{"id":1733,"date":"2009-02-18T17:54:28","date_gmt":"2009-02-18T17:54:28","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T20:16:14","modified_gmt":"2021-07-10T23:16:14","slug":"projeto_baleia_franca","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/fauna\/programas_e_projetos\/projeto_baleia_franca.html","title":{"rendered":"Projeto Baleia Franca"},"content":{"rendered":"\n

Projeto Baleia Franca – 22 anos de atividades, 1982-2004
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Sum\u00e1rio de informa\u00e7\u00f5es<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Podendo medir cerca de 18 metros de comprimento e pesar mais de 60 toneladas, as baleias francas austrais (Eubalaena australis) foram uma das esp\u00e9cies de baleia mais abundantes em \u00e1guas brasileiras; capturadas desde o s\u00e9culo XVII em grande n\u00famero, foram por\u00e9m dizimadas a ponto de estarem ainda hoje gravemente amea\u00e7adas de extin\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

A partir da captura da \u00faltima baleia franca em Santa Catarina, em 1973, a esp\u00e9cie mergulhou num absoluto limbo, sendo por muitos considerada extinta em \u00e1guas brasileiras. Relatos de aparecimento de animais encalhados posteriores a essa data, no final da d\u00e9cada de 70, eram considerados eventos isolados e \u201cn\u00e3o confirmados\u201d pela comunidade cient\u00edfica e n\u00e3o se reconhecia, ent\u00e3o, que pudesse haver ainda uma popula\u00e7\u00e3o \u201cbrasileira\u201d sobrevivente de baleias francas.<\/p>\n\n\n\n

Durante o ano de 1981, um grupo de volunt\u00e1rios liderados pelo Vice-Almirante Ibsen C\u00e2mara, principiou a investigar relatos de pescadores e freq\u00fcentadores da costa catarinense atestando que \u201cbaleias pretas\u201d estavam aparecendo esporadicamente no litoral Sul do Brasil. Com a continuidade das buscas, em agosto de 1982 a avistagem de uma f\u00eamea adulta e seu filhote na praia de Ubatuba, Ilha de S\u00e3o Francisco do Sul, SC, e de v\u00e1rias outras observa\u00e7\u00f5es posteriores de pares de m\u00e3e e filhote no mesmo ano vieram a confirmar o status do litoral catarinense como \u00e1rea ativa de reprodu\u00e7\u00e3o das baleias francas no Brasil.<\/p>\n\n\n\n

Ao longo dos anos seguintes, a partir de 1982, o grupo de volunt\u00e1rios, desenvolveu de maneira cont\u00ednua o trabalho do j\u00e1 ent\u00e3o denominado Projeto Baleia Franca, cujo objetivo fundamental, at\u00e9 hoje inalterado, \u00e9 garantir a sobreviv\u00eancia e a recupera\u00e7\u00e3o populacional da baleia franca em \u00e1guas brasileiras.<\/p>\n\n\n\n

O trabalho desenvolvido pelos integrantes do Projeto seguiu duas vertentes principais: a investiga\u00e7\u00e3o cient\u00edfica e o monitoramento desta popula\u00e7\u00e3o sobrevivente, e a educa\u00e7\u00e3o e conscientiza\u00e7\u00e3o p\u00fablicas visando impedir o molestamento dos animais.<\/p>\n\n\n\n

Em 1995, atendendo a solicita\u00e7\u00e3o do Projeto, o Governador de Santa Catarina declarou a esp\u00e9cie, atrav\u00e9s do Decreto 171\/95, como Monumento Natural do Estado, passando assim a mesma a gozar de aten\u00e7\u00e3o especial para sua prote\u00e7\u00e3o. Em setembro de 2000, foi criada por Decreto Federal, com base em proposta t\u00e9cnica do Projeto, a \u00c1rea de Prote\u00e7\u00e3o Ambiental da Baleia Franca, abrangendo 156.100 hectares da costa centro-sul catarinense e que visa proteger as mais importantes \u00e1reas de cria\u00e7\u00e3o dos filhotes da esp\u00e9cie em \u00e1guas brasileiras.<\/p>\n\n\n\n

O trabalho desenvolvido pelo Projeto Baleia Franca priorizou, ao longo dos \u00faltimos anos, a identifica\u00e7\u00e3o fotogr\u00e1fica individual dos animais avistados em \u00e1guas brasileiras. A metodologia de trabalho adotada no que se refere \u00e0 pesquisa e ao monitoramento tem como fundamento buscar informa\u00e7\u00f5es relevantes para a conserva\u00e7\u00e3o da esp\u00e9cie com um m\u00ednimo de perturba\u00e7\u00e3o dos indiv\u00edduos, buscando n\u00e3o interferir em suas atividades normais. Atualmente (2004), est\u00e3o em desenvolvimento atividades de pesquisa atinentes a um maior conhecimento da distribui\u00e7\u00e3o espacial das baleias francas na costa catarinense, seus movimentos e comportamento m\u00e3e\/filhote, bem como de elucida\u00e7\u00e3o da identidade gen\u00e9tica da popula\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

O Projeto Baleia Franca, hoje administrado pela diretoria nacional do Brasil da Coaliz\u00e3o Internacional da Vida Silvestre – IWC, vem ainda desenvolvendo intensa campanha no sentido de mobilizar autoridades e empres\u00e1rios do setor tur\u00edstico para o enorme potencial que a esp\u00e9cie representa para o turismo ecol\u00f3gico no Estado de Santa Catarina. O turismo de observa\u00e7\u00e3o de baleias, ou whalewatching, pode representar grande benef\u00edcio econ\u00f4mico direto \u00e0s comunidades litor\u00e2neas da regi\u00e3o Sul, e para tanto o Projeto vem se esfor\u00e7ando na capacita\u00e7\u00e3o de recursos humanos capazes de prover a necess\u00e1ria interpreta\u00e7\u00e3o ambiental para os turistas que acorrem \u00e0 regi\u00e3o em crescente n\u00famero.<\/p>\n\n\n\n

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Durante a temporada 2003, o Projeto se dedicou \u00e0 constru\u00e7\u00e3o do Centro Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Baleia Franca, inaugurado a 20 de setembro passado na presen\u00e7a do Presidente do IBAMA, Dr. Marcus Barros, com quem o Projeto mant\u00e9m um programa de estreita coopera\u00e7\u00e3o. \u00c9 um espa\u00e7o destinado prioritariamente \u00e0 educa\u00e7\u00e3o do p\u00fablico sobre as baleias e o ambiente marinho, bem como suas necessidades de conserva\u00e7\u00e3o, e \u00e0 centraliza\u00e7\u00e3o das atividades de pesquisa e monitoramento realizadas pelo Projeto no Brasil. Com cerca de 260 m2 de \u00e1rea<\/p>\n\n\n\n

constru\u00edda inicial, compondo-se de centro de visitantes, deck de observa\u00e7\u00e3o, laborat\u00f3rio e alojamento de pesquisadores, o Centro foi erguido num terreno de 1200 m2 frente ao mar no Balne\u00e1rio de Itapirub\u00e1, Munic\u00edpio de Imbituba, doado pela comunidade local.<\/p>\n\n\n\n

Em paralelo ao Centro o Projeto concluiu tamb\u00e9m em 2003 o Museu da Baleia de Imbituba, \u00fanico no g\u00eanero na Am\u00e9rica do Sul e estabelecido na \u00faltima esta\u00e7\u00e3o baleeira do sul do Brasil, reconstru\u00edda numa parceria entre o Projeto e a Prefeitura Municipal com apoio de empres\u00e1rios locais e da PETROBRAS, \u00fanica apoiadora empresarial atual da IWC\/BRASIL.<\/p>\n\n\n\n

Para 2004, dentre outras atividades, foram efetivadas a extens\u00e3o dos v\u00f4os de monitoramento das baleias para toda a costa sul e sudeste do Brasil e a instala\u00e7\u00e3o da bases de apoio no Rio de Janeiro, bem como o estreitamento da coopera\u00e7\u00e3o com o Instituto Baleia Jubarte, da Bahia, para a cobertura do litoral Nordeste do Brasil.<\/p>\n\n\n\n

Atualmente o Projeto busca parceiros interessados em apoiar esta expans\u00e3o de sua cobertura geogr\u00e1fica e a necess\u00e1ria campanha de m\u00eddia para a educa\u00e7\u00e3o do p\u00fablico, e a constru\u00e7\u00e3o da EcoEscola do Mar, seu audit\u00f3rio e centro educativo em Itapirub\u00e1, voltado para a educa\u00e7\u00e3o e capacita\u00e7\u00e3o p\u00fablicas em temas de conserva\u00e7\u00e3o marinha.<\/p>\n\n\n\n

S\u00e3o padrinhos culturais do Projeto Baleia Franca o m\u00fasico e compositor Ivan Lins e a recordista brasileira de mergulho livre Karoline Meyer.<\/p>\n\n\n\n

A Coordena\u00e7\u00e3o do Projeto \u00e9 exercida pelo naturalista e escritor Jos\u00e9 Truda Palazzo Jr., um dos ambientalistas brasileiros de maior reconhecimento internacional na \u00e1rea da conserva\u00e7\u00e3o marinha, e que atualmente chefia a delega\u00e7\u00e3o cient\u00edfica brasileira junto \u00e0 Comiss\u00e3o Internacional da Baleia \u2013 CIB e atua como Vice-Comiss\u00e1rio do Brasil nas reuni\u00f5es plen\u00e1rias deste organismo multilateral. Truda Palazzo coordena ainda as a\u00e7\u00f5es de integra\u00e7\u00e3o regional do Projeto, que coopera com o Instituto de Conservaci\u00f3n de Ballenas da Argentina, a Organizaci\u00f3n para la Conservaci\u00f3n de Cet\u00e1ceos do Uruguay, e o Centro de Conservaci\u00f3n Cet\u00e1cea do Chile na formula\u00e7\u00e3o de programas e pol\u00edticas integradas.<\/p>\n\n\n\n

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A equipe de pesquisa do Projeto Baleia Franca, temporada 2002<\/span><\/div>\n\n\n\n
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Localiza\u00e7\u00e3o (\u00e1rea aterrada) da obra do Centro Baleia Franca \u2013 Itapirub\u00e1<\/span><\/div>\n\n\n\n
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Ivan Lins e Karoline Meyer d\u00e3o in\u00edcio \u00e0s obras do Centro Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Baleia Franca <\/span><\/div>\n\n\n\n
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Fonte das fotos: Projeto Baleia Franca<\/span><\/div>\n\n\n\n

www.baleiafranca.org.br.<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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