{"id":153,"date":"2009-02-11T16:34:02","date_gmt":"2009-02-11T16:34:02","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T20:31:23","modified_gmt":"2021-07-10T23:31:23","slug":"avaliacao_da_qualidade_da_agua","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/agua\/artigos_agua_doce\/avaliacao_da_qualidade_da_agua.html","title":{"rendered":"Avalia\u00e7\u00e3o da Qualidade da \u00c1gua"},"content":{"rendered":"\n
\"q\"\/<\/figure>\n\n\n\n
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I – Par\u00e2metros F\u00edsicos e Qu\u00edmicos<\/strong><\/p>\n\n\n\n

1.Vari\u00e1veis Climatol\u00f3gicas<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Os aspectos climatol\u00f3gicos de uma regi\u00e3o influenciam diretamente o corpo d\u2019\u00e1gua, provocando sens\u00edveis altera\u00e7\u00f5es no seu metabolismo. Num per\u00edodo de maior precipita\u00e7\u00e3o pode ocorrer um aumento na turbidez em fun\u00e7\u00e3o do grande aporte de material que \u00e9 carreado pelas chuvas para o corpo d\u2019\u00e1gua em quest\u00e3o. O vento por sua vez pode provocar uma mistura na \u00e1gua, ocasionando uma ressuspens\u00e3o de nutrientes das partes mais profundas. As vari\u00e1veis climatol\u00f3gicas podem ser obtidas atrav\u00e9s de aparelhos como o pluvi\u00f4metro (precipita\u00e7\u00e3o), term\u00f4metro, anem\u00f4metro (vento) e lux\u00edmetro ou actin\u00f3grafo (radia\u00e7\u00e3o solar). Uma solu\u00e7\u00e3o pr\u00e1tica na falta deste material \u00e9 a obten\u00e7\u00e3o dos dados numa esta\u00e7\u00e3o climatol\u00f3gica pr\u00f3xima ao local de estudo.<\/p>\n\n\n\n

2.Vari\u00e1veis Hidrol\u00f3gicas<\/strong><\/p>\n\n\n\n

– Radia\u00e7\u00e3o Solar Subaqu\u00e1tica<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Da radia\u00e7\u00e3o que atinge a superf\u00edcie da \u00e1gua, parte penetra e parte \u00e9 refletida, voltando para a atmosfera. A quantidade de radia\u00e7\u00e3o refletida depende das condi\u00e7\u00f5es da superf\u00edcie da \u00e1gua (plana ou ondulada) e principalmente do \u00e2ngulo de incid\u00eancia da radia\u00e7\u00e3o sobre esta. Ao penetrar na coluna d\u2019\u00e1gua, a radia\u00e7\u00e3o \u00e9 submetida a profundas altera\u00e7\u00f5es, tanto na sua intensidade quanto na sua qualidade espectral. Estas altera\u00e7\u00f5es dependem de v\u00e1rios fatores: quantidade de material dissolvido e quantidade de material em suspens\u00e3o. A primeira altera\u00e7\u00e3o sofrida \u00e9 a mudan\u00e7a de dire\u00e7\u00e3o devido \u00e0 refra\u00e7\u00e3o provocada pela redu\u00e7\u00e3o da velocidade ao penetrar no meio l\u00edquido. Em seguida, parte da radia\u00e7\u00e3o \u00e9 absorvida e transformada em outras formas de energia, por exemplo, qu\u00edmica pela fotoss\u00edntese e calor\u00edfica pelo aquecimento da \u00e1gua. Outra parte da radia\u00e7\u00e3o sofre dispers\u00e3o devido ao “choque” com part\u00edculas suspensas ou dissolvidas na \u00e1gua. Assim, a absor\u00e7\u00e3o e a dispers\u00e3o s\u00e3o os dois fatores principais, respons\u00e1veis pela atenua\u00e7\u00e3o da radia\u00e7\u00e3o com a profundidade nos ecossistemas aqu\u00e1ticos. A determina\u00e7\u00e3o da radia\u00e7\u00e3o solar (na superf\u00edcie e subaqu\u00e1tica) pode ser feita atrav\u00e9s de um aparelho denominado “Quanta-Meter”.<\/p>\n\n\n\n

– Zona Euf\u00f3tica e Transpar\u00eancia da \u00c1gua<\/strong><\/p>\n\n\n\n

A transpar\u00eancia da coluna d\u2019\u00e1gua pode variar desde alguns cent\u00edmetros at\u00e9 dezenas de metros. Essa regi\u00e3o da coluna d\u2019\u00e1gua \u00e9 denominada zona euf\u00f3tica e sua extens\u00e3o depende, principalmente, da capacidade do meio em atenuar a radia\u00e7\u00e3o subaqu\u00e1tica. O limite inferior da zona euf\u00f3tica \u00e9 geralmente assumido como sendo aquela profundidade onde a intensidade da radia\u00e7\u00e3o corresponde a 1% da que atinge a superf\u00edcie. Do ponto de vista \u00f3ptico, a transpar\u00eancia da \u00e1gua pode ser considerada o oposto da turbidez. Sua avalia\u00e7\u00e3o de maneira mais simples \u00e9 feita atrav\u00e9s de um disco branco de 20 a 30 cm de di\u00e2metro, denominado disco de Secchi. A medida \u00e9 obtida mergulhando-se o disco branco no lado da sombra do barco, atrav\u00e9s de uma corda marcada. A profundidade de desaparecimento do disco de Secchi corresponde \u00e0quela profundidade na qual a radia\u00e7\u00e3o refletida do disco n\u00e3o \u00e9 mais sens\u00edvel ao olho humano. A profundidade obtida em metros \u00e9 denominada transpar\u00eancia de disco de Secchi.<\/p>\n\n\n\n

– Temperatura da \u00c1gua<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Nos ecossistemas aqu\u00e1ticos continentais, a quase totalidade da propaga\u00e7\u00e3o do calor ocorre por transporte de massa d\u2019\u00e1gua, sendo a efici\u00eancia deste em fun\u00e7\u00e3o da aus\u00eancia ou presen\u00e7a de camadas de diferentes densidades. Em lagos que apresentam temperaturas uniformes em toda a coluna, a propaga\u00e7\u00e3o do calor atrav\u00e9s de toda a massa l\u00edquida pode ocorrer de maneira bastante eficiente, uma vez que a densidade da \u00e1gua nessas condi\u00e7\u00f5es \u00e9 praticamente igual em todas as profundidades, sendo o vento o agente fornecedor da energia indispens\u00e1vel para a mistura das massas d\u2019\u00e1gua. Por outro lado, quando as diferen\u00e7as de temperatura geram camadas d\u2019\u00e1gua com diferentes densidades, que em si j\u00e1 formam uma barreira f\u00edsica, impedindo que se misturem, e se a energia do vento n\u00e3o for suficiente para mistur\u00e1-las, o calor n\u00e3o se distribui uniformemente, criando a condi\u00e7\u00e3o de estabilidade t\u00e9rmica. Quando ocorre este fen\u00f4meno, o ecossistema aqu\u00e1tico est\u00e1 estratificado termicamente. Os estratos formados freq\u00fcentemente est\u00e3o diferenciados f\u00edsica, qu\u00edmica e biologicamente.<\/p>\n\n\n\n

Para as medidas de temperatura, podem ser utilizados term\u00f4metros simples de merc\u00fario ou aparelhos mais sofisticados como o “Termistor”, que pode registrar diretamente a temperatura das v\u00e1rias profundidades na coluna d\u2019\u00e1gua. Estas medidas devem ser realizadas no pr\u00f3prio local de coleta.<\/p>\n\n\n\n

3. Oxig\u00eanio dissolvido<\/strong><\/p>\n\n\n\n

A determina\u00e7\u00e3o do oxig\u00eanio dissolvido \u00e9 de fundamental import\u00e2ncia para avaliar as condi\u00e7\u00f5es naturais da \u00e1gua e detectar impactos ambientais como eutrofiza\u00e7\u00e3o e polui\u00e7\u00e3o org\u00e2nica.<\/p>\n\n\n\n

Do ponto de vista ecol\u00f3gico, o oxig\u00eanio dissolvido \u00e9 uma vari\u00e1vel extremamente importante, pois \u00e9 necess\u00e1rio para a respira\u00e7\u00e3o da maioria dos organismos que habitam o meio aqu\u00e1tico. Geralmente o oxig\u00eanio dissolvido se reduz ou desaparece, quando a \u00e1gua recebe grandes quantidades de subst\u00e2ncias org\u00e2nicas biodegrad\u00e1veis encontradas, por exemplo, no esgoto dom\u00e9stico, em certos res\u00edduos industriais, no vinhoto, e outros. Os res\u00edduos org\u00e2nicos despejados nos corpos d\u2019\u00e1gua s\u00e3o decompostos por microorganismos que se utilizam do oxig\u00eanio na respira\u00e7\u00e3o. Assim, quanto maior a carga de mat\u00e9ria org\u00e2nica, maior o n\u00famero de microorganismos decompositores e, conseq\u00fcentemente, maior o consumo de oxig\u00eanio. A morte de peixes em rios polu\u00eddos se deve, portanto, \u00e0 aus\u00eancia de oxig\u00eanio e n\u00e3o \u00e0 presen\u00e7a de subst\u00e2ncias t\u00f3xicas.<\/p>\n\n\n\n

A determina\u00e7\u00e3o do oxig\u00eanio dissolvido na \u00e1gua pode ser feita atrav\u00e9s do m\u00e9todo “Winkler” ou eletrom\u00e9trico.<\/p>\n\n\n\n

4. PH e alcalinidade<\/strong><\/p>\n\n\n\n

O termo pH (potencial hidrogeni\u00f4nico) \u00e9 usado universalmente para expressar o grau de acidez ou basicidade de uma solu\u00e7\u00e3o, ou seja, \u00e9 o modo de expressar a concentra\u00e7\u00e3o de \u00edons de hidrog\u00eanio nessa solu\u00e7\u00e3o. A escala de pH \u00e9 constitu\u00edda de uma s\u00e9rie de n\u00fameros variando de 0 a 14, os quais denotam v\u00e1rios graus de acidez ou alcalinidade. Valores abaixo de 7 e pr\u00f3ximos de zero indicam aumento de acidez, enquanto valores de 7 a 14 indicam aumento da basicidade.<\/p>\n\n\n\n

As medidas de pH s\u00e3o de extrema utilidade, pois fornecem in\u00fameras informa\u00e7\u00f5es a respeito da qualidade da \u00e1gua. As \u00e1guas superficiais possuem um pH entre 4 e 9. As vezes s\u00e3o ligeiramente alcalinas devido \u00e0 presen\u00e7a de carbonatos e bicarbonatos. Naturalmente, nesses casos, o pH reflete o tipo de solo por onde a \u00e1gua percorre. Em lagoas com grande popula\u00e7\u00e3o de algas, nos dias ensolarados, o pH pode subir muito, chegando a 9 ou at\u00e9 mais. Isso porque as algas, ao realizarem fotoss\u00edntese, retiram muito g\u00e1s carb\u00f4nico, que \u00e9 a principal fonte natural de acidez da \u00e1gua. Geralmente um pH muito \u00e1cido ou muito alcalino est\u00e1 associado \u00e0 presen\u00e7a de despejos industriais. A determina\u00e7\u00e3o do pH \u00e9 feita atrav\u00e9s do m\u00e9todo eletrom\u00e9trico, utilizando-se para isso um peag\u00e2metro digital.<\/p>\n\n\n\n

A alcalinidade representa a capacidade que um sistema aquoso tem de neutralizar (tamponar) \u00e1cidos a ele adicionados. Esta capacidade depende de alguns compostos, principalmente bicarbonatos, carbonatos e hidr\u00f3xidos. A alcalinidade \u00e9 determinada atrav\u00e9s da titula\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

5. Condutividade El\u00e9trica<\/strong><\/p>\n\n\n\n

A condutividade el\u00e9trica \u00e9 a capacidade que a \u00e1gua possui de conduzir corrente el\u00e9trica. Este par\u00e2metro est\u00e1 relacionado com a presen\u00e7a de \u00edons dissolvidos na \u00e1gua, que s\u00e3o part\u00edculas carregadas eletricamente. Quanto maior for a quantidade de \u00edons dissolvidos, maior ser\u00e1 a condutividade el\u00e9trica da \u00e1gua. Em \u00e1guas continentais, os \u00edons diretamente respons\u00e1veis pelos valores da condutividade s\u00e3o, entre outros, o c\u00e1lcio, o magn\u00e9sio, o pot\u00e1ssio, o s\u00f3dio, carbonatos, carbonetos, sulfatos e cloretos. O par\u00e2metro condutividade el\u00e9trica n\u00e3o determina, especificamente, quais os \u00edons que est\u00e3o presentes em determinada amostra de \u00e1gua, mas pode contribuir para poss\u00edveis reconhecimentos de impactos ambientais que ocorram na bacia de drenagem ocasionados por lan\u00e7amentos de res\u00edduos industriais, minera\u00e7\u00e3o, esgotos, etc.<\/p>\n\n\n\n

A condutividade el\u00e9trica da \u00e1gua pode variar de acordo com a temperatura e a concentra\u00e7\u00e3o total de subst\u00e2ncias ionizadas dissolvidas. Em \u00e1guas cujos valores de pH se localizam nas faixas extremas (pH>9 ou pH< 5), os valores de condutividade s\u00e3o devidos apenas \u00e0s altas concentra\u00e7\u00f5es de poucos \u00edons em solu\u00e7\u00e3o, dentre os quais os mais freq\u00fcentes s\u00e3o o H+ e o OH-.<\/p>\n\n\n\n

A determina\u00e7\u00e3o da condutividade pode ser feita atrav\u00e9s do m\u00e9todo eletrom\u00e9trico, utilizando-se para isso um condutiv\u00edmetro digital.<\/p>\n\n\n\n

6. Demanda Biol\u00f3gica do Oxig\u00eanio (DBO) e Demanda Qu\u00edmica do Oxig\u00eanio (DQO)<\/strong><\/p>\n\n\n\n

A express\u00e3o Demanda Bioqu\u00edmica de Oxig\u00eanio (DBO), utilizada para exprimir o valor da polui\u00e7\u00e3o produzida por mat\u00e9ria org\u00e2nica oxid\u00e1vel biologicamente, corresponde \u00e0 quantidade de oxig\u00eanio que \u00e9 consumida pelos microorganismos do esgoto ou \u00e1guas polu\u00eddas, na oxida\u00e7\u00e3o biol\u00f3gica, quando mantida a uma dada temperatura por um espa\u00e7o de tempo convencionado. Essa demanda pode ser suficientemente grande, para consumir todo o oxig\u00eanio dissolvido da \u00e1gua, o que condiciona a morte de todos os organismos aer\u00f3bios de respira\u00e7\u00e3o subaqu\u00e1tica.<\/p>\n\n\n\n

O teste de Demanda Qu\u00edmica de Oxig\u00eanio (DQO) baseia-se no fato de que todos os compostos org\u00e2nicos, com poucas exce\u00e7\u00f5es, podem ser oxidados pela a\u00e7\u00e3o de um agente oxidante forte em meio \u00e1cido. Uma das limita\u00e7\u00f5es entretanto \u00e9 o fato de que o teste n\u00e3o diferencia mat\u00e9ria org\u00e2nica biodegrad\u00e1vel e mat\u00e9ria org\u00e2nica n\u00e3o-biodegrad\u00e1vel, a primeira determinada pelo teste de DBO. A vantagem \u00e9 o tempo de teste, realizado em poucas horas, enquanto o teste de DBO requer no m\u00ednimo 5 dias (per\u00edodo de incuba\u00e7\u00e3o).<\/p>\n\n\n\n

7. Material em Suspens\u00e3o<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Como o pr\u00f3prio nome j\u00e1 diz, o material em suspens\u00e3o \u00e9 o material particulado n\u00e3o dissolvido, encontrado suspenso no corpo d\u2019\u00e1gua, composto por subst\u00e2ncias inorg\u00e2nicas e org\u00e2nicas, incluindo-se a\u00ed os organismos planct\u00f4nicos (fito e zoopl\u00e2ncton). Sua principal influ\u00eancia \u00e9 na diminui\u00e7\u00e3o na transpar\u00eancia da \u00e1gua, impedindo a penetra\u00e7\u00e3o da luz.<\/p>\n\n\n\n

Os valores para o material em suspens\u00e3o podem ser obtidos atrav\u00e9s da filtragem da \u00e1gua com a utiliza\u00e7\u00e3o de filtros especiais e posterior an\u00e1lise espectrofotom\u00e9trica.<\/p>\n\n\n\n

8. Compostos de Nitrog\u00eanio e F\u00f3sforo<\/strong><\/p>\n\n\n\n

As \u00e1guas naturais, em geral, cont\u00e9m nitratos em solu\u00e7\u00e3o e, al\u00e9m disso, principalmente tratando-se de \u00e1guas que recebem esgotos, podem conter quantidades vari\u00e1veis de compostos mais complexos, ou menos oxidados, tais como: compostos org\u00e2nicos quatern\u00e1rios, am\u00f4nia e nitritos. Em geral, a presen\u00e7a destes denuncia a exist\u00eancia de polui\u00e7\u00e3o recente, uma vez que essas subst\u00e2ncias s\u00e3o oxidadas rapidamente na \u00e1gua, gra\u00e7as principalmente \u00e0 presen\u00e7a de bact\u00e9rias nitrificantes. Por essa raz\u00e3o, constituem um importante \u00edndice da presen\u00e7a de despejos org\u00e2nicos recentes.<\/p>\n\n\n\n

Os compostos de f\u00f3sforo s\u00e3o um dos mais importantes fatores limitantes \u00e0 vida dos organismos aqu\u00e1ticos e a sua economia, em uma massa d\u2019\u00e1gua, \u00e9 de import\u00e2ncia fundamental no controle ecol\u00f3gico das algas. Despejos org\u00e2nicos, especialmente esgotos dom\u00e9sticos, bem como alguns tipos de despejos industriais, podem enriquecer as \u00e1guas com esse elemento.<\/p>\n\n\n\n

II – Par\u00e2metros Biol\u00f3gicos:<\/strong><\/p>\n\n\n\n

1. Coliformes<\/strong><\/p>\n\n\n\n

O rio \u00e9 habitado, normalmente, por muitos tipos de bact\u00e9rias, assim como por v\u00e1rias esp\u00e9cies de algas e de peixes. Essas bact\u00e9rias s\u00e3o important\u00edssimas porque, alimentando-se de mat\u00e9rias org\u00e2nicas, s\u00e3o elas que consomem toda a carga poluidora que lhe \u00e9 lan\u00e7ada, sendo assim as principais respons\u00e1veis pela auto-depura\u00e7\u00e3o, ou seja, limpeza do rio.<\/p>\n\n\n\n

Por\u00e9m, quando o rio recebe esgotos, ele passa a conter outros tipos de bact\u00e9rias que n\u00e3o s\u00e3o da \u00e1gua e que podem ou n\u00e3o causar doen\u00e7as \u00e0s pessoas que beberem dessa \u00e1gua. Um grupo importante, dentre elas, \u00e9 o grupo das bact\u00e9rias coliformes.<\/p>\n\n\n\n

Bact\u00e9rias coliformes n\u00e3o causam doen\u00e7as. Elas, ao contr\u00e1rio, vivem no interior do intestino de todos n\u00f3s, auxiliando a nossa digest\u00e3o. \u00c9 claro que nossas fezes cont\u00e9m um n\u00famero astron\u00f4mico dessas bact\u00e9rias: cerca de 200 bilh\u00f5es de coliformes s\u00e3o eliminados por cada um de n\u00f3s, todos os dias. Isso tem uma grande import\u00e2ncia para a avalia\u00e7\u00e3o da qualidade da \u00e1gua dos rios: suas \u00e1guas recebem esgotos, fatalmente receber\u00e3o coliformes.<\/p>\n\n\n\n

A presen\u00e7a das bact\u00e9rias coliformes na \u00e1gua de um rio significa, pois, que esse rio recebeu mat\u00e9rias fecais, ou esgotos. Por outro lado, s\u00e3o as fezes das pessoas doentes que transportam, para as \u00e1guas ou para o solo, os micr\u00f3bios causadores de doen\u00e7as. Assim, se a \u00e1gua recebe fezes, ela pode muito bem estar recebendo micr\u00f3bios patog\u00eanicos. Por isso, a presen\u00e7a de coliformes na \u00e1gua indica a presen\u00e7a de fezes e, portanto, a poss\u00edvel presen\u00e7a de seres patog\u00eanicos.<\/p>\n\n\n\n

2. Comunidade planct\u00f4nica<\/strong><\/p>\n\n\n\n

O conjunto de altera\u00e7\u00f5es que ocorrem num reservat\u00f3rio, ao longo de uma escala temporal variada, desencadeiam diferentes respostas por parte da comunidade planct\u00f4nica, que podem ser utilizadas como par\u00e2metros em estudos limnol\u00f3gicos. A utiliza\u00e7\u00e3o da comunidade fitoplanct\u00f4nica como bioindicadora de um ecossistema aqu\u00e1tico se fundamenta na avalia\u00e7\u00e3o da base de uma cadeia alimentar, na qual os efeitos oriundos das altera\u00e7\u00f5es ambientais ser\u00e3o refletidos em todos os seus componentes e, conseq\u00fcentemente, no bioma como um todo. Mudan\u00e7as na din\u00e2mica da comunidade fitoplanct\u00f4nica s\u00e3o reflexos das altera\u00e7\u00f5es f\u00edsicas, qu\u00edmicas e\/ou biol\u00f3gicas que ocorrem num corpo d\u2019\u00e1gua.<\/p>\n\n\n\n

Principais Doen\u00e7as Relacionadas com a \u00c1gua<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Por ingest\u00e3o de \u00e1gua contaminada:<\/strong><\/p>\n\n\n\n