi realizado um mapeamento pr\u00e9vio das on\u00e7as-parda em Santa Catarina, publicado na Revista Brasileira de Zoologia (1993), e pude verificar \u00e1reas de ocorr\u00eancia e \u00e1reas onde a on\u00e7a deixou de ocorrer. Aprofundaremos as pesquisas sobre a qualidade dos ambientes para as on\u00e7as, procurando determinar quais s\u00e3o as condi\u00e7\u00f5es m\u00ednimas para perman\u00eancia das popula\u00e7\u00f5es em \u00e1reas rurais, analisando o impacto de diferentes fatores (cobertura vegetal, diversidade de esp\u00e9cies-presa, parcelamento da terra, e diferentes modelos de desenvolvimento rural) sobre a presen\u00e7a-aus\u00eancia e abund\u00e2ncia relativa de on\u00e7as-parda. Tem a finalidade fornecer subs\u00eddios para pol\u00edticas de desenvolvimento rural que levem em considera\u00e7\u00e3o a sobreviv\u00eancia da on\u00e7a, e da comunidade de mam\u00edferos da qual depende.<\/p>\n\n\n\n

Nesta abordagem h\u00e1 tr\u00eas inova\u00e7\u00f5es: A primeira consiste no fato de que alguns dos par\u00e2metros indicadores j\u00e1 existem, de fontes como o IBGE (parcelamento da terra, densidade populacional), e de imagens de sat\u00e9lite (cobertura vegetal), agilizando imensamente o processo de an\u00e1lise. Segundo, \u00e9 preciso reconhecer que a conserva\u00e7\u00e3o da on\u00e7a \u00e9 importante para a conserva\u00e7\u00e3o de toda a diversidade das comunidades silvestres, pois o desaparecimento de on\u00e7as de uma determinada regi\u00e3o \u00e9 resultado de um empobrecimento pr\u00e9vio da diversidade de mam\u00edferos das quais se alimenta, da pr\u00f3pria produtividade prim\u00e1ria, e da redu\u00e7\u00e3o de \u00e1reas de abrigo com cobertura florestal adequada. Terceiro, com a utiliza\u00e7\u00e3o destes indicadores, pode-se pela primeira vez implementar modelos quantitativos (mensur\u00e1veis) de desenvolvimento rural regional cujo planejamento envolva a preocupa\u00e7\u00e3o em manter as comunidades silvestres na sua forma mais pr\u00f3xima do original. Ou seja, incluir no planejamento a necessidade da manuten\u00e7\u00e3o da integridade das comunidades silvestres, e faz\u00ea-lo atrav\u00e9s de an\u00e1lses num\u00e9ricas.<\/p>\n\n\n\n

Para ilustrar este \u00faltimo \u00edtem, atualmente a lei contempla a necessidade de proteger as esp\u00e9cies amea\u00e7adas, mas n\u00e3o se sabe os limites de antropiza\u00e7\u00e3o al\u00e9m dos quais estas esp\u00e9cies desaparecem. Talvez a \u00fanica prote\u00e7\u00e3o legal quantitativa em \u00e1reas rurais que existe \u00e9 o da cobertura florestal, estipulada em diferentes porcentagens para diferentes regi\u00f5es do Brasil. N\u00e3o existe nem pode existir uma legisla\u00e7\u00e3o que diga que cada munic\u00edpio deva ter um n\u00famero m\u00ednimo de on\u00e7as, porque \u00e9 antiprodutivo obter estes n\u00fameros diretamente. No entanto \u00e9 preciso haver indicadores num\u00e9ricos de perigo, para que a\u00e7\u00f5es de prote\u00e7\u00e3o sejam tomadas antes que a extin\u00e7\u00e3o seja irrevers\u00edvel. Por isto a necessidade de se conhecer as exig\u00eancias ambientais das on\u00e7as, na forma de indicadores que possam ser facilmente obtidos e utilizados. Com isto seria poss\u00edvel produzir mapas de probabilidade de extin\u00e7\u00e3o baseadas em curvas de crescimento populacional humano, desmatamento, e parcelamento da terra. Com estes mapas seria ent\u00e3o poss\u00edvel passar para o pr\u00f3ximo passo, a a\u00e7\u00e3o de conserva\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Como exemplo de sua praticidade, e do tipo de resultados que se pode esperar desta pesquisa, podemos pensar um exemplo hipot\u00e9tico. Suponha que as pesquisas indiquem que as on\u00e7as despareceriam se o parcelamento das propriedades rurais fosse inferior a 100 ha. Isto n\u00e3o foi comprovado, por isto \u00e9 uma hip\u00f3tese, mas h\u00e1 um fundo de bom senso, j\u00e1 que as comunidades de mam\u00edferos de grande porte como as on\u00e7as, e algumas de suas esp\u00e9cies-presa, necessitam de grandes \u00e1reas para sobreviver. Se for o caso de haver interesse em preservar estas comunidades de mam\u00edferos, em uma \u00e1rea importante para a conserva\u00e7\u00e3o regional da esp\u00e9cie, mas imposs\u00edvel de ser transformada em Unidade de Conserva\u00e7\u00e3o (por ser uma zona importante de produ\u00e7\u00e3o comercial), ent\u00e3o pode-se pensar em transformar esta informa\u00e7\u00e3o de parcelamento em lei municipal, limitando o parcelamento ou partilha da terra em lotes menores do que 100 ha. A mesma quantifica\u00e7\u00e3o e aplica\u00e7\u00e3o legal pode-se estipular para cobertura florestal e tipo de utiliza\u00e7\u00e3o da terra.<\/p>\n\n\n\n

Talvez o \u00fanico indicador que precisaria ser obtido especialmente para o prop\u00f3sito de determinar qualidade ambiental para a on\u00e7a, e mesmo assim somente se a rela\u00e7\u00e3o entre densidade de on\u00e7as e o conjunto dos outros indicadores mostrar-se fraca, seria o de diversidade de esp\u00e9cies-presa. Mas mesmo assim, \u00e9 muito mais f\u00e1cil reunir informa\u00e7\u00f5es quantitativas estatisticamente trat\u00e1veis sobre todo o conjunto de indicadores expostos acima do que sobre a densidade de popula\u00e7\u00f5es de on\u00e7as.<\/p>\n\n\n\n

Trabalho publicado:<\/strong><\/p>\n\n\n\n

1) OCORR\u00caNCIA DE  PUMA CONCOLOR  (LINNAEUS) (FELIDAE, CARNIVORA) EM \u00c1REAS DE VEGETA\u00c7\u00c3O REMANESCENTE DE SANTA CATARINA, BRASIL. Revista Brasileira de Zoologia 10 (4): 581-587, 1993. Marcelo Mazolli.<\/p>\n\n\n\n

Marcelo Mazolli <\/p>\n\n\n\n

marcelo_puma@yahoo.com<\/p>\n\n\n\n

Bi\u00f3logo – atua na ONG Projeto Puma (PROPUMA) e atualmente est\u00e1 cursando o doutorado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).<\/p>\n\n\n\n

Esta pesquisa \u00e9 financiada pela WWF e Funda\u00e7\u00e3o Ford, com bolsa do CNPQ.<\/p>\n\n\n\n

Para saber mais visite o site:<\/p>\n\n\n\n

\nhttp:\/\/uniplac.net\/~puma\n<\/div><\/figure>\n\n\n\n

OCORR\u00caNCIA DE PUMA CONCOLOR (LINNAEUS) (FELIDAE, CARNIVORA) EM \u00c1REAS DE VEGETA\u00c7\u00c3O REMANESCENTE DE SANTA CATARINA, BRASIL. Revista Brasileira de Zoologia 10 (4): 581-587, 1993. Marcelo Mazolli.<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"